POV BELLA.

Capitulo 14 – Dores.

Minha cabeça latejava, meus braços doíam. Meu corpo estava fraco e meu coração sangrando, sem nenhum curativo.

Meu corpo inteiro doía, nunca pensei passar por tamanho trauma, por tamanha dor.

Abri os meus olhos que estavam pesados, e mirei bem onde estava...

Estava em um quarto branco, com um cheiro de hospital, será que eu estava em um hospital? Como me acharam? O que se passara com James? Quanto tempo fiquei inconsciente?

Fui espancada, machucada usada – novamente.

Estava tão perdida, tão sozinha. Teria de segurar mais um fardo na minha vida, mas problemas, e conseqüências!

Tentei levantar para ver onde eu estava e ao lado de minha cama a avistei – Alice sentada, dormindo com a cabeça apoiada na parede, pálida e com a uma expressão preocupada.

Fui voltar à posição em que estava, mas meu corpo estava dolorido demais, e acabei soltando um gemido involuntário.

- Bella? – disse Alice acordando, com a voz grogue e ainda mais preocupada.

Pela primeira vez testei minha voz.

- Alice – disse afirmando.

- Oh você acordou, está bem? – disse Alice correndo até mim – Estamos tão preocupados.

- Alice, onde eu estou? – perguntei não evitando minha curiosidade.

- Ah, você está na minha casa – ela disse vendo a ruga que se formou entre os meus olhos e parecia ler minha mente, ela respondeu já vendo que eu iria perguntá-la – Aqui em casa têm um mini hospital, eu a achei sangrando, machucada no chão do banheiro da escola, avisei ao Edward e viemos trazê-la pra cá, pensamos ser o melhor pra você, do ter que levá-la ao hospital.

Então quer dizer que Edward estava aqui? Ele me ajudou? Ele me viu naquele estado?

Mesmo longe dele, ele me ajudou. Abri um sorriso, mas imediatamente ele se fechou...

Meu Pai? Ele sabe? E o Paul?

Tantas perguntas e nada respondido.

- Alice, meus pais eles... – tentei dizer, mas Alice me interrompeu já prevendo o final da frase!

Ela lia mentes? Sempre consegue captar tudo antes mesmo de acontecer, ou sem nem ter uma dica.

- Ninguém sabe que esta nesse estado, disse para sua mãe que iria dormir aqui – dizia Alice – ela deixou, e achamos melhor não falar pra ninguém, Carlisle poderia cuidar de ti sem dar preocupação aos seus pais.

Como se minha mãe fosse se preocupar, ela estaria rindo nesse momento, com um pouco de culpa, mas estaria zombando da minha dor.

Tentei novamente me levantar a uma pontada na minha cabeça me atingiu em cheio, cai no travesseiro e soltei um gemido de dor, bem pior que o de antes.

- Acho melhor chamar Carlisle para ele lhe dar um anestésico – dizia Alice saindo da sala.

- Alice – disse a fazendo se virar – que horas são?

- São – ela parou pra olhar no relógio do pulso e me respondeu – 06h37min da manhã.

Depois disso ela saiu. E eu fiquei sozinha.

Tentei pensar em tudo o que me passou nessas 24horas que eu provavelmente devo ter ficado após o infeliz incidente!

Parei bem pra me alto avaliar, eu estava com um manto branco, com fios nos meus braços, no meu peito, juntamente com uma faixa por conta do corte que o James fez em mim, minha perna estava enfaixada? Como assim?

Eu nem tive tempo de terminar minha auto avaliação, vejo Carlisle entrando com um manto branco e com uma seringa na mão.

- Como se sente Bella? – disse Carlisle preocupado – estava terrível quando chegou aqui!

- Estou bem Carlisle – disse sentindo minhas bochechas queimarem, provavelmente estou ruborizada – Desculpa a preocupação e ter feito você levantas à uma hora dessas...

- Nada disso Bella, sem problema nenhum, e fico feliz que esteja bem, mas Alice me disse que estava reclamando de dor – disse Carlisle aplicando a seringa no tubo que estava conectado à agulha dentro do meu braço.

- Obrigada por tudo Carlisle.

- Que isso Bella – dizia Carlisle – descanse, eu lhe apliquei também um tranqüilizante; Portando sua noite será bem tranquila!

Saiu Carlisle após me dar um beijo na testa. Ele era um homem magnífico, Alice, Edward e Emmett tinham sorte de terem um pai como aquele, ele me lembrava muito meu pai!

E a Esme, um doce de pessoa, uma mulher que ajudava a todos, sem maldade!

Uma mãe de verdade – eu queria tê-la como minha mãe...

A partir desse pensamento, meus olhos ficaram marejados. Eu tinha raiva da minha mãe, e mais raiva de mim, por tudo, pelo passado e pelo presente e ainda mais por amá-la apesar de tudo que ela me faz sofrer – eu a amava um pouco, mas o suficiente pra me derrubar mais ainda!

Deixei as lagrimas caírem, era mais um peso sendo descarregado, ou pelo menos aliviado...

Além de tudo o que passei em minha vida, além da volta do James, além de Phill e da Renée, ainda tinha o Edward, eu havia o magoado e me magoado, e em pensar que ele esta na mesma casa que eu, deixou a atmosfera muito mais pesada e melancólica.

Sempre fui triste, até porque minha vida não é fácil. Não é um mar de rosas, não é uma vida comum e feliz, com problemas com amigas, com namorados, com brigas bobas com a mãe como “Você voltou tarde mocinha”, isso ainda mostrava a preocupação, mas a minha vida não tem isso.

Concentrei-me apenas no Edward, sentindo o remédio fazer efeito. E adormeci com aqueles olhos esverdeados em minha mente.

"As lágrimas são o sagrado direito da dor." ( Franz Grillparzer )