Total Eclipse Of The Heart escrita por majestyas


Capítulo 2
Capítulo 2.




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Acordei com o barulho de coisas na cozinha. Fiz rapidamente minha higiene matinal e fui me arrastando até a cozinha, ainda de pijama. Ou seja: regata cinza, mini shorts cinza e pantufas de tigre. É, graças a Kel meu gosto por tigres apenas aumentou. Quando Ren soube que meu animal preferido era um tigre, começou a rir e ficamos conversando por horas sobre isso. Quando começamos a discutir sobre algo bobo, Kelsey chamou nossa atenção com seus biscoitos.
O barulho na cozinha ainda continuava, então supus que minha amiga já tivesse fazendo o café. Hmmmmm, tomara que o Ren não tenha comido tudo!
– Renzito, querido, se você comeu toda a panqueca, eu vou... - comecei a reclamar, mas logo parei. Havia um tigre enorme negro, com lindos olhos dourados no meio da cozinha. Tem. Um. Tigre. Na. Cozinha.
Ai, meu Deus... - murmurei, aflita. O tigre me encarava atentamente, me olhando de baixo para cima. Ele parecia me avaliar... como um homem! Sinistro. - REN! SOCORRO! - gritei em plenos pulmões e fui andando pra trás. Bom, eu não sabia o que fazer. Chamar o homem da casa parecia uma ótima opção. O tigre ficou agitado, mas apenas se balançou um pouco.
– Senhor, que ele não me coma... Durga, me proteja... - rezei baixinho, abraçando meu corpo.
Continuei olhando fixamente para o tigre, que finalmente olhou em meus olhos. E então, o choque.
– Yesubai? - um homem incrivelmente belo estava parado na minha frente. Não mais um tigre, sim um homem. O tigre se transformou em um homem. Um homem muito gato. Muito, muito gato.
– Eu tô ficando louca. - sussurro, encarando ele com descrença.
– Violette... - a voz calma e doce de Ren me tirou do transe que eu havia entrada, presa nos olhos dourados daquele lindo homem... que era um tigre!
– Eu senti tanto a sua falta. - o cara foi se aproximando de mim, mas eu recuei, pressionando minhas costas na pia.
– Não encoste em mim! - digo, firme, porém totalmente perturbada.
– Violette, se acalme, eu posso explicar... - Ren, dizia, tentando me acalmar. Mas não estava adiantando... PORQUE UM TIGRE ACABOU DE SE TRANSFORMAR EM UM CARA.
– Lette, vai ficar tudo bem. - Kel tentou sorrir para mim, mas tudo que conseguiu foi uma careta nervosa.
– Por que não me disseram que Yesubai... - o moreno de olhos dourados começou a falar.
– Não me chame assim! Meu nome é Violette! Eu odeio que me chamem pelo segundo nome! - interrompo o estranho, automaticamente. Argh! Como ele sabia meu segundo nome? Como ele me conhecia?!
– Seu segundo nome é Yesubai? - Ren me perguntou, chocado.
– Yeah, Violette Yesubai Lakshmi Lancaster. Eu já tinha falado que meu nome era enorme e que eu odiava falar ele inteiro. - bufo, tentando parecer mais relaxada.
– Por que Yesubai? - perguntou dessa vez o estranho.
– Porque é o nome da minha ancestral. Que particularmente não gosto muito, mas fazer o que, né? - disse nervosamente, batendo o pé ritmicamente. Eu acabei de ver uma das coisas mais absurdas e queriam falar sobre assuntos chatos? Argh!
– Não gosta...? - o estranho tornou a perguntar, com uma expressão levemente irritada. E isso me deixou irritada. Aquilo era a gota d'água!
– Claro que não. Ela traiu os príncipes! Traiu um reino por... por... obediência a um pai que nem ao menos a amava! Deixou ela... morrer... e... - balançacei a cabeça, estava ficando emotiva - eu fui a única da linhagem a herdar os olhos violetas. Em séculos, ninguém nunca chegou nem perto de ter olhos assim. Apenas eu. - dei de ombros, olhando para o chão. A estadia na casa da Kel não estava sendo como eu esperava.
– Mas se ela morreu, como...? - Ren parecia abalado, igualmente como o estranho. Kells estava calada, apenas nos observando de canto.
– Yesubai tinha uma irmã mais nova, Kharya. Ela foi embora do seu reino logo após enterrar a irmã. Deixou para trás o pai, um feiticeiro sinistro e toda a morte e destruição que ele estava causando. Construiu uma nova vida... porém não há como apagar o passado. - suspiro - ele sempre estará lá.
– Por que não nos contou isso antes? - perguntou Ren, passando a mão pelo cabelo, nervosamente.
– Há coisas mais importantes do que minha árvore genealogica, meu amor. - aponto para o cara/tigre - tipo ele. Ele se transformou em tigre. Ou um tigre que se transformou em homem. Tanto faz. Como?
Por um minuto inteirinho, minha melhor amiga, meu melhor amigo e o cara/tigre ficaram se olhando.
Percebi que eles não iam abrir a boca tão cedo, então tomei a decisão mais corajosa da minha vida. Algo dentro de mim pulsava de expectativa. Era a hora. Finalmente alguém que poderia confiar.

"Você tem uma missão a cumprir, querida. Vá em frente."

Algo sussurrava dentro da minha mente, indicando a direção.
– Ok... que tal fazermos um jogo? Eu conto um segredo meu e vocês contam o de vocês. - digo, dando um pequeno sorriso. De algum modo muito errado, aquilo parecia ser a coisa certa a se fazer.
– Segredo? - Kelsey disse, meio nervosa, meio surpresa.
– Segredo? - o estranho repetiu desconfiado.
– É, segredo. - revirei os olhos - não é só vocês que guardam segredos. Grandes segredos.
– Isso vai ser interessante. - diz Ren, e vai para a sala.
– Qual o seu nome? - perguntei para o cara/tigre.
– Kishan. - ele responde - sou irmão de Ren.
Uau. Que genética!
– Kishan. - assinto - eu sou Violette.
– É um prazer. - ele deu um sorriso arrasador e foi acompanhar o irmão até a sala.
– Igualmente. - murmuro sem muito firmeza.
– Também fiquei assim quando conheci ele. - Kelsey sussurrou para mim, que assenti. Pelo amor, aquele cara era um deus indiano! Olha só aquele corpo!
– Entendo... - sussurro de volta. E então rimos cumplices, enquanto nos sentávamos.
Me sentei no chão mesmo, ansiosa para saber de tudo. Os outros sentaram no sofá.
– Ok, eu primeiro. - falo, nervosamente. Respirei fundo. - e-eu sou uma pessoa especial. Eu tenho um dom.
– Dom? - pergunta Kishan, um pouco alto, provavelmente de surpresa.
– Não me interrompa! - mando, esticando a mão em sua direção e fazendo com que o vento fizesse pressão em sua boca, para que não abrisse.
– Seus olhos... - Kelsey se encolheu logo depois de falar, talvez com medo com que eu fizesse algo com ela também.
– Meu dom é: eu posso controlar os elementos. Água, ar, terra, fogo e espírito. Posso fazer isso desde que nasci. - olho para Kel - e os meus olhos mudam de cor de acordo com o elemento. Azul claro para água, vermelho para fogo, branco para ar, castanho para terra e púrpura claro para espírito. Alguns parentes distantes acreditam que esse dom foi concedido por Durga para um propósito maior. - suspiro - mas eu nunca descobri o tal propósito.
Estendo a mão novamente para Kishan e retiro a pressão. Ele arfa, respirando fundo logo depois.

– Uau. - murmura, impressinado.

– Bom, acho que achamos seu propósito, Vio. - murmura Ren, sorrindo fascinado.

Olho confusa para ele, mas me viro para Kishan e respondo seu comentario.

– É. - falo, um pouco corada - agora que eu contei um segredo meu...
– Bom, tudo começou com...

***

Depois de ouvir toda a longa história de Ren e Kishan, fico realmente fascinada. Principes guerreiros indianos de mais de 300 anos super gostosos. Uauuuuu!
Como eu não tenho nada a perder e, bom, ficou meio claro que talvez o meu dom foi dado para ajudar os tigres (Ren realmente é mais perceptivo que eu, as vezes), decidi ajudar eles em sua jornada pela liberdade. Eles (Kishan e Kelsey, Ren estava mais... relaxado) ficaram relutantes, claro, mas acabaram cedendo.
Ligamos para um tal de Senhor Kadam, um velho amigo deles e ele adorou a idéia d'eu entrar para a "equipe". Ele era um homem muito gentil e simpático, pelo que percebi.
E então, finalmente, fomos comer.

***

Durante a terceira omelete de Ren e a quarta de Kishan, Ren anunciou que queria voltar a praticar wushu. Kishan bateu palmas, deixando claro que mal podia esperar para surrar o irmão. Quanto amor.
Eu e Kel nos olhamos com expectativa, seria legal praticar luta com eles. Qual é, eles eram príncipes indianos guerreiros centenários! Isso é tão fantástico.
Eles alugaram um pequeno estúdio onde teríamos privacidade, para que Kishan e Ren pudessem instruir Kel e me dar umas aulinhas. Deram para ela um curso intensivo de Iniciação à Incapacitação de Seu Oponente, nada muito elaborado. Nós todos achamos que era melhor ela aprender alguns movimentos defensivos com a possibilidade de Lokesh estar rondando por aí, assim como a de sabe-se lá o quê estar à nossa espreita na próxima missão. Então nos alongamos por alguns minutos e em seguida Ren começou sua aula, usando Kishan para demonstrar, enquanto eu observava de canto, ainda me alongando, Kelsey observava os irmãos.
Ren ensiva as lições para ela, que estava obsorvendo bem tudo, porém, ela estava se distraindo muito facilmente. E Ren também. Ele pegava leve demais com ela e ela deixava.
Kishan grunhiu e se levantou, empurrando Ren e tirando-o do caminho. Eu fui atrás dele, com os braços cruzados.
– Desse jeito, ela nunca vai aprender. Ela precisa de um ataque de verdade. - o tigre negro reclamou.
– Não, você é bruto demais. Vai machucá-la. - contestou o outro.
– Kishan tem toda a razão, Ren. Temos que ser realistas! Esqueça seu maldito instinto protetor por um segundo e deixe-a tentar sozinha! - protestei, ficando ao lado do tigre negro.
– Mas e se você machuca-la? - insistiu Ren.
– O que você acha que eles vão fazer com ela? - retrucou Kishan.
Kelsey colocou o braço no de Ren.
– Eles tem razão. Está tudo bem. Deixe Kishan tentar. Vá com Lette.
Sorri e olhei para Kishan, que também sorria convencido.
– Somos demais. - sussurra ele, perto de mim. Perto demais!
– Se conseguimos separar o casalzinho mel, é, realmente. - sussurro de volta.
– Olha quem fala. - diz Ren, ficando a minha frente e nos encarando.
– Eu não vou nem perguntar o que você quis dizer com isso, tigrão. - falo, passando por ele e o empurrando com o ombro - vamos!
Ouvi ele rir, mas logo estava ao meu lado.
Continuamos treinando por um tempo, até eu e Ren pararmos para ver Kel dando um pequena surra em Kishan.
– Ai, meu Deus! - comecei a rir do pobre príncipe rolando de dor no chão, junto com Ren.
Fui até Kishan, ajudando-o a levantar, pois Ren já carregava Kelsey no colo, como se ela fosse uma criança.
– Se ele está assim só por causa de um galo na cabeça... como ele ficaria se ela tivesse que lutar por conta própria, sem sua ajuda? - murmuro para mim mesma.
– Ele surtaria. - Kishan responde ofegante, me fazendo observa-lo.
– Você está bem? - pergunto, estendo a mão para ele.
– Já estive pior. - diz, fazendo uma careta ao levantar.
– Imagino que sim... - comento distraidamente, apoiando o braço dele ao redor dos meus ombros.
– Obrigado. - ele agradece, me olhando intensamente.
– Tudo bem. - sussurro, desviando o olhar para o chão. Ele parecia bem interessante.
Logo chegamos ao carro e o Kishan já estava recuperado. Kelsey estava com dor de cabeça, mas tentava tranquilizar Ren, que agia como se ela tivesse com um traumatismo craniano.
– Relaxa, cara. - digo para Ren, enquanto ligava o carro - lá vai um conselho para você: garotas odeiam cara super protetores. Homens protetores são fofos, confesso, mas quando eles exageram... - ajeitei o retrovisor para olhar bem nos olhos azuis dele - é um pé no saco. - e solto uma risada, para descontrair.
Kelsey fica calada, na sua, olhando para a paisagem, sem discordar com concordar comigo. Kishan sorria um pouco, também olhando para a paisagem. Já Ren ainda me olhava pensativo. Pisquei para ele e endireitei o retrovisor novamente.
E então partimos para casa.


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Notas finais do capítulo

quero comentários, hein u-u



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