Chains escrita por Buch


Capítulo 7
Stalker


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus lindos!

Espero que gostem de mais um capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/663987/chapter/7

Levei um susto ao ouvir aquela voz desconhecida. Mesmo baixa, sabia que a fonte do som estava próxima de mim, afinal, o lugar em que eu estava não era nenhum palácio para que houvesse chance de alguém se manter muito distante. Minha posição no entanto era desfavorável. Eu estava deitado no chão com a cabeça virada para esquerda, enquanto que a voz definitivamente vinha da direita. Pude sentir meu coração batendo acelerado, a adrenalina preenchendo meu corpo. O hormônio era o que faltava para me dar a energia que eu precisava para reagir, e mesmo sabendo que meu corpo protestaria mais tarde, rolei para o lado e consegui me sentar em um impulso rápido. Procurei pela origem da voz em todos os lugares, mas para minha decepção, ou alivio, não encontrei ninguém.

Será que foi minha imaginação? – pensei

— Se você está com frio não deveria ficar deitado no chão gelado.

Novamente o susto. Comecei a suar frio devido ao medo. Acabei de olhar em todos os cantos e não havia ninguém. Eu estava ficando louco? Poderia ser um espírito? Não saberia dizer qual dessas opções seria a menos pior em todo caso. Tive que reunir toda minha coragem para dizer algo.

— Quem...- minha voz vacilava - ...quem está ai? Quem é você?

— Ninguém – respondeu a voz num sussurro.

Era uma voz delicada, parecia ser de uma criança. Talvez esse fato tenha me acalmado um pouco...ou talvez não.

— Não consigo te ver – comentei ainda nervoso

— Você não pode ver uma sombra

Uma sombra? Eu sabia, era um fantasma afinal! Agora chego a pensar que a loucura teria sido a melhor opção.

— É...- engoli para tomar coragem - ...sabe, você deveria partir para o seu mundo, ficar vagando por esse mundo não é bom.

— Meu mundo?

— Sim, o mundo dos mortos, você sabe

— Mortos? Eu não estou morta. Você está?

Não é preciso comentar que nesse momento fiquei um pouco mais nervoso. Será que era isso? Eu estava morto? Morri e não percebi! Vai ver que os fantasmas não conseguem ver quem está vivo, isso explicaria não enxergar a pessoa dona da voz. Mas pensei que a morte fosse mais reconfortante, entretanto meu corpo continua doendo e continuo sentindo frio, muito frio.

— Eu não sei, estou? – perguntei aflito, mais para mim mesmo do que para a pessoa de fato

Senti quando algumas gotas quentes escorreram pelas minhas bochechas. Eu não queria chorar, não sei por que aconteceu. Se eu estava mesmo morto, nunca poderia ver o mundo lá fora, sentir o vento bater no meu rosto cada vez que saltasse mais e mais alto. Queria conhecer pessoas, sabores, cheiros....

— Isso não é justo – comentei tremendo com a cabeça baixa.

Meu choro agora era livre. Antes, quando vivo, nunca me permiti chorar. Não daria esse gosto a ele. Queria mostrar o quão forte eu era. Que agüentaria todas aquelas suas frustrações e que um dia mostraria a ele que eu era capaz. Que um dia, seria livre.

— Está tudo bem

Seria redundante dizer que me assustei novamente, mas não pude evitar. Bem na minha frente estava uma garotinha. Ela estava ajoelhada diante de mim e com uma das mãos na minha cabeça, acariciando-a levemente. Levantei meu rosto para ter melhor visão e me certificar de que não se tratava de nenhuma miragem ou algo assim. Ela me encarava fixamente com aqueles lindos olhos cor de rubi, enquanto sua mão ainda afagava meu cabelo.

— Moo-han me disse que chorar as vezes é bom. – falou ela novamente.

Eu estava perplexo. Isso significava que ainda estava vivo?

— Eu não estou morto? – perguntei vacilante

— Você não me parece morto. Espere um pouco...

Nesse momento a garota se moveu para mais próximo de mim até colocar uma das orelhas no meu peito. Aquilo me deixou apreensivo, mas ao mesmo tempo era tão quente. Não me lembro de ter sentido algo tão reconfortante na minha vida antes disso. Mas uma vez me disseram que tudo que é bom dura pouco, e ao que parece, esse era um ditado que também se aplicava a crianças que não eram normais, como eu. Na mesma velocidade com que ela se aproximou, voltou a se afastar. Então sorrindo falou:

— Seu coração bate rápido, então acho que está vivo.

Acho que agora estou ainda mais contente por anda estar vivo...

—------------

Jae-ha saltava por ente as árvores sem ter um rumo aparente. Seu rosto era sério e ao mesmo tempo abatido. Já havia se passado umas duas horas desde que deixara Yona e os outros para trás com intuito de relaxar um pouco a cabeça, mas pelo visto seu plano não havia funcionado como o planejado.

Por que essas lembranças têm sido tão constantes ultimamente? Nunca me recordei delas com tanta exatidão. Mas ainda falta...falta algo. Será que é alguma coisa que gostaria mesmo de lembrar?

Os pensamentos do dragão verde foram interrompidos assim que avistou uma figura se locomovendo por entre a mata. Aterrissou em uma árvore mais próxima, tentando não emitir qualquer som que denunciasse sua presença. A pessoa andava a passos largos. Vestia uma capa marrom que cobria completamente seu corpo, não permitindo a ele identificar quaisquer características da figura misteriosa. Não era normal uma pessoa se esgueirar sozinha pela floresta a uma hora dessas.

Isso me cheira mal

A medida que a pessoa ia avançando mata adentro, Jae-ha a seguia mantendo uma distancia segura. Sabia que os outros o repreenderiam se soubessem que estava seguindo uma pessoa aleatória por ai, mas seus instintos diziam que era o correto a fazer. A figura então parou de se mover, sem dar antes qualquer indicio de que o faria. Jae-ha fez uma manobra rápida para evitar de ser visto por aquele que estava perseguindo. Espiou rapidamente por ente os galhos da arvore que havia usado para se esconder. Aparentemente não havia sido descoberto, pois a figura olhava em direção oposta a dele.

Essa foi por pouco, preciso ser mais cuidadoso.

O dragão verde esperou pacientemente até que algo acontecesse. Não sabia ao certo o que esperar nessa situação, mas esperava que algo de fato fosse ocorrer. Agora estava bem perto da pessoa e fugir sem ser notado não seria uma opção. Teria que esperar até que ela se movesse novamente. Minutos foram passando. O vento foi ficando mais forte e mais gelado. Pensou que talvez teria sido perda de tempo e que não se tratava de nada além de um louco que gostava de passear ao entardecer pela floresta.

— Você demorou – comentou a figure encapuzada.

Jae-ha despertou com a voz do seu alvo. Bem a frente dele estava agora outra figura encapuzada. Esse novo personagem possuía porém uma estrutura maior. Como estavam próximos um do outro, era nítida a diferença entre seus portes físicos. Esse fato entretanto era o que menos interessava ao dragão verde no momento. O conteúdo da conversa por outro lado...

— Não é tão fácil se mover no meio dessa mata espessa – justificou o recém chegado

— Então, o que tem pra mim? – perguntou a figura menor.

O ser mais corpulento esticou a mão em direção a figura que Jae-ha originalmente perseguia. Ela por sua vez também esticou a mão em direção ao companheiro, abrindo a palma e esperando que o mesmo despejasse seu conteúdo. Jae-ha estreitou bem os olhos para conseguir identificar o que se tratava. Assim que a figura maior abriu os dedos, um pedaço de papel foi depositado na palma aberta da figura menor.

— Aqui está, esse é o local – explicou a figura maior

— Está certo sobre isso? – perguntou o menor.

— Sim. Precisa ser rápido, não pode passar de amanhã. – disse o maior novamente

— Então amanhã será.

A figura maior fez um acesso com a cabeça, sinalizando compreensão. A pequena fez o mesmo gesto, e assim ambos se distanciaram, tomando caminhos opostos. Jae-ha permaneceu imóvel no mesmo lugar, não queria que nenhum deles percebesse sua presença. Queria segui-los, porém se lembrou de Yona e os outros. Precisava tomar rápido uma decisão. Moveu-se de sua posição e saltou por entre as árvores na direção em que a figura menor havia ido. Estava tomando o máximo de cautela para se manter invisível, o que dificultava sua missão de tentar localizar novamente aquele estranho.

Droga, não deveria ter hesitado tanto, o perdi de vista!

Uma parte dele lamentava por ter deixado a figura escapar, enquanto outra sentia-se aliviado pelo fato. Apesar de muito estranho, o fato em si não trazia nenhum elemento a mais que o levasse a seguir uma pessoa tão incessantemente. Resolveu desistir de sua perseguição e voltar para onde seus amigos o esperavam.

Não deve ser nada demais, estou apenas exagerando.

Dando meia volta o dragão verde se lançou novamente pelos céus, sendo observado por uma figura encapuzada a poucos metros de onde antes ele havia estado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então o que acharam?

Estou curiosa pra saber a opinião de vocês e também suas teorias! rs
Quem eram essas pessoas? O que será que vai acontecer? :o

Obrigada por estarem acompanhando e obrigada também pelos comentários! Eles me inspiram a escrever mais e mais! Até a próxima ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chains" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.