No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 43
A conversa


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem??!!!
Aqui vai mais um capítulo com muitooo carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada amores sério mesmo, vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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Cebola pegou a sacola e permaneceu imóvel, os amigos ficaram em silencio pela tensão do que acabará de acontecer, aos poucos ele foi retomando a coragem, sentou no banco de reservas novamente e abriu a sacola com cautela, como quem leva um choque ele viu aos poucos todas as coisas que ele a tinha presenteado até aquele dia. Tirou com as lágrimas presas aos olhos a luva que ela tanto gostou quando ganhou, e nem percebeu quando um papel voou e pousou nos pés do Ricardo.

Ricardo o pegou e respirou fundo quando percebeu o que era, entregou com receio ao amigo, que deu um murro no banco quando viu o passaporte da viagem que eles tanto planejaram estava ali, diante dele, devolvido, como se tudo não tivesse passado de um sonho.

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Olhou para os amigos com os olhos marejados, mas não se rendeu ao choro, não ali na frente deles, seu sentimento naquele momento se dividia entre raiva e dor, deu preferência para raiva. Amassou a passagem na palma das mãos, pegou nervoso o celular e discou o número dela, se distanciou dos amigos e por mais três vezes escutou a mesma mensagem da caixa postal, recado no qual já tinha decorado.

— Não precisava ter me defendido careca, tamo junto – Cascão se aproximou dando um tapinha em suas costas.

— Pega nada Cas, melhor que um só de nós se ferre, ta tranqüilo – Cebola respondeu guardando seu celular no bolso novamente.

— A mina ainda não te atende? – Cascão questionou coçando a cabeça, enquanto voltavam juntos para próximo a mesa.

— Não, não consegui falar com ela nenhuma vez, nem explicar o por que fui tão burro, acho que já era... Ela devolveu tudo que dei pra ela até hoje, até nossa passagem pro Rio – Cebola comentou passando as mãos sobre o rosto.

— É cara, deu ruim – Ricardo comentou ao ver os itens na sacola semi aberta.

— Muito ruim – Cebola concluiu se sentando novamente.

—-

Monica acordou extremamente chateada, olhou se no espelho por alguns segundos admirando os olhos inchados, vestígios de mais uma noite mal dormida, lembrava se vagamente das amigas ficarem com ela até pegar no sono, como andavam fazendo desde que descobriu tudo, e uma ternura invadiu seu coração em meio a toda aquela tristeza.

Dois dias que tudo aconteceu tinham se passado, preferiu ficar em casa na segunda feira, não foi para aula, nem para o ensaio, muito menos tirou seu pijama, ainda não tinha ligado novamente seu celular e nem checado seus e-mails, não sentia vontade, permaneceu o dia todo na frente da TV e foi sentada no sofá, em sua sala escura que as duas amigas a encontraram naquele mesmo dia, a noite.

— Miga, como está? – Denise perguntou fechando a porta após passar com a Magali.

— Na mesma amigas, meio na bad, mas jajá passa – Monica respondeu forçando um sorriso.

— Tenho uma boa noticia, troxemos MC Donalds pra você – Magali comemorou colocando sua bolsa em cima do sofá e arrumando as coisas sobre a mesa.

— Ah meninas, não precisava, obrigada de verdade – Monica as olhou ternamente, não sentia fome nenhuma, mas comeria, sabia que precisava e que as amigas realmente estavam preocupadas.

— Precisava sim amiga, você precisa se alimentar corretamente, alouka, vai ficar doente por causa de um garoto? – Denise a repreendeu ajudando a Magali com as coisas.

— Você está certa ami, alias queria contar uma coisa pra vocês... – Monica começou a falar – Já decidi, não vou mais dançar na festa das multinacionais.

— Como assim?! Amiga, é semana que vem, já está tudo certo, não pode fazer isso – Denise protestou a olhando de braços cruzados – Quer dizer, eu sei que fica super chato porque é com ele, mas não pode desistir.

— Eu sei De, pensei nisso o dia todo, mas já decidi, não quero e não vou, ah também decidi que vou conversar com ele amanhã – Monica respondeu caminhando lentamente até a mesa.

— Que ótimo amiga, vocês precisam e muito conversar, ele ta mal, estava todo estranho hoje na Lemon – Magali contou sentando para comer.

— Maga – Denise a cutucou com o braço – Combinamos de não falar sobre ele hoje, lembra?

— Ah... Desculpa, é que eu não agüento ver pessoas sofrendo – Magali lamentou.

— Não, mas bem que ignorou o Cas o dia inteirinho né? – Denise a provocou abrindo seu lanche.

— É diferente, ele contribuiu pra isso acontecer, ele sabia de toda essa criancice e não falou nada, com certeza alguém sairia machucado disso – Magali se defendeu comendo batatas.

— Maga, por favor, não briga com ele por minha causa, a culpa é do Cebola, o Cascão foi só amigo dele – Monica pediu abrindo o saquinho do seu lanche.

— Mo, relaxa amiga, achei infantil demais, e o Cascão tem que entender isso – Magali concluiu bebendo refrigerante. – Está tudo sob controle.

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Pensar em encontrar com ele na Lemon doía cada centímetro do seu corpo, mas ela precisava fazer isso, não era mais criança, tinha que encara-lo de frente.

Abriu o guarda roupas na parte em que guardava suas roupas de ensaio, e encontrou o boné esquecido, pegou em suas mãos com aperto no coração e o jogou em sua mala de ensaio, iria devolve lo hoje.

Demorou um pouco mais que o normal para se arrumar naquela manhã, mas gostou do resultado, passou um pouco de base sobre as marcas de expressão causadas pelas noites mal dormidas, pegou sua bolsa e seguiu rumo a sua aula de balé, tinha certeza que ouviria um monte da Alice por ter faltado a um ensaio, mas foi necessário, não se arrependia.

Chegou adiantada na Lemon, e a sensação que a entrada no local lhe causou, embrulhou seu estomago. A dor, que toda hora aparecia a lembrando que a ferida estava aberta, naquele momento se intensificou, Monica respirou fundo e seguiu em frente, pelo jeito seria um dia longo.

Guardou suas coisas, entrou na sala e sentou no chão arrumando suas sapatilhas, nem percebeu aos poucos a mesma se enchendo e a Alice a frente do local, indicando que o ensaio começaria.

Monica tentou focar o Maximo que conseguiu nos movimentos novos, tinha faltado no ensaio anterior o que atrapalhava todo o andamento, uma vez que ocupava uma das primeiras posições do palco, foi enquanto dava uma meia volta na ponta dos pés, que desequilibrou quase caindo, e por fim percebeu que talvez retornar naquele dia não tinha sido uma boa idéia. Sua cabeça estava longe, a todo momento pensava nele, e naquela saudade que não ia embora. Foi iterrompida no meio dos seus devaneios.

— Monica?! Está passando bem? – Alice perguntou a olhando assustada.

— Eu?! Sim, estou Alice me desculpe, é só um pouco de tontura – Monica respondeu levantando a cabeça para olha la.

Alice não era mais criança, sabia que existia muito mais do que um simples mal estar ali, porém preferiu deixar essa conversa para depois, não seria ali, na frente dos demais alunos.

— Então foco por favor, ontem você faltou e precisa urgente pegar os passos que perdeu – Ela concluiu voltando a posição de professora com graciosidade.

—-

As horas passaram se devagar, a lentos passos,  justo naquele dia em que ela queria que a conversa entre os dois fosse rápida, objetiva e decisiva. Os cinco minutos para acabarem todas as aulas chegaram e Monica se apressou para ir ao local onde saberia que o encontraria.

Sentou na cantina com o coração apertado, o nó tomou conta da sua garganta e tudo ficou muito pior quando o viu despontar la ao longe no corredor, respirou fundo todo o ar que conseguiu juntar no pulmão, e em menos de um minuto o viu sentar na sua frente à mesa, era a hora de falar.

— Monica, te liguei trilhões de vezes – Cebola falou a olhando ansioso.

— Eu sei – Monica respondeu seca, tinha decidido não chorar na frente dele e assim o faria.

— Me deixa te explicar o que aconteceu?  Vamos para outro lugar? – Cebola pediu tentando pegar em uma de suas mãos que se estendia sobre a mesa.

— Cebola, você ao menos sabe o quanto tudo isso significa para mim? O que o balé representa, o quanto tudo isso é importante? Você sabe valorizar alguma coisa que você tem? Não é só uma dança, é um dos meus sonhos... – Monica tirou a mão rapidamente e começou a atacar, não queria dar chances para ele se defender. – Você estava brincando comigo esse tempo todo, e tudo que eu fiz foi acreditar, me entregar, confiei em você colocando minha coreografia em suas mãos, e você ria da minha cara com seus amigos, alias, deviam ter vergonha, são todos adultos sem maturidade nenhuma. Eu valorizo tudo que tenho, e vou continuar lutando para conquistar meus sonhos... Mas dessa vez, sem você. - Ela terminou de falar e se levantando para ir embora.

— Monica, me escuta, no começo foi coisa de moleque, eu não pensei, mas depois eu me apaixonei de verdade, é difícil pra mim porque nunca senti o que sinto agora. - Cebola a pegou pelo braço para tentar ao menos explicar alguma coisa.

— Me solta, não encosta em mim – Ela alterou um pouco a voz - Cebola não torne as coisas mais difíceis do que já estão, você que quis assim, acabou! Eu realmente sinto muito – Monica segurou o choro o maximo que conseguiu.

— E todos nossos planos? Nossas apresentações? Nossa viagem? – Cebola perguntou passando as mãos sobre o cabelo um tanto quanto nervoso, chamando atenção das pessoas do local.

— Ah, agora você me pergunta isso?! Foi você que jogou tudo isso fora junto com sua aposta ridícula, não tem mais nossa apresentação, nem planos, acho que nem tem mais nada, já estou adaptando minha coreografia da Le Ballet para solo, e nossa viagem... Ela não será mais precisa, não tenho ninguém para apresentar aos meus pais – Monica concluiu jogando seu boné na mesa – Isso é seu!

— Monica... Você não pode estar falando serio, e a apresentação das Multinacionais?! Está tudo certo já... – Cebola questionou segurando seu boné nas mãos.

— Apresenta sozinho, ou chama um dos seus amigos para dançar com você – Ela respondeu pegando sua mala e saindo rumo a porta.

O Primeiro passo que deu para rua, saiu como uma permissão para suas lágrimas finalmente virem a tona, segurou tanto seu choro que sua garganta ardia. Estava decidido, foi difícil, mas ela era forte, ou pelo menos achava que era, ouviu ele gritar seu nome mais uma vez e decidiu não olhar para trás.

Chegou em casa cansada, seu corpo implorava por um banho quente, deitou em sua cama,  pegou seu celular e discou o numero do seu professor Marcos, esperou agoniada que atendessem.

— Alo?! – Marcos atendeu depois de dois toques – Moniquinha, está tudo bem?

— Marcos, pode falar? Preciso conversar... – O choro se agravou.

— Claro meu amor, o que aconteceu? Por que está chorando?!

Monica sabia que aquela ligação seria longa, mas não se importava, sentia uma falta tremenda da companhia do seu professor e por vezes pensou em voltar, mas isso não vinha ao caso agora, não naquela conversa...


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

"No hay nada que decir, ya no tienes que mentir, trágate tu vil traición... Ya me voy ♪" Me voy - RBD.

Beijinhos e espero vocês no próximo capitúlo ♥ ♥ ♥



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