De Outra Maneira escrita por Marie Claire


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente :) capítulo fresquinho saindo do forno, obrigada a todos os que estão acompanhando a história, é importante para a Mariezinha aqui! Bjs :*



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O quarto em que eu ficaria naquele lugar horroroso era o último do corredor, bem longe do quarto de Sabrina. Seja lá quem fosse aquela garota, eu queria ficar bem longe dela, e alguma coisa fazia eu me sentir segura perto de Jacqueline. Por sorte, eu tinha a companheira de dormitório certa.

Quando ela abriu a porta do nosso quarto, vi que não era tão grande, mas era uma suíte. Haviam quatro camas, uma do lado da outra, que ocupavam todo o espaço do quarto. Na parede oposta as camas, havia uma grande mesinha, provavelmente para fazer as tarefas escolares, com quatro cadeiras espalhadas ao longo dela. As paredes do quarto eram pintadas de um branco bem pálido, e o chão era de pisos também brancos. Pude perceber que as três primeiras camas estavam ocupadas, pois haviam malas em cima delas, e a minha seria uma das camas do canto, a que sobrou para mim.

– Como você pode ver – Jacqueline me disse, colocando a mala de roupas da segunda cama ocupada por debaixo da mesma – Não temos guarda roupa. Suas roupas ficarão dentro das malas. Pode deixa-las ali.

Ela apontou para a cama desocupada, e eu fiz o que a garota indicou. Quando me sentei, pude perceber que pelo menos o colchão em que eu iria dormir de agora em diante era muito bom.

– Nossas colegas de quarto estão na aula – A garota comentou – Você é tão quieta. Por que?

– Sei lá, eu não queria estar aqui – Eu disse, extremamente desanimada.

– Ah, relaxa. Ninguém queria. Pode me chamar de Jacque – ela se sentou ao meu lado e me encarou por alguns instantes – Allana, o que você fez para estar aqui?

Eu olhei bem no fundo dos olhos de Jacque. Aquela garota me era familiar.

– Eu não fiz nada, essa é a questão – Respondi.

– Ninguém fez – Jacqueline rebateu – Mas se você contar o seu, eu conto o meu.

– Jacque, não me leve a mal, mas eu realmente não quero falar sobre isso – Sim, isso era verdade. Eu não aguentava mais lembrar daquela história horrorosa. Só queria dormir até não aguentar mais.

– Ok, vai ficar sem saber – Ela respondeu.

Como se eu me importasse, eu pensei. A morena levantou da minha cama e foi até o minúsculo banheiro da nossa suíte. Eu aproveitei para colocar minhas malas debaixo da minha cama e me espatifar nela. Realmente, não lembro de ter visto Jacque sair do banheiro.

***

– Ei, novata! Levanta dessa cama!

Alguém estava me chacoalhando. Sim, esse alguém era Jacqueline. Eu estava tão cansada que havia apagado, e não fazia ideia de que horas eram, só sabia que queria continuar ali, dormindo como se não houvesse amanhã.

– Tudo bem, eu já entendi! – Eu disse, me livrando dos chacoalhões da garota – Não se pode nem mais dormir em paz nesse quarto?

– Você devia me agradecer – Jacque disse. Ela havia trocado de roupa enquanto eu dormia, pois estava usando um vestido florido e vans cor-de-rosa – Já é quase 12h, e você não quer perder o almoço também, quer?

Senti meu estômago roncar e pude perceber que eu realmente estava faminta.

– Ok, você tem razão – Eu disse – Valeu por me acordar.

Levantei na cama em um pulo e fui até o banheiro lavar o meu rosto. Puta que pariu, eu estava acabada. Meu cabelo comprido estava todo embaraçado e haviam olheiras debaixo de meus olhos verdes. Apenas passei um pouco de pó que estava em cima da pia e escovei meus cabelos.

Acompanhei Jacque até o refeitório. Ela parecia feliz, pois andava meio saltitante, o que a fez parecer uma garotinha, por causa de seu vestido. O refeitório estava bem cheio, haviam muitas mesas de seis lugares espalhadas pelo salão, e um grande balcão com as comidas. Ok, não haviam muitas variedades, hoje tinha arroz, feijão, salada de maionese e frango cozido, mas tudo parecia ser bem feito. Olhei para os lados e não encontrei Sabrina, a ruiva misteriosa. Paramos em frente a uma mesa com quatro dos seis lugares ocupados, por duas garotas e dois garotos.

– Pessoal – Jacque disse com animação na voz – Essa é a Allana.

– Oi – Todos responderam em uníssono.

– Prazer Allana, meu nome é Melissa.

Melissa era uma garota loira de olhos azuis incrivelmente linda, e seu sorriso era incrivelmente fofo. Me deu vontade de apertar as bochechas rosadas dela.

– Prazer, Henry – o garoto do lado de Melissa me disse dessa vez. Ele era alto, moreno de olhos negros – Sou o namorado da Mel – Ele completou baixinho, sorrindo.

_ Olá, Lívia – A baixinha sentada do outro lado da mesa sorriu. Ela tinha cabelos loiros como os de Melissa, e olhos negros como os de Henry - Eu sou...

– Ela já sabe, bebê – Jacque a interrompeu. As duas sorriram e coraram um pouquinho.

Olhei para a última pessoa da mesa. Ele estava me encarando, seus olhos eram negros como a noite, assim como seu cabelo. Tinha um olhar sedutor, e aquilo mexeu com algo dentro de mim. Me senti ficar vermelha.

– Prazer em te conhecer, Allana – Sua voz era doce e aveludada. Meu coração deu um salto – Meu nome é Cauê. E não tenho namorada.

Todos riram, mas meu riso foi mais uma coisa nervosa.

– Então pessoas, o que acham de irmos comer antes que a comida acabe? – Propôs Melissa. Todos concordaram e se levantaram para pegar sua comida. Eu fiquei um pouco para trás do bando, não porque eles mandaram, mas porque eu quis assim. Percebi que todos estavam prestando certa atenção em mim, principalmente Cauê.

Fizemos uma fila indiana (eu era a última) para pegar a comida. Peguei meu prato e fiquei observando se eu deveria mesmo comer aquele arroz. Não parecia ter nada de mais, então aproximei minha mão da colher para pegar um pouco, mas quando o fiz, uma garota esbarrou a mão dela na minha.

– Oh, perdão – Eu disse, olhando diretamente nos olhos da garota, o que me fez ter medo. Os olhos verdes me fitavam e pareciam estar com raiva. Era Sabrina, a tal ruiva.

– Tá locona, garota? – Ela respondeu, um pouco exaltada – Eu nunca nem te vi assim, e você acha que pode ir pegando a minha comida?

– Me desculpe, eu não tinha te visto – Eu respondi, provavelmente com a calcinha toda borrada.

– Desculpa é o caralho, me serve agora, sua vadia!

– Sabrina – Lívia se intrometeu no nosso meio – Deixa ela em paz!

– O que está acontecendo aqui? – Disse uma outra voz, que eu reconheci ser de Tina. Ela estava olhando com fúria para Sabrina, Lívia e eu.

– Essa vaca queria roubar minha comida – Sabrina explicou, de uma maneira nada verdadeira, apontando para mim.

– Sabrina, fale direito o nome das suas colegas. O nome dela é Allana – repreendeu Tina – Mas de qualquer forma, as duas serão punidas por brigarem. Ficarão sem almoço. Para os dormitórios, já!

– Você me paga, Vacana! – Sabrina disse e saiu do refeitório, batendo a porta. Legal, agora ela havia me dado um apelido super gentil.

Olhei para Tina, e ela estava me encarando, de braços cruzados, esperando eu me retirar. Sem ter escolha, abri a porta do refeitório e subi o primeiro degrau da escada. Quando olhei para cima, vi a sombra dos cabelos ruivos indo corredor a dentro, e achei melhor não topar com Sabrina quando estivesse sozinha. Dei meia volta e corri para fora do grande casarão.

Fui correndo até a parte de trás, que ainda era desconhecida para mim. Me deparei com um vestiário, provavelmente para as aulas de natação, e a grande piscina coberta. Por trás da piscina havia uma parte totalmente descampada, e foi lá mesmo que eu me sentei, na grama verdinha, vigilante, com medo de que Sabrina aparecesse com uma faca, igual nos meus pesadelos malucos.


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Notas finais do capítulo

É isso galera, gostaram? Comentem!
Valeu genteeeee!



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