Carrossel continuação escrita por Gina15


Capítulo 4
A festa começou




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/663247/chapter/4

POV Kokimoto

A festa já tinha começado. Todos estavam se divertindo muito.

–-Koki, reparou que o mauricinho do Jorge e a Maria Chatonilda não chegaram ainda?—Paulo comentou enquanto trocava a música para uma eletrônica pesada.

–-Eles postaram essa foto no friendbook, acho que eles estão vindo para cá.—mostrei a foto para Paulo no meu celular.

Antes que ele pudesse digerir a situação uma buzina soou alto do lado de fora da casa fazendo Paulo desligar a música.

–-O que foi isso?—Adriano perguntou meio confuso.

–-Uma buzina?—Jaime sugeriu enquanto engolia mais uma coxinha.

–-Isso a gente tinha reparado, né filhote de orca.—Paulo retrucou.

–-Gente vamos parar de briga e ir lá fora ver o que é.—Carmem colocou ordem na confusão.

–-Vamos!—Mario chamou. Rabito já tomou a frente e saiu correndo, às vezes eu acho que aquele cachorro e mais corajoso que todo mundo junto.

Corremos para fora onde nos deparamos com uma linda limusine preta.

–-Carlos, volte para nos buscar dentro de umas três horas.—Jorge falou para o motorista enquanto saia da limusine ajudando a Maria Chatonilda.

–-Ah, isso é tão romântico.—Laura suspirou quando Jorge beijou a mão da Maria Joaquina, vi Alicia fingindo vomitar junto com Mario.

–-O que foi? Perderam algo por aqui?—Jorge perguntou notando que todos os encaravam abismados.—Eu achava que a festa era lá dentro.

–-E tá certo. Vamos voltar antes que tumultuemos a rua.—o Daniel tem essa mania de usar palavra difícil.

Seguimos para dentro da casa novamente, ainda encarando o casal que tinha chegado espantados. Ri quando reparei Cirilo vermelho ao lado de Marcelina. O chocolate tava com ciúmes.

–-Paulo—Marcelina chamou o irmão.—Me faz um favor?

–-Depende?—Paulo replicou.

–-Coloca o caraoquê para a gente cantar um pouco.—Marcelina pediu e Paulo fechou a cara enquanto ajeitava a touca.—Por favor...

–-Se for para você parar de encher—Paulo disse, parou a música e me passou o microfone para fazer o anuncio.

–-Quietos, que o samurai tá mandando—falei com um sorriso travesso.—Agora vamos dar uma paradinha com a música para soltar um caraoquê. Quem quiser se voluntariar venha aqui e escolha a música.

Valeria praticamente empurra Davi para frente e este, sem escolha, vai para o palco improvisado.

–-Tem alguma lenta?—Davi perguntou em voz baixa.

–-A “cê” quer uma dessas românticas?—Paulo perguntou e mostrou uma lista que estava no notebook.

–-Você tem uma lista só de música romântica?—questionei com um sorriso e ele mostrou a língua.

–-Foi a Marcelina que baixou aqui.—explicou e depois olhou para Davi.—Escolheu?

–-Essa.—Davi apontou e Paulo deu ombros.

Eu praticamente dormi enquanto a música tocava. Qual é em vez de escolher um rock pesado o Davi escolheu uma musica lenta, ainda bem que não era melosa. ( link da música: http://www.vagalume.com.br/skank/esquecimento.html)

–-Obrigado por quase nos matar de tedio.—Paulo falou no microfone.

–-Foi lindo seu sem cultura.—Valeria protestou e Paulo revirou os olhos.

–-Mais alguém?—Paulo ignorou e antes que alguém respondesse soltou uma música que, infelizmente, era lenta.—Que pena o tempo de caraoquê acabou.

POV Cirilo

–-Quer dançar Marcelina?—perguntei tentando ignorar Maria Joaquina e Jorge aos risinhos na pista de dança.

–-Claro—meio sem jeito coloquei a mão em sua cintura e ela apoiou as mãos nos meus ombros.

Sem reparar eu estava observando Maria Joaquina. Como ela estava linda naquela noite.

–-Você queria vir com ela né?—Marcelina perguntou de repente e eu a olhei meio desconcertado. Não era certo ficar olhando outra garota quando já se estava com alguém, mas Marcelina não pareceu se importar então continuou:

–-Eu já tinha reparado. Todo mundo sabe que você tem uma queda por ela.

–-Eh, eu sei que não foi certo te chamar para sair querendo ir com ela. Se você quiser me chutar eu vou entender—me desculpei. Isso não era justo nem com ela nem comigo.

–-Estamos aqui como amigos. Ou você não me considera sua amiga?—Marcelina brincou e eu ri. Era bom conversar com ela.

–-Claro que considero.—ri.

–-Você tentou chamar a Maria Joaquina?

–-Ela disse que o Jorge chegou primeiro.—murmurei baixando a cabeça.

Marcelina levantou meu rosto pelo queixo, me forçando a olhar para ela.

–-Ei não se rebaixe assim. Se você deixar as pessoas vai chegar e pisar em você, se não conseguiu dessa vez tente de novo.—ela falou.

–-Se um dia ela aceitar um convite meu para sair e um sonho.—resumi.

–-Olha eu sei que é difícil de acreditar mais um dia o Paulo me deu um conselho muito bom por sinal.—franzi o cenho. O Paulo dando conselhos bons? Tá então eu era o presidente. Marcelina riu da minha cara e prosseguiu:

–-Ele disse: “Não ponha limites nos seus sonhos, ponha fé.”.

Até que era um bom conselho. Olhei para Marcelina e disse:

–-Obrigado, você e uma amigona.

Rimos e continuamos conversando.

POV Daniel

Carmem e eu estávamos no telhado da Casa Abandonada olhando as estrelas. Estávamos em silencio.

–-E tão lindo.—ela quebrou o silencio.—Aquela constelação ali e a Crux, conhecida como Cruzeiro do Sul.

–-Você gosta de Astrologia.—comentei e ela riu.

–-Eu gosto de Astronomia—Carmem corrigiu.—Astrologia e uma arte divinatória que consiste em determinar a influencia dos astros no destino e comportamento do homem.

–-Ah, então Astronomia e a ciência que se ocupa da constituição e do movimento dos astros, suas posições relativas e as leis de seus movimentos?—arrisquei.

–-Exato.

Ela encostou a cabeça no meu ombro e eu senti borboletas no meu estomago. Corei furiosamente.

–-Sabia que você e a única pessoa, com exceção de mim, que conhece esse lugar e como se chega aqui?—comentei.

–-Me sinto honrada por ter o prazer de você me trazer aqui.—Carmem bagunçou meu topete e eu ri.

–-Carmem sobre aquele negocio no acampamento...—tomei coragem.

–-Você fez aquilo por impulso?—ela perguntou parecendo preocupada.

–-Que? Claro que não.—respondi e ela suspirou aliviada.—Eu só queria falar que...Eu gostaria de saber se...

–-Fala logo.

–-Quer sair comigo no sábado? Sabe só nos dois. O filme Vai que Cola estreou no começo desse mês e eu tava afim de ver.

–-Eu adoraria.—Carmem sorriu. Meu estomago deu voltas e voltas. Aquele lindo sorriso que sempre me encantou. Corei de novo. Cara, eu estava fazendo isso com muita frequência e facilidade.

Nossos rostos estavam bem próximos, narizes praticamente se tocando.

–-Hem, melhor descermos devem estar nós procurando—propus com minha voz um oitavo mais alta que o normal. Carmem riu e pegou minha mão.

–-Sim, vamos descer.—disse.

POV Jorge

Maria Joaquina não queria parar de dançar. Já devíamos ter dançados umas cinco músicas e ela não estava cansada, mas mesmo assim me forcei a sorrir.

–-Você quer um ponche? Posso ir pegar?—ofereci já perdendo a paciência.

–-Ah quero sim. Obrigada.—Maria Joaquina sorriu.

Não me levem a mau , eu adorava a Maria Joaquina e faria de tudo para ela, já que é a única na turma que tem classe e chega ao meu nível, mas dançar não e muito a minha praia. Fui até onde estavam as bebidas e encontrei Jaime devorando tudo.

–-Educação ainda se tem.—resmunguei enquanto pegava um copo.

–-Se você provasse um desses docinhos ia mandar a educação e o bom senso aos quatro ventos.—Jaime disse com a boca cheia.

–-Esses doces são tão românticos.—Laura comentou.

Revirei os olhos. Esses dois deviam começar e a namorar, dois esfomeados que se merecem um par perfeito. Voltei para o lado de Maria Joaquina que estava tirando fotos com as meninas.

–-Aqui seu ponche—eu entreguei e ela sorriu em agradecimento.—Oi garotas.

Agora uma música mais animada tocava. Vi Mario se aproximando com dois brigadeiros de colher.

–-Aqui Alicia, você gosta de brigadeiro?—Mario entregou um para Alicia que sorriu.

–-Grata Mario, acertou de primeira.—respondeu.

Passamos o resto da música nos quatro conversando.

POV Davi

–-Ai Davi você tem que me ensinar a tocar? Quem sabe não formamos uma dupla, já pensou na probabilidade?—Valeria perguntou enquanto sentávamos no meio fio do lado de fora da casa. Eu podia ficar horas escutando ela falar, tão linda.

–-Eu só sei tocar violino e ainda tenho aula de violão.—expliquei quando ela esperou uma resposta minha.—Você poderia fazer comigo aula. A professora Anna não ia se incomodar.

–-Professora? Você nunca comentou que era uma mulher?

–-Isso nunca vinha a tona.—dei ombros e ela ficou meio vermelha.

–-Que idade ela tem?

–-Dezenove.—como ela poderia ter ciúmes de uma mulher que e quase cinco anos mais velha que eu.

–-Que dia você tem aulas com ela?

–-Terça e quinta, na minha casa.

–-Ótimo eu vou estar com você nesses dias.—Valeria decidiu e eu ri.

–-Você não precisa ficar com ciúmes eu só tenho olhos para você.—beijei seu cabelo e ela sorriu.—Preparada para o primeiro ano?

–-Claro, firme e forte.—Ela se escorou no meu peito respirando pesadamente.—E você?

–-Estou meio ansioso.—revelei.

–-Fique calmo você vai se dar bem.—ela me olhou e nossos rostos ficaram praticamente grudados. Valeria selou nossos lábios em um beijo doce.

–-Agora eu acredito.—corei um pouco e ela sorriu. Olhei para o relógio, já passava das dez e o pai da Valeria mandou eu a deixar em casa antes das onze.—Tá tarde né?

–-Nossa a hora voou.—Valeria olhou para meu pulso.—Melhor irmos nos despedir antes de irmos embora.

Assenti. Entramos e fomos nos despedir.

–-Ah eu não acredito que vocês tem hora para chegar em casa.—Paulo resmungou, para nossa sorte Marcelina ouviu e interferiu:

–-Paulo, nós temos que chegar antes de meia noite.

Paulo corou e eu ri.

–-Cadê o Daniel e a Carmem?—Valeria perguntou para Jaime que estava comendo.—O leitão eu te fiz uma pergunta?

–-Que, que você disse?—Jaime olhou para Valeria vermelho.—Olha eu não bato em mulher mais posso bater em pirralhas mimadas.

–-Tá bom desculpa—Valeria pediu rapidamente se escondendo atrás de mim.—Eu só queria saber onde eles estavam, isso é pedir muito?

–-A última vez que eu vi eles, os dois estavam dando uma volta. Já devem até ter ido embora sem se despedir.—Mario respondeu.—Cadê o Adriano?

–-Já foi embora, parece que a mãe dele ligou ou sei lá.—Koki explicou.

–-Bem a gente se vê amanhã.—disse enquanto puxava Valeria para fora.

Voltamos para casa andando e conversando. Paramos na frente do cemitério.

–-Podemos passar pela outra rua?—Valeria me perguntou de repente.—Eu tenho medo de passar na frente desse cemitério a noite.

Sorri e segurei sua mão a fazendo dar uma rodopio antes de abraçá-la pela cintura.

–-Claro, só saiba que você não deve ter medo dos mortos.—respondi com um leve sorriso.

Subimos a rua, que foi um caminho mais longo.

–-Você acha que seu pai me daria uma carona até em casa?—perguntei, eu também era meio medroso de andar a noite por ai.

–-Eu não te falei?—Valeria me olhou antes de rir.—Sua avó deixou suas coisas lá em casa, você pode dormir lá.

–-Meu material? Minha roupa? Tudo?

–-Tudinho. Assim quando chegarmos lá se meus pais deixarem nós podemos ver a maratona de filmes.

Ri de sua animação. Minha avó preparou essa surpresa e eu nem me dei conta. Chegamos na frente do prédio e apertamos o interfone para acordar o porteiro que estava dormindo.

–-Boa noite. Não podiam chegar mais cedo?—ele perguntou e eu abafei a risada.

–-Desculpa, seu Murilo. Perdemos a noção do tempo.—me desculpei e ele sorriu.

Eu e Valeria caminhamos de mãos dadas até o elevador. Entremos e nos escoramos na parede, pelo menos eu a Valeria ficou conferindo o cabelo no espelho. Ajeitando a coroa, quer dizer, diadema na cabeça.

–-Chegamos.—suspirei reprimindo um bocejo.—Diz que você tem a chave?

Valeria revirou a bolsinha antes de me olhar com aquele sorriso travesso que eu sabia que eu ia me encrencar.

–-Esqueci.—gemi quando ela disse isso.—Mas tem uma reserva aqui.

Ela se abaixou até a planta para pegar outra chave. Ri de seu jeito espontâneo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Carrossel continuação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.