– Ainda não estou acreditando, Silvia! - choraminguei, pelo telefone.

– Calma amiga... vai dar tudo certo! - respondia ela, revelando preocupação na voz.

– Não vai, não! Não acredito que o Jed me trocou pela Isabela! Não acredito! - gritei, deixando as lágrimas escorrerem.

07 de março. O pior dia da minha vida. Lá estava eu, às 14:53, deitada na minha cama, com os cabelos bagunçados e com o rosto preto de lápis e delineador escorridos misturados com lágrimas e rímel. O amor da minha vida, Jed Martin, havia me deixado. Havia me trocado por uma loira-oxigenada-de-olhos-azuis-e-de-gloss-de-marca-falsificada. A Isabela. A pior garota da escola.

– Ah, qual é, Helena! A Isabela é muita areia pro caminhãozinho do Jed. Com certeza ela vai dar um pé na bunda dele logo logo.

– NÃÃÃÃÃO! - Berrei soluçando ao telefone, com a voz rouca de tanto chorar - NÃO FOI ISSO QUE PARECEU QUANDO ELE AGARROU ELA HOJE!!!

– Por favor, Lena... eles só se abraçaram... e foi um abraço só de três segundos. Eu contei os segundos...

– NÃO FORAM SÓ TRÊS SEGUNDOS! FORAM CINCO! CINCO! AAAAAARGH!!!

– Amiga, por favor - implorou Silvia, do outro lado da linha - para de chorar... tem exatamente quinze minutos que estamos conversando e tudo o que você faz é gritar mais que um recém-nascido.

– M-mas o que é q-ue eu posso f-fazer? A... a Isa-Isabela roubou m-meu namorado-o... o amor d-da minha vid-aaaa!!!!

– Pelo amor... olha, Helena... estou indo aí na sua casa, ok? Não sei se você sabe, mas sou eu mesma que pago minha conta telefônica, e já gastei quase tudo da minha mesada. É mais fácil eu ir aí e...

– ENTÃO V-VEM LOOGOOOOOO!!! - Berrei, deixando mais litros e litros de lágrimas escaparem.