– Monica eu não podia perder essa, é uma mega oportunidade de novos patrocínios, você sabe que a gente precisa, posso contar com você? – Cebola pediu pegando em sua mão.

– Tá, ok pode – Monica respondeu depois de pensar um pouco em como convenceria seu pai a voltar pra São Paulo.

– Vem cá baixinha – Cebola disse puxando e a abraçando deixando ela toda corada.

– Há... É... Toma o seu boné – Monica falou tirando o boné de sua cabeça para o entregar.

– Não... Esse é seu, fica melhor em você – Cebola tornou a coloca ló na cabeça dela...

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– Você é louco sabia – Monica comentou rindo.

– E essa loucura fica sem controle perto de você – Cebola respondeu a pegando pelo braço.

Eles se encararam por mais alguns segundos, sentindo as respirações se fundirem, até que ele a soltou virando e sumindo no meio do povo.

Monica permaneceu imóvel o olhando se afastar, remoeu aquelas ultimas palavras pelo menos três vezes até voltar para mesa dos amigos.

– Até que você ficou bonitinha de boné – Denise reparou a olhando.

Monica continuou com cara de nada na mesa, como se não prestasse atenção.

– Mo? - Magali a chamou vendo que ela estava longe.

– Oi? Chamou?

– Está distraida ami? Falei que gostei desse boné em você - Denise estranhou a distração da amiga.

– Ah... Mals... Curti também – Monica falou checando seu reflexo no celular.

– Cade o Cebola? Pra onde vamos hoje depois daqui? – Xaveco perguntou abraçando a namorada.

– Acho que para o lugar de sempre – Cascão respondeu olhando para os amigos.

– Preciso passar em casa antes gente, não vou com essa bolsa gigante – Monica comentou.

– Então vamos indo, encontramos eles lá, a festa já acabou o Cebola vai ajudar a arrumar ainda – Denise complementou se levantando.

– Por mim tudo bem, borá Maga? – Monica a chamou.

– Bora, então nos encontramos no mesmo lugar de sempre – Magali concluiu olhando para os meninos.

– Não, amor, me avisa que eu busco vocês – Xaveco falou olhando para a Denise.

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Não demoraram muito para se arrumar, Monica arriscou uma roupa que nunca tinha usado, combinou cada peça para dar o toque final com o boné que ganhou mais cedo.

Se olhou no espelho sorridente, gostou do resultado.

Encontrou as meninas já prontas na sala e seguiram rumo a portaria do prédio.

Enquanto Denise falava com Xaveco no celular Monica aproveitou para contar ao seu professor como tinha sido a apresentação, sentou no banquinho do prédio e digitou empolgada, todos os detalhes que lembrou.

Só despertou quando ouviu uma buzina por alem das cercas de ferro do local, olhou atenciosamente e com um sorriso se levantou sabendo de quem se tratava.

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Cebola passou em casa para se arrumar, quando soube que iriam para o bar e que o Xaveco as buscaria, já traçou seu plano em mente, ele levaria a Monica. Pediu para o amigo o avisar quando a Denise ligasse e iria na frente para busca lá.

Assim que Xaveco o avisou, subiu na moto e seguiu com um segundo capacete em mãos, chegou buzinando e em menos de um minuto a viu incrivelmente linda, estava com o boné que ele tinha lhe dado, e não é que tinha ficado realmente bom.

Por alguns segundos, talvez minutos seu pensamento lhe pregou uma peça, Cebola lembrou da primeira vez que se viram, ela saiu furiosa com ele porque tinham trombado de frente, agora ela vinha sorrindo em sua direção e aquele sorriso lhe tirava o foco.

– O que faz aqui? Não era pra nos encontrarmos lá? – Monica falou rindo.

– Que estilo é esse? Curti – Cebola comentou a olhando de cima a baixo.

– É... Quis mudar um pouco, e até que gostei do boné, mas é só hoje depois te devolvo – Monica respondeu sorrindo um pouco sem graça.

Tinha escolhido para aquela noite um shortinho curto, uma regatinha branca, tênis da Nike de cano um pouco mais alto e o boné dele.

– Eu já não te disse que esse é seu? Eitaaa mulher difícil – Cebola riu lhe entregando o capacete.

– Você não desiste né? – Monica perguntou tirando o boné e o trocando pelo capacete.

– E você quer que eu desista? – Cebola concluiu dando a partida na moto assim que sentiu aquelas mãos delicadas o abraçarem novamente.

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Chegaram no bar por cerca das 21 horas, certamente o pessoal ainda não tinha chegado, pegaram um lugar bom, e pediram algumas coisas para irem comendo e bebendo.

Não demorou muito para os amigos chegarem, e logo em seguida a pista de dança abrir.

– Não vai dançar hoje careca? – Cascão perguntou.

– Vou lógico que vou – Cebola falou rindo.

– Então bora que hoje eu vou também – Denise comentou animada se levantando.

Monica caminhou animada para a pista, aquela matéria ela tirava de letra.

Puxou a Magali para dançar com ela e as duas se divertiram, desciam, subiam ao som da batida do DJ. Todos dançavam e a pista estava lotada.

A cada vez que voltava para São Paulo Monica gostava mais do local, e a toda hora que se lembrava disso, lembrava também o dilema que era ter que convencer seu pai a deixa la viajar toda vez que quisesse estar ali.

Por alguns segundos na pista entrou em transe pensando nisso e uma pitadinha de desconforto apareceu, envolta nos seus pensamentos tomou um susto quando sentiu seu bolso tremendo, seu celular estava apitando.

O pegou curiosa, e viu que um e-mail tinha acabado de chegar, não costumava abrir e-mails quando recebia na rua, sempre os checava de noite em casa, mas esse não, esse era diferente, vinha endereçado como urgente, a na hora que leu o remetente seu coração disparou instantaneamente... Era da Le Ballet.

Monica quase derrubou o celular tentando equilibra lo nas mãos, abriu o e-mail o mais rápido que conseguiu e leu tão rápido que teve que reler para entender.

“ Senhorita Monica Sousa,

Uma vez que realizou nossa audiência em São Paulo, viemos por meio desta convoca lá para uma segunda audiência, que será realizada no mesmo local em Setembro do ano decorrente.

Nossa equipe encontra se com uma vaga disponível, e assistindo novamente a todas as apresentações, selecionamos alguns candidatos para tentarmos preencher la.

Certos de sua atenção, pedimos para que entre em contato assim que possível com a direção para se reinscrever,

À diretoria.

Le Ballet”

Monica terminou de ler imóvel, a única coisa que se mexia nela naquele momento eram as duas lágrimas que brotaram no seu rosto, ela rodou o olhar por toda a pista e na hora que encontrou quem procurava correu em direção a ele.

Cebola a viu chorando e abriu os braços preocupado, ela somente continuou indo em sua direção e assim que chegou perto pulou em seus braços.

– Monica, o que aconteceu? – Cebola perguntou assustado.

– Ce – Ela começou a falar soluçando – Eles me deram uma segunda chance.

Cebola não precisou ouvir mais nenhuma palavra, entendeu na hora do que se tratava e a abraçou com mais força.

– Parabéns, parabéns eu sabia, eu sabia, você é uma grande dançarina – Cebola falou no ouvido dela.

– Eu nem acredito – Monica continuou a chorar.

Ela se soltou dele assim que se acalmou, mas o nervosismo voltou a tona quando se viu colada ao rosto dele, olhou dos seus olhos para sua boca, e depois novamente para seus olhos, respirou fundo tentando se controlar e por fim se afastou com um sorriso bobo no rosto.

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Chegaram em casa tarde, o dia tinha sido incrível, Monica estava radiante e bem cansada, deitou na cama do jeito que estava apenas tirando o boné e o pousando sob sua mala.

– Que demais amiga, você merece muito – Magali falou terminando de se trocar.

– Obrigada amiga, estou tão feliz – Monica comentou virando para o lado dela.

– Miga, porque não aceita o convite da Alice? Você pode estudar nos métodos deles, ver novas perspectivas, novos passos, quem sabe não te ajuda na nova coreografia? – Magali propôs se deitando.

– Hum... Ami tenho que pensar muito muito, falar com meu professor, e convencer meu pai também – Monica respondeu fechando os olhos, até que não era má ideia.

– Bom se eu fosse você eu aceitava – Magali concluiu virando para dormir.

– Será?

Monica permaneceu em silencio, pensando na possibilidade, seria uma nova professora, novos colegas, a coreografia dela era pra ser inovadora, sem contar que tinha também a apresentação do meio do ano com o Cebola... O Cebola...

Ela pegou no sono com o nome dele na cabeça, no fundo mesmo sem querer admitir, ela sabia que os motivos dela gostar tanto de vir para São Paulo iam além do balé e das amigas.