A Safe Haven in You escrita por Mayara


Capítulo 8
Capítulo 8 - Esclarecimentos necessários


Notas iniciais do capítulo

*Aparecendo, sem vergonha na cara*
Mentira, gente! Estou aparecendo com muita vergonha, porque, meu Deus, vai fazer um ano que eu não posto nenhum capítulo!! Isso não é pouca coisa.
Então, amados e amadas, eu não sei se alguém ainda vai ler esse cap, mas cá está ele.
Esse cap não é lá aquelas coisas, porém é mega importante para o restante da fic, já que ele exclarece algumas coisas e dá inicio a outras.
Entretanto, vou deixar para explicar algo, caso alguém tenha duvidas nos comentários.
O que me lembra de outro ponto que eu queria falar... Gente, eu juro que vou responder a todos comentários que não respondi ainda. Me perdoem por isso também. E muitooo obrigada por aqueles que comentaram no cap anterior, me incentivando a continuar. Vocês são demais, sério! ♥
E sem mais delongas, o capítulo:



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Hoje, quinta-feira, um dia antes da viagem a negócios, está acontecendo o inexplicável. Isso para dizer o mínimo.

E o porquê disso? Bom, Adrian está na minha frente, nesse exato momento, pedindo para falar comigo. Na minha preciosa hora do almoço.

Eu? Eu estou com o garfo paralisado no ar, que está vazio, já que a comida escorregou para o prato há muitos minutos atrás.

"Desculpe, o que você disse?" Pergunto para ter certeza que não estou enlouquecendo e ouvindo o que não deveria.

Adrian troca o peso de uma perna para a outra, claramente desconfortável e passa seus olhos pelo refeitório. Aproveito sua deixa e olho também.

Certo, eu nunca fui de falar baixo, mas tenho certeza que não falei alto o bastante para todos os funcionários da empresa estarem olhando para a mesa eu almoço sempre, como estão fazendo agora. Se eu tivesse um pouco de vergonha na cara, teria ficado vermelha, mas simplesmente ergo uma sobrancelha para Adrian, quando este volta a pousar seus olhos em mim.

"Você também não facilita em nada, não é, pequena Rose?" Pergunta, retoricamente, revirando os olhos. "Quero falar com você.”

Agora foi minha vez de revirar os olhos. "Sério Adrian, pequena Rose? Achei que tivéssemos superado essa." A Rose interior faz uma careta de desgosto.

"Pode falar." Indico a cadeira a minha frente com o garfo vazio, mas Adrian balança a cabeça.

"Prefiro um lugar mais discreto." Diz olhando em volta, sugestivamente. "Pode me encontrar no terraço em 10 minutos?"

Ele não me deixa responder, simplesmente saí do refeitório, talvez já indo até o local que indicou.

Suspiro e termino de comer, com menos empolgação dessa vez. Antes de ir para o terraço, passo no banheiro para escovar os dentes e aviso meu chefe que iria demorar alguns minutos. Não espero sua resposta e guardo o celular.

Não sei se estou fazendo o certo em ir até lá, mas tenho certeza que eu nunca fui de fugir das minhas responsabilidades - e meu término com Adrian é uma delas - e não vou começar a fazer isso agora.

Esse caminho me é mais do que conhecido. Adrian e eu sempre "fugíamos" para o terraço na hora do almoço, quando eu ainda era estagiária e quando ainda éramos somente amigos.

"Pare, Rose!" Meu consciente me repreende e faz com que eu volte ao mundo real, antes que eu volte a uma época que não queria recordar no momento.

Logo chego até o local e encontro Adrian, que misteriosamente não está fumando - apesar de ter bitucas no chão, ao lado dele -, apoiado no corrimão na beirada do prédio. Aquele ferro era o que o separava de um trágico acidente.

Caminho até ele, aproveitando para admirar suas costas e seu bom gosto com as roupas. Não sou hipócrita em dizer que ele é feio e mal arrumado só por que terminamos. Hoje, por exemplo, ele está de camisa social azul clara e uma gravata bordo folgada em seu pescoço, para completar o visual.

"Estou aqui, pode começar." Me faço presente quando chego ao seu lado e fico de costas para o corrimão, apoiando somente meus cotovelos nele. Adrian continua do mesmo jeito, mas vira seu rosto para mim e me analisa minunciosamente.

Ergo uma sobrancelha quando se passa dois minutos e ele não fala nada, só fica me olhando, como se a resposta de uma pergunta de geometria estivesse em mim.

"O que está acontecendo, Rose?" Ele finalmente fala. Quase ergo as mãos para os céus, porque se ele continuasse daquele jeito por mais cinco segundos, eu teria lhe dado às costas e voltado ao trabalho.

"Como assim?" Franzo a testa, realmente confusa.

Adrian passa uma de suas mãos pelo rosto e bagunça, ainda mais, o seu cabelo, parecendo frustrado.

"Eu não sei, você não parece mais a mesma." Fala, por fim, mas continua sua fala antes que eu abra a boca. "Eu não quero que você deixe de ser aquela Rose que eu conheço. A Rose despreocupada, alegre e que não se importa com as opiniões alheias. Você tem andado como um zumbi nas ultimas semanas e parece não estar se alimentando direito." Ele faz uma pausa, parecendo analisar as palavras antes de falar. "Antes de tudo, você sempre foi minha melhor amiga. Por favor, não me mantenha longe, por mais egoísta e canalha eu possa parecer em te pedir isso."

Eu não sei o que responder a ele. Estou surpresa demais para sequer pensar em algo para dizer.

Adrian se aproxima de mim e segura minha mão.

Quero me afastar dele e gritar tudo o que está trancado desde que ele terminou comigo, mas não consigo.

"Eu sei que você não está desse jeito por causa do término do nosso namoro." fala como se tivesse lido meus pensamentos. "Pode tentar enganar a si mesma e quem você quiser, mas não a mim. Nós já tínhamos conversado antes de terminar e ambos concordamos que sempre fomos mais amigos do que amantes. Sei que eu fui um babaca em logo assumir um novo namoro, sendo que a pouco tínhamos "oficializado" nossa separação, porque você sebe melhor do que eu que tinha acabado meses antes disso.”

Penso em cada palavra que Adrian falou e por incrível que pareça, não estou com raiva. Na verdade, só estou confusa.

"Eu acho que você tem razão." Admito, por fim, e não é nada fácil fazer tal coisa.

Meu ex-namorado sabe disso e consequentemente sorri de canto, me incentivando com o olhar para eu continuar.

"É complicado. Também não sei o que está acontecendo comigo, mas acho que estou me encaminhando para o caminho certo e estou quase descobrindo o porquê disso tudo." Sou sincera com ele, me lembrando dos últimos dias e de Dimitri.

    "Fico feliz por isso, só não quero que a velha Rose desapareça por completo”. Sua preocupação é evidente e me sinto tocada, já que como ele mesmo falou, nós sempre fomos melhores amigos, antes de tudo.

   "Obrigada, Adrian." Agradeço. Por sua preocupação e por ter esclarecido algumas coisas que faltavam na minha mente nas últimas semanas.

    "Sempre, pequena Rose." Diz me puxando para um abraço rápido, beijando minha testa antes de me liberar.

     Não me incomodo com sua demonstração de afeto, na verdade, até sentia falta. Era um simples gesto de um amigo preocupado com uma amiga. Mas mesmo assim empurro ele de leve, revirando os olhos, ainda que sorrindo.

     "Chega de viadagem, tenho contas para pagar e não posso ser demitida." Brinco, mas falando a verdade, e me encaminho até a porta que leva a escadaria com Adrian no meu alcanço.

      "O Sr. Gostoso ainda te inferniza?" Adrian chama meu chefe assim desde que entrou na empresa.

     "Nas últimas semanas ele tem dado uma amenizada." Sorrio maliciosamente sem que ele veja.

    "Pegando o chefe, pequena Rose? Que feio..." O diabo, vulgo Adrian, fala perto do meu ouvido e ri com diversão pela provável cara de quem foi pega fazendo arte que estou no momento.

     "Bom, você sabe que não colocou esse apelido nele por acaso e eu também sou filha de Deus." Não respondo diretamente, mesmo sabendo que ele havia acertado em cheio.

      Andamos pelo corredor até o elevador com Adrian fazendo piadinhas sujas com meu chefe e eu repreendendo ele, rindo.

     "Vamos tentar ser amigos de novo?" Questiona quando estamos chegando no meu andar. "Sei que não vai ser como antes, mas só em não ter você me ignorando por completo e algumas conversas de vez em quando vai estar de bom tamanho para mim." Sorri de lado, parecendo triste com nossa atual situação.

      "Ainda estou com o mesmo número e endereço." Respondo simplesmente, saindo do elevador e aceno para ele, antes que as portas se fechem.

     Me encaminho até a sala de Dimitri, sentindo como se várias toneladas tivessem saído de meus ombros. Bato na porta e espero a resposta do meu chefe, que não tarda em chegar.

    "Só para avisar que já estou de volta, caso precise de mim." Digo, colocando metade do corpo dentro da sala, somente.

       Dimitri ergue os olhos de suas anotações e só agora percebo que ele está mordendo a ponta da caneta.

     Deixe eu te esclarecer uma coisa, meu amigo. Até hoje, não presenciei nada mais sexy do que meu chefe de óculos de leitura, com os primeiros botões da camisa abertos e aqueles lábios tentadores mordendo a ponta da sortuda caneta, como ele está agora.

    Apertei a coitada da porta com força e esperei a resposta dele.

   "Tudo bem." sorri minimamente.

     "Jesus, esse homem quer me enfartar." A pequena Rose comenta, enquanto se abana dramaticamente.

   Estou pronta para sair, quando ele me chama.

   "Como foi sua conversa com o Adrian?" Ele parece genuinamente curioso.

    "Como você..." Começo a questionar como diabos ele sabia daquilo, mas pela sobrancelha arqueada do meu chefe e o olhar que ele me lança, já soube da resposta. Sofia.

     Suspiro e entro em sua sala, sentando na sua frente. Bom, se ele quer saber, tudo bem.

     "Ele me questionou o porquê de eu estar assim, já que ele tem certeza que não estou dessa maneira por causa da nossa separação."

    Dimitri franze a testa.

   "E ele tem razão?"
 

   "Eu descobri hoje, nessa conversa, que sim." Conto e rio de seu semblante confuso. "Também fiquei confusa, mas como ele mesmo disse, já tínhamos posto todos os pingos no "i" antes de terminar e ambos concordamos naquele dia que éramos mais amigos do que amantes, por assim dizer."

       As expressões de Dimitri são impagáveis. Primeiro: surpresa; depois contentamento e por último, uma que eu não sei definir o que é.

     Conto a ele mais alguns detalhes do que conversei com meu ex e aproveito para acertar os últimos detalhes sobre a viagem.

     Dimitri é um ótimo ouvinte e conselheiro, quando quer.

     O que mais me agradou, mas de certa forma frustrou, foi ele não ter falado em momento algum sobre nosso beijo. Com certeza não vai ser eu quem vai trazer esse assunto à tona, então vou para minha sala assim que resolvemos todos os pendentes.

      Dessa vez, a sala se encontra limpa e organizada. Arrumei ela ontem, depois do expediente e valeu a pena ter perdido algumas horas de descanso. Eu não conseguia sequer me achar na bagunça de antes.

      Recebo uma mensagem de Lissa quando me posiciono em frente do computador.

Está ocupada? L

— Lissa D.

Para você? Nunca. O que o idiota do Christian fez?

— Rose H.

Ele nada. rsrs

— Lissa D.

Okay... O que eu fiz?

— Rose H.

Nada, também!! É um crime eu querer conversar com minha melhor amiga? Eu sinto sua falta!

— Lissa D.

Também sinto sua falta. Posso sair alguns minutos mais cedo, está em casa?

— Rose H.

Na verdade, não... Estou com Christian na casa da tia dele.

— Lissa D.

Hm.

Rose H.

   Lissa não me responde mais e eu largo o celular em cima da minha mesa, ao lado do computador. Não sei por que estou tão irritada com ela depois da ultima mensagem. Sei que nos afastamos consideravelmente depois do meu estado “zumbi”, mas ela está igualmente dificultando um pouco.  Não faço ideia de quando foi a ultima vez que conversamos por longas horas, sem sermos interrompidas, só tendo um momento leve entre melhores amigas.

    Quando eu penso que minha vida está finalmente se ajeitado...

     Ouço uma leve batida na porta, que está aberta, e vejo Sofia escorada nela, com um sorriso gentil.

    “Você está com cara de quem precisa de um copo extragrande de café”. Sorri  e move a cabeça sugestivamente para fora da sala.

   “E duplo”. Resmungo, levantando e a acompanhando até a máquina de expressos.

    Conversamos amenidades e recebo uma mensagem. Abro rapidamente, esperando que seja minha melhor amiga, mas não, é Sonya perguntando quando Dimitri e eu estaríamos livres para jantar em sua nova casa. Respondo ela, avisando que veria com Dimitri e retornaria logo.

    “Sua cara de decepção está me deixando triste”. Sofia brinca, batendo seu ombro no meu e eu explico por cima minha situação com Lissa.

     “Eu não quero cobrar nada dela e também não quero que ela pense que essa é uma crise de ciúmes ou de inveja.” Suspiro, cansada.

   “Eu já passei por isso, mas foi com um amigo homem, então ele sim achava que era por esses motivos que eu ficava tão chateada com a ausência dele.” Revira os olhos.  “Até parece que eu iria ter ciúmes dele com minha irmã.” Brinca, deixando obvio que esse era justamente o motivo. Dou risada das histórias dela com esse amigo, atualmente namorado, e me sinto um pouco mais leve.

    Paramos em frente da sua mesa e observo ela guardar suas coisas, já que seu expediente havia acabado. O meu também, mas eu precisava tirar Xerox de alguns documentos para Dimitri assinar antes de a gente poder ir embora.

“Obrigada, Sofia. Estou me sentindo bem melhor agora.” Melhor que isso, só uma sessão com meu psicólogo.

    “Sempre que quiser conversar, é só me chamar. E pode ser fora do horário de expediente.” Pisca um olho e sorri. “Falando nisso, faz tempo que queria te convidar para assistir uma aula de Kickboxe que estou participando. Menina, essas aulas estão fazendo milagres com meu psicológico. É só eu imaginar meu namorado ali, no lugar do meu professor, e pronto. Fico calminha a semana toda.” Dou risada da cara que Sofia faz, imaginado a cena. Essa mulher é uma peça.

    “Claro, combinamos assim que eu voltar de viagem.” Digo sorrindo. Bastou isso para Sofia me perguntar mais mil e uma coisa sobre a bendita e só foi embora depois de seu namorado ligar dizendo que estava a mais de meia hora esperando ela do lado de fora da empresa. Ela se despede rapidamente e vai embora, antes que o namorado dela subisse e a arrastasse pelos cabelos. Palavras dela.

    Ainda estou rindo quando termino meus afazeres e entro na sala do meu chefe com os documentos em mãos.

    “Algum motivo especial por esse sorriso bobo?” Arqueia a sobrancelha, me fitando curioso. Imito sua expressão e entrego a ele os papeis.

    “Sofia.” Respondo somente e Dimitri parece entender, pois sorri e assina nos locais indicados por mim.

  “Vai ficar na empresa?” questiono quando noto que suas coisas ainda estavam pela sala, sem quaisquer indícios de que ele iria embora logo.

    “Não, tenho que deixar tudo preparado para a empresa não ir pelos ares enquanto estamos fora.” Diz, esfregando ambas as mãos no rosto, em um claro sinal de exaustão. O compreendo completamente. Essa semana tinha sido uma loucura completa para nós dois e de todos os lados.

     “Quer que eu fique com você e te ajude? Vai ser mais rápido.” Sugiro, ajeitando sua mesa meio que no automático, separando cada papel de maneira que ele se achasse imediatamente.

     Dimitri pega minhas mãos no processo, mas beija a palma delas, para sua atitude “brusca” não fosse interpretada de maneira errada.

     “Eu quero que você vá para casa e descanse bem para a viagem, que vai ser cansativa. Além disso, vou precisar de você com 100% de disposição para a apresentação das nossas bebidas, já que Ibrahim não é a pessoa mais fácil de lidar.” Disse isso tudo enquanto massageava minhas mãos.

      “Se continuar a fazer isso, não me responsabilizo por meus atos, querido...” A Rose pervertida ergue a sobrancelha em aviso, enquanto lixa suas unhas.

     Dimitri larga minhas mãos com delicadeza, como se tivesse lido meus pensamentos – ou simplesmente minhas expressões – e volta a suas afazerem.

     “Vá para casa, Roza. É uma ordem.” Ordena com a voz um pouco mais rouca pelo seu sotaque, sem tirar os olhos dos documentos. 

    “Como quiser, chefe.” Dou as costas e saio da sua sala rebolando. Não, nada vulgar, apenas um balançar mais calculado do quadril.

      É possível querer bater e beijar seu chefe ao mesmo tempo?

     “Arg, ele é tão frustrante!” meu consciente está explicitamente enervado e eu não posso deixar de concordar completamente com ele.

     Arrumo minha bolsa e organizo minha sala antes de sair, dando uma rápida olhada na direção da sala do meu chefe e o encontrando do mesmo jeito que o deixei. Reviro os olhos e vou a pé para casa. Não estou com paciência para o transito de NY hoje.

    Jogo minhas chaves no balcão e encontro o apartamento vazio, não que seja uma novidade.

      Minhas malas já estavam prontas, assim como todo o resto, então decido fazer o jantar – para uma pessoa – e assisto meu seriado preferido comento sorvete.

                                       

    “Deixe eu ver se realmente entendi..." Liss entreabre seus olhos e posso ver claramente a decepção refletida neles. "Você finalmente beijou o Dimitri e me conta isso logo agora, pronta para embarcar em um jatinho? Ah, e claro, não esquecendo que é justamente na companhia dele e por um final de semana inteiro!"

      Dou um sorrisinho sem graça e também uma rápida olhada por cima de seu ombro, localizando o dito cujo falando com Christian e sua tia, Natasha.

    "Pelo menos vamos ficar três dias longe dessa maluca." penso aliviada.

    Solto um longo suspiro e encaro Lisa novamente.

    "Olha, me desculpe, Liss. Eu realmente queria contar tudo isso para você, mas nossos horários não se batiam e quando eu conseguia um tempinho, você estava com o Christian." Esclareço, me lembrando de todas as vezes que tentei pegar ela em casa e dei com a cara na porta. "Não foi minha intenção, eu juro." pego em suas mãos e dou meu melhor olhar pidão. Lissa ri ao notar isso e me puxa para um abraço.

     "Acho que tenho uma grande parcela de culpa nisso também, não é?" ela faz um pequeno beicinho e olha para trás de si. "É só que..." Faz uma pausa, suspirando. "É tão bom e estranho estar apaixonada, mas não queria acabar deixando minha amiga de lado quando ela mais precisou de mim. Então, me desculpe também, Rose."

     Dou um sorriso digno do coringa e lhe aperto em volta dos meus braços, arrancando mais uma risada sua.
 

    "Bom, agora eu tenho que ir." comento quando escuto Dimitri me chamar. “Mas prometo que assim que eu voltar, vou conversar melhor sobre toda essa semana maluca.”

    "Tudo bem e me prometa que vai me mandar e-mails me contando tudo, se você não conseguir me ligar por conta do fuso horário." Pede cutucando meu abdômen, me fazendo soltar um fraco grunhido de dor.

    "Ai! Okay, eu prometo!" exclamo afastando seus dedinhos nada delicados de perto de mim.

     Liss me compensa com um sorriso brilhante e passa seu braço em volta de meus ombros enquanto me guia até meu chefe, que me aguarda pacientemente.

    Natasha mal olha para mim enquanto me despeço de Cristian. Nada muito meloso, só um abraço e uma piada da parte dele. Pois é, ele é um pé no saco, mas não é de todo ruim.

      Se passou meia hora e já estamos seguros dentro do jatinho particular da empresa. Observo Dimitri sair da cabine do piloto e caminhar pelo corredor da aeronave até, enfim, se sentar na poltrona a minha frente, soltando um suspiro. Ele realmente está acabado.

     Ajeito meus óculos de leitura no nariz, fazendo uma careta de desgosto e retorno a minha leitura. Não sou muito fã deles, mas era isso ou usar aquelas coisas demoníacas, chamadas popularmente de lentes de contato, diariamente.

      "Coloque o cinto, já vamos decolar." Ergo meus olhos do livro que estava lendo e encaro meu chefe, mas ele está de olhos fechados. Provavelmente era o remédio para dormir fazendo efeito. Sim, pasmem, Dimitri Belikov detesta voar de jatinho, porém precisamos chegar até sua cidade natal antes de amanhã, por isso eu não pude programar um voo "normal".

     Coloco o cinto, como "ordenado", mas antes de voltar a minha leitura, percebo que Dimitri não havia posto o dele. Suspiro, desato a fivela  e me inclino até sua poltrona para prender a sua. Ele não notou e muito menos se mexeu quando fiz isso. Dimitri dormia profundamente e também não notou quando eu selei suavemente meus lábios com os seus, antes de voltar ao meu lugar e ler o final emocionante daquele livro sobre vampiros.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse final foi para dar uma "palhinha" do que nos aguarda no próximo...
Espero que tenham gostado, e que não tenham me abandonado... ♥
Vejo vocês no próximo cap ou no comentrários.
Beijão no ♥
PS: Talvez os paragrafos fiquem com espaços diferentes, mas eu logo irei arrumar isso.
PS2: Quem não percebeu, é o Adrian na foto. ♥



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