Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 22
Jantar envenenado


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora
Comentem
Boa leitura



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O meu domingo está mais tenso do que nunca. Pensa em uma pessoa com medo. Então essa sou eu. Eu realmente levei o João a serio. Estou com medo de morrer gente. Ele passou o dia inteiro fora de casa, pode muito bem ter colocado um explosivo aqui no apartamento. Por isso é mais seguro sair de casa.

Arrumo-me casualmente e saio. Já liguei para Guido e avisei que estava indo para a casa dele. Ele estranhou um pouco? Sim. Mas ele é meu amigo e tem que dar abrigo e pronto.

Chego em seu apartamento aperto a campainha e não demora para ele abrir

—- Vai conta... – ele diz fechando a porta assim que entro – O que aconteceu no seu apartamento?

—- É que lá está muito perigoso. – digo sentando no sofá

—-Perigoso? – ele estranha

—- É. – digo – O João não está lá? – digo sussurrando

—-Ih? – ele pergunta sussurrando também

—-Ih, que pode muito bem ter um explosivo lá pra me matar. – digo sussurrando novamente

—- Explosivo? – ele pergunta ainda sussurrando – Por que estamos sussurrando?

—- Não sei... – digo voltando a falar normalmente

—-Por que haveria um explosivo na sua casa?  -- ele pergunta

—-Porque o João quer me matar... – respondo

Ele me encara por três segundos

—-Vai Maria... – ele diz – O que você aprontou com o João? – ele pergunta

Aperto os olhos e coloco uma das mãos sobre o peito

—-Por que você acha que eu faria alguma coisa com o João?—digo me fazendo de vitima

—-Porque você disse que o João sugeriu uma trégua. – ele diz levantando – Ele não quebraria – ele diz indo pra cozinha

—- Você é meu amigo, tem que ficar do meu lado. – digo levantando e o seguindo

—- Vai diz logo o que você fez... – ele diz abrindo a geladeira

—- O João tem medos de aranhas, e eu o tranquei no banheiro com três aranhas dentro. – digo sentando do balcão

Guido me encara perplexo

—-Oh, mas eu só me vinguei daquela vez que ele me trancou no quarto com um palhaço. – digo

Guido balança a cabeça negativamente e coloca uma jarra de suco em cima do balcão

—- Vocês um dia vão acabar se matando. – ele diz colocando suco num copo – E ai eu quero ver. – ele diz pegando o copo de suco e bebendo

—-Guido e o meu suco? – pergunto cruzando os braços

—-Você não pediu. – ele diz dando um gole no suco – Quer? Coloca – ele da um sorrisinho

—- Eu sou visita – afirmo

—- Visita? – ele repete e força uma gargalhada – Maria. Você e a Gnomo, já não são mais visitas. – ele diz colocando o copo em cima do balcão. – Vocês entram na minha casa, se jogam no meu sofá, se apossa do meu controle remoto. Abrem minha geladeira e a já acabaram com a minha nutella. Agora você vem falar que é visita? – ele diz – Então para de doce. – ele termina

Estiro a língua pra ele e coloco suco pra mim

Ficamos conversando por horas. E depois insisti para que ele me levasse em casa. Sim ainda estava com medo do que o João poderia ou poderá fazer comigo.

Chegamos ao apartamento e eu êxito um pouco em abrir a porta. Mas logo abro, coloco primeiro apenas a cabeça pra dentro de casa, para ver se o encontro em casa, mas aparentemente não tem ninguém.

Guido me empurra para entrar e entra logo atrás de mim.

—-Viu Maria? – ele diz – Ele nem chegou ainda.

—- É pelo visto não mesmo. – digo virando para Guido e ficando de costas para a porta da cozinha

—-Chegou Maria! – ouço uma voz atrás de mim

Aperto os olhos e me viro lentamente. Abro os olhos e respiro fundo, assim que o vejo secando as mãos no pano de prato.

Será que ele colocou veneno no jantar?

—-Não me diga que estava com saudades!? – ironizo dando um leve sorriso sarcástico

—- Nem um pouco. – ele diz – Como vai Guido? – ele cumprimenta o Guido que estava atrás de mim com as mãos para trás

—-Muito bem obrigado. – Guido responde

—- Fica pra jantar? – ele pergunta ainda se referindo ao Guido             

—-Jantar? – pergunto

—-É. – ele diz – O que eu estou preparando. – ele diz indo para a cozinha

Assim que ele desaparece da sala me viro para Guido

—-Esse jantar só pode estar envenenado Guido. – digo

—-Para de ser criativa Maria. – ele diz

—- Estou falando serio. – digo – Não jantamos. Fazemos um lanche e cada um por si. Eu não cozinho, pra ele não comer e vice-versa. Você tem que concordar que é no mínimo estranho, ele está cozinhando. E ainda te convidar para jantar.

—- É pensando por esse lado. – ele diz – Mas ele pode muito bem está só cansado de comer besteiras, Maria. – ele diz

—- Guido para de defender ele. – digo me virando e indo até a cozinha.

Guido me segue

Assim que chegamos à cozinha encontramos João arrumando a mesa.

—- Ah, o jantar já está quase pronto. – ele diz colocando o pano de prato sobre o ombro e virando para o fogão

—- É impressão minha ou o João fica mais lindo ainda cozinhando. – Guido cochicha no meu ouvido – Lindo, pra não dizer... – o interrompo

—-Shiu Guido. – digo cochichando também

Aproximo-me e coloco uma das mãos sobre a mármore do balcão

—- Pode falar João. – digo e ele se vira e me olha confuso – O que você quer com esse jantar? – pergunto e ele continua a me olhar confuso – Quer promover a paz, me matar envenenada... O que é?

Ele da um sorriso de lado e balança a cabeça negativamente

—-Você é muito criativa Maria. – ele diz se virando para o fogão novamente

—- Eu criativa? – pergunto – Então, por que você está fazendo este jantar? – pergunto

—- Pelo simples fato de eu não querer comer besteiras hoje. – ele diz e eu olho para Guido – E porque seu pai também ligou, falando que iria jantar conosco hoje. Mas alguns minutos antes de você chegar ele ligou pedindo desculpas e desmarcando. – ele completa – Satisfeita?

—- Não sei. – digo sentando no banco que tem na frente do balcão – Não sei se posso acreditar em você. – digo

Ele se vira e se aproxima espalmando as duas mãos no balcão. E ficando com o rosto próximo ao meu

—-Tudo isso é medo de mim? – ele pergunta

—- Medo? Eu? – digo colocando umas das mãos sobre o peito – Claro que não. – digo

—- Não é o que parece. – ele diz se afastando

—- Bom casal... – diz Guido e nos dois o encaramos. Fuzilamos melhor dizendo – Desculpa, só queria avisar que já vou indo. – ele diz

—- Mas já Guido? – digo

—-Não vais ficar para jantar? – João pergunta

—- Não, obrigado João. – ele diz – Já vou sim Maria. Leva-me até a porta? – ele pergunta

Faço um sim com a cabeça e o acompanho até a porta. Depois de nos despedimos, volto para a cozinha. Quando chego à cozinha o João já havia posto o jantar.

Sento-me a mesa ainda um pouco desconfiada. 

Estou me sentindo no filme Sr. e Sra. Smith. Só que invertido

É estranho porque não tem nada que eu não coma ou não goste nessa mesa. Alias tem até a minha salada... Opa. Isso é estranho. Por vias das duvidas, prefiro não comer salada hoje. Termino de colocar minha comida.

—- Não vai comer salada Maria? – ele pergunta sentando a mesa

—- Não. – respondo dando um leve sorriso

Te peguei né? Você envenenou a salada. Não vai ser dessa vez querido.

Ele da de ombros e arruma sua comida. Dou a primeira garfada na carne e ele na salada. O encaro e começo a mastigar receosa.

Ele abaixa a cabeça e sorri balançando-a negativamente

—- Eu não envenenei a comida Maria. Pode ficar tranquila. – ele diz dando mais uma garfada na salada

—- Eu não estava achando isso. – digo dando um gole no suco

—-Ah, não? – ele pergunta e afirmo que não – Então, por que você não comer a salada?

—- Porque... – começo – Se você não envenenou a comida. Por que esse janta? E por que a minha salada favorita?

Ele respira fundo, cruza os dedos e apoia o queixo nas mãos.

—- Eu já disse. Seu pai iria jantar aqui hoje. – ele diz – Mas desmarcou. Só que eu já havia começo a preparar o jantar. – ele continua – E sobre a salada, ela também é a favorita do seu pai. – ele termina

—- Havia me esquecido. – digo dando de ombros

—- Se você fosse menos paranoica. – ele diz dando um gole no suco – Mas eu ainda estou pensando em como vou me vingar de você – ele diz e me encara por dois segundos depois volta a comer

Respiro fundo e volto a comer também. Depois de colocar a salada no meu prato, é claro.

Terminamos de jantar e o João disse que também havia feito sobremesa para meu pai. Então depois de tirarmos a mesa fomos comer a sobremesa. Que o João disse que também era a favorita do meu pai e dele.

Alguma coisa me diz que existe algum problema entre mim e essa sobremesa. Mas não sei o que é.

Servimos-nos e eu dou a primeira colherada na sobremesa. O gosto me é muito familiar. Dou outra colherada.

—- Sabe até que não é uma má ideia tentar te matar envenenada. – João diz também comendo a sobremesa – Quem sabe da próxima vez né?

Dou a quarta colherada e sinto minha garganta fechar

—- Maria você está bem? – ele pergunta me encarando – Está branca

Estou soando frio

—- O que leva essa sobremesa? – pergunto pausadamente e com um pouco de dificuldade pra respirar

—- O ingrediente principal é nozes... – ele diz fazendo uma pausa – Nozes! Maria você é alérgica a nozes. – ele diz se levantando

Afirmo com a cabeça tentando puxar ar pra respirar


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Notas finais do capítulo

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