Hermione retornou ao seu dormitório com mil pensamentos. ‘’Harry apaixonado por Sarah? Como isso aconteceu debaixo do meu nariz e eu não vi? Ele a odiava!’’. Sentada na cama com uma expressão preocupada, começou a se preparar para dormir.

— Que cara é essa? – perguntou Gina que estava saindo do banheiro com sua escova de dentes na mão.

— Não é nada. – disse Hermione. – Gina, por acaso reparou que o Harry esta estranho? Como ele estava durante as férias, estava tudo normal?

— Ah, estava tudo normal até o presente da Black chegar. – respondeu Gina sentando-se ao lado de Hermione.

— Presente? Que presente? – perguntou Hermione confusa.

— Ué? Você estava na casa dela e ela não te disse? A Black mandou pro Harry um album com fotos de Harry com Sirius, com os pais dele e tinha uma mulher junto que tenho certeza que era a mãe da Black, pois as duas são idênticas. Tirando os olhos, a Black tem os olhos...

— do Sirius, eu sei. – completou Hermione. – Mas ela não me disse nada sobre isso! Mas foi um gesto bonito da parte dela.

— Pare de defender sua amiga! – disse Gina irritada. – o Harry também ficou defendendo ela lá em casa. Por que você, Harry e o Malfoy não criam um clubinho ‘’Nós amamos Sarah Black’’ e acabam logo com isso?

— Gina, não seja assim. – tentou argumentar Hermione. – mas acha que eles são amigos agora?

— Não quero ficar falando dessa ‘’zinha’’, mas eu vi os dosi conversando numa sala vazia hoje. Os dois sentados em cima da mesa do professor, muito amiguinhos pra duas pessoas que se odiavam. – contou Gina. – mas eu não quero perder meu tempo falando da nojenta da Black. Boa noite, Mione. – disse Gina antes de levantar-se da cama de Hermione e deitar-se em sua cama.

Hermione respirou fundo e resolveu dormir também. Estava convicta que no dia seguinte tiraria tudo a limpo não apenas com Harry mas também com Sarah. E todos sabe que quando Hermione Granger coloca algo na cabeça, nem Merlin consegue tirar.

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Harry acordou na manhã seguinte com os roncos de Rony, resolveu levantar-se e tomar café da manhã mais cedo pois estava com pensamentos demais na cabeça e não queria ouvir Rony lamentar sobre Lilá com ele.

Para sua surpresa, assim que desceu no salão comunal da Grifinória viu Hermione sentada no sofá o encarando com uma expressão séria, a mesma expressão que olhava para ele e Rony quando os dois estavam aprontando algo. Aquele era um olhar que Harry, particularmente achava amedrontador.

— Pode sentar que precisamos conversar! – disse Hermione autoritária.

— O que foi? Se é a respeito do livro de poções do príncipe mestiço, eu já te disse que... – disse Harry tentando se explicar.

— Dessa vez não tem nada ver com o livro! Tem a ver com a Sarah, Harry. – disse Hermione séria.

— Ah... – disse Harry. ‘’Droga! Preferia uma bronca sobre o livro!’’, pensou Harry. – O que houve, Mione?

— Gina me contou sobre o álbum que ela te mandou no natal e também que viu vocês conversando ontem numa sala vazia e pareciam estar bem confortáveis com a presença um do outro. – disse Hermione. – Harry o que aconteceu? Desde quando estão assim?

— EU NÃO A BEIJEI! – disse Harry nervoso.

— Beijar? Harry eu não falei em beijar! – disse Hermione não conseguindo esconder seu sorriso. – mas por quê? Houve um quase beijo?

— Mione, quer parar? – disse Harry sem graça.

— Não acredito! Você esta gostando da Sarah! – disse Hermione sorrindo fazendo Harry ficar vermelho. – desde quando? Como aconteceu?

— Hermione... – disse Harry numa súplica para não precisar se explicar.

— Harry, eu não sou sua melhor amiga? Você pode se abrir comigo, poxa vida! – disse Hermione impaciente.

— Esta bem, esta bem! – disse Harry rendendo-se. – Começou aquele dia que Rony estava na enfermaria e disse seu nome enquanto dormia. Eu estava voltando para a sala comunal quando do nada surgiu uma porta na minha frente, eu reconheci ser a Sala Precisa e fiquei sem entender, eu não tinha desejado nada. – disse Harry. – Então a porta se abriu e eu pude ouvir alguém chorando. Por impulso, entrei na sala para tentar ajudar a pessoa que estava lá e vi que era a Sarah. Mione você não sabe como ela estava, as lágrimas nos olhos, a expressão... – disse Harry soltando uma respiração profunda. – ela estava tão vulnerável, tão frágil! Ela não quis brigar, até pediu para eu deixa-la em paz pois eu comecei com grosserias mas ela não queria brigar. Mas eu não consegui ir embora, eu senti uma necessidade enorme de cuidar dela, de dar apoio. Ela estava chorando vendo fotos dos pais dela, aquele dia era aniversário de sua mãe, o primeiro que elas não estavam juntas.

— Harry, eu não fazia ideia! A porta se abriu, que estranho! Parece que Hogwarts levou você ate ela. – disse Hermione.

— Pois é, foi muito estranho! – concordou Harry. – nesse dia eu descobri que a mãe dela também era minha madrinha e que meus pais eram padrinhos dela! Nós sempre estivemos interligados.

— Isso é muito forte, Harry. – disse Hermione.

— Desde esse dia eu me sinto estranho, na festa do Slugue quando a vi com Blásio senti ciúmes, ódio, mil coisas ao mesmo tempo. – disse Harry.

— Ahá! Por isso que estava tão estranho e até esmagou sua tortinha de abóbora. – disse Hermione.

— Pois é. – concordou Harry sem graça. – Depois veio o álbum, aquilo foi a coisa mais bonita que fizeram por mim. E ontem, quando eu saí correndo de você ontem foi para ouvir a conversa dela com o Blásio. Eles estavam brigando, ele disse coisas horríveis para ela! Eu precisei me controlar para não estupora-lo, até que eles finalmente terminaram o namoro. Quando ele saiu e Sarah estava chorando, eu não consegui me controlar novamente e fui consolar ela. Ontem ela disse que se arrepende de tudo o que me disse e pediu perdão. Você tinha razão sobre ela, por baixo daquela marra toda existe uma pessoa maravilhosa.

— E agora você se descobriu apaixonado por ela. – completou Hermione sorrindo com lágrimas nos olhos.

— Eu não sei, Mione. – disse Harry soltando um suspiro. – Eu já me apaixonei por Cho e Gina mas isso é diferente. Eu sinto uma necessidade de cuidar dela, eu não paro de pensar nela, eu quero esmurrar todos que a fizeram mal, queria que ela sempre estivesse em meus braços e ainda tem o perfume dela... que sentimento é esse?

— Talvez seus sentimentos por Cho e Gina fossem uma paixão adolescente. Talvez estejamos lidando com amor... – sugeriu Hermione.

— E se for amor? Ela nunca me corresponderia. – disse Harry sem esperanças.

— Então você admite! Admite que ama Sarah! – disse Hermione sorrindo.

— Ok, você venceu. – rendeu-se Harry com um meio sorriso. – Eu amo Sarah. Sim, eu amo Sarah! Isso até soa bem. – disse Harry soltando uma risada.

— Harry isso é maravilhoso! E tenho quase certeza que ela deve sentir o mesmo. – disse Hermione. – eu posso falar com ela e então...

— Não! Nada de seus planos malucos, Mione. – disse Harry. – Prometa para mim que ficará fora disso! – disse Harry olhando para Hermione com uma expressão seria.

— A Mione? Ficar fora de algum problema? – disse Rony rindo enquanto sentava perto dos dois. – isso é impossível.

— Cala a boca, Ronald! – resmungou Hermione.

— E aí, Hermione deve ficar longe do que? – perguntou Rony.

— Ah... do assunto do livro do Príncipe. – mentiu Harry.

— ah! Ela só quer que você se livre do livro porque agora você é melhor que ela em poções! – riu Rony. – agora vamos tomar café, estou morrendo de fome!

— Como sempre, não é Ronald? – riu Hermione irônica.

Os três amigos seguiram para o Salão principal para tomarem café da manhã, mas antes sem que Rony percebesse Hermione deu uma piscadela de cumplicidade para Harry, dando a entender que não se meteria nos assuntos dele com Sarah. Harry sorriu de volta, acreditando na amiga. Mal sabia ele que Hermione nunca deixaria de se meter num assunto como esse.