Sarah levou seus livros até seu dormitório e deitou-se em sua cama com mil pensamentos na cabeça. Nunca tinha sentido algo daquele jeito, ninguém havia a beijado daquele jeito, sentia estar completamente anestesiada.

Ainda afetada pelo beijo de Harry, Sarah saiu das masmorras e foi para sua aula de artmancia. A garota não sabia se deveria falar com Hermione sobre aquele beijo, mas como explicar que estava apaixonada por Harry Potter, a pessoa que mais detestava, o testa rachada, o Sr. Subúrbio!

Sarah chegou na sala de Artmancia, que estava completamente vazia e ficou torcendo para que Hermione chegasse cedo para que pudessem conversar e sentiu-se aliviada quando ouviu a porta se abrindo e ao virar para trás viu Hermione entrando na sala.

— Você sumiu depois do almoço! – disse Hermione jogando seus livros na mesa ao lado de Sarah.

— Eu fui a biblioteca. – respondeu a garota. – Mione, eu preciso te fazer uma pergunta bem séria.

— Claro, pode falar! – disse a garota surpresa.

— Quando você percebeu que estava apaixonada pelo Weasley? – perguntou Sarah baixinho.

— Acho que eu sempre soube. Mas a ficha caiu de verdade no quarto ano, quando houve o baile do Torneio Tribruxo e tudo o que eu mais queria e sonhava era que ele me convidasse. – disse Hermione. – Mas por que a pergunta? Acha que ama alguém? Não me diga que é o Zabini!

— Não! Se tem algo que eu sei é que não amo Zabini! Meu relacionamento com ele foi por culpa de um momento de carência, não foi amor. Eu amei Charles, era um sentimento diferente. Mas agora, é diferente de Charles, diferente de tudo que já vivi. – disse Sarah pensativa.

— De quem se trata? Por Merlin, fale logo que estou curiosa! – implorou Hermione.

— Promete que não vai me julgar ou surtar? – perguntou Sarah.

— Prometo! Vai, conta! – disse Hermione curiosa.

— Não sei porque você implora pra eu contar, eu acho que você já sabe. – disse Sarah com um meio sorriso.

— Claro que eu sei, sua boba! Eu só quero ouvir as palavras saírem da sua boca. – disse Hermione sem conseguir esconder a excitação.

— Eu acho que estou apaixonada por Harry Potter. – disse Sarah como se ao dizer aquilo tirasse um enorme peso de suas costas. – você sabe a história da Sala Precisa, me sinto daquele jeito desde aquele dia. Foi como se algo que faltasse em mim finalmente aparecesse. Eu me sentia incompleta, mas não sabia o motivo. Mas depois daquela tarde, foi como se eu estivesse apaixonada por ele desde sempre. – disse Sarah.

— Isso é maravilhoso, Sarah! – disse Hermione a abraçando. – meus dois melhores amigos apaixonados!

— Mas pra isso ele precisa me corresponder, o que acho que ele não corresponde. – disse Sarah em um tom triste.

— Como assim? – perguntou Hermione confusa.

— Mione, nós nos beijamos há uns quinze minutos. – disse Sarah.

— E então por que raios você acha que ele não te corresponde? Ele te beijou! – disse Hermione incrédula.

— Me beijou e depois saiu correndo e pedindo desculpas. Acho que quando ele sentiu que eu o amava e isso o afugentou pois ele não sente o mesmo. – disse Sarah.

— Talvez ele ache que você não sente o mesmo e fugiu! – disse Hermione. – uma hora tudo irá se acertar. – disse Hermione já pensando num plano.

— Mione, me promete que vai deixar isso quieto! Eu sei que pedir não adianta, então faço você prometer pela nossa amizade! – disse Sarah.

— Ok eu prometo!- disse Hermione. Dessa vez a garota não iria mesmo interferir, os dois sabiam que se amavam, agora quem deveria resolver tudo eram somente eles.

A aula de artmancia começou e os outros alunos entraram na sala. Quando a aula acabou, todos se encaminharam até o Salão Principal para o jantar, onde Sarah observou que Harry não estava na mesa da Grifinória. ‘’Droga, ele esta realmente me evitando!’’, pensou a garota.

Após o jantar, Sarah retornou ao seu dormitório e preparou-se para dormir, mas não conseguia pegar no sono de jeito nenhum. As horas passavam e Sarah não conseguia parar de pensar em Harry, todo o dormitório estava em um completo silencio, mas pensamentos praticamente gritavam dentro da cabeça de Sarah, até a garota resolver que precisa andar pelo castelo até espairecer.

Sarah vestiu seu roupão e saiu pelo corredor. ‘’Se me derem detenção, paciência!’’ pensou a garota. Não se importava em passar o próximo mês limpando os caldeirões de Snape, precisava andar e tomar ar puro pois seus pensamentos a enlouqueciam, até que topou com Draco durante sua caminhada.

— Volte para cama, S! – disse Draco baixinho a puxando para um canto escuro. – pode levar uma detenção! Já pensou se é Pansy que vê você aqui em vez de mim?

— Desculpa, D. – disse Sarah. – eu estou com muitos pensamentos, preciso espairecer um pouco.

— Ok. Mas por favor, não seja vista! Vá para a Torre de Astronomia, acabei de voltar de lá e tudo estava vazio. – disse Draco.

— Obrigada, D. – agradeceu Sarah. Olhar para as estrelas parecia ser uma boa ideia para colocar os pensamentos no lugar.

Sarah seguiu até a torre de astronomia, estava olhando para cima enquanto abraçava os próprios ombros devido ao frio, quando ouviu barulho de passos. Quando olhou na direção de onde vinha o barulho não encontrou ninguém, até que Harry tirou sua capa da invisibilidade, fazendo com que Sarah paralisasse.

— Harry...- disse Sarah em um sussurro.

— Eu não conseguia dormir. – disse o garoto.

— Nem eu.

— Eu precisava falar com você, então fui te procurar nas Masmorras e quando cheguei lá, eu vi você caminhando e a segui até aqui. Eu preciso te falar uma coisa. – disse Harry suando frio e aproximando-se de Sarah.

— O que houve, Harry? – perguntou Sarah sentindo que seu coração rasgaria seu peito, de tão forte que batia.

— Eu te amo, Sarah. – disse Harry segurando o rosto de Sarah com carinho. – Eu te amo e não poderia passar mais um dia da minha vida sem te dizer isso. Eu amo você desde sempre, mas só percebi isso naquela tarde na Sala Precisa. Eu não me importo se você não sente o mesmo, eu só quero que saiba que eu te amo. Hoje eu fui embora depois daquele beijo achando que não sentia o mesmo por mim, mas eu vi que isso não me importa. Nada vai me impedir de amar você.

— Eu amo você, Harry Potter. Nunca senti nada parecido com o que sinto agora, a única certeza que eu tenho na minha vida é que eu te amo. – disse Sarah antes de beijar Harry.

Enquanto os dois se beijavam, não havia mais frio, não havia mais nada. Seus corações batiam de forma sincronizada, seus corpos se encaixaram como um perfeito quebra-cabeça. Naquele momento, os dois perceberam que estariam interligados para sempre.

— Eu sempre serei seu, Sarah. – disse Harry acariciando seu rosto e sorrindo sem acreditar que aquilo não era um sonho, que Sarah era uma realidade em sua vida.

— E eu sempre sua. – respondeu Sarah com lágrimas nos olhos.

Os dois se abraçaram e ficaram ali, sentindo o calor um do outro. Sarah agora era a esperança que Harry precisava para seguir na luta contra Voldemort, agora o garoto solitário finalmente teve uma motivação pra lutar e construir um futuro, um mundo que pudesse viver com Sarah sem medo de nada. A partir daquele momento Harry não temia mais o futuro, ele o desejava mais do que tudo.