O Problema de Laure escrita por A L Reich


Capítulo 2
Dia Um


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: Os metrôs dessa geração andam por trilhos de muitos metros de altura, como uma montanha russa. Além de poderem ir muito fundo nas viagens subterrâneas. Ou seja, eles não ficam só embaixo da terra como podem estar nos ares sustentados por trilhos, apenas.



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CAPÍTULO 1

O primeiro destino de Ally, seria O'Steiner, a clínica mais antiga da cidade, que estava junto com a elite e com o governo. Ela não havia contado a ninguém mas, estava decidida a ir trabalhar lá. Muitos tinham medo, principalmente quando entravam para as equipes de resgate, e ela não sabia o porquê. Na sua mente, era o que tinha fora da cidade. Poucos saíam de lá e contavam lendas sobre alienígenas que moravam nas proximidades, procurando um brecha na cúpula para poder entrar. A cidade se localizava dentro de uma cúpula gigantesca, pois o oxigênio lá fora não era favorável.

O lugar era muito grande, a garota não fazia ideia de quantos andares tinha, mas no momento, aquilo não importava. As vagas estavam sempre abertas para a equipe de resgate, diziam ser bastante perigoso e poucos se arriscavam. Aliss, como era seu nome verdadeiro, se arriscaria para apenas provar sua coragem, mas era pela irmã. O que ela não faria por Laure, a quem amava tanto?

Os portões do local eram de vidro, e ficavam sempre abertos. Havia dois guardas também, um do lado esquerdo e outro do direito. Estes, muito bem armados. Eles não impediram Ally de entrar, nem nunca impediriam, independente do estado da pessoa. No máximo, ajudariam quem precisasse se manter em pé para chegar ao andar desejado. Mas as pessoas só podiam entrar lá se tivessem um cartão de identificação, se passassem pelo portão sem isso, ele apitaria e expulsariam ela de lá brutalmente.

Tinha um grande salão ali, a recepção ficava logo ao lado esquerdo. Tudo era de mármore, menos o lustre que brilhava no teto e as cadeiras emborrachadas, que no momentos estavam fazias. O elevador ficava visível a quem olhasse lá para dentro, mesmo de fora do prédio. A garota apertou o botão de subida e instantaneamente, ele se abriu. Logo cogitou que o lugar estava vazio, os pacientes dentro de suas salas e ninguém pegaria o elevador naquele dia a não ser ela. Passado alguns segundos, apareceu um holograma de mulher na sua frente e ela falou, formalmente, os números para onde ela iria. O holograma pareceu carregar as informações e logo desapareceu. Quando Ally saiu de lá, deu de cara com uma mulher negra vestida de branco, e quase pulou de susto.

— Desculpa assustá-la. Creio que sei o que veio fazer aqui. Acompanhe-me. — disse a mulher, virando-se. Ally fez o mesmo. — Então, qual seu nome?

— É Aliss Hyland. Mas gosto que me chamem de Ally.

— Então, Aliss, é por aqui — Ela abriu uma porta e deu espaço para a garota passar. — Aquela loira ali vai lhe dar as informações necessárias. — Ela apontou para um mulher e saiu, fechando a porta.

Ally caminhou até ela, que observava um garoto se esforçar para subir numa parede e não cair no buraco que estava aberto no chão. Estava se metendo numa tremenda fria, mas só percebera agora. Esperava que aquilo não fosse um teste.

— Olá. — falou, esperando a mulher lhe dar atenção. — Quero entrar para a equipe de resgate.

— Siga-me — A mulher começou a andar para o lado oposto para onde estava olhando. — Você precisa preencher umas papeladas primeiro, depois ver as recomendações.

— Só isso? — Ela pareceu empolgada.

— Não. Você tem que fazer os testes de sobrevivência, o que será de você se trabalhar aqui sem saber de nada? Não queremos uma garota tão jovem morta. — Abriu uma porta branca e dirigiu-se a uma mesa no centro da sala. Sentou numa cadeira do outro lado e colocou alguns papéis em cima da mesa, na direção de Ally. — Leia antes de começar. Deixarei você sozinha, quando terminar, pode me chamar. — Ela saiu, séria.

Aliss sentou numa cadeira que havia ali e começou a ler o formulário, inspirando e expirando, porque nem acreditava que estava ali. Pensar que tudo daria certo a fez se encorajar para continuar com aquilo. Ter um trabalho era só o primeiro passo, Laure nem sequer tinha a ver com isso. Sabia que ganharia muito com aquilo, e talvez pudesse fazer exames nela ali mesmo.

Formou-se em medicina?

( ) SIM

( ) NÃO

Era a última pergunta, e Ally marcou sim. Ao terminar, assinou seu nome no campo abaixo e foi procurar pela tal mulher. Saindo da sala, não avistou-a, então resolveu perguntar a uma garotinha ali, que não parecia ter mais de quatorze anos.

— Oi, você sabe me dizer onde está aquela mulher loira que estava aqui?

— Ah, a minha mãe? — Ally confirmou com a cabeça. — Sim, eu te levo até ela.

— Qual o seu nome? — perguntou Ally, no caminho.

— Delilah. — disse, logo avistando a mãe no fim do corredor pelo qual andavam. Conversava com a mesma mulher negra que levara Ally até ela.

Antes que as duas pudessem chegar até elas, foram avistadas e Ally apenas levantou a papelada na altura da cabeça, dando um sorrisinho como quem dissesse "terminei". Delilah arrastava ela pelo pulso, andando rapidamente.

— Mãe, esta moça quer falar com a senhora. — disse a garota, que já era quase do tamanho das duas mulheres que ali estavam.

— Ah, sim. Aliss, não é? Vamos para os testes. Obrigada, Lila, pode ir. — falou a mulher, sorrindo para a filha.

As três voltaram para o que Ally pensara ser a sala dos testes, e Delilah fora na direção contrária, provavelmente pegaria um elevador.

— Senhora, que tipo de testes são esses?

— São testes de sobrevivência. Se acalme, você não vai se machucar. No máximo alguns arranhões. O primeiro é feito aqui. — Ally chegara novamente àquela sala, onde avistara o tal garoto.

Placas de vidro separavam a sala do teste, para que pudessem ver como se saiam, mas sem interferir com conversas sobre, por exemplo, como fariam sua espaçonave voar. Aquele povo realmente falava alto. A garota até a porta, prestes a abri-la, mas foi impedida por outra garota.

— Espere. Você não pode ir assim. Venha pegar os equipamentos. — Ela levou Aliss até uma mesa, com várias coisas. — Eu sou Hazel, vou trabalhar com você. Que tal irmos juntas?

Ally apenas afirmou com a cabeça enquanto pegava um cinto e colocava na cintura. Ele tinha três bolsos, neles podia guardar algo. Ela pegou três pequenas bolas, que seriam bombas.

— Não clique aí. — Hazel disse para Ally. — É pequena, mas faz um grande estrago.

Ela guardou-as nos bolsos do cinto, pegou quantas pôde. Depois pegou uma bolsa e guardou duas armas, junto de um canivete. Também pegou pomadas e faixas, mas não sabia para que serviam. Por fim, uma siringa com uma substância azul que borbulhava.

— Vem. Eu te explico tudo lá. — Hazel foi até a porta e abriu-a, entrando. Deixou aberta para que ela pudesse ir junto.

Aliss observou tudo o que a garota de cabelos coloridos fez. Ela desceu calmamente as escadas que estavam ali, até a água e nadou para o outro lado, começando a escalar numa parede descomunal, como paredes de montanhas. Não era reta nem lisa, e isso facilitava sua subida. Ally não pensou em descer escadas, mas sim em pular na água. E foi o que fez. Hazel tomou um banho e quase se desequilibrou, além de levar um susto. Ela apenas riu da garota de cabelos coloridos, depois começando a escalar também. Ao chegarem lé em cima, deparam-se com um campo imenso cheio de radares. Esperavam estar num lugar alto, não encontrar um campo. O'Steiner era realmente gigantesco.

— O que temos que fazer agora? — perguntou.

— Procurar pessoas machucadas, talvez?

— Mas eles nem nos deram instruções.

— Acho que não teremos instruções quando formos resgatar pessoas de verdade. — Ela estava certa. Teriam que descobrir o que fazer para poder agir.


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