As Irmãs Darling – Across Dimensions escrita por Lady Twice, Giulia Valdez, Sofia Di Angelo


Capítulo 8
Quando os patos deixam de boiar e aprendem a voar!!!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Estou aqui em nome da Sofia que esqueceu a senha da conta dela. Pra não atrasar mais ainda o capítulo eu decidi postar.
Nós sabemos que essa história anda a passos bem lentos, mas tentem entender um pouco a nossa situação. Quando começamos a escrever estudávamos na mesma escola. Agora uma esta na Inglaterra, outra na Bósnia e eu aqui... no Brasil mesmo. Então não é mais tão fácil quanto era antes. Entretanto a gente tarda, mas não falha. Tentamos conciliar tudo da melhor forma possível. Sem mais delongas, vamos ao capítulo.
Espero que gostem. Boa leitura!



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[Eu: E lá vamos nós de novo! UHUUUUUL. Sofia Darling is back babyyy! Luiza: Sofi, corta a empolgação e só conta a história. Giulia: Deixa ela ser feliz, pelo menos nessa dimensão ela não fica boiando. Eu: Ei! Sem spoiler!] 

Bom, lá estávamos nós três novamente dentro do vórtice [Eu: Por que sempre sou eu que narro à parte que a gente tá dentro do vórtice? Luiza: É mesmo...]. Caíamos todas em silêncio, sem saber o que esperar da próxima dimensão pra qual íamos. Eu estava super-mega ocupada com meus problemas, tipo, tirar essa gravata desconfortável! (Sério, como o povo das escolas britânicas usa isso?) E, é claro, estava torcendo pra que dessa vez nós caíssemos em uma dimensão que eu conhecesse. Sério! Boiar não e nada legal. Odeio ficar só seguindo as pessoas pra lá e pra cá. Pelo menos eu sabia o básico, tipo, pra quem leu o primeiro livro e viu um dos filmes. Não que isso tenha ajudado, já que caímos no terceiro, ou quinto livro? Quer saber? Deixa quieto. Já desisti de entender. O único que eu entendi daquela dimensão foi a briga entre minhas irmãs sobre salvar o Sirius (que eu não sei quem é. Só que e o personagem favorito da Luiza). Cara, aquilo foi muito tenso. Claro que elas já tinham brigado antes, mas nada que se comparasse àquilo. E eu até agora não tinha dito uma palavra sobre a briga. Quando isso rola é melhor não se meter. Pelo menos elas tinham se entendido, por que se tem uma coisa que todas nós concordamos, é que teremos que ficar unidas se quisermos voltar pra casa.  

Estava bem calma e tranquila com meus pensamentos quando escuto a Luiza gritar: 

— Gente! Acho que essa é nossa saída! 

Um buraco branco se abriu ao final do vórtice e nós três caímos no chão [Luiza: Dessa vez ninguém em cima de mim. IUPII!]. 

— Au! Chão duro dói! – eu dizia, passando as mãos nas costas na esperança da dor passar. 

Nós três nos levantamos e olhamos com espanto uma para as outras: 

— O que aconteceu com você? – exclamou Giulia, apontando para a cara da Luiza. 

— Eu é que pergunto! – retrucou ela. – Que olhos enormes são esses? 

— São pra te ver melhor, meu bem! – soltei a piada no meio da tensão de todos.  [Eu: sim, eu nunca perco a manha. Luiza e Giulia: Ai, Jesus!] 

— Sofia! Isso é hora pra brincar? – Luiza disse com raiva. – O que aconteceu com a gente?  

Quando parei para reparar, nós três tínhamos assumido a forma de desenho animado. Estávamos em 2D (nunca pensei que fosse dizer isso!) e com olhos fofos e enormes de anime! Sim! Finalmente eu tinha alguma chance de estar em uma dimensão onde eu entendesse algo! [Giulia: Com isso ela quer dizer que já assistiu todos os animes disponíveis na Netflix!] 

Eu expliquei isso para as minhas irmãs e elas pareceram se acalmar. Mas ainda tínhamos muitas dúvidas. 

— Peraí! Então nós podemos entrar em desenho animado também? – Disse Giulia confusa. – E ainda por cima do Japão? 

— Mais importante de tudo, em qual anime estamos? – disse Luiza, trazendo o foco para onde realmente precisávamos.  

Comecei a analisar a paisagem. Mas não ajudou em nada. Era apenas uma vasta floresta. Foi então que reparei em nossas roupas. [Luiza: E foi aí que elas começou a surtar.] 

— AAAAAAAAAAH – eu gritei de emoção, acompanhada de frases como: Que legal! Yas! Não acredito! UHuuul! 

— SOFIA! – minhas irmãs gritaram em uníssono. 

— Onde a gente tá afinal? – disse Giulia. 

— Mas é claro que estamos em – 

— A Lenda de Aang! – disse Luiza me interrompendo. – Claro! Como não percebi antes? Estamos com as roupas da Nação do Fogo, Tribo da Água e do Nômades do Ar! 

— Sim! Muito legal, né? – eu completei. E nós duas começamos a saltar de alegria. Bom, mais ou menos, né.  A minha roupa era da nação do ar, e eles são monges, então minhas vestes eram amarelas e laranjas. E putz! Como eram feias. [Giulia: Mas só sabe reclamar! Eu: Você só diz isso por que as roupas da nação do fogo são bonitinhas. Humpf!] 

— Ah, que ótimo! Então eu sou a única que não assistiu esse anime? – disse Giulia insatisfeita. 

— Bem-vinda ao meu mundo! – eu devolvi com um tom irônico. 

— Certo, então estamos em A Lenda de Aang. – disse Luiza, atraindo nosso foco. – Mas em que parte exatamente? 

Dito isso começamos a analisar onde estávamos. Olhamos de novo para a paisagem e foi quando percebemos, estávamos vendo a floresta de cima! O que significava que estávamos no ar! 

— UOOU! – disse Giulia, tentando não se desesperar. 

— Não, isso é um bom sinal! – eu falei. 

— Como estar a 2000 metros do chão é um bom sinal Sofia? – disse Giulia com nervosismo. 

— Por que isso só pode significar que estamos em um templo do ar! 

— É, faz sentido. – disse Luiza. – Mas qual? Existem 4! 

— É! Mas só um é de cabeça pra baixo! – eu disse empolgada 

— Como é que é? De cabeça pra baixo? – disse Giulia em desespero 

— Sério, cara. 4 templos. E a gente vem parar justo no de cabeça pra baixo! – disse Luiza, também em desespero. 

— Ah, eu estou A-MAN-DO! O templo de ar do oeste sempre foi meu favorito! E isso também significa que estamos na temporada 3! Que é a melhor de todas! E o melhor de tudo... – eu disse isso com muita empolgação. [Luiza: É, notamos pelas exclamações! Giulia: Exagerada.] 

— Ai, Senhor. Qual a melhor parte? – perguntou Giulia. 

— É que aqui podemos aprender a controlar nossos poderes! – eu disse energeticamente. 

— Claro! Aang e Katara podem ajudar eu e a Sofi a controlar nossos poderes. – disse Luiza seguindo meu raciocínio. 

— E eu? – disse Giulia, indignada. 

— Dependendo de qual momento da terceira temporada nós caímos, o Zuko pode te ajudar. – eu respondi. [Eu: Ainda bem que você viu alguns episódios Giulia: É, mas ainda tô meio perdida. Luiza: Gente! Foco!]  

— Gente! – disse Luiza, atraindo nossa atenção. – Agora que já estamos mais ou menos localizadas, que tal a gente ir procurar a gAang e ver se eles já estão no templo? 

Eu e Giulia assentimos e, juntas, adentramos na construção. Era difícil se localizar ali, mas eu sabia que eles estavam na área externa. Então seguimos pelo templo até acharmos uma saída para lá. Ao chegarmos lá meu coração não aguentou de tanta alegria. [Luiza: E lá vamos nós de novo] Katara, Aang, Toph e Sokka! Todos reunidos do lado de fora, junto com outras crianças sem importância e... O Zuko [Giulia: De repente começou a ficar quente aqui, não? Luiza: Uai, Giu. Já superou o boy do Japonês? Eu: É, mas não foi ela que disse que abriria as – Luiza: Sofia! Só continua a história, por favor!]  De repente, eu entendi como minhas irmãs se sentiram ao encontrar personagens de séries (ou filmes, animes... whatever!) que elas gostavam. É como realizar aqueles desejos que você tem quando está vendo TV e você quer entrar lá só para xingar um personagem ou abraçar ele! [Giulia: Ou algo mais, né?! Luiza: GIULIA!] De qualquer forma, engoli o entusiasmo e nos três nos dirigimos em direção a eles. Quando eles nos viram, Aang levantou de um salto e gritou: 

— Eu não acredito! E – eu pensei que fosse o último. 

— O quê? – eu disse, meio sem pensar.                                          

Mas foi só então que eu lembrei que estava com a roupa dos Nômades do Ar. E que eles estavam extintos. E agora o Aang tem alguma esperança que mais alguém da nação dele tenha sobrevivido. Raios! [Giulia: Por que raios? Eu: Ah, me deixa com minhas frases de efeito originais! Luiza: Raios deve ser da época da nossa avó, Sofi. Eu: Me deixa continuar a historia, ou a gente não sai daqui nunca!] Luiza tomou a dianteira e respondeu: 

— Bom, a verdade e que não somos daqui, sabe? 

— Acho que vocês vão querer se sentar para ouvir essa história! - eu disse. 

Eles obedeceram. Algumas das crianças estavam impressionadas. Zuko escutava atentamente, como se estivesse tentando achar uma brecha em que nos fossemos mentir. Sokka e Katara  pareciam meio desconfiado, e a Toph simplesmente não demonstrou expressão nenhuma enquanto relatávamos tudo o que havia acontecido. Contamos como ganhamos nossos poderes, e que ainda não sabíamos controlá-los. Falamos do vórtice e que já havíamos estado em outra dimensão antes dessa [Eu: Tipo, uma em 3D. Hahahaha. Luiza: Ela mesma interrompe a própria história! Giulia: Nossa, Sofia! Que horror! Não!], mas nem mencionamos qual era, eles não conhecem mesmo. Contamos também que precisávamos de um objeto daquela dimensão para nos ajudar a voltar para a nossa e blábláblá. Quando terminamos a história, Aang foi o primeiro a dizer algo: 

— Então você não é uma Nômade do Ar? – ele perguntou com decepção, olhando para mim. 

— Espera um segundo! Você realmente não acredita nessa história, certo? – retrucou Zuko. 

— E por que não? Nós acreditamos em você quando disse que mudou. –disse Katara duramente para ele [Luiza: Vai, otário!] 

— Hmmm... eu ainda acho muito suspeito. – dessa vez foi Sokka quem falou. – Elas três aparecem do nada, justo quando o Zuko está sem poderes. E ainda aparecem com alguém da nação do fogo! – ele apontou para Giulia. 

Todos começaram a discutir se acreditavam em nós ou não. Enquanto isso, eu trabalhava para descobrir em qual episódio estávamos. Sokka tinha mencionado que o Zuko estava sem poderes, e isso aconteceu no episódio em que ele o Aang foram ver os guerreiros do sol! Claro! Então o objeto deveria estar lá em algum lugar... só faltava saber qual era. Mas, de qualquer forma, tínhamos que ir com eles naquela missão. Em todo caso, eles não pareciam chegar em um acordo, continuavam discutindo. Se continuasse assim nem daria tempo de – 

— Eu acredito neles. – meus pensamentos foram interrompidos pela Toph, que não havia dito uma palavra até agora. 

— Toph? – disse Sokka surpreso. [Luiza: Meu ship! Eu ainda não aceito que o Sokka terminou com a Suki! Giulia: Ei! Isso é spoiler!] – Mas por quê? Você nunca confia em ninguém. 

— Ela confiou em mim. – replicou Zuko. 

— De que lado você está? 

— Como eu dizia, – Toph retomou a palavra. – um garoto já apareceu pra mim com uma história parecida. Que uma máquina lhe havia dado poderes de terra e que depois outra máquina o mandou para outra dimensão. E que em cada dimensão ele tinha que pegar um objeto de valor para voltar para a dele e blábláblá. 

— Quando foi isso, Toph? – Aang perguntou confuso. 

— Antes de eu conhecer vocês. Eu tinha uma vida, sabem? – ela respondeu, e continuou o relato. – Ele também não tinha controle sobre os poderes, então eu o ensinei. Mas ele também tinha uma qualidade extra, que me deu a certeza de que ele não era daqui. 

— E... que qualidade era essa? – eu perguntei, diretamente. 

— Toda vez que ele tocava em algum minério da terra, todo seu corpo se transformava nele. 

OMG! Eu não sabia se ficava mais chocada com os poderes, com a Toph nos ajudando, ou por ter mais alguém com poderes como os nossos circulando através das dimensões. Isso era incrível! E assustador, caso ele usasse os poderes para o mal... Mas vamos pensar positivo! Luiza teve a mesma reação que eu. Se esse garoto fosse da nossa dimensão, ele poderia nos dizer onde conseguimos nossos poderes!  Porém, tínhamos coisas mais importantes com que nos preocupar. Do tipo, sair daquela dimensão, em primeiro lugar. A única que reagiu de forma estranha à notícia foi a Giu, que cruzou os braços e baixou a cabeça, como ela sempre faz quando esconde algo. Como se já soubesse de alguma coisa... Mas depois eu converso com ela. Tínhamos que ir para a antiga cidade dos Guerreiros do Sol primeiro. 

— Então, vocês vão nos ajudar? – perguntou Luiza. esperançosa. 

Aang pediu para as outras crianças darem licença, enquanto ele, Toph, Sokka, Katara e Zuko decidiam o que fazer em um bolinho. No final das contas eles se viraram para nós e disseram: 

— Ok! Vamos ajudar vocês! – disse o Aang, com aquela carinha fofinha! [Luiza: E voltamos com a empolgação. Giulia: Ahh, mais ele é muito tchuco! Eu: Isso nem sequer é uma palavra! Giulia: Detalhes.] 

— Sim. – disse Zuko, cortando a alegria. – Mas eu e o Aang precisamos ir à – 

— Cidade dos guerreiros do Sol! – eu disse, empolgada. 

— É! Para que eu possa – 

— Recuperar seus poderes de fogo! 

— Mas como você – 

— Ah, vocês são um desenho animado de onde viemos. – interrompeu Luiza, com descaso. – Sabemos tudo sobre a vida de vocês! 

— O-ok, né? – disse Zuko meio assustado e com dúvida. Acho que eles nem sabem o que e um desenho animado. Mas deixa quieto. 

— Certo, então, porque eu e a Giulia não vamos com você e o Aang para a cidade? Assim o Aang me ensina a controlar meus poderes, a Giulia aprende junto com vocês os paranauê do Sol e fogo lá. E de quebra ainda achamos o objeto. A Luiza fica aqui treinando os poderes de água com a Katara e todo mundo sai feliz. Que tal? – isso tudo eu disse muito rápido e freneticamente, mas todos pareceram entender e concordar com minha ideia.  

Bom, tudo resolvido em fim. Eu e Giulia nos preparamos para ir com Aang e  Zuko e a Luiza começou a trocar umas ideias com a Katara, mostrando o pouco de água que ela conseguia manipular com seus poderes até então. Logo antes de nós quatro subirmos no Appa [Eu: O Appaaaaaaa! Tão grande e fofinho! Giulia: Eu fiquei ouvindo isso a viagem toda! Eu: É, menos na volta quando o foco se voltou para você por causa – Giulia: Nem uma palavra sobre isso! Uma! Palavra! Eu: Tudo bem. Cedo ou tarde você vai ter que contar mesmo! Continuando...], a Lu se aproximou de nós e mostrou o cilindro que ela havia ganhado em Hogwarts [Eu: Falei certo. né? Luiza: Surpreendentemente sim!] e tirou o papel amarelado de dentro. Sério, aquele troço fede muito. BLERG! O primeiro círculo dizia: 

“Hogwarts (tempo de Umbridge): 

Profecia – Ministério da Magia” 

— Lu, a gente já viu esse trem. – eu digo. 

— Não esse, idiota. O círculo de baixo! 

O segundo círculo logo abaixo do de Hogwarts dizia: 

“A lenda de Aang (terceira temporada) 

Gema mística – Templo dos Guerreiros do Sol” 

— Que gema é essa? – perguntou Giulia, que ainda boiava um pouco. 

— Eu sei qual que é! A gente acha facinho. O Aang e o Zuko vão nos levar direto pra ela. – eu respondi. 

— Ok, então. 

— Certo, então, peguem a gema, aprendam a usar os poderes, voltem salvas e... tentem não fazer merda, tá legal? – Lu disse como uma metralhadora; 

— Eu nunca faço bosta, tá legal? – eu retruquei, ecoando as palavras dela. 

— Sei. – disse Giulia num tom irônico, e nós três demos uma risada. As duas começaram um abraço em grupo e me espremeram entre elas. 

— Sério, tenham cuidado. – disse Luiza. 

— Relax! Vai dar tudo certo. – eu respondi. 

— Vocês vem ou não? – Zuko nos apressou e nós duas subimos no Appa.  

Ele levantou voo e, depois de pouco tempo, o templo do ar do oeste era apenas mais um pontinho distante na imensidão do lindo céu azul. [Eu: Muito poética véi! Luiza: Acelera aí, Sofi! Já faz eras que não toco no microfone. Quanto antes você acabar, mais cedo chega minha vez!]. Voar em um bisão voador é certamente uma das coisas mais legais que eu já fiz! Além do pelo dele ser macio e confortável, olhar para baixo te faz sentir o-todo-poderoso. Além disso, com comida, tudo fica melhor! Sim, eu AMO minha cornucópia! 

— Certo, então vamos começar o treino, que tal? – Aang se levantou e estendeu o bastão. 

— Ah! Certo. – eu me levantei de um pulo. – Por onde começamos? 

Aprender a manusear o ar não é tão difícil quando se está no meio do céu. Aang me ajudou a lançar rajadas de ar com as mãos e a soprar vento forte! Muito legal. Ele também me ensinou uma técnica pra controlar o ar e assim, impedir minhas crises de asma. Espero que funcione na hora H. Aprender isso nem foi tão ruim como eu imaginava – o mais aterrorizante foi aprender a voar: 

— Você está indo muito bem! – Aang exclamou. – Agora, o mais legal de ser um dobrador de ar... Voar! 

Ele abriu o bastão e se jogou do Appa, começando a planar no céu. Eu cheguei até a ponta para ter uma vista melhor. 

— Sofi, não chega tão perto. Você vai acabar caindo! - Giulia disse, preocupada. 

— Relaxa! Tudo sobre controle. 

Nessa hora, o Appa fez uma manobra inesperada pra se esquivar de uma nuvem carregada. O movimento brusco me fez inclinar pra frente e me derrubou. 

— SOFIA! – escutei a Giulia gritar enquanto eu caía. 

— Aang! Faça alguma coisa! – Zuko gritou logo depois, apontando pra mim. 

Esse acabou se tornando um dos momentos mais aterrorizantes da minha vida. Eu nunca tinha conseguido voar a mais de um metro do chão, e agora eu estava a sabe-se-lá quantos metros do chão. 

— Aguenta firme! Eu tô indo! – Aang veio planando em minha direção. 

Mas não rápido o suficiente. A esse passo eu ia me estatelar toda no chão. Eu precisava dar um jeito de me salvar. Fechei os olhos e pensei em tudo o que Aang havia me ensinado, de como o ar faz parte de mim e está sempre ao seu redor. E que eu posso dominá-lo. Inspirei profundamente tentando acalmar meu batimento cardíaco e fingindo que minha morte não estava próxima. Expirei. Abri as mãos e senti o vento forte batendo sobre meu corpo. Abri os olhos e pensei “Eu posso voar!”. Com um impulso forte me joguei pra cima, e como um Peter Pan da vida comecei a voar. [Luiza: Bom, a Tinker Bell você já tem! Eu: He! Essa foi boa! Toca aqui! Giulia: Sério. Parem de zoar com meu pó! Luiza: Quando você chama de seu pó, você tá pedindo pra gente zoar!] 

Passei pelo Aang, que ficou surpreso ao me ver. 

— Você conseguiu! 

— UUUUHUUUL! – eu exclamei enquanto me impulsionava pra cima, planando pelo céu.  

Aquela foi uma das melhores sensações que eu já senti. O vento batendo no meu rosto e uma incrível sensação de liberdade correndo por minhas veias. Era como se meu corpo fosse quase completamente de ar, sem peso algum. Foi incrível! Ate, é claro, eu ter que pousar no Appa de novo. E aí acabou meu momento perfeito. Ao tentar desacelerar, eu acabei indo a favor do vento, que me impulsionou com toda a forca para frente, me fazendo cair de cara em cima do Zuko. 

— Ops! Hehe! – eu disse, com vergonha, e saí rapidamente de cima dele. 

— Isso foi incrível – Aang chegou logo em seguida. 

— Tenho minhas dúvidas. – reclamou Zuko. – Espero não termos mais nenhum tipo de treinamento arriscado até lá. 

Giulia estava no fundo só rindo. O que por um momento me fez esquecer como ela estava séria antes de embarcarmos na missão. Eu tinha que perguntar pra ela sobre o garoto que controla terra. Eu tinha um sentimento de que ela sabia mais do que estava nos dizendo. De qualquer forma, o resto da viagem correu normalmente e chegamos à Cidade do Sol (o outro nome estava muito grande). Descemos do Appa e seguimos pelas ruínas da cidade. Eu nunca pensei que andar por ruínas pudesse ser tão legal. O anime tem esse efeito em mim. 

Andávamos calmamente pela cidade, e eu sabia que uma hora ou outra Aang ia ativar uma armadilha antiga. Então aproveitei o momento pra falar com a Giu: 

— Hey! Então, anime né... – Tá, eu não sou muito boa puxando assunto. Ou disfarçando minha curiosidade. Mas em minha defesa, eu tentei! 

— O que foi, Sofia? – ela perguntou diretamente, como fazia quando sabia que eu queria alguma coisa. 

— Tá bom, então vamos direto ao ponto. O que você sabe sobre o garoto manipulador de terra? O da história da Toph? – eu jogo na lata também. 

— Não sei do que você está falando, Sofi. 

— Giu. – eu puxo o braço dela e miro em seus olhos. – Eu sei quando você tá escondendo alguma coisa. O que foi dessa vez? Por que não quer me contar? A gente sempre compartilhou tudo! 

— É que... – a voz dela falhou. E quando ela ia responder minhas perguntas ouvimos um grito: 

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! 

Corremos pra ver o que era. E como eu disse que aconteceria, foi só o Aang ativando uma armadilha. Eles fizeram exatamente o mesmo diálogo do desenho. E só se lembraram de nós quando já estavam do outro lado com um buraco cheio de espinhos entre nós, e a única forma de atravessar era voando (como eu fiz) ou pela parede. Tipo, correr pela parede tipo um ninja. E a Giu não tem esse tipo de habilidade! Então o Zuko voltou, carregou ela e atravessou com ela pela parede. [Luiza: E morreu.] 

Todos do outro lado, sãos e salvos, resolvemos seguir caminho. Subimos ao templo mais alto que tinha lá. Ai, meus pézinhos não aguentavam mais. E por que eu não fui voando até lá em cima? [Giulia: Por que assim você não teria do que reclamar! Luiza: Fato! Eu: Ei! Eu não sou reclamona! Giulia e Luiza: É sim!] De qualquer forma chegamos ao topo. Seguimos pela ponte em ruínas, enquanto Zuko contava a Aang como os dragões foram extintos. Eu e Giulia preferimos não interferir, e apenas seguimos atrás deles. Eu não falei nada pelo resto do caminho, ainda esperava uma resposta dela. Seguimos em silêncio, já que ela também não disse nada. Até finalmente chegarmos em uma porta redonda, gigante e dourada. Aang correu para tentar abrí-la: 

— Tá trancada! 

— Hmmm. – Zuko começou a pensar. – Vejam, e é um calendário celestial.! Igual aos que os sábios do fogo tem em seus templos!  Aposto que aquela gema abre a porta, mas só quando a luz do sol atingí-la no momento certo. No solstício! 

— Macacos me mordam! O solstício de novo? – protestou Aang. 

— Não temos tanto tempo! – eu disse.  

— Não. Mas podemos apressar um pouco o tempo. – Zuko sacou a espada, e com ela refletiu a luz do Sol até acertar na gema. 

A gema brilhou por um tempo até a porta finalmente se abrir. Nós quatro entramos pela porta para uma sala enorme, cheia de estátuas. Eu sabia que não ia demorar muito até os dois perceberem que eram passos de dança e repetirem eles. Enquanto isso, Giulia apenas olhava as estátuas, mas seus pensamentos estavam longe. 

— Então? – eu quebrei o silêncio que havia se criado entre nós no caminho até ali. – O garoto? 

— Tudo bem, tudo bem! Você ganhou. Aiii. – ela deu um suspiro e continuou. – Eu já sabia que havia mais pessoas com poderes na nossa dimensão. 

— Como? Desde quando? 

— Desde o nosso último dia lá. Durante as audições. Eu ia contar pra vocês mas – 

— Viva! – escutamos uma exclamação do Aang. [Luiza: Porra! Toda hora que a Giu vai falar esse menino interrompe!] 

Virei pra ver o que era. Um pedestal havia sido ativado com a dança dos dois. E. em cima dele, estava nossa passagem pra casa. Uma gema mística, dourada e que lembrava um ovo. Mas ainda assim uma gema mística! 

Zuko se aproximou e a tirou do pedestal – e foi aí que as coisas começaram a dar errado. Do pedestal jorrou uma onda de uma gosma preta, grudenta e nojenta! A porta pela qual entramos se fechou; 

— É outra armadilha! – gritou Aang. 

— Raios! – eu gritei e voei tentando me salvar. 

— Sofia! Uma ajudinha aqui? – ouvi minha irmã protestar lá em baixo. 

Peguei-a pelo braço e tento puxá-la pra cima. Mas. como estava carregando mais peso do que consigo aguentar, [Giulia: Me chamou de gorda? Luiza: Viu como é ruim?] acabei sendo lenta de mais, e fomos rapidamente atingidas pela gosma. Por sorte meu braço ainda estava livre. Concentrei-me pra tentar atrair a gema pra mais perto com rajadas de ar. Mas, quando olhei pra minha mão de novo, ela não estava mais lá. Era como se estivesse invisível! Fecho os olhos e abro-os novamente pensando que foi uma ilusão. Mas nesse meio tempo a gosma já tinha nos empurrado para o teto. Acabamos encurraladas nas grades do teto da sala, junto com Aang e Zuko. Com a gosma atrás de nós, nos empurrando cada vez mais pra cima. Cara, era a segunda vez que eu sentia que ia morrer em um dia! Ninguém merece! A gosma continuou a nos pressionar contra a grade até que finalmente parou. 

— Não tem como piorar! – eu solto com alívio 

— Sofia! Nunca diga isso em um anime! Ou mangá. Ou HQ. Ou série. Basicamente, NUNCA diga isso! 

— Pelo menos temos ar – disse Zuko. – Talvez se ficarmos calmos, possamos dar um jeito de sair. 

— E como fazemos pra pegar a gema agora? – eu pergunto, preocupada. 

— Primeiro de tudo, como fazemos pra sair daqui? – Giulia perguntou ainda mais preocupada do que eu 

Ficamos o resto do dia ali. Presos. Até escurecer. Meus músculos já estavam dormentes quando Zuko e Aang começaram a discutir: 

— Você tinha que pegar a gema brilhante, não é, Zuko? – começou Aang. 

— Pelo menos eu fiz alguma coisa. Se fosse por você ainda estaríamos no pátio! 

— SOCOOORROOO! – Aang começou a gritar em desespero. 

— Pra quem você está gritando? Não tem ninguém aqui há séculos. – respondeu Zuko. 

— E o que devemos fazer então? 

— Pensar sobre nosso lugar no universo? 

— Aaaai. – Aang devolveu com um suspiro. 

— O que eu fiz pra merecer isso? – eu me junto às queixas. 

— Eu é que pergunto. – Giulia devolveu 

De repente um guerreiro se aproximou: 

— Quem está aí? 

Os quatros nos calamos subitamente. Ele nos tirou dali. E pra tirar a gosma do nosso corpo... [Eu: Ai, é muito nojento. Giulia: Eu sei. Eu estava lá também. Só fala] Fomos lambidos por tamanduás. BLERGH! Foi nojento e constrangedor. [Luiza: Não tanto quanto pra Giulia! Mas eu falei que sem spoilers. So go ahead! Giulia: E você esqueceu de falar que os guerreiros pegaram a gema de volta. Eu: Ah, desculpa se eu estava mais preocupada com um tamanduá lambendo minhas sardas!] O guerreiro começou a falar sobre como fomos roubar a gema e que deveríamos ser punidos, e logo depois Zuko disse que estávamos ali só pra aprender as origens da dominação de fogo e etc. Eu particularmente estava mais preocupada com os tamanduás, e já sabia a essência da conversa, então não me importei muito. O diálogo continuou, e no meio dele, conseguimos nos levantar. Eu ainda estava preocupada com a baba de tamanduá e perdi os detalhes da conversa. Mas o guerreiro basicamente disse que para aprender os meios da dominação de fogo eles iam ter que aprender com os mestres Ren e Shaw, e que eles deveriam se apresentar a eles, para que estes os analisassem – suas almas, corações e ancestrais – e dissessem se eram valorosos ou não. Se sim, eles revelariam o segredo da dominação do sol. Se não... Bem, eles basicamente viravam churrasco.  

Aang e Zuko ficaram preocupados, a destruição dos dragões (mestres do fogo original) estava diretamente ligada a eles (a família do Zuko os matou e Aang despareceu por 100 anos, e não pode impedir a tragédia). [Giulia: Sofia Darling, PhD em Animes pela faculdade de Netflicolândia.] Mas Giulia parecia calma e ansiosa ao mesmo tempo. Ela não via a hora de aprender a dominar seu poder. Acho que ia dar tudo certo, mas por outro lado, os guerreiros tinham recuperado a gema. E visto que os outros três membros do grupo já tinham seus próprios problemas, eu é que ia ter que conseguir a gema de volta. Ótimo! Como sempre, eu fico com a parte mais difícil (e manipuladora, que eu AMO. Então deixa!). 

Enfim, quando amanheceu, fomos a um dos vários templos em ruínas que havia na cidade, e o guerreiro do Sol pegou um pouco da chama eterna, um fogo que estava aceso havia milhares de anos e foi o primeiro concedido aos homens pelos dragões e tudo o mais. Resumindo, o guerreiro pega o fogo, e o distribui entre os três. As instruções eram claras: os três tinham que levar o fogo até os mestres e não podiam deixar a chama apagar ou sair de controle. Giulia e Aang já estavam mais nervosos a esse ponto, já que nenhum dos dois sabia controlar o fogo muito bem, mas ainda assim conseguiram pegar a chama. Eles deveriam levar a chama até o topo de um monte (tipo, um monte alto pacas), onde estava a caverna dos sábios lá. Eu só os segui durante o trajeto e combinei com a Giu: 

— Certo, hm. Eu tenho um plano pra pegar a gema. Não se preocupe. Só sobe lá e arrasa com a dominação! – eu disse em um tom de alegria pra animá-la. 

— Sofi. Foi o boy do japonês. 

— O quê? 

— No dia dos testes pros times da escola, ele veio falar comigo. 

— Sim, a Lu me contou. Mas quando chegamos lá não tinha ninguém. E você parecia assustada. 

— Bom, ele me disse que não estava me secando no shopping. E falou que eu tinha algo especial assim como ele – 

— Que cantada fraca! 

— Não, Sofia! Ele também tem poderes! – ela aumentou o tom de voz, impaciente. 

— Oh shit! – eu grito, e, depois, com curiosidade, continuo. – Que poderes?! 

— Segundo ele, ele podia controlar metal. Tipo o Magneto dos X-Men, sabe? – eu assenti com a cabeça e ela continuou. – Ele me disse também que não tinha muito tempo. Se desculpou de novo por ter me secado no shopping e saiu correndo. – ela hesitou. 

— E o que te deixou assustada foi...? – eu perguntei tentando descobrir o final da história. 

— Eu perguntei, gritei. Queria saber como ele sabia dos meus poderes, já que nunca contamos a ninguém. Nem aos nossos amigos mais próximos. E ele respondeu “Não se preocupe. Nos veremos de novo, Giulia Darling!”. Aí ele fez uma reverência e saiu correndo! 

— Certo. Isso é estranho. Ele sabia seu nome? 

— Exatamente! – o olhar assustado que ela tinha naquele dia voltou ao seu rosto. – Mas eu não sabia nada sobre um menino dominador de terra. Isso quer dizer que há mais iguais a nós em nossa dimensão. 

— Excelente! – eu exclamei. – E ao invés de chegar ao fundo dessa história, estamos resolvendo problemas de outras dimensões! 

— Chegamos! – fui interrompida por Aang, que exclamou uns passos à frente. 

— Olha, a gente resolve esse problema depois com a Lu, ok? – ela me disse. – Tem certeza que dá conta de pegar a gema? 

— Tenho, pode confiar. Boa sorte! – eu fiz um joinha com a mão e abri um sorriso mega-exagerado de confiança de anime que eu A-MO! 

Chegamos a um pátio principal. Havia uma escada gigante à nossa frente. O guerreiro deu as ordens e pediu que eu ficasse atrás, para não atrapalhar a cerimônia. Humpf! Os três se posicionaram em frente às escadas, deram um forte suspiro encarando seu próximo desafio e começaram a subir. Enquanto o ritual acontecia no pátio, com vários guerreiros tocando tambores e dominando fogo.   

Enquanto os três sumiam de vista subindo os intermináveis degraus, um homem que eu suspeitava ser tipo um vice-guerreiro principal ou coisa assim se aproximou do guerreiro principal e disse: 

— Eles já eram! 

Aproveitei essa deixa para agir. Aproximei deles e disse: 

— Tem certeza disso? – num tom provocativo e desafiador, ao qual era impossível resistir. 

— Ora, claro! 

— Ótimo, já que está tão confiante, não estaria disposto a uma aposta? 

— Que tipo de aposta? – He! Captei a atenção dele. 

Esbanjei um sorriso meio vilanesco e disse: 

— Bom... 

[Eu: Ei! Por que você tomou o microfone da minha mão? Luiza: Ah não! Agora é minha vez! Faz eras que não vejo esse trem! Eu: Pode ver enquanto eu uso, oras! Giulia: Chega! Parem de brigar! Só por causa disso eu que vou falar agora! Eu e Luiza: Raios! Giulia: Andiamo mis amigos! Vamos para a melhor parte dessa história...] 


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Notas finais do capítulo

Então foi isso. Comentem o que vocês estão achando da história, por favor. Até o próximo capítulo que será o meu.



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