Diário de uma princesa - Interativa escrita por Gabs


Capítulo 22
Chá da tarde com Alice.


Notas iniciais do capítulo

Isso soou muito Alice no país das Maravilhas, mas é exatamente a imagem que eu quero que passe.



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Alice.

Talvez eu nunca entenda o real sentido das borboletas no estômago, da boca seca e joelhos frágeis. Minhas mãos começam a soar. Coração acelerado. Tremor nas pernas. Frio na barriga. Olhos brilhando. São mesmo esses os sintomas? Uma estranha sensação que faz você se perder? Eu fico arrebatada pensando nessas coisas, é como se você já fizesse parte da minha vida.

— Você está linda, Alice. - Seus olhos castanhos transpareceram sinceridade enquanto seus lábios proferiam palavras doces e gentis. - Achei que gostaria de tomar um chá da tarde, espero ter acertado.

Olhei para mesa; tudo perfeitamente arrumado de forma delicada e atrativa, que incluía: 6 unidades de docinhos, 4 Scones doces acompanhados por geléia de fruta, 4 unidades de Scones salgados acompanhado por queijo cremoso, 2 minissanduíche de tomate seco com rúcula e 2 unidades de miniamburguer.

— É encantador, chapeleiro... quer dizer, príncipe Kian - sorri ironicamente. Pisquei para Kian. 

Ele exibiu seus dentes brancos e alinhados. Tem um sorriso bonito demais. - Sente-se por favor, princesa.

Eu o obedeci e me sentei com delicadeza na cadeira.

— Está gostando do clima frio? - ele me perguntou, aleatoriamente.

— Sério, eu amo demais o frio! - eu sorri de breve. - Neste ano o gélido está mais intenso que nos invernos passados. Dormir já é bom, dormir no frio com monte de edredom então, é perfeito! Mas, é muito melhor quando estamos sozinhas, numa noite de chuva.

— Você realmente gosta de climas pesados - Kian riu de mim.

— Poderia ficar falando sobre atmosferas durante horas - esbocei um sorriso tranquilo.

— Fico realmente satisfeito por ter convidado você para tomar chá - disse-me com um ar entusiasmado.

Mordi o lábio inferior na tentativa de reprimir um sorrisinho bobo. 

— Então, você é filha única, certo? - indagou. 

— Sim, única - respondi em um só tom. - você e Amber são gêmeos, não são? Acho que li isso em algum lugar... - ri.

— Sim. Eu sou o mais velho - Kian retribuiu um sorriso gentil. 

— Sua família me parece bem feliz - comentei.

— Somos. Papai, Rufos, e a minha mãe, Héstia, viveram um verdadeiro conto de fadas durante seu tempo na Seleção. No inicio não se davam muito bem, me disseram, mas bastou algum tempo para os dois se apaixonarem perdidamente. Mamãe tem sangue inglês nas veias. - ele me disse. - nós dois deveríamos ser primos ou algo assim?

— Héstia Domenech Kingslay - suspirei. - prima de segundo grau da minha mãe.

— Somos primos de terceiro grau? - ele riu.

— Legal. - aprovei. Kian deu uma leve piscadela para mim.

— Bom, vamos falar sobre os nossos medos, o que acha?

— Legal. - aprovou. - Bom, eu tenho medo de ter cometido algum pecado ou crítica imperdoável e fico apavorado com a ideia de fazer uma cirurgia. Isso é bem estanho! Digo, alguém me abrir por dentro e invadir o meu corpo.

Eu ri. - Tenho pavor de aranhas. Só de pensar já fico histérica - senti meus pelos da nuca se arrepiarem. Imaginei uma grande aracnídeo subindo na sua perna. O que me deixou incomodada demais. - Ai! - gemi.

— A Amber tem pânico a aranhas, sapos, cobras e abelhas - Kian falou para mim. - uma vez, eu me lembro, teve um mini-ataque cardíaco e foi parar no hospital durante uma brincadeirinha nossa.

— O que você fez? - eu quis saber.

— Coloquei uma aranha de mentirinha na sua xícara de chá de bonecas - ele riu. - e uma vez uma cobra de brinquedo dentro da bota de inverno dela. 

— Eu também não gosto de cobras - fiz uma careta.

— Ainda me lembro dos gritos. - disse como se fosse uma lembrança recente. - tínhamos, o quê? Oito, dez anos talvez.

— Eu também morreria - ri.

— Você e a Amber tem tanto em comum. - o garoto admirou.

— Não, definitivamente não. - balancei negativamente a minha cabeça.

— Claro que sim. - respondeu.

— Você deve me ver como uma irmã - eu disse, serenamente.

— Talvez como uma amiga cheia de coisas em comum - disse-me vagarosamente. - Uma pessoa especial. Não entendo como, mas eu posso sentir tanta simpatia por uma pessoa que mau conheço.

— Isso é verdade - afirmei. - como pode explicar esse carinho incomum?

— Não sei... - murmurou Kian. - acho que desde o dia em que te vi, pela primeira vez, no primeiro banquete real. Seus olhos verdes se destacaram muito naquele dia, eram tão vivos e sonhadores... a mesma aura de Amber.

— Bom, acho que eu realmente não tenho bons motivos para continuar, já que você me vê como uma quase-irmã. - concluí.

— Não. Gostaria de mante-la por perto. Sua opinião significa muito para mim. - ele me disse.

— Kian, você está ciente de que sou uma estranha e que mau nos conhecemos? - deixei os ombros caírem. - eu poderia ser uma maluca psicopata que é fanática por você ou a próxima assassina do machado.

Ele riu. - Mas não é. Você é Alice Kingslay, seu maior pecado é ser fofa demais.

Corei. - Eu fico fofa de vestido florido? - perguntei, com um sorriso bobo crescendo entre os lábios.

— Acho que está incrível, pandinha.

— Eu tenho olheiras de insonia e não são tão grandes assim - reclamei com mescla de injustiça e tentando não rir.

— Não, Lizzie. Mas você é fofa e tem uma bochechinha - ele caía da gargalhada.

— Eu não sou gorda - fiz biquinho. - Seu ferrugem.

— Isso é trapaça, KitKat.

— Agora virei chocolate, uau, como isso é frustrante - ambos riamos sem parar.

+++

— Adorei o encontro - eu ria de orelha a orelha.

— Eu também, amei tomar chá com uma pandinha fofa como você!

— Olha que eu sei lutar Kung Fu. - brinquei.

— Você me chamou de fogaréu, tomate, pica-pau, salsicha do Scooby Doo, tocha humana, visconde de sabugosa. Eu é que estou frustrado.

Eu pisquei. - Tchau, água de salsicha.

Kian me beijou na bochecha. Senti meu rosto queimar.

— Tchau cupcake - disse por fim.

Abri a porta e lancei um último olhar para Kian antes de entrar.


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