Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 13
Revanche


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura... Comentem



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Acordo com fortes batidas na porta, ou melhor, murros. É João, olho para o relógio de cabeceira que estava à cima de mim, e são 07h00minh em ponto.

Ele deve estar atrasado.

Levanto-me com a maior calma do universo, e começo a desfazer a cama que fiz no chão. João continua a esmurrar a porta. Depois de tudo guardado, abro a janela para pegar um pouco de sol na cama, pretendo dormir nela hoje.

Depois abro a porta e João quase cai, pois estava com o braço na porta apoiando a cabeça.

–-Bom dia João. – digo assim que o vejo – Dormiu bem? – pergunto indo para a cozinha

–-Você faz ideia de que horas são? – ele pergunta vindo atrás de mim – Eu tenho que estar na empresa as 07h: 30minh – ele diz colocando o dedo indicador em cima do pulso sem relógio

–-Ah, então corre porque já são sete horas. – digo procurando algo para comer

Ele me fuzila com os olhos por mais alguns minutos e vai para o quarto furioso.

Dou de ombros. Acho algumas coisas para tomar café, arrumo a mesa e me sento. Quer-me vez de mau humor, me deixa sem tomar café da manha. Ainda estou tomando café quando o João sai do quarto, com o terno nos braços, colocando a gravata com uma mão e o sapato com a outra, sem falar que um pé dele esta sem meia, e a camisa com os três últimos botões abertos.

–-Precisa de ajuda? – pergunto comendo minha torrada

Ele respira fundo jogando a cabeça para trás e a balançando negativamente. Como se já não me aguentasse mais.

–-Parece que precisa. – digo dando um gole no meu suco

Termino de beber o suco e vou até ele

–-Eu estou te oferecendo uma ajuda numa boa. – digo fazendo gestos

–- Dispenso sua ajuda. – ele diz entre dentes

–-Tá bom! Depois não põe a culpa em mim, de você chegar atrasado ao trabalho. – digo voltando para a cozinha terminar meu café.

–-Você não trabalha não? – ele pergunta

–-Trabalho, mas hoje não preciso chegar tão cedo assim. – digo passando geleia em outra torrada

Ele suspira e volta a colocar a gravata. Não demora, para ele estar vestido, ele pega sua pasta as chaves e sai.

–-Que Deus o ele. – digo enquanto ele bate a porta

Termino de tomar café, lavo a pequena louça que eu fiz. E vou me arrumar para ir trabalhar. Tomo um banho rápido. Ainda no banho lembro-me do que fiz com o João ontem. Não, não estou com pena, ou arrependida, mas sim preocupada. Ele com certeza vai se vingar de um jeito ou de outro, mas vai. E é nessas horas que devo me preocupar.

POV JOAO

Estava quase dormindo ao volante, não conseguia parar de pensar em outra coisa que não seja me vingar, daquele capeta que se alojou na minha casa. Chego na empresa ainda tonteado, pelo fato de não ter dormido direito. Quando chego ao meu departamento, logo Arthur se aproxima:

–-Dormiu mais que a cama João? – ele pergunta colocando uma das mãos em meu ombro

–-Nem dormi meu caro. – digo andando em direção a minha sala

–-Ué a vida de ajuntado está tão animada assim? – ele diz

Arthur é um crianção de vinte sete anos, que acha que o mundo é só curtição. Não. Eu não sei como fui ser amigo dessa criatura.

–- A vida de “ajuntado” – digo fazendo aspas no ar – Como você diz. Está um inferno. – digo entrando na minha sala

–-Por quê? – ele pergunta sentando na cadeira em frente a minha mesa

–-E você ainda pergunta? – digo sentando na minha cadeira – Eu estou quase noivo e com a Maria morando no meu apartamento. – digo juntando as mãos sobre a mesa. – E ele ontem jogou um balde de água fria em mim. Molhou toda a minha cama, e o livro que eu estava lendo. E ainda se trancou no meu quarto, me deixando na sala, molhado, sem coberta e com dor, porque ela deu uma cotovelada na minha barriga.

–-Meu Deus, mas essa mulher é praticamente, uma garota infernal. – ele diz – Gostei.

O encaro incrédulo

–-Ah, João. Você esta reclamando de barriga cheia. A Maria é uma gata, com cabelos loiros, aqueles olhos verdes. Sem falar que o pouco tempo que estive com ela, posso garantir que ela é muito, gente boa.

–- Eu vou me vingar dela com certeza. – digo me virando na cadeira – Ainda não sei o que vou fazer, mas dessa noite não passa. – digo estalando os dedos

POV MARIA

Como se trabalha, Brasil? Tenho certeza que o João vai aprontar comigo, sempre foi assim, eu aprontava com ele, ele aprontava comigo. Por que isso mudaria agora?

–-Maria, você está me ouvindo? – pergunta Guido

–-O que? – digo – Ah, Guido desculpas, mas realmente não ouvi nada do que você disse. Você estava falando sobre o cenário né?

–-Sim. Onde você está com a cabeça, maluca? – ele pergunta colocando uma mecha de cabelo minha pra trás

–-Eu aprontei com o João ontem. Taquei um balde de água fria nele. – digo prendendo meu cabelo em um coque – Tenho certeza que ele vai se vingar.

–-Eu iria adorar que o João aprontasse comigo. – ele diz viajando

–-Guido não viaja. Eu estou falando de aprontar, do tipo armar alguma coisa pra mim, entendeu? – digo bebendo minha água

–-Entendi. Claro que entendi. – ele diz – Mas não fica com medo não. Tenho certeza que não deve ser nada demais. – ele diz – Agora vamos focar no trabalho, amor? – ele diz amostrando os papeis que ele estava na mão

O trabalho me distrai um pouco, mas quando da a hora de ir para casa. Volto a ficar tensa. Arrumo minhas coisas na bolsa. E saio em direção ao meu carro. Dirijo com facilidade, hoje que queria demorar, para chegar, na casa do João, não pego transito.

Ta que merda

Nenhum acidente, nenhum assalto nada, para parar o transito. Quando eu quero chegar rápido isso não acontece. Por que senhor? Pelo fato do transito estar calmo, chego rápido na casa do João. Estaciono meu carro na garagem e subo. O medo de colocar a chave e girar a maçaneta, e sei lá cair algo em cima de mim, ou qualquer outra coisa é grande. Abro a porta e entro

–-Ola Maria. – diz João saindo do quarto

Viado, que susto!

–- Olá João. – digo fechando a porta

–-A cama já secou. – ele diz sentando no sofá e ligando a televisão – Você pode dormir nela. Não quero mais discutir com você por causa disso. – ele diz trocando os canais

Estranho isso em. Muito estranho. Caminho lentamente até o quarto. Quando abro a porta dou de cara, com a cama com roupa de cama nova.

É a meu ver, nada de estranho.

Aproximo-me da cama e a toco lentamente. Vai que essa é uma cama de piscina, igual na pegadinha do Silvio Santos. Continuo tocando a cama, mas nada de suspeito, então me sento lentamente. Ainda sentada encaro o meu guarda roupa, levanto e abro rapidamente, vai que tem algum bicho dentro. Mas não.

Ai carai. O pior medo, é o de não saber do que você está com medo, ou do que te espera.

Pego minha roupa, minha toalha e vou tomar banho. Entro no banheiro com todo o cuidado, acendo a luz e analiso todo o banheiro. Tiro a roupa, entro no Box, ligo o chuveiro e me afasto rapidamente, vai que cai sangue ao invés de água. Que nem no filme Carrie a estranha. Mas não, cai água mesmo. Então tomo meu banho tranquilamente, nada acontece.

Termino de tomar banho, coloco minha roupa e vou para a sala. O João está deitado no sofá vendo filme. O ruim é que ele nunca demonstrou quando aprontava comigo, engraçado que nessas horas, ele não soa frio ou gagueja quando fala comigo. Vou até a cozinha e vejo que tem algumas panelas no fogão. Ele fez comida. Abro as panelas e cheiro. Quer saber? Prefiro comer uma fruta. Pego um maça verde na geladeira.

–-Não vai jantar? – ele pergunta sem tirar os olhos da televisão

–- Não. – digo mordendo um pedaço da maça

–-Não, precisa ter medo eu não envenenei a comida. – ele diz levantando

Engasgo-me com um pedaço de maça

Ele vai até a cozinha abre a geladeira, coloca um pouco de suco no copo e me dá.

–-Toma. – ele diz esticando o copo para mim

Pego se hesitar, estou quase morrendo aqui.

Ai meu Deus! Uma bondade? Não, pode ser. Esse suco está envenenado. Já era vou morrer.

Termino de beber o suco, e coloco o copo na pia. O João está colocando comida pra ele, quando termina, antes de se sentar ele da uma garfada na comida

–-Viu não tem veneno. – ele diz

–-Não esperava que estivesse. – digo sorrindo nervosa – Eu realmente estou sem fome. Uma maça pra mim está ótimo. – Digo amostrando a maça a ele

Volto para o quarto

POV JOAO

Quando era criança Maria tinha horror a palhaços, tenho certeza absoluta que isso não mudou. Alguém vai receber uma visitinha essa noite. Antes de ela chegar, peguei as chaves do quarto. Eu fui até essas casas que vendem brinquedos de halloween, e comprei o palhaço maior e mais feio de lá. Quem me indicou a loja foi o Arthur, a moça ainda disse que o brinquedo emitia sons, acende no escuro e podé ser controlado por controle remoto, mesmo que de longe. O que é mais perfeito pra mim. Com certeza a Maria, não abriu meu guarda roupa para ver se tinha algo lá, ela sempre pensa no provável.

A Maria não consegue dormir, antes das 00h:00minh e como ainda são 23h:15minh. Ela com certeza ainda esta acordada. Então espero. Outra coisa sobre a Maria: ela não dorme com as luzes totalmente apagadas, pelo menos a luz do abajur deve ficar acesa. Se apagar ela acorda na hora. Fico assistindo filme até 00h:30minh. Tenho certeza que ela dormiu. Desligo a televisão e vou até o quarto, abro a porta devagar, porque diferente de mim ela tem o sono bem leve. Como previ, ela está dormindo de costa para o armário, e com a luz do abajur acesa. Fecho a porta com o mesmo cuidado que abri, e a tranco.

Vou para a sala e ligo meu palhacinho, espero um pouco e desligo as luzes da casa no disjuntor.

POV MARIA

Estava dormindo, quando escuto uma musica nada animadora. Logo depois a luz acaba. E a musiquinha continua tocando. Cacete!

Nunca quis fazer dirigir filme de terror, que dirá está em um.

Sento-me na cama, e coloco a coberta sobre a boca e analiso o quarto. A musica do cão, vem do armário do João. Não demora para a porta do guarda roupa dele abrir. Olho para o guarda roupa trancando de medo. Quando vejo que o que tem no guarda roupa dele é um... GRITO

POV JOAO

Escuto da sala, a Maria gritar. Posso imaginar ela feito louca em cima da cama. Não consigo controlar a gargalhada. Não demora para eu escutar, murros na porta, e ela gritando meu nome.

–-João abre a porta pelo amor de Deus. – ela diz gritando e esmurrando a porta – Não me deixa aqui dentro, por favor, eu te imploro.

Vou até a porta do quarto coloco uma das mãos na porta, mas não abro.

–-Me desculpa, por ter tacado água em você. – ela grita – Mas abre a porta, pelo amor de Deus. – ela diz com voz de choro

Volto para a sala e ligo a luz novamente e desligo o palhaço. Volto para a porta do quarto. E encosto na porta

–-Agora abre a porta. – ela diz chorando – Por favor, abre. – ela volta a esmurrar a porta só que mais fraco

Os socos vão descendo, o que significa que ela está no chão.

–-Abre João. Eu não vou conseguir dormir aqui dentro. – ela diz ainda com voz de choro.

Volto para a sala, pego o colchonete, e arrumo uma cama no chão. Coloco o controle remoto do palhaço e a chave em cima da mesinha de centro, e me deito para dormir.


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Notas finais do capítulo

Será que ele exagerou?? Comentem...



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