De Outra Maneira escrita por Marie Claire


Capítulo 14
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Voltei, galera! Terça como combinado!
Boa leitura ^^



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      Eu estava imóvel. Sabrina e Henry conversaram muito pouco durante o trajeto que fizemos e eu só conseguia sentir o sacolejo do carro. Demoramos um pouco para chegar sei lá onde, mas senti um frio na espinha quando o carro parou. Sabrina e Henry saíram dele e abriram a porta para me tirar de lá. Henry foi cuidadoso e me carregou no colo até dentro de uma cabana, no meio de uma floresta. Parecia ser um pouco grande e quando Sabrina abriu a porta, Henry entrou comigo. O cômodo era grande e cheio. Tinha uma televisão e sofás, tapetes e uma mesinha. Não deixei de notar uma lareira no canto. Henry seguiu comigo por um corredor cujo havia muitas portas. Ele abriu uma. Era um quarto e me deixou na cama. Sabrina ficou na porta, observando Henry levantar o dedo e retirar o feitiço aos poucos.

      Quando eu consegui me mexer, a única coisa que eu consegui fazer, foi chorar. Sabrina pareceu irritada, pois ficou revirando os olhos.

      - Dá para calar a boca do bebê chorão? – Ela disse para Henry, que a encarou com um olhar irritado e tentou me abraçar. Eu recuei.

      - Que lugar é esse? – Perguntei, em meio as lágrimas. Eu queria sair dali o mais rápido possível.

      - Essa é a cabana que a Sabrina se escondia, meu amor. – Henry disse. Como se eu tivesse dado intimidade para ele.

      - Quando eu fugi da torre que o meu pai me colocou, eu vim para cá. Ninguém nunca me achou! – Sabrina disse. Seu tom de voz era arrogante. – Esse aqui é o bosque que você morreu.

      Eu estremeci.

      - E porque está me prendendo aqui, Sabrina? Quer me matar de novo? – Eu perguntei.

      Sabrina sorriu. Não um sorriso normal, bonito. Mas um sorriso de um psicopata. Ela mordeu o lábio inferior e continuou:

      - Se não fosse pelo meu acordo com Henry, eu te mataria. – Enquanto ela falava, eu me levantei e fiquei parada na sua frente, observando seus olhos verdes. – Mas o nosso acordo foi que você ficaria viva para fugir com Henry e eu tomaria o meu lugar de volta, com meu papaizinho e me casaria com o meu Cauêzito.

      Senti a raiva subir pelo meu corpo. Ela nunca se casaria com Cauê, nunca conseguiria o meu lugar naquela casa.

      - O Cauê me ama, ele não vai casar com você! – Gritei.

      A reação de Sabrina foi imediata. Logo que acabei minha frase, ele me deu um tapa na cara, tão forte que eu caí no chão. Henry me ajudou a levantar e me abraçou, contra a minha vontade.

      - Agora está amanhecendo e eu vou colocar o meu plano em ação. – Sabrina disse calmamente. – Lembre-se do nosso acordo, Henryzinho. Eu cumpro a minha parte e você cumpre a sua. – Ela bateu a porta, sem nos dar chance de resposta.

      - Ela vai para a casa do meu pai? – Perguntei para Henry, que me fitava com seus olhos escuros. Tenho que admitir que ele é bem bonito, mas eu amava Cauê. Viver com Henry estava totalmente fora das minhas expectativas de vida.

      - Sim, Lana. – Ele me respondeu, tentando me tocar. Eu recuei. Ele pareceu um pouco irritado, mas tentou manter a calma comigo. – Olha, a gente vai viver junto agora. O combinado com a Sabrina foi ficarmos até o plano dela dar certo. Depois, nós vamos para o mundo humano e ficaremos lá para sempre.

      - Eu não vou viver tanto! – Eu estava entrando em desespero. Queria ir embora dali, voltar para os braços do meu amado e ir com ele para bem longe de Henry.

      - Allana, meu amor. Eu conheço vários Rituais para fazer você viver muito tempo. – Ele se levantou e caminhou até a porta. – Agora, durma um pouco. Seja boazinha e não tente fugir. Eu amo você.

      Henry saiu do quarto, fechando a porta e me deixando sozinha com meus pensamentos.

POV’S SABRINA

      Bati a porta do quarto que a Vacana ficaria. Que ironia! Eu quis tanto matá-la e agora ela está bem aqui, na minha cabana e eu não posso fazer nada. Se não fosse esse acordo com Henry... Mas até que ele está sendo útil. Muito útil. É realmente melhor que as coisas estejam assim, agora tenho esses dois na palma da minha mão. Vou conquistar minha família de volta, ocupar o lugar que sempre foi meu por direito, me casar com o Cauê e Henry sumiria com essa garota insuportável.

      Fui caminhando em direção a casa de meu pai. Minha casa por direito. As ruas estavam começando a ficar cheias, pois os bruxos também precisam trabalhar. Todos naquela maldita cidade sabiam o que eu havia feito com a minha irmãzinha. E todos me olhavam torto por isso. As fadas cochichavam por minhas costas, e eu fingi que não vi. Quando eu recuperasse o meu posto, iria fazer com que meu pai, o rei desse lugar, assinasse uma lei que banisse as fadas de voar tão baixo. Eu odeio fadas.

      Eu não estava tão próxima da casa assim, talvez ainda faltasse metade do caminho, mas vi a melhor pessoa que eu poderia ter encontrado. Cauê! O meu amor, que também era meu por direito. Eu iria conquistar aquele gostoso só para mim. Fiz minha melhor cara de boazinha e corri na direção dele. Ele não demorou para me ver e fechar a cara. Aliás, parecia estar com muita raiva.

      - Cauê! – Eu disse, tentando abraça-lo. Ele me empurrou e eu cambaleei para trás, quase caindo. Bom, eu já esperava por isso.

      - Cadê a minha Allana? – Ele me perguntou, cheio de raiva no olhar. Eu, claro, fingi que não sabia de nada.

      - Como assim? A Allaninha não está com você? – Fiz cara de choro, mas no fundo eu queria gargalhar.

      Cauê bufou de raiva. Ele olhou para os lados, parecia estar perdendo a paciência.

      - Sabrina, você não me engana. Eu sei que você sabe onde ela está!

      Essa era a hora. A hora de fazer meu drama para que Cauê tivesse pena de mim e me levasse para casa.

      - Cauê, eu me arrependi do que eu fiz com a minha irmã! – Eu comecei a soluçar e falsas lágrimas escorreram pela minha face. – Eu sofri muito no reformatório quando vocês foram embora, eu apanhei de uma garota! – O que era mentira, mas ele não precisava saber. – Eu queria encontrá-la e pedir desculpas, por isso estou indo para a casa de meu pai. Me leve para lá, por favor! - Eu o abracei. Cauê não me empurrou dessa vez, mas também não correspondeu o abraço.

      Devagar, ele foi me afastando. Segurou nos meus ombros, me mantendo de frente para ele. Deus, que cara fenomenal. Eu ficava caidinha por ele e não fiz questão nenhuma de esconder.

      - Sabrina. – Ele disse devagar, aquela voz aveludada e sexy chegando nos meus ouvidos, me fazendo ficar toda derretida e com vontade de agarrá-lo ali mesmo. – Eu quero mais é que você se foda!

      Ao terminar de dizer aquilo, ele me empurrou para o lado e continuou a caminhar furiosamente, procurando aquela inútil da minha meia irmã. Eu mordi o lábio inferior ao vê-lo caminhar com passos apressados. Aquele homem me deixava louca.

      Continuei o meu caminho dando saltinhos de alegria, pois Cauê ainda seria meu. Seria muito difícil conquista-lo, mesmo com Vacana fora do caminho. Mas eu ei de conseguir, ou não me chamo Sabrina Lestranger.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da reação do Cauê? Me contem nos comentários, amores!



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