WorkaHolic escrita por M Schinder


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Para quem é meu leitor: não me xinguem! Eu irei atualizar tudo que eu preciso, prometo! >
Esta fic foi feita para a minha amiga secreta: Andreza Vale. Espero que fique feliz e que goste, porque você facilitou muito o meu trabalho ao escolher este casal maravilhoso e super fácil de trabalhar!
E espero que gosto de Ones grande, porque eu me empolguei e escrevi (era para ter ficado mais, mas parei antes que você me xingasse kk) :3

Enfim, boa leitura!!! ooo/



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Era um dia normal para Hyuuga Hinata. Sua sala estava cheia de costureiras, desenhistas, panos, tesouras e tudo que uma estilista famosa precisava para realizar seu trabalho. Comparada a Coco Channel e Giorgio Armani, a Hyuuga crescia cada vez mais com seus modelos com corte perfeitos e caimentos proporcionais. Atrizes e atores famosos queriam usar suas roupas e, aos trinta anos, ela era reconhecida mundialmente.

Além de bem sucedida financeiramente, Hinata possuía uma confiança que faltava a muitas modelos e atrizes que a seguiam nas redes sociais e que mulheres do mundo todo desejavam possuir. Ela era um ícone com suas curvas perfeitas, cabelos brilhantes e personalidade afável. Entretanto, o que poucos sabiam era o que estava escondido por trás da cortina dos escritórios. Aparecer na mídia como uma mulher feita? Fácil. Ter uma vida pessoal e organizar todo seu império? Nunca.

Aquele talvez fosse seu único arrependimento. Hinata tornara-se uma workaholic e vivia para seu trabalho. Seus relacionamentos não duravam mais que algumas semanas e possuía apenas duas amigas, que moravam em seu país de nascimento, Japão. Apesar de tudo, Hyuuga Hinata tinha uma certeza: nunca trocaria sua vida por nada.

***

- Senhorita Hyuuga, seu pai está na linha – avisou Shizune, secretária e única pessoa em quem a estilista confiava suas ideias e criações. – Vai atendê-lo ou falo que não está?

Hinata estava sentada em sua mesa de trabalho, dentro do enorme escritório, com diversos papéis de rabiscos de novos modelos e diferentes tipos de panos espalhados por ela. Suspirou largando o lápis e deixando um de seus novos vestidos de festas inacabados. Sorriu gentil para a secretária.

- Obrigada, Shizune, mas preciso atendê-lo. Não posso ficar evitando-o para sempre, não é? – perguntou com um sorriso. Com passos rápidos e silenciosos, Shizune aproximou-se, entregou-lhe o telefone e saiu do mesmo jeito que entrou. Recostando-se no encosto da cadeira, Hinata levou o telefone até o ouvido. – Olá, papai. Como o senhor está?

- Agora que minha querida filha respondeu-me, estou melhor – respondeu seco. Hinata suspirou mais uma vez com aquela resposta e enrolou uma das mechas de seu cabelo em um dos dedos perfeitamente pintados. Seu pai não era uma pessoa fácil. – Enfim, liguei porque preciso que faço um favor para mim, querida.

- Em que posso ajudar?

A pergunta foi feita com muitos sentimentos não resolvidos. Depois de passar anos sendo subestimada e rebaixada pela família, Hinata aprendera o quão valiosa era a própria impressão sobre si mesma. Batalhara, sozinha, por seu sonho e apenas depois de tornar-se famosa e reconhecida – coisa que acontecera há, mais ou menos, seis anos – fora aceita por sua tão amada família. E, mesmo depois de tudo, ela nunca renegaria um dos seus. Não importando o que acontecera no passado.

- A empresa Hyuuga comemorará cinquenta anos dentro de cinco dias, como você deve saber – começou o pai de maneira séria e direta. – Seu primo, Neji, o atual chefe precisa de um terno exclusivo e um vestido para a noiva, Tenten. É um pedido simples, para alguém com seu talento, creio.

Simples... Murmurou Hinata para si. Seria simples sim, se ela não tivesse apenas cinco dias para entregar aquela encomenda. Porém, concordou tentando passar confiança para o pai que já duvidava da carreira que ela escolhera seguir. Ela estava pronta para se despedir e correr para encontrar algo para o primo e a cunhada quando o pai voltou a falar.

- E tenho um pedido pessoal. Gostaria que fosse até esta festa, pois estarei lá e sua irmã tem me irritado para trazer-te até aqui.

Por um momento, Hinata travou sem dizer uma palavra. Não estava acostumada a negar, mas afastar-se de seu trabalho era como um pesadelo. Hesitante, pediu um minuto para o pai e tampou o telefone com a mão. Começando a sentir a cabeça doer, ela interfonou para Shizune que entrou rapidamente na sala.

- Qual o problema, senhorita Hyuuga? – perguntou preocupada.

- Por favor, diga-me que tenho coisas para fazer semana que vem – pediu engolindo em seco.

Com um olhar confuso, Shizune pegou seu PalmTop e verificou a agende de sua chefe: - Sinto muito, eu acho, mas a senhorita não tem compromissos para a semana que vem.

Sentindo-se derrotada, Hinata colocou o telefone de volta em sua orelha: - Papai, pode confirmar minha presença na festa.

xXxXxXxXx

Do outro lado do mundo, na China. Sabuko no Gaara sorria para os hóspedes de uma das linhas de hotéis mais famosas do mundo. Em seu terno preto, o jovem de vinte e cinco anos atraía olhares de homens e mulheres que ali se hospedavam. Ele era culto, bonito e possuía uma aura jovial e educada. Mulheres do mundo todos e de todas as idades queriam estar ao seu lado. Fora eleito um dos homens mais sexys do mundo e acabara de receber uma herança de milhões de euros de sua falecida tia Chiyo. Além disso tudo, tornara-se, também, o dono da mesma linha de hotéis que visitava naquele momento, a Rosellia Hotéis & Resort.

De origem italiana e japonesa, o jovem empresário levava sua vida como se ela fosse uma festa que precisava ser celebrada a todo o momento. Amava ir para festas, sair com mulheres, beber e não trabalhar. Gaara odiava ter que trabalhar e gerenciar todos os mais de cem hotéis não era nada agradável para si. Então, quando assumiu o império do pai aos vinte anos, criou uma equipe extremamente confiável e discreta que realizava todo seu trabalho. Ele, por escolha própria, virou apenas uma figura pública e quem tomava as decisões quando todos seus subordinados chegavam a um impasse, o famoso voto de minerva.

Era rico. Não trabalhava. Tinha tudo que o dinheiro podia comprar. Seus irmãos estavam consigo. Gaara considerava-se um cara de sorte e feliz. Não acreditava precisar de mais nada. Saiu satisfeito da reunião com o gerente daquela unidade, como sempre, as coisas com o Rosellia corriam bem como nunca. Sua assistente, Matsuri, recitou os próximos compromissos e ele ficou ainda mais satisfeito em ouvir sobre seus próximos afazeres.

- Quando será a festa da empresa Hyuuga? – perguntou chamando a atenção da assistente que terminava de organizar alguns papéis. Os dois já estavam dentro do carro blindado, para a proteção do ruivo, a caminho do aeroporto.

- Em cinco dias, senhor Sabuko – respondeu uma Matsuri eficiente. – O senhor gostaria que eu ligasse para algumas de suas acompanhantes?

- Não, irei sozinho, dessa vez – respondeu monótono. Estava cansada de sempre levar as mesmas garotas para essas festas maravilhosas e de deixá-las ter seus cinco minutos de fama. – Quando meu terno ficará pronto?

- Amanhã irei buscá-lo, senhor.

Gaara olhou pela janela do carro e concordou displicente. Encomendara um terno novo para esta festa específica. Desejava encontrar uma nova mulher para sua lista de acompanhantes lindas e burras.

- Tem certeza que a estilista que escolheu é a melhor? – questionou encarando a secretária. Ela era a mulher mais eficiente que conhecia e, por ela ter crescido consigo, não possuía nenhum tipo de interesse por isso. Além disso, era a melhor amiga de sua irmã mais velha. – Sei que ela está na lista das mulheres mais reconhecidas da moda, mas nunca a vi pessoalmente.

- Não se preocupe, senhor. A senhorita Hinata é, com certeza, a melhor – garantiu feliz. Matsuri ficara animada por seu chefe ter pedido para ela escolher quem faria seu terno novo, assim ela pode ajudá-lo e ajudar uma amiga de longa data.

xXxXxXxXx

- Por favor, Lee, atenha-se às medidas. Tudo tem que se encaixar perfeitamente quando Neji colocá-lo – pediu olhando para seu costureiro chefe.

- Pode deixar, Hinata! – exclamou o homem de maneira extravagante.

Ela sabia que podia deixar e estava preocupando-se à toa. O que realmente a estava deixando perdida era o fato de ninguém tê-la lembrado da encomenda de Matsuri e precisarem entregá-la na manhã seguinte. Confiando que Lee tomaria conta das coisas de seu primo e da noiva, correu para dentro da sala de costura e concentrou-se no modelo que estava inacabado.

O terno de lã fria super 120* inteiramente negro parecia morto sem as mangas e com as calças pela metade. Hinata agradeceu pelo colete negro de seda já estar pronto e arregaçou as mangas de sua camisa social. Há muito ela não costurava, já que tinha toda uma equipe para isso, mas não faria pessoas ficarem longe de suas famílias por uma coisa que ela mesma esquecera. Sabendo que ficaria horas acordada trabalhando naquilo, pediu que Shizune deixasse uma jarra de café preto e doce e algumas bolachas e dispensou-a pela noite.

Com um suspiro cansado, olhou para a tela do celular que tocava ao lado de linhas, agulhas e tesouras. O nome Hyuuga Hanabi brilhava em azul. Gostaria de ter tempo para falar com a irmã, sentia falta dela, mas precisava terminar seu trabalho e entregar aquele terno a tempo. Ignorando a tremedeira do telefone, voltou sua atenção para o terno e começou sua arte.

Aos dez anos, Hyuuga Hinata aprendera a costurar com sua mãe; aos quinze, quando a mãe faleceu, Hinata aprendeu a fazer roupas, já que tivera que fazer a roupa que a irmã menos usaria no enterro. Aos vinte, ela deixou a faculdade de administração, que o pai esperava que ela fizesse, e mudou-se para a Itália para seguir seu sonho de ser estilista. Passou por muitas dificuldades? Sim. Existiram dias em que não comia quase nada, pois seu pai recusava-se a ajudá-la. Teve que arranjar um emprego como garçonete, mesmo sendo filha de um dos maiores empresários do Japão, e foi obrigada a aguentar coisas das quais fora protegida toda sua infância. E, mesmo enfrentando tudo isso, aos vinte e dois anos tornou-se aprendiz do próprio Karl Lagerfeld. O homem foi uma graça e ensinou tudo que pode pelos três anos que ela trabalhou consigo. Aos vinte e cinco, Hyuuga Hinata abriu sua própria grife e fez seu primeiro desfile com ela. Chamava-se Kaminumegume, japonês, ou Grazia Divina, em italiano.

Às nove horas da manhã, tudo estava pronto. A Hyuuga possuía olheiras fundas e muito escuras, mas o terno reluzia e não parecia mais sem vida. Ela imaginou o homem que o usaria com uma camisa social branca de mangas compridas por baixo do conjunto e sorriu satisfeita. Ele será a atração principal da festa. Pensou cheia de orgulho. Sacudindo-se para espantar o sono, andou calmamente até sua sala. Resolvera tomar um banho e colocar as roupas reservas que guardava no escritório.

Alguns minutos depois, estava pronto para começar um novo dia. Shizune chegou em seu horário habitual, um pouco mais cedo que os outros. Perguntou, preocupada, se Hinata precisava de algo, mas a Hyuuga apenas pediu para que abrissem o expediente e para que não a incomodassem. Queria ter algum tempo para si e para poder desenhar o vestido de Tenten. Prestativa, Shizune passou quase toda a manhã evitando que qualquer um entrasse em contato com a chefe.

xXxXxXxXx

Eram duas horas da tarde. Matsuri saltou do carro e abriu a porta para seu chefe. Estava chocada. Nunca, em milhões de anos, imaginaria que Sabuko no Gaara iria querer buscar o próprio terno no estúdio da estilista. Com passos apressados, foi até a porta e abriu-a dando-lhe passagem. Todos pararam para observar o homem que entrava no lugar. Até mesmo Lee, que girava em volta do terno negro que costurava, parou para olhar.

Dando passos confiantes e firmes, o jovem caminhou até a mulher que se sentava atrás do balcão da recepção. Como era esperado, ela parecia receosa com sua presença e não era para menos já que ele não estava com o melhor de seus humores.

- Boa tarde – começou fazendo-a encará-lo. – Gostaria de falar com a senhorita Hyuuga Hinata.

- Sinto muito, mas ela está ocupada no momento – respondeu Shizune séria.

Gaara encarou-a irritado. Aquela mulher não sabia quem ele era? Estava pronto para exigir que fosse atendido quando Matsuri colocou-se a sua frente e trocou algumas palavras com a recepcionista resistente. Depois de alguns minutos, que deixaram o jovem a ponto de gritar com a mulher, ela pegou o telefone e discou.

- Senhorita Hyuuga, a senhorita Matsuri acabou de chegar dizendo que possuía hora marcada – parou ouvindo a resposta do outro lado da linha. – Tudo bem, senhorita.

Ela colocou-o de volta no gancho e levantou-se: - Irei levá-los até a sala da senhorita Hyuuga.

- Muito obrigada – agradeceu Matsuri com um sorriso.

O lugar com apenas a sala da recepção e a sala de costura, o lugar não se mostrava tão exuberante quanto o dos grandes estilistas, mas ele era aconchegante e quando pisaram no ateliê de criação da dona ficaram surpresos com a organização e a beleza do lugar. Entretanto, o jovem empresário não teve tempo para reparar ou pensar nada daquilo, ao pisar na sala da chefe do lugar, seus olhos arregalaram-se levemente ao contemplar a mulher ao lado do terno branco.

Ele, normalmente, nunca se interessaria por alguém mais velha. 1) Porque era muito mais fácil de pegar garotas mais novas e impressionáveis; 2) Elas eram, normalmente, mais bonitas e 3) Mais fácil de enganar quando estivesse cansado. Mas aquilo era o normal. E o normal não se aplicava a tal senhorita Hyuuga Hinata. Ela deveria aparentar ser uma velha acabada ou estar cheia de plásticas, mas ultrapassara todas as expectativas com o sorriso brilhante e o olhar confiante e intenso. Parecia relaxada apoiada a mesa e satisfação fluía de seus poros cada vez que olhava para o belo terno que estava exposto ao lado de sua mesa.

- Matsuri, cara* – exclamou a Hyuuga aproximando-se para abraçar a secretária.

Com um sorriso, Matsuri devolveu o abraço: - Hinata bella*! Como é bom revê-la!

- Digo-lhe o mesmo – devolveu afastando-se. – Espero que goste do trabalho. Odeio admitir, mas tive que passar a noite acordada terminando-o porque alguns imprevistos resolveram aparecer...

- Está perfeito como tudo que faz! – exclamou a secretária com um sorriso enorme.

Cansado de ser ignorado e irritado pelo baque que aquela mulher causara em si, Gaara tossiu levemente e fez com que as duas mulheres olhassem em sua direção. Os olhos perolados eram incríveis e, instintivamente, ele deu um passo em sua direção. Hinata não era uma mulher impressionável, crescera rodeada de homens bonitos e chamativos, mas ela possuía uma queda particular por ruivos. Pensou em dar-lhe um sorriso a mais, mas lembrou-se de que era o chefe de sua amiga e seu sorriso profissional voltou. Novo demais.

- Sinto muito, senhor Sabuko! – exclamou Matsuri nervosa. – Hinata, este é meu chefe, Sabuko no Gaara. Dono do...

- Império de hotéis Rosellia e herdeiro da fortuna Sabuko – completou recebendo um olhar curioso do ruivo. – Eu leio as notícias. De qualquer maneira, já que está aqui, senhor Sabuko, gostaria de experimentar o terno? Se não ficar perfeito, eu farei todas as alterações necessárias imediatamente.

Gaara, como o bom Dom Juan quer era, viu nessa pergunta uma oportunidade de ficar a sós com aquela linda mulher. Dispensou Matsuri com a desculpa de que o motorista não podia ficar esperando parado em frente ao estúdio e sorriu ao ver as duas secretárias saírem pela porta, fechando-a. Com cuidado, e enquanto Gaara aproximava-se para ficar ao seu lado, Hinata retirou o terno do manequim e pegou o colete que estava em cima da mesa.

- Aqui. Aquela porta ali é a do banheiro – explicou apontando.

Acenando para mostrar que entendera, o jovem encaminhou-se até lá e fechou a porta atrás de si. Hinata jogou-se em sua cadeira com um suspiro, pelo olhar que o garoto lhe lançava desde que chegara, sabia que teria problemas. Como Gaara estava com uma jaqueta, camisa e jeans, ele não demorou nem dez minutos para se trocar. Mantendo a camisa vermelha no lugar da social e sem uma gravata para amarrar, saiu do banheiro, onde fez questão de deixar suas roupas, e encarou Hinata com uma expressão séria.

- Serviu perfeitamente, senhora Hinata – falou posicionando-se em frente a um espelho.

Agilmente, Hinata ergueu-se da cadeira e puxou uma das gravatas que deixava reservada para quem não tinha. Aproximou-se devagar e colocou-a em volta do pescoço de Gaara, que se manteve parado apenas encarando-a. Ele se sentia incomodado quando uma pessoa que não conhecia aproximava-se daquela maneira, mas estava surpreso por apenas querer agarrá-la ali mesmo. Seria interessante fazer em cima da mesa. Pensou olhando para ela que ajeitou o nó da gravata rapidamente.

- É senhorita – corrigiu chamando a atenção dele. – E ficou ótimo em você, senhor Gaara.

- Não é casada? – perguntou arregalando um pouco os olhos e com um sorriso divertido. Hinata ergue uma sobrancelha. – Sinto muito pela surpresa, é que não achei que alguém tão bonita estaria sozinha.

Ali estava. O movimento que ela esperava que ele fizesse. Tentando segurar a risada, Hinata sorriu agradecida pelo elogio e deu um passo para o lado, para que ele visse todo o conjunto no espelho.

- Vivo para o meu trabalho.

- Isso é uma pena...

A frase, as reticências, o olhar brilhante e o sorriso insinuante. Ela já esperava e conhecia tudo aquilo. Gaara não era o primeiro homem a tentar aproximar-se daquela maneira e ela acreditava que também não seria o último, mas estava surpresa por alguém tão jovem interessar-se ao ponto de querer aquilo.

- Tenho certeza que não – respondeu ainda sorrindo. – Afinal, existem mulheres muito mais jovens e dispostas por aí.

Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu ainda mais. Ela tinha percebido o que ele estava fazendo e aquilo apenas deixava tudo ainda mais interessante. Arrumando sua postura, ele olhou-a e aproximou-se um pouco.

- O que acha de sairmos neste final de semana? Cansei das jovens e dispostas.

Hinata encarou-o surpresa. Não esperava uma abordagem tão direta e séria. E ele realmente parecia querer uma resposta. Hesitou, talvez fosse bom sair um pouco da rotina, mas... Se ele não fosse tão novo. Pensou com um suspiro.

- Sinto muito, eu tenho um evento para ir neste final de semana – respondeu usando o pai como desculpa. Hiashi sempre fora bom para afastar os garotos de sua vida.

Por algum motivo que ela não entendia, o sorriso dele apenas aumentou e, sem dizer nada, ele voltou para o banheiro para trocar-se. Depois de devidamente embrulhado o terno, Hinata guiou-o até a saída. Despediu-se de Matsuri e agradeceu Gaara pela preferência. Ainda sem deixar de sorrir, Gaara entrou no carro e mandou que Matsuri arranjasse e enviasse o mais lindo e grande buquê de flores para a senhorita Hyuuga.

***

Shizune observava a chefe que olhava para o enorme buquê em cima de sua mesa. Ao lado do mesmo, os desenhos do vestido que usaria no aniversário da empresa Hyuuga repousavam abandonados há algum tempo. Com trinta anos de experiência e nada inocente, a Hyuuga estava achando todo o jogo que o Sabuko começara muito engraçado e divertido. Ninguém nunca lhe mandara flores como agradecimento por um trabalho pago, ainda mais com um bilhete escrito a mão.

Hinata não era inocente e saíra com tantos homens quanto lhe interessaram, mas nada durou muito já que “vivia para o trabalho”, como dissera para ele algumas horas atrás. Não podia negar que estava encantada com as flores, mas ele ainda era um rapaz.

- Ele realmente pareceu interessado em você. Não tirava os olhos de ti – comentou Shizune olhando para as flores. Era realmente um buquê muito grande.

- Ele é uma criança – comentou recostando-se na cadeira.

- Tem vinte e cinco anos – rebatou Shizune olhando para Hinata. As duas se encararam. – E eu vi você olhando para ele também, senhorita Hinata.

- Ele ainda é uma criança, Shizune – suspirou. – Crianças cansam rápido das coisas.

- E quem disse que é para ser longo? – comentou chamando a atenção da outra. – Aposto que ele é realmente bom de cama e seria bom para esse moleque aprender a lidar com uma dama de verdade. Sai com ele.

- Nem pensar – respondeu revirando os olhos. – Tenho o vestido da Tenten e o meu para terminar e, mesmo que eu não tivesse nada disso, ainda tenho o evento do meu primo para ir daqui a quatro dias.

xXxXxXxXx

Aqueles foram os quatro dias mais estressantes da vida de Hyuuga Hinata. Toda a sua equipe trabalhou até tarde em quase todos os dias, para deixar prontas as roupas do primo e da cunhada. E, além de todo o problema com o prazo das roupas, ela ainda recebeu várias visitas de Sabuko no Gaara que, de repente, virara um entusiasta da moda e queria ver o processo de criação e de produção das roupas. Ele era um jovem engraçado e bonito, mas ela não tinha tempo para aquilo.

Naquele instante, Hinata corria para o aeroporto, já que estava atrasada e precisava chegar ao Japão antes da festa. Ela carregava três malas. Uma com roupas que precisaria para passar aquela semana no Japão; outra para carregar as roupas que tanto demoraram para ficarem prontas; e a última era a mala de mão que levava seus desenhos e materiais de trabalho e seus documentos mais importantes.

Para sua sorte, o avião não demorou a decolar. Como era um voo direto, duraria apenas sete horas. Passou a maior parte de seu tempo criando novas roupas e dormindo. Acreditava que precisaria estar descansada para aquela noite.

Ao desembarcar, Hinata foi recebida por sua irmã e primo. Abraços, beijos e fofocas foram trocados pelos três durante o caminho de casa e ela ficou ainda mais feliz por encontrar tudo como estava antes de ir embora. Como a festa seria dali a poucas horas, Hinata não pode aproveitar nada de sua família ou da antiga casa, precisou colocar o primo, Neji, e a cunhada, Tenten, dentro de suas roupas para que se algo desse errado pudesse arrumar com folga.

Depois da correria, Hinata pode sentar-se com seu pai, na sala, para descansar um pouco. As roupas serviram como deveriam ter servido. A festa estava sendo organizada pelos empregados do pai. Então, com certo desgosto, ela não tinha nada para fazer.

- Como está a vida, Hinata? – perguntou Hiashi abaixando o jornal.

- Tudo está indo como eu planejei, papai – respondeu satisfeita. – Demorou, mas está tudo certo.

- Planeja ter filhos? – inquiriu Hiashi sério. Hinata revirou os olhos, recebendo um olhar reprovador do pai. – Você sabe que precisa passar o...

- Nome da família. Eu sei disso – completou com um suspiro. – Mas você tem o Neji e a Hanabi para isso. De qualquer jeito, eu não tenho ninguém, então para que ter filhos? – a pergunta ficou no ar e quando Hiashi estava pronto para responder ela levantou-se. – Preciso ir me arrumar para a festa. Até logo papai.

***

Aquilo era o esperado. A empresa Hyuuga estava cheio de pessoas famosas, ricas, influentes e suas companhias. Garçons e garçonetes de ternos e expressão educada rodavam pelo salão com bandejas cheias de aperitivos e copos cheios ou vazios. Homens trocavam experiências e mulheres falavam sobre a roupa de outras, esses eram os acompanhantes, claro; empresários e empresárias conversavam sobre negócios, fusões, empréstimos e tudo que lhes fosse do interesse.

Gaara, com seu terno novo, entrou capturando a atenção de todos. Todos conheciam sua reputação de malandro e playboy, mas ninguém poderia negar seu direito em estar entre os maiores homens de negócios do mundo. Ele caminhou até um antigo conhecido e tocou em seu ombro de maneira delicada.

- Quanto tempo, Hyuuga – cumprimentou apertando a mão que lhe era oferecida.

- Gaara! Nunca imaginei que viria – falou o outro sorrindo. – Deixe-me apresentar-lhe a minha família! Com licença, senhores.

Neji, com a pompa de todos os homens Hyuugas, despediu-se dos homens com quem conversava e guiou o ruivo até a mesa que era ocupada por sua família. Ao aproximarem-se, Hinata, que estava sentada ao lado de seu pai, quase engasgou com o champanhe que bebericava.

- Pessoal, este é Sabuko no Gaara, um amigo de longa data – explicou Neji apontando para o ruivo. – Gaara, esta é minha noiva, Tenten, e minha prima mais nova, Hanabi – começou Neji acenando na direção das garotas. Elas sorriram educadas e cumprimentaram-no com um aceno de cabeça. Gaara, que estava com os olhos presos em Hinata, voltou-se para elas e sorriu educado. – Aquele é meu tio, ex-chefe da empresa e atual conselheiro, e minha prima mais velha, a estilista...

- Hyuuga Hinata – completou chamando a atenção de todos. – Já nos conhecemos. Ela quem fez meu terno – explicou dando a volta na mesa e aproximando-se do Hyuuga mais velho. – É um prazer conhecer o senhor, senhor Hyuuga. Meu pai falava muito do senhor e de sua empresa.

Gaara começou a conversar com Hiashi e pareceu conseguir prender a atenção do velho Hyuuga. Para a surpresa de todos a mesa, o ruivo sabia muito mais sobre negócios do que aparentava em entrevistas e na mídia. Com exceção de Hinata, claro. Na verdade, a morena parecia divertir-se demais com o que o Sabuko fazia. Parecia que Hiashi o manteria ali para sempre e era visível que Gaara estava mais interessado em olhar para a estilista do que prestar atenção no que o homem dizia. Percebendo aquilo, Hanabi levantou-se e pediu para que o pai a acompanhasse em uma dança.

Aproveitando que Neji saíra com Tenten a alguns minutos, Gaara sentou-se ao lado da Hyuuga e sorriu para ela.

- Gostou das flores?

- E de todas as visitas – comentou Hinata com uma sobrancelha arqueada. – Espero que não esteja me seguindo, pois isso seria muito estranho.

- Não estou te seguindo – respondeu com falsa indignação. – Eu fora convidado e já planejava vir antes mesmo de saber que viria, por que acha que comprei o terno?

- Faz sentindo – devolveu com um sorriso. – E onde está sua acompanhante?

- Se ela aceitar, bem aqui na minha frente.

Ele era um abusado com aquelas frases maliciosas e diretas. Hinata revirou os olhos para aquele jovem Dom Juan. Ficara surpresa com a inteligência dele? Ficara. Estava louca para saber se ele era tão bom de cama quanto diziam? Estava. Mas ele ainda era cinco anos mais novo que si.

- Sabe, idade não é algo tão importante assim – comentou Gaara ficando sério. – E eu sei que esse é seu único problema comigo.

- Como pode ter tanta certeza? – questionou resolvendo entrar na brincadeira.

- Matsuri contou-me que você nunca se relaciona com alguém mais novo e também sei que você prefere seu trabalho a relacionamentos, mas estou disposto a mudar essas duas coisas – respondeu recebendo um olhar surpreso. – O quê? Eu andei pesquisando e sou um homem determinado.

- Entendo. E, já que sabe tudo isso, porque acha que tem alguma chance? – devolveu sorrindo.

- Porque você já me deu todos os sinais – falou levantando-se. Hinata seguiu-o com os olhos e analisou a mão que lhe era oferecida. – Vamos dançar?

Se ela estava perguntando-se por que aceitara? Não. Ela sabia por que aceitara e sabia em como aquilo terminaria. Deixou que ele guiasse os passos durante a dança e não ficou surpresa por ele comportar-se como um verdadeiro cavalheiro. Conversaram sobre coisas supérfluas, como o tempo, a festa, suas famílias, e importantes, como seus trabalhos e o que Gaara realmente fazia dentro do conglomerado de hotéis Rosellia. Hinata surpreendeu-se ao saber que era ele quem decidia a maioria das coisas relacionadas a dinheiro e fusões.

- Eu nunca acreditaria se outra pessoa me contasse – admitiu um pouco envergonhada.

- Vamos apenas dizer que a reputação que eu peguei para mim não ajuda muito minha imagem como empresário – comentou sorrindo. – Ganhei alguns pontos, agora?

Hinata sorriu para ele misteriosa e, antes que ela pudesse responder a sua pergunta, ele colou levemente seus lábios nos dela. Um beijo que deveria ser ardente foi calmo e delicado. Gaara explorou a boca de Hinata com cuidado e vontade, controlava-se ao máximo para não parecer um adolescente com os hormônios em ebulição. Reconhecendo o que ele estava tentando provar, Hinata passou os braços por seu pescoço e aprofundou ela mesma o beijo. Ele estava acostumado a ser controlado? Não. Era bom? Sim. Quando ela afastou-se, Gaara segurou sua cintura com força e recebeu um sorriso deliciado de Hinata.

***

As luzes estavam apagadas. Toda Tóquio podia ser vista pela janela panorâmica do último andar do prédio em que ficava aquele apartamento. Era um apartamento enorme de dois andares. Mas aquilo não importara quando Gaara jogara Hinara na cama do quarto principal e retirar suas roupas e as dela.

Ele sabia que não estava no controle quando ela virou-o e manteve-o preso em baixo de si. Mas isso também não importou. Os beijos que eram distribuídos por seu dorso até chegarem a sua intimidade foram suficiente para tirá-lo do sério. Cansado de ser comandado, Gaara resolveu mostrar que não era apenas um garotinho. Inverteu, novamente, as posições. Diferente dela, ele começou pelo pescoço e recebeu gemidos positivos por sua escolha. Toque e beijos desceram para seus seios e demoraram-se um pouco ali, depois passaram pela linha do umbigo até a virilha. Gaara sorriu vitorioso ao chegar até a intimidade. Não precisaria demorar-se ali, ela estava completamente pronta para si.

xXxXxXxXx

Sabuko no Gaara olhou para o celular e sorriu. Já faziam mais de duas semanas que ele conseguira levar a workaholic, Hyuuga Hinata, para sua cama e que a convencera de que não eram seus vinte e cinco anos que o tornavam menos homem do que ela considerava ser aceitável. E, nesse mesmo tempo, ele começara a participar ainda mais das decisões tomadas para o Rosellia Hotéis & Resort.

E agora, em vinte minutos, a levaria para jantar em um dos melhores restaurantes da Itália. Ela ainda era a maior workaholic do mundo e não deixou de crescer dentro da indústria da moda. Entretanto, diferente de antes, ela sempre tinha algum tempo para suas ideias mais malucas e encontros inesperados. Porque, no final das contas, ele ainda era um jovem de vinte e cinco anos muito disposto.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenha gostado Andreza e todos que leram também!
GaaHina é lindo e espero que deixem seus reviews! :3



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