“Mas que merda!” - exclamei quando a caixinha caiu dentro do vaso. Com uma cara de nojo, tirei-a lá de dentro e li as instruções. Sabia que testes de gravidez de farmácia não eram assim tão confiáveis, mas eu nunca iria no hospital para fazer um. 

Segui todas as instruções da caixa. E então, o veredicto: Oh my God, estou grávida.

Respirei fundo. Mas que merda! Não porque eu não queria ter um filho, mas porque eu não queria ser a responsável por colocar mais uma criança nesse mundo terrível.

Me encostei na parede do banheiro.  Comecei a me sentir mal. A mesma sensação do dia anterior voltou a mim. Será que Sarah estava bem?

Não, não estava, eu podia sentir. Pouco me importava agora se eu iria ter um filho. Eu poderia pensar nisso depois. Não, não poderia. Eu estava feliz sim por estar grávida, não iria parar de pensar nisso, mas também não podia simplesmente ignorar o sentimento de algo errado ter acontecido.

Olhei pela janela: já estava escuro. Corri até o andar de baixo, onde encontrei Amy, Michael e Karl conversando.

“Querida, o que foi?” - perguntou Karl, preocupado.

“Precisamos ir visitar os Reynolds. Agora.”

“Acho que isso não será necessário Eowyn.” - disse Michael.

“Por que?”

“Porque nós estamos aqui.” - Ouvi a voz de Nithara. Virei-me e encontrei todos os Reynolds lá, exceto Luke e...

“Onde ela está?”

“Eowyn, se acalme.” - disse Nithara -  “Sua irmã estava bem quando nós chegamos lá. Mas teve uma hora que Jonathan não conseguiu mais ler seus pensamentos.”

 “Como assim?”

“Não sabemos. Pelos pensamentos de Luke, que estava com ela, sabíamos o que estava acontecendo, mas... teve uma hora em que não conseguimos ler os dele mais.

“Por que?”

“Não sabíamos, então fomos checar. Sua irmã tinha sumido e Luke estava morto.”

“COMO ASSIM TINHA SUMIDO?”

“Ela tinha fugido, então fomos atrás dela. Mas infelizmente as feiticeiras chegaram antes.”

Congelei. Minha irmã tinha que estar bem. Tinha. - “Então... vamos atrás dela!”

“Não é tão simples assim Eowyn. Achamos que sua irmã...”

“Não, por favor não diga isso Nih!”

“... está morta. Me desculpe.”

Foi quando meu mundo caiu. Não, minha irmãzinha não podia estar morta, simplesmente não podia.

Senti tudo em torno de mim girando, não conseguia mais ficar em pé.

“Eowyn!” - ouvi a voz de Karl me chamando. Senti braços frios me impedindo de cair no chão, mas não importava, nada mais importava. Tudo foi escureceu de repente.

Se Sarah estava morta, então eu não poderia mais viver.