Those Wolf Tales escrita por LadyGabes


Capítulo 1
I Want Your Touch... Forever. #1


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte do primeiro conto.



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Corria e saltitava pelo campo de trigo. Era uma terapia sentir o vento nas minhas orelhas e poder andar sob esse mar dourado. Tudo ficava ainda mais lindo com você, meu amor.

Ouvir a tua risada, sentir teu toque, mergulhar e me perder no teu olhar. Isso era tudo para mim.

Foram tantas as vezes em que estávamos aqui, no mesmo lugar. Tantas vezes eu tive a oportunidade. Tantas as vezes e eu não dei valor e desperdicei.

Nada é igual sem você.

Você continua sendo dono da maioria dos meus pensamentos durante o dia e de todos os meus sonhos durante a noite. Por que, meu amor, por que?

Fui covarde à te deixar... Eu... Eu não devia...

- Querida, acorde.

- Hm?... Ethan?...

- Não. É a mamãe. Levante-se, Veranie.

Eu abri lentamente os olhos. Minha mãe estava parada na minha frente. Ela sempre fora doce e gentil.

- Seus olhos estão cansados, mamãe. - eu me levantei e me espreguicei. Não pude deixar de comentar. Apesar de minha mãe ser jovem, ultimamente o peso dos anos de trabalho duro estão sendo descontados nas suas feições. Rugas estão aparecendo aos poucos. Um dia também ficarei assim.

- Sim, estão minha filha. - ela se aproximou e me abraçou. Senti que seus pelos estão caindo e ficando ásperos. - Estão te esperando lá fora para a caçada.

- Claro. Eu já vou. - sorri e saí da caverna. Um vento forte me atingiu, jogando toda a minha franja vermelha púrpura para trás. Eu puxei minha mãe na cor. Mas já os olhos são do meu pai, amarelos. Eu sou uma alfa, já que meu pai é líder da alcateia. Tenho manchinhas brancas quase invisíveis nas minhas patas, que já puxei da minha avó. Meu rabo é bem volumoso, assim como a franja que tenho tapando meu olho esquerdo.

Nossa alcateia é ribeirinha. Nos alojamos em cavernas na beira de lagos ou nas planícies, onde geralmente nossa moradia é uma árvore seca caída. Nossos vizinhos são egoístas, matam por prazer. Mas temos sorte: Os vizinhos mais próximos que temos ficam do outro lado das montanhas de gelo. E sim, somos extremamente isolados, mas nosso grupo é enorme. Temos mais de 100 membros em nosso território. Uau!

- Verie! Estávamos te esperando, amiga! - Lousse, uma loba marrom cor de merda, veio em minha direção. Ela e sua panelinha cheiram falsidade. Andam comigo pelos simples fato que eu sou a primeira filha do líder. Sou do tipo amada por todos. Mas acontece que eu não gosto de ninguém ali.

- Eu dormi demais. - ela parecia não notar minha falta de interesse. Ou não notava, ou só fingia.

- Vamos logo! Já já vai chover, e lá se foi nosso almoço! - Lousse correu na minha frente, indo em direção ao planalto, onde o resto da minha equipe estava.

Mais um dia igual.

Acordei com risadas. Eu havia adormecido debaixo de uma árvore quando havia acabado de almoçar. Tinha dormido demais e já era noite. Grilos já cantavam.

Me virei e levantei. Desci da pequena pedra que estava e segui as risadinhas entre o mato alto. Na beira do rio estavam meu pai, um formoso lobo cinzento, olhos amarelos e manchas de husky. Mas ele não estava sozinho. Com ele haviam uma estranha que eu nunca havia visto. Ela era bonita, tinha olhos verdes e era negra. Quase não se via, pela a escuridão da noite.

Mas, espera um segundo...

Os dois estavam... Se agarrando? Meu pai estava covardemente traindo a minha mãe?!

Não. Eu havia ficado tempo demais ali. Me virei bruscamente e corri o mais rápido que pude. Não me importei se eles me ouviram ou não. Sem perceber, lágrimas começaram á cair dos meus olhos. Eu não acredito que aquilo aconteceu... Como... Como meu pai pode?

Ao chegar na caverna dos alfas, procurei aflitamente minha mãe entre tantos outros que estavam dormindo. Não achei ninguém. Fui em disparada para a toca dos filhotes. Vai que ela estava ajudando eles à ninar?

Estava tão avoada e completamente horrorizada que não percebi quando eu estava sendo seguida. Ao me dar conta, já era tarde demais; eu havia sido imobilizada por alguém. Não identifiquei quem era pela máscara que ele usava, mas ele era negro e seu olho direito era verde e o esquerdo azul. Suas orelhas eram grandes e pontudas, puxadas para trás. Ele de principio parecia com a desgraçada que estava com meu pai.

Não tive tempo para notar mais a aparência do anônimo. Ele logo me deu uma patada tão forte na cabeça que apaguei por completo.

Acordei com a cabeça latejando. Estava caída de qualquer jeito em um chão frio. Mal tive forças para levantar. Eu estava presa por uma das patas à uma coluna de ferro. Consegui virar de barriga pra baixo e manter o pescoço ereto. Observei o lugar. Era uma caverna. Havia uma pequena cachoeira que formava um riacho. Nas paredes tinham cristais fluorescentes. O chão parecia brilhar, e o teto era coberto por pedras preciosas. O ar era pesado e úmido.

Ouvi passos se aproximando atrás de mim. Me virei. Lá estavam meu pai, sua amante, e o outro da noite anterior.

- O que vão fazer comigo? - eu fiz de tudo para meu medo não transparecer em minha voz.

- Você é minha filha. Eu te amo. Mas isso não me impede de te deixar presa aqui. - a voz de meu pai era fria. Aquelas palavras me acertaram como flechas. Eu estava chocada demais para chorar ou falar algo. Só consegui gaguejar.

- Ah, amor, conte para ela o que fizemos com a mamãezinha? - a loba negra olhou para mim com nojo.

- Claro. - meu pai era sínico - Matamos ela.

Todos começaram à rir. Exceto eu.


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