Adore You escrita por Creature


Capítulo 1
ÚNICO - Adore You


Notas iniciais do capítulo

Soooo, primeira fic que eu escrevo em MUITO tempo. A ideia literalmente me atingiu como um caminhão às 3 da manhã,e grudou tanto na minha cabeça que eu forcei a mim mesma a desistir de Arrow pela noite e escrever logo. So sorry, Oliver bby. Mama loves ya.
Reviews são bem vindas etc etc etc (etc !!!!11111!1!1)
Enjoy!



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ÚNICO - Adore You

James Sirius Potter adorava tudo que envolvia Andromeda Adhara Black.

Adorava o fato de que, de acordo com a tradição Black, ela carregasse o nome de uma constelação. Andromeda. Do latim Andromedae, que significava ‘a princesa acorrentada’. Ele discordava. Se havia uma coisa que Andromeda Black definitivamente não era, era acorrentada. Mas é claro que isso não importava. Andromeda sempre reclamara do seu nome, e ele a achava louca por isso. James tinha certeza de que seu nome era tão lindo quanto as estrelas que pertenciam a essa mesma constelação.

Adorava a maneira como ela não se parecia em quase nada com os pais – porque Regulus Black II tinha os cabelos escuros de Sirius Black e os olhos azuis de Marlene McKinnon, enquanto Evanora Fortescue-Black assemelhava-se a uma top model americana, com os cabelos loiros e olhos verdes – enquanto Andromeda Black era a imagem e semelhança do avô, com os cabelos extremamente escuros e olhos extremamente cinzentos.

Adorava o fato de que ele a conhecia a sua vida toda, porque desde que Harry Potter e Regulus Black tinham treze anos de idade e inocência de Sirius Black provada a si mesmos, consideravam-se família, e portanto, os Black’s e os Potter’s eram, mais uma vez, inseparáveis.

Adorava como ela era linda sem nem precisar tentar. Desde a primeira vez em que a vira – a primeira vez em que realmente a vira, porque um bebê de um ano de idade não pensaria em um recém-nascido como lindo – ele soubera que a achava linda. Ele se lembrava bem. Ele tinha por volta de uns cinco anos, enquanto ela mal completara quatro. Aos seis anos de idade, James Sirius Potter decidiu que Andromeda Black era uma princesa (o que o deixou extremamente feliz consigo mesmo, especialmente depois de descobrir que ‘Andromeda’ havia sido, de fato, o nome de uma princesa).

Adorava a maneira como ela se empolgava ao falar das coisas que mais gostava – que James, a propósito, sabia de cor: sorvete de baunilha com pedaços de cookies, artefatos da Zonko’s e Scorpius Malfoy. Sim, Scorpius Malfoy, porque assim como os Black’s eram grudados com os Potter’s, eles também eram grudados com os Malfoy’s, talvez devido ao fato de Regulus ter sido criado pelos Malfoy’s durante a primeira parte de sua vida, levando-o a considerar Draco Malfoy um irmão e vice-versa. De fato, a única parte de sua vida em que Regulus Black afastou-se de Draco Malfoy foi após o irmão-postiço confessar seu envolvimento com as artes das trevas, época em que Regulus foi acolhido pelos Weasley de bom grado. Após o fim da guerra, no entanto, Regulus decidiu que às vezes era necessário perdoar, até mesmo porque ele havia conhecido Draco Malfoy toda a sua vida e sabia que ele não era uma má pessoa. Graças a Regulus, certa paz fora instalada entre os Potter’s, Weasley’s e Malfoy’s.

Devido a essa proximidade, Andromeda Black havia tornado-se inseparável de Scorpius Malfoy. Definitivamente algo que iria para a pequena lista de coisas que James Sirius Potter não adorava em Andromeda Black. Não que ele não gostasse de Scorpius, claro. Desde o começo apoiou a amizade com seu irmão Albus e, futuramente, o relacionamento com sua prima Rose. Não, Scorpius Malfoy era um cara legal. Damn it, Scorpius Malfoy era seu amigo. Mas ele era ainda mais amigo de Andromeda Black. Os dois haviam sido criados juntos, e se Andromeda não estivesse na Mansão Malfoy você poderia apostar que Scorpius estava na Mansão Black. Com apenas seis meses de diferença, Andromeda não se importava em chamar Scorpius Malfoy de seu irmão mais velho.

Adorava a maneira como ela era leal. Extremamente leal. Uma amizade com Andromeda Black poderia – e deveria – durar para sempre. Ela nunca te trairia. Nunca. Talvez fosse por isso que ela havia tão facilmente tornado-se a melhor amiga de Rose Weasley (para puro contentamento de James e puro descontentamento de Scorpius, as usual.). Depois das duas tornarem-se amigas, Andromeda – ou Andy, porque ela insistia em reclamar do seu nome – tornara-se uma presença frequente n’a Toca. Ele acabou tornando-se um grande amigo dela também. James recordava-se muito bem de que as primeiras vezes em que ficara de castigo haviam sido devido a alguma ideia brilhante de Andromeda Black.

Adorava o jeito como ela era extremamente marota. Não era preciso conhecê-la bem para notar, mas James conhecia e notava o tempo todo. Desde os cinco anos de idade, Andromeda Black mostrava o porque de ter vindo ao mundo, e fazia jus ao avô. James lembrava-se com clareza que Fred e Andromeda haviam sido as primeiras pessoas a quem ele havia mostrado o Mapa do Maroto, não porque eles fossem as pessoas mais marotas que ele conhecia além de si mesmo (mas eram), e sim porque eram seus melhores amigos. Sua melhor amiga. Qualquer um que passasse ao menos cinco minutos ao lado de Andromeda Black aprenderia a reconhecer aquele brilho em seus olhos cinzentos que os deixava quase prateados. O brilho que só aparecia nos olhos de alguém que estava prestes a fazer alguma coisa muito errada. James não se lembrava de um dia em que houvesse olhado nos olhos de Andromeda e o brilho não houvesse estado lá.

Adorava o jeito como os dois tinham milhares de coisas em comum. Famílias enormes, radar natural para confusão e capacidade impressionante de ficar de castigo com frequência, por exemplo. James lembrava-se que quando Andromeda completou quatro anos de idade, ganhou um irmão mais novo: Orion Black. Assim que ele ouviu a notícia escapar dos lábios do seu pai, James entrou em êxtase. Mais uma coisa que ele e Andromeda tinham em comum. No entanto, quando explicitou sua felicidade a ela – “Agora nós dois somos os irmãos mais velhos.” – Andromeda riu, aquele riso inocente e característico de qualquer criança de quatro anos de idade, antes de retrucar – “Não, seu bobinho. Eu não sou a mais velha, eu sou a irmã do meio. Scorpius é meu irmão mais velho.” – e então James murchou um pouco por dentro. “Seis meses” – ele murmurou para si mesmo – “E ele nem ao menos é seu irmão de verdade.”. Talvez fosse infantilidade da parte dele, mas ele queria ser qualquer coisa para Andromeda Black, até mesmo irmão mais velho, mas parecia que Scorpius Malfoy já havia ocupado as melhores posições disponíveis. Primo. Irmão. Melhor amigo. Daquele jeito, James teria que acabar casando com ela para ocupar uma posição permanente em sua vida. Ah, mas ele não tinha ideia do quão permanente ele era.

Adorava o jeito como ela conseguia ser insuportável, quando queria. A primeira vez em que ele presenciou a insuportabilidade de Andromeda Black foi durante uma de suas discussões com Scorpius Malfoy aos oito anos de idade, quando ela se irritou e deu um cuecão no primo, fazendo com que Astoria Malfoy passasse as próximas duas horas tentando tirar a cueca da cabeça do filho. Ela também provava-se insuportável sempre que achava que Rose estava escodendo algo dela – “Como assim você beijou ele e não me contou tudo nos mínimos detalhes?” “Não enche, Andy. Eu não beijei ele. Ponto.” “Ótimo, então. Acho que vou ter que perguntar pra ele. Scorp-“ “Em nome de Merlin, Andromeda. Tudo bem, eu falo.”. – ou quando ele mesmo conseguia irritá-la,e ela mostrava-se mestra na arte de dobrar o veneno – “For Merlin’s sake, James. Eu já disse que não posso ir com você pra Hogsmeade porque já tenho um encontro com alguém.” “Ah, é mesmo? Com quem?” “Um segundo. Ei, Scamander, vai pra Hogsmeade com alguém? Ótimo, te vejo as onze então. Como você pode ver, Jamesie-poo, eu vou com o Lorcan.” – ah, ela era insuportável.

Adorava o jeito como ela dizia não ter ciúmes dele, mas não aprovava nenhuma das suas namoradas. – “Pelo amor de Merlin, James. Não vai me dizer que você é atraído por aquilo? Ela parece o Lorcan com peitos e bunda.” – não que ele se importasse, porque ele também nunca havia gostado muito dos namorados dela.

Adorava o jeito que ela irritava o irmão mais novo. James adoraria sentir pena de Orion Black, mas como sua avó diria, Orion e Andromeda eram farinha do mesmo saco. Desde o dia em que Orion havia nascido, parecia que os dois haviam jurado uma guerra silenciosa. Meros seis anos após seu nascimento, o mais jovem Black havia tomado o lugar de Scorpius Malfoy como vítima dos famosos cuecões de Andromeda Black. Era perfeitamente normal entrar na Mansão Black e dar de cara com um garoto com uma cueca na cabeça correndo pela casa e batendo-se em paredes enquanto jurava vingança. E Harry e Ginny Potter achavam que James era mau com seu irmãos. Mas é claro que Orion não era deixado para trás. James havia perdido a conta de quantas vezes Andromeda havia pedido sua ajuda para se vingar do irmão por tingir seu cabelo de verde por três semanas ou por transformar sua gata em uma mesa por cinco dias.

Adorava a maneira como, apesar de todas as brigas e reclamações diárias, ela fazia questão de defender e apoiar o irmão mais novo. A primeira vez que James Sirius Potter notou o quanto Andromeda Black amava Orion Black foi alguns dias antes do primeiro ano dele, quando o garoto de onze anos de idade acabou deixando escapar que tinha medo de desonrar o seu avô e desapontar seus pais se fosse parar na Sonserina. Naquele dia, Andromeda passou duas horas inteiras citando nomes de pessoas incrivelmente corajosas, leais e boas que estavam ou haviam estado na Sonserina, finalizando a lista com Albus Potter e Scorpius Malfoy. James também lembrava-se que, apesar da lista tê-lo feito sentir-se melhor, Orion ainda assim ergueu os olhos cinzentos e perguntou para a irmã – “Você ainda vai gostar de mim se eu for pra Sonserina?” – e Andromeda apenas rolou os olhos e o abraçou antes de responder – “Eu sempre vou gostar de você, bobinho. Além disso, se você for pra Sonserina vai poder espionar Scorpius pra mim para eu ter certeza de que ele está tendo um péssimo dia. Juntos, eu e você somos uma arma mortal, Oreo.” – mas para a felicidade de Scorpius Malfoy, Orion acabou indo para a Grifinória, onde poderia infernizar Andromeda com o dobro da frequência normal.

Adorava o jeito como sempre que os Potter’s, Weasley’s e Malfoy’s eram convidados para jantar na Mansão Black, todas as crianças reuniam-se para brincar do tipo mais mortal de esconde-esconde existente. James sentia-se frustrado nos primeiros anos, porque enquanto Weasley’s e Potter’s desesperavam-se para achar um bom esconderijo, Andromeda e Scorpius saíam de fininho e sempre eram os últimos a serem encontrados em algum esconderijo majestoso. James achava aquilo completamente injusto. Eles conheciam a casa melhor do que ninguém. Então, de uma hora para a outra, Andromeda o puxou pela mão e o fez sair de fininho, e dessa vez nem mesmo Scorpius Malfoy havia sido convidado. Ele recordava-se que eles sempre usavam o mesmo esconderijo, como um tipo de tradição. Um lugar só deles. Um lugar só de James Sirius Potter e Andromeda Black. Ele lembrava-se dos primeiros anos, quando os dois agachavam-se dentro do armário escuro – naquela época, ainda espaçoso – e James falava algo engraçado e então desesperava-se para cobrir a boca de Andromeda porque se ela risse muito alto, eles seriam encontrados. E então, pouco depois de Andromeda completar catorze anos de idade, eles encontraram algo muito melhor para fazer naquele armário. O espaço apertado, a maneira como ela colava seu corpo contra o dele, enrolava as mãos nos seus cabelos e o fazia delirar simplesmente com alguns beijos. Em pouco tempo, James Sirius Potter descobriu que esconde-esconde era definitivamente sua brincadeira preferida, especialmente porque eles nunca eram encontrados.

Adorava o jeito como ela beijava. Ele lembrava-se bem da primeira vez em que a beijara, durante o esconde-esconde dentro do Snogging Wardrobe – o termo que eles passaram a usar para referir-se ao armário depois do primeiro incidente. Eles estavam ficando maiores, e o armário mais apertado. Aos quinze anos de idade, James Sirius Potter lidava com um probleminha chamado hormônios, que realmente não eram capazes de se controlar quando James tinha o corpo grudado ao de uma garota como Andromeda Black. Ele não sabia quem havia feito o primeiro movimento, mas quando deu por si estava beijando Andromeda Black, com os braços a apertando contra si enquanto ela brincava com os fios do seu cabelo. Após um longo tempo que pareceu curto demais, Andromeda cruzou os braços em frente ao corpo e avisou – “O que acontece no armário, fica no armário.” – e então James não pôde evitar de responder com – “Acha que sua mãe se importaria se levássemos o armário para Hogwarts, então? É que eu acabo de perceber que tenho uma conexão extremamente forte com esse armário.” E ninguém nunca entendeu o porquê de dois adolescentes serem tão viciados em uma brincadeira tão infantil como esconde-esconde.

Adorava o jeito como ela se irritava quando ele ficava com ciúmes. Ele não tinha culpa alguma, assim como não tinha um pingo de vergonha na cara para tentar ao menos negar. Não, ele tinha ciúmes de Andromeda Black e queria que a escola inteira soubesse, pra que assim ele pudesse manter aquele bando de idiotas longe dela. O bando de idiotas- grande parte da população masculina de Hogwarts, que parecia ter caído aos encantos de Andromeda Black. James realmente queria dar um soco em cada um deles. Ele não confiava neles, e simplesmente era incapaz de lidar com a simples ideia de ver Andromeda Black de coração partido. Com o tempo, ele percebeu que não precisava nem ao menos se preocupar. Os poucos caras que haviam partido o coração de Andromeda Black haviam passado semanas na ala hospitalar por causa de azarações dos piores tipos. O culpado nunca foi encontrado, mas James conhecia Andromeda Black e conhecia as azarações de Andromeda Black. Não, ela não costumava ter o coração partido. Na verdade, a situação era extremamente oposta.

Adorava o jeito como ela funcionava como uma ponte entre Rose Weasley e Scorpius Malfoy – seus dois melhores amigos – e como ela era inegavelmente culpada pelos dois terem acabados juntos no final. – “E você pode afirmar com certeza absoluta que não teve nada a ver com isso?” “Eu diria que nada é um eufemismo. Quero dizer, todos nós tivemos algo a ver com isso, certo? Eu, James, Albus, Lily, Rox, Lorcan, Orion. Eu diria que somos todos culpados. Uma gangue de culpados. Completos delinquentes. Meu deus, Rose. Você e Scorpius deveriam nos mandar para Azkaban.” “E de um a dez, que número você escolheria para representar a sua culpa?” “Aproximadamente quarenta e dois. E meio.” – e apesar dos ataques de ciúmes ocasionais – “Pelo amor de Merlin, será que vocês dois poderiam parar de desentupir as bocas um do outro e me escutarem por cinco segundos? Holy fuck. Meus melhores amigos me trocaram. Por eles mesmos. Agora eu sei o que Albus quis dizer com toda aquela história de terceiro elemento. Eu realmente espero que um de vocês não tenha escovado os dentes.” – James sabia o quanto ela estava realmente feliz por eles.

Adorava a maneira como ela tornava-se fria com ele sempre que ele aparecia com uma nova namorada. James sentia-se uma péssima pessoa ao admitir isso, mas mais de uma vez já havia saído com uma garota apenas para causar ciúmes em Andromeda Black.

Adorava a maneira como ele podia ser ele mesmo com ela, não importava o quão idiota ele fosse. Ela o conhecia, e definitivamente não se importava com a sua personalidade irritante, carisma infalível e ego imenso. Não que o dela fosse menor, claro. Nem um pouquinho.

Adorava a maneira como os cabelos dela caíam pelos ombros como uma cachoeira, ou como os olhos dela brilhavam de satisfação quando ela conseguia provar ser melhor que ele em alguma coisa – qualquer coisa.

Adorava a maneira como sempre que ela estava triste, ela o arrastava para a Sala Precisa e o agarrava como se não houvesse amanhã. Na única vez em que ele perguntou o porquê, ela apenas disse – “Você me acalma. Estar com você me acalma. Beijar você me acalma. Eu preciso dessa calma. Eu preciso de você.” – e então, sem deixá-la falar mais uma palavra que fosse, ele a colocara contra a parede e retribuíra com o mesmo entusiasmo.

Adorava a maneira como eles não conseguiam ficar brigados por muito tempo. Os dois eram orgulhosos demais, egocêntricos demais para desculpar-se, mas sempre achavam uma alternativa ainda melhor. Ah, ele adorava o jeito como eles se desculpavam.

Adorava a maneira como todos insinuavam que eles estavam, ou deveriam estar, juntos. Seus amigos. Seus primos. Seus pais. Até mesmo a própria Professora McGonagall. Eles nem se davam ao trabalho de discordar. Diferentemente de Rose Weasley e Scorpius Malfoy, James Sirius Potter e Andromeda Black simplesmente não perdiam tempo algum negando seus sentimentos para quem quer que quisesse ouvir. Mas isso não significava que eles tinham o hábito de falar exatamente o que sentiam, não. Afinal, se fosse fácil assim, qual seria a graça?

Adorava a maneira como era difícil descobrir como Andromeda Black se sentia. Afinal, ela era uma Black, não era? “Eu te amo” só sairia daquela boca quando fosse estritamente necessário. Por isso mesmo que desde os sete anos de idade James Sirius Potter aprendeu a desvendar as expressões corporais e faciais de Andromeda Black. Ele sabia que quando ela estava irritada, suas sobrancelhas juntavam-se levemente e seus olhos faiscavam em alerta para qualquer um que fosse esperto o suficiente para entender. Ele sabia que quando ela estava triste, suas feições se suavizavam e ela apertava os lábios, porque Andromeda Black se recusava a chorar em público, não importava na frente de quem fosse. Quando estava feliz, ela irradiava um tipo de energia única e magnetizante, que tornava qualquer um em um raio de cinco metros incapaz de afastar-se dela. Era contagiante. Quando estava nervosa, ela mordia os lábios e seus olhos desviavam-se para qualquer coisa que não fossem os olhos de quem houvesse causado tal nervosismo. Quando estava prestes a fazer algo extremamente errado, seus olhos brilhavam e ela sorria de uma maneira capaz de fazer Sirius Black, James Potter e Remus Lupin erguerem-se da cova apenas para aplaudir. E quando estava prestes a beijá-lo, ela o avaliava com cuidado, seus olhos iluminavam-se e um sorriso extremamente único brincava em seus lábios. De todas as expressões de Andromeda Black, James Sirius Potter não tinha dúvidas de que essa era a sua favorita.

Adorava a maneira ela o havia feito apaixonar-se tão lenta e descaradamente que ele nem ao menos percebeu antes que fosse tarde demais. Adorava a maneira como eles haviam gritado um com o outro quando ele havia revelado como se sentia a respeito dela, simplesmente porque ela tinha medo. Ele sabia. Ele conhecia Andromeda Black. Ela tinha medo de tentar,porque tinha medo de falhar. Andromeda era como uma raposa, com cada movimento e suas respectivas consequências previamente calculados. James achava que às vezes ela pensava demais e sentia de menos. Mas ouvir isso, claro, só a deixou ainda mais irritada. James sabia que era porque ela tinha certeza de que ele estava certo, então ele fez a única coisa que podia ter feito. Ele se afastou.

Adorava a maneira como ela havia demonstrado como se sentia. Talvez ela não fosse boa com palavras, mas era absolutamente eficaz com gestos. Adorava a maneira como, após semanas levando um gelo, ela havia passado por cima do seu orgulho – algo que ela definitivamente não fazia com frequência – e se desculpado com ele. Se desculpado de verdade, não apenas arrastando-o para a Sala Precisa para uma sessão de agarração que um sempre iniciava quando queria desculpar-se com o outro. Ela desculpou-se com palavras emboladas e gaguejadas, abriu-se como James Sirius Potter nunca havia visto e derramou todos os seus sentimentos de uma só vez. Todos, com a exceção de um.

Adorava a maneira como, em uma noite extremamente chuvosa em plenos jardins de Hogwarts, ela havia gritado que o amava. Não fora um movimento intencional. Foi a primeira de muitas vezes em que Andromeda Black sentiu antes de pensar. A partir daí, o caminho tornou-se mais simples. Mais claro. Encontros, encontros de verdade. Um relacionamento estável, brigas resolvidas com eficiência na Sala Precisa e juras de amor trocadas durante o Natal. Ah, mas Andromeda Black não tinha ideia de como sobreviveria ao seu sétimo ano sem James em Hogwarts – pior, não tinha ideia de como o relacionamento sobreviveria. James fez questão de lembrá-la de sentir antes de pensar, como se isso resolvesse todos os problemas do mundo. E no mundo deles, talvez resolvesse. “Se eu souber” – Ela havia avisado em King’s Cross, pouco antes de embarcar para Hogwarts – “que você estava com uma, qualquer uma daquelas suas dedicadas fãs que prestam serviços sexuais a metade do mundo bruxo e só não prestam a todo porque a outra metade é composta por mulheres e gays, eu juro que vou te dar um cuecão tão forte que a sua cueca vai ficar permanentemente presa na sua cabeça.” – James simplesmente sorriu antes de retrucar – “Devo reconhecer que você tem uns fetiches muito peculiares, mas se me ver com uma cueca na cabeça é o que deseja, seu desejo é uma ordem e um prazer em ser atentido.” Prazer só na cama, silly.” – Ela havia retrucado antes de arrastar Rose e Roxanne para dentro do trem. Ah, ele adorava o fato de que Andromeda Black sempre tinha a resposta para tudo na ponta da língua. James não tinha ideia de como sobreviveria sem Andromeda até o Natal, e só não invadiu Hogwarts após as quatro primeiras semanas porque Teddy fez questão de lembrá-lo do que realmente importava. ”Trust me, pode parecer like hell agora, mas toda essa espera vai valer a pena. Falo por experiência.” – James apenas riu do tapa que Victoire deu no noivo e conformou-se com o fato de que Teddy provavelmente estava certo.

Adorava a maneira como ela lhe escrevia todos os dias, fazendo questão de narrar todos os acontecimentos nos mínimos detalhes – cada briga de Scorpius e Rose, cada ataque nervoso de Albus por achar que Scorpius não estava concentrando-se o suficiente no quadribol, cada novo envolvimento amoroso da Lily, cada jogo ganho pela Grifinória. Tudo. Adorava a maneira como ela arranjava tempo para ler as suas cartas, por maiores que elas fossem.

E a amava por sem quem era, exatamente como era.

James Sirius Potter adorava tudo que envolvia Andromeda Adhara Black.

Mas especialmente, ele adorava a maneira como ela conseguia ficar ainda mais incrível em um vestido de casamento.


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Notas finais do capítulo

(◡‿◡✿)