Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 15
Descosturando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura... Comentem seus lindos!!



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Assim que abro a porta, dou de cara com meu pai e o João conversando na sala. Quando eles me veem levantam. Papai caminha até mim

–-Papai? – digo apreensiva – O que faz aqui? – pergunto o cumprimentando com dois beijos no rosto

–-Vim visitar. Não posso? – ele pergunta segurando minhas mãos

–-Claro que pode. – digo tentando me acalmar.

Papai está me encarando e sorrindo, logo ele olha para meu pulso roxo e sua expressão muda.

–-O que houve com seu braço? – ele pergunta

Encaro o João.

–- Nada. – digo puxando o braço para mim

–-Como nada? – ele pergunta me encarando

Papai vai até o meio da sala e eu continuo parada no mesmo lugar.

–-Alguma coisa está errada. – ele diz

Pronto! É o fim. Ele descobriu tudo.

–- O João está com a testa machucada e você com o braço. – ele diz – Pergunto para os dois o que houve e os dois me respondem: nada. – ele diz

Pensa criatura, pensa.

O João está me encarando, como se nós dois fossemos morrer agora.

–-Bom papai, isso foi apensas um acidente caseiro. – digo me aproximando – Vou explicar. Estava eu lavando a louça, quando o João se aproxima de mim por trás, para... – hesito – Para me dar um beijo. Só que nessa hora eu estava lavando justamente uma faca e acabei tomando susto com ele se aproximando, virei bruscamente e acabei o ferindo. – digo me aproximando do João. – Me desculpa novamente, meu amor. – digo fingindo fazer carinho no machucado, mas a verdade é que está apertando o ferimento.

João fecha os olhos e a mão de dor, imagino, ou ódio de mim. Sei lá, pouco me importa.

–- Ok. E quanto a seu pulso roxo? – papai pergunta

Eta, homenzinho curioso.

–- Conforme ela me machucou com a faca, a dor foi tanta que acabei segurando seu pulso de mau jeito. – o João diz

Que feio, não? A raiva está tão forte, que ele aprendeu a mentir.

–- Me perdoa mais uma vez, meu anjo. – ele diz apertando ainda mais meu pulso

–- Claro meu amor, já até te perdoei. – digo dando leves, mentira, dando tapas em seu rosto. Claro que meu pai nem percebeu

–- Então, é realmente isso? – papai pergunta se sentando

–-Claro, pai. – digo -- O que mais seria?

–- Nada, é que vocês quando eram crianças...

O interrompo

–-Quando éramos criança. – digo – Agora crescemos, e estamos super apaixonados. A cada dia mais. – digo

Se eu fosse o Pinóquio, meu nariz estaria do tamanho de um poste.

Passo a mão de leve no nariz, só pra ter certeza de que não está crescendo.

Meu pai fica conversando com a gente, pelo que me pareceu a eternidade. Amo meu pai, mas ficar posando de apaixonada pelo João, por mais de meia hora, não dá. Depois de tanto papo furado, que eu não sei dá onde ele tira. O real motivo da visita era pra falar de uma tal festa que ele vai organizar na empresa. E nessa tal festa ele vai anunciar o nosso casamento.

Pra que senhor? Só me diz, pra que?

Depois de nos dar essa, lamentável, noticia. Ele vai embora graças.

Assim que ele sai me levanto. O João fecha a porta. E nós nos encaramos, é como se lêssemos os pensamentos um do outro. E começa a corrida pra ver quem entra no quarto primeiro, pra tomar banho. Como estava mais próximo do quarto, eu consigo entrar primeiro.

Antes de tomar banho penso em como vou me vingar dele. Abro o guarda roupa do João, e tiro todos os seus ternos e coloco em cima da cama. Pego uma tesoura e com todo cuidado, descosturo os ternos e as calças. Não descosturo tudo, mas o suficiente para rasgar assim que ele vestir, ou quando ele fizer qualquer movimento brusco. Faço o mesmo com as camisas, não deixo passar nenhuma. Depois de fazer isso guardo tudo no lugar e vou tomar banho.

Estou me trocando quando ele começa a esmurrar a porta me apressando. Arrumo-me mais lentamente ainda. Não funciono sobre pressão. Quando termino abro a porta, e ele quase cai, pois estava encostado na porta.

–- Estava pensando em morar no banheiro? – ele pergunta

Levando apenas uma sobrancelha

Pra bom entendedor uma levantada de sobrancelha basta.

Saio da porta do quarto, e vou para a cozinha. Estou morrendo de fome. Eu queria ser uma mosquinha, para ver o João amanha no trabalho, ficando todo rasgado.

Ah, isso vai ser muito bom.

Ele vai se arrepender de ter colocado aquele troço no quarto pra me assustar. Agora vamos pensar em outra coisa. Essa tal festa que o papai vai organizar. Vou ter que ficar mais de uma hora posando de noivinha apaixonada. Sem falar que eventos assim, são perigosos. Sim porque tenho certeza que vão bater aquelas taças malditas, para nós nos beijar. E isso definitivamente não pode acontecer, de maneira nenhuma. Em tempo algum.

Não, acho nada para comer. E bate uma preguiça enorme de fazer algo. Então peço pizza. Que demora bastante pra chegar. João parece que se alojou no quarto, ele vai ter que sair para eu dormir, se ele não quiser levar outro balde d’água. Vou até o quarto e ele está lendo, deitado na cama.

–-Pode ficar tranquila, que não vou dormir aqui. – ele diz sem tirar os olhos do livro – Não, que você mande em mim, ou que eu esteja feliz em de doar minha cama, mas é porque não gosto de água gelada.

Antes que eu diga alguma coisa a campainha toca.

–-Pediu alguma coisa? – ele pergunta me olhando

Afirmo que sim com a cabeça e corro para atender a porta.

–- Senhora Maria? – o entregador pergunta

–- Maria apenas. – digo pegando a pizza

Enquanto cortava os ternos do João, achei um cartão de credito e senha dentro de um dos ternos e pensei: por que não?

Pago a pizza com o cartão dele.

O entregador sai e eu fecho a porta. Quando me viro João está parado no meio da sala.

–-Pizza! – ele esfrega as mãos

–-Sim, minha pizza. – digo levando a pizza para a cozinha – Mas como eu sou muito boazinha, vou te dar um pedaço. – digo

Ele se aproxima do balcão

–- Até porque eu comprei com seu cartão. – digo entregando o cartão a ele

–- Não acredito que você me robou. – ele diz pegando o cartão

–-Mas eu não roubei. Eu peguei emprestado. Por isso estou te devolvendo. – digo partindo a pizza.

Acho que pela primeira vez na vida, comemos em paz. Pizza une todo mundo. Mas essa paz não vai durar nem meia hora.


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Notas finais do capítulo

Mas gente, precisava ser todos os ternos? Kkkkkk Comentem...



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