Underground escrita por Isa


Capítulo 12
Ainda 8 de Abril – 22:00


Notas iniciais do capítulo

Geente, desculpem a demora mesmo, mesmo!! Passei a última semana estudando e nada tira mais minha inspiração do que Matemática e Física - Química eu gosto xp
Mas finalmente aqui está o último capítulo
Boa leitura! =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66298/chapter/12

Ainda 8 de Abril – 22:00

 

            Todos – ou a maioria – cruzamos os dedos e quando a luz parou de bater diretamente na cidade e, aos poucos, pudemos ver pequenas luzes nas janelas dos prédios e os grandes letreiros começaram a brilhar.

 

            Pulamos de alegria, literalmente. Senti-me capaz de sair cantando This Love do Maroon 5 – eu adoro e o Adam Levine é lindo mesmo, oras. Mas não fiz nenhuma loucura, só festejei com todo mundo. Não tínhamos música, mas nos abraçamos felizes e, se eu não cantei, alguém cantou. Desconfiei de Josh pelo som desafinado de Paradise City.

 

            Quem estava conduzindo acelerou a velocidade da barca, e fomos navegando mais rapidamente na direção da cidade.

 

 

            Estávamos próximos ao porto quando nos avistaram do píer. Ouvi gritos dizendo “Sobreviventes! Eles saíram, conseguiram!” Ok, aquilo era coisa do governo ou não? Pelas pistas realmente era, mas as pessoas não deviam saber que fora armado, quem sabe pensassem até que fosse um ataque terrorista ou algum experimento industrial que não deu certo.

 

            O fato é que, assim que paramos e descemos da barca, fomos recebidos por uma multidão de curiosos e outras pessoas que queriam nos cumprimentar, pareciam estar felizes que estivéssemos vivos. Na verdade nenhum de nós sabia o que estava acontecendo: aquele pessoal todo sabia ou não o que tinha acontecido? Era mesmo coisa do governo? Até a hipótese de ser tudo um reality show de TV à cabo me passou em mente.  

 

            Muitos nos faziam perguntas, nos espremiam. Quando dei por mim não conseguia ver metade do grupo, só conseguia segurar na mão de Johnny e vi Ethan perto de onde estávamos. Mas aquilo tudo que o pessoal fazia não adiantava nada pra ninguém; não podíamos responder porque não entendíamos as perguntas  e mesmo que respondêssemos as pessoas não conseguiriam ouvir devido à balbúrdia.

 

            E bem quando Johnny soltou um sonoro “Porra!”, todos calaram a boca, pelo visto porque a polícia estava chegando para conter a situação. Ouvi Johnny resmungar algo como: isso, calem a boca quando eu falar algo inconveniente.

 

            Nem tive tempo de dizer algo, pois os agentes policiais começaram a abrir caminho pela multidão, e no minuto seguinte estávamos todos os 13 dentro de carros da polícia. Devíamos estar sendo levados para interrogatório ou algo assim.

 

            No caminho para ‘onde quer que fosse’, eu olhava maravilhada pela janela do carro, como se nunca tivesse visto uma cidade antes. Olhei para o lado e vi que Johnny e Ethan pareciam sentir o mesmo. Os outros nos outros carros também deviam estar pensando a mesma coisa. Era maravilhoso estar na cidade, com pessoas normais pra lá e para cá – algumas olhando curiosas – e nada de zumbis nos perseguindo. Tudo estava tranqüilo.

 

 

            Depois de alguns minutos chegamos à delegacia da cidade, onde fomos todos conduzidos para uma ampla sala guardada por dois grandes guardas mal encarados. Ok, seria um interrogatório bem intenso pelo visto, mas não poderia ter esperado menos diante da magnitude do que acontecera.

 

            Na sala havia uma mesa com lugar para todos e uma na ponta onde se sentava um homem de terno, sério e de cabelo grisalho, fazia o maior tipo de agente da CIA ou quem sabe um agente britânico. Conseguia imaginá-lo falando: Meu nome é Bond, James Bond.

 

            - Sentem-se, por favor. – disse ele, em tom sóbrio, sem demonstrar nenhum sentimento. Minha aposta em agente da CIA estava começando a se tornar mais séria.

 

            Nos sentamos, todos claramente ansiosos com o que aconteceria a seguir.

 

            - Boa tarde a todos, e devo parabenizá-los por sobreviverem ao primeiro teste da nossa... Digamos criação militar. – começou a explicar ele. É, certo, eu estava realmente com raiva do governo, mais do que antes. Quer dizer que era coisa de ‘lá’ mesmo, e eles ainda tinham a cara-de-pau de nos parabenizar por termos sobrevivido! Nenhum de nós falou, estávamos perplexos demais pra isso.

 

            - Antes que haja algum protesto ou descontrole emocional, queria explicar-lhes que se trata da segurança de nosso país. Esse é o tipo de arma que pode ser usada para respondermos a ataques contra nós. De forma que espero que entendam que foi uma questão de segurança nacional.

 

            - Está dizendo que o governo deixou que milhares de pessoas fossem mortas para um experimento militar? – quem perguntou foi Blake. Ela parecia completamente incrédula, e não era para menos, era o tipo de coisa que só se pensava existir em filmes.

 

            - Não era um experimento qualquer. Como eu disse: foi uma questão de segurança nacional. Por isso gostaríamos de pedir que não falassem a verdade a ninguém. – eu ia protestar quando o homem continuou – E o governo está disposto a pagar a cada um de vocês dez milhões pelos danos que possam ter sido causados.

 

            - Danos causados... O dinheiro de vocês não vai repor a vida das pessoas mortas naquela cidade. – disse Johnny.

 

            - Vocês não têm amor à sua nação?! Devo apelar então? Pois saibam que caso alguém se negar a colaborar teremos de tomar medidas mais extremas, e com certeza ninguém irá contra um país inteiro só para ajudar alguém que poderia ter ganhado dez milhões pra ficar de boca fechada não obedeceu!

 

            O silêncio caiu. Todos sabíamos o que ele queria dizer com ‘medidas mais extremas’. E não era nada bom. Ninguém falou mais nada, depois de tudo pelo que passamos queríamos era paz, e não ficar fugindo do governo, continuando a correr risco de vida.

 

            O agente continuou a falar como se nada de mais tivesse acontecido. Disse que o dinheiro seria adicionado à conta de cada um – para Josh seria criada uma espécie de poupança para que ele depositasse o dinheiro e guardasse até sua maioridade – e que diríamos que o que acontecera na ilha havia sido um ataque terrorista, e o dinheiro que recebemos era uma generosa indenização que o país resolvera conceder.

 

            E nós treze... Bem, aceitamos, não tínhamos realmente opção. Mesmo Josh reconheceu que não poderia ser feita alguma coisa, a vida, afinal, não era exatamente como nos filmes. Lá os fatos tinham mais chances de acabar bem, de forma justa.

 

 

            Por fim fomos liberados e saímos do prédio. Peguei os telefones de pessoas com quem tivera alguma afinidade: Josh, Ethan, Sofia, Johnny – obviamente, já havíamos conversado, ainda na barca, que iríamos comprar um apartamento para morarmos juntos, com a quantia recebida as coisas ficaram ainda mais fáceis – e até mesmo Blake. Depois das reviravoltas que sofremos, do tempo que passamos juntos em situações de risco de vida, o mínimo que deveria ser feito era mantermos contato.

 

            E, no caminho de carona na viatura policial para a casa dos meus pais – para finalmente falar com eles, abraçá-los e tomar o banho que meu ‘querido’ governo nem pensara em oferecer depois da conversa com o agente -, lembrei do que Josh me dissera uma vez, enquanto ainda estávamos na cidade devastada, refugiados num prédio parcialmente destruído: “No fim somos covardes, não acha?”, dissera ele. “Só fazemos coisas supostamente corajosas quando queremos provar algo para os outros, nunca de forma altruísta.” Realmente... daquela vez ninguém estava nos pedindo para sermos corajosos.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada, obrigada, obriga a todos que acompanharam a fic desde o início, ou aos que pegaram ela no meio e leram até o final - frase de diretor de série ganhadora do Emmy xD -, juro que a fic foi muuuuito mais além do que eu previra e também queria dizer que respondi aqui alguns dos reviews mais divertidos que já recebi - cara, num deles fiquei flaando de Jamie Bell, Marylin Manson e Evan Rachel Wood, dá pra crer xD
Enfim, obrigada mais outras mil vezes e realmente espero que tenham gostado da fic e do seu final!!
Bjoos a todos =D