Chegara o dia primeiro de setembro, o dia em que Sarah e Draco iriam para Hogwarts. Sarah não sabia o que sentir, se era desespero ou medo. Mas de uma coisa tinha certeza: daria tudo para poder voltar a sua antiga escola e não estava nem um pouco animada em ver Harry Potter todos os dias. A única coisa que a acalmava era que Draco estava indo com ela, pelo menos não estaria completamente sozinha.

Antes de embarcarem no Expresso de Hogwarts, Narcisa abraçou os dois jovens e prometeu escrever todos os dias. Pediu, chorosa que Draco cuidasse bem de Sarah, pedido que não era necessário pois Draco amava Sarah como ima irmã e já sentia em si o dever de sempre protegê-la.

Lucio cochichou algo para Draco e deu um desajeitado tapinha nos ombros de Sarah e os dois embarcaram no trem. Foram até o vagão onde estavam os amigos de Draco, dois garotos altos e fortes chamados Crabbe e Goyle, um garoto negro muito bonito com olhos penetrantes chamado Blásio e uma garota branca e magrela dos cabelos lisos e negros chamada Pansy, que parecia estar pouco contente com a presença de Sarah, principalmente quando o garoto sentou-se ao lado de Sarah e não ao lado dela.

– Pessoal, queria que conhecessem minha prima, Sarah Morgan. – Disse Draco enquanto acomodava Sarah na cabine.

– Não sabia que Draco tinha uma prima. – Disse Pansy com ar de deboche. – Nunca mencionou você antes, querida.

– Na verdade, Sarah e eu nos conhecemos neste verão. Ela perdeu seus pais e agora os meus pais são seus tutores. – Respondeu Draco. – Ganhei uma irmãzinha.

– Nossa, deve ser horrível viver na casa dos outros de favor. – Disse Pansy. – Tirou a sorte grande caindo numa família hein, Morgan.

– Na verdade, Pansy ela é muito mais rica que eu. – Disse Draco perdendo a paciência com Pansy querendo diminuir Sarah.

– Que bom pra você, querida. – Disse Pansy.

– Então, Sarah. De onde mesmo você disse que veio? – Perguntou Blásio sorrindo para Sarah de uma maneira que Draco não gostou nem um pouco.

– Eu não disse. – Falou Sarah timidamente. – Vim de Nova York, da New York Wizzard School.

– Ah! Agora percebi ouvindo sua voz e seu sotaque americano – Riu Blásio. - Vai gostar mais de Hogwarts, os dormitórios são bons. – Disse Blaise.

– E a comida também! – Disse Crabbe.

– Na verdade eu nunca morei na escola, os alunos que moram em Nova York e região não precisam morar na escola. Apenas os que vieram de fora. – Explicou Sarah tirando um livro da bolsa.

– Seus pais são bruxos? – Perguntou Pansy.

– Não. Apenas meu pai, minha mãe era trouxa. – Respondeu Sarah. – Eu morava apenas com minha mãe. Não tive muito contato com meu pai.

– Por que?- Perguntou Pansy curiosa.

– Não... eu... – Disse Sarah nervosa e sentindo seus olhos encherem-se de lágrimas. – Não quero falar sobre isso, desculpe.

– Tudo bem, Sazzie. – Disse Draco com um carinho que deixou Pansy furiosa. – Não precisa falar. Eles vão parar de te atormentar NE, pessoal? – Falou Draco olhando diretamente a Pansy.

O restante da viagem seguiu tranqüilo. Sarah se distraiu com seu livro e nem prestou atenção na conversa de Draco e seus amigos, somente sentia olhares vindos de Blásio que parecia ter um interesse que Sarah não queria despertar afinal, não estava mais arrumada, não era mais a garota estonteante de antes.

Apenas um momento em que Sarah viu as bagagens do maleiro acima do grupo se mexer de maneira estranha e avisou a Draco, que fechou a cara e parecia estar muito irritado com aquilo, como se soubesse o motivo das malas terem se mexido daquele jeito.

Quando chegaram a Hogwarts, Draco pediu a Blásio que levasse Sarah até a sala de Dumbledore para que ela pudesse usar o chapéu seletor e descobrir sua casa em Hogwarts, tarefa que o garoto pareceu gostar muito. Draco tinha assuntos a tratar dentro do expresso de Hogwarts.

Enquanto caminhava com Blásio pelos corredores de Hogwarts, Sarah estava maravilhada com a beleza da escola, mas também preocupada com Draco.

– O que será que Draco foi fazer? – Perguntou Sarah.

– Não se preocupe, Draco é desse jeito. – Disse Blásio. – Espero que vá para a Sonserina comigo e com Draco. – Disse Blásio dando ênfase no ‘’comigo’’.

– Não me importo com isso. Mas seria bom ficar perto de alguém conhecido, já que sou nova aqui.

– Entregue! – Disse Blásio em frente a gárgula que guardava a sala de Dumbledore. – Imagino que saiba a senha.

– Sei sim. – Respondeu a garota. – ‘’Sorvete de Limão’’ – Disse Sarah enquanto a gárgula se mexeu e a garota desapareceu em meio a ela.

Sarah entrou na sala e viu Alvo Dumbledore de braços abertos sorrindo para ela.

– Sarah! Estava a sua espera - Disse ele caminhando até a garota.

– Alvo! - Disse Sarah o abraçando. - Não o vejo desde o funeral de mamãe. Obrigada pelas flores e pela caixa de doces.

Sarah conheceu Dumbledore na sede da Ordem da Fênix, onde passava um tempo com seu pai sempre que podia. Dumbledore era uma das poucas pessoas que sabia da existência de Sarah e Rachel e sempre fez tudo o que pode para protegê-las.

– Não há de que, querida. Sempre quis você estudando em Hogwarts, mas não nestas circunstâncias. Vejo que ainda esta muito abalada com tudo, antes era uma garota decidida e cheia de personalidade, tinha uma chama dentro de você que incendiava a todo lugar que fosse. - Disse Dumbledore.

– Perder alguém que amamos pode fazer coisas inimagináveis com as pessoas. E eu perdi logo as duas pessoas que eu mais amava, Alvo. - Disse Sarah com lágrimas nos olhos.

– Eu sei o que sente, criança. Mas lembre-se que mesmo nas horas mais escuras, nós sempre devemos buscar a luz. E você tem uma luz muito forte dentro de você, não deixe ela se apagar. Tenho certeza que a casa que você irá terá muita sorte de ter você.

– Obrigada, Alvo. Ou Professor Dumbledore a partir de agora - Disse a garota esboçando um sorriso.

– Ok, Srta. Morgan! - Disse Dumbledore rindo e segurando o Chapéu Seletor. - Vamos ver seu destino!