– Ah ta e você?! Fiquei sabendo que anda de conversa na web com o Cebola – Denise interrompeu se sentando ao seu lado.

– Fins profissionais, só isso, já falei... Ele não faz meu tipo – Monica concluiu rindo.

– Fico feliz que esteja de volta e bem Mo, ficamos muito preocupadas – Denise falou olhando a amiga com ternura.

– Obrigada amigas, sabe quando encontramos pessoas incríveis? Com aquela sensação de que já as conhecíamos há anos?! Me sinto assim com vocês, são muito especiais – Monica concluiu feliz.

– O sentimento é recíproco – Magali complementou abraçando as duas amigas.

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Elas acordaram tarde, mas também, colocaram todo o papo em dia e dormiram aproximadamente cinco da manhã.

Monica olhou em volta um tanto assustada, por alguns momentos esqueceu que não estava em seu quarto, mas se acalmou assim que ouviu a voz da amiga lhe chamando.

– Monica, acordaaa – Magali falou a olhando da cama ao lado.

– Aiiiii, que horas são? – Monica questionou olhando seu celular.

– Meio dia hahaha dormimos muitoo – Magali respondeu rindo - Acordei com uma mensagem do Cas.

– Hummmmmmm hahaha, caracaaa fazia muito tempo que não acordava tarde assim, cadê a De? – Monica perguntou se espreguiçando e levantando para arrumar a cama.

– Já saiu, agora que esta de férias vive por ai com o Xaveco – Magali respondeu ajudando a arrumar o quarto - Parece que ia ver um jogo deles.

– Nhá entendi, tenho que avisar o Cebola que cheguei, vamos ensaiar até sábado – Monica falou terminando de dobrar o lençol.

– Hum, então acho que vou terminar de fazer umas entregas hoje a tarde e a noite podemos fazer algo – Magali concluiu.

– Entrega do que? – Monica perguntou a olhando.

– Eu vendo produtos naturais ami Rsrsrs a gente racha as contas da casa, a De ganha dim dim com o blog, e eu com alimentação balanceada, da pra pagar tudo certinho – Magali lembrou a amiga.

– Ah verdade, verdade, em época de férias a gente faz menos apresentações, tem vezes que nem fazemos – Monica respondeu lembrando do seu emprego também.

– Por falar nisso, já pensou se vai aceitar a proposta da Alice? – Magali perguntou entrando no banho.

– Ah... Não ami, não pensei, alias nem to com muita cabeça pra pensar nisso agora, ainda dói lembrar que não passei na audiência – Monica concluiu pegando o celular para avisar o Cebola.

– Ah, você é ótima ami, eles que não sabem o que perderam – Magali concluiu.

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Cebola estava na padaria do Quim com o Cascão quando ouviu seu celular tocar, pegou e abriu um sorriso com a mensagem que leu.

– Que sorriso é esse? – Cascão perguntou rindo – É a Camilinha te chamando pra sair de novo?

– Hhaha, que Camilinha o que Cascão, é minha bailarininha – Cebola respondeu dando um gole em sua bebida.

– Ishi, me da medo quando se aproxima dela, mais chance da aposta ir pro saco – Cascão falou coçando a cabeça e checando se a Magali tinha respondido sua mensagem.

– Você me conhece Cascão, eu vou ganhar a aposta – Cebola concluiu se levantando – Agora vou me preparar pra ensaiar com ela, porque a apresentação é depois de amanhã.

– Vai lá Careca, juízo – Cascão se despediu deixando dinheiro na mesa e saindo em direção sua casa.

Cascao estava de férias na empresa, então resolveu jogar um vídeo game antes do jogo que teria com os meninos.

Cebola também estava da Limon dance, já a ONG sairia somente no sábado, dia da festa beneficente.

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Monica demorou mais uma hora aproximadamente para terminar de se arrumar, conferiu se tinha tudo que precisava na mochila, trancou a porta, pois a Magali já tinha saído, e desceu para esperar o Cebola de acordo com o combinado.

Não demorou mais de cinco minutos para ela ver a moto chegando e estacionando na sua frente, com um motoqueiro todo estiloso carregando mais um capacete no braço.

– Ah não acredito – Monica riu cruzando os braços.

– Já vai começar a reclamar, nem cheguei ainda – Cebola falou tirando seu capacete e arrumando seus cabelos rebeldes.

– Não acredito que veio de moto, vamos ensaiar onde? – Monica perguntou.

– Oi baixinha? Tudo bem? Ah estou bem também, obrigado! – Cebola ironizou a entregando um capacete todo preto.

– Oi Cebola, tudo, você não disse que era aqui perto? – Monica questionou pegando o capacete e o analisando.

– E é perto, mas eu estava de moto já, não reclama vai sobe ai que tem muito o que ensaiar – Cebola cruzou os braços a esperando.

– Ta ta, vamos logo, me ajuda aqui por favor – Monica pediu tentando subir na moto.

– Hahahaha, já te falei que isso daria um vídeo engraçadíssimo pro Youtube né? – Cebola zoou a ajudando a fechar o capacete e a subir na moto.

– Cala boca por favor – Monica pediu o abraçando na cintura.

Cebola sentiu o abraço da menina, e deu partida na moto, iam ensaiar no salão da ONG, não era muito longe, mas deu uma desviadinha do caminho, queria passar em frente ao campinho antes.

Viraram a segunda rua e já dava para avistar a quadra a frente, Cebola viu exatamente as pessoas que queria, reparando que os meninos o viram, deu uma buzinada, abriu o capacete e piscou de lado, logo após retornou ao caminho original.

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– Hhahaha Esse Cebola ta indo aonde? Era pra estar com a gente aqui – Ricardo falou amarrando a chuteira.

– Ahhh, não viu quem tava na garupa não? – Xaveco perguntou arrumando o meião.

– Não vai me dizer que era...

– A Monica, ela mesma, chegou ontem a noite, hoje vão ensaiar pra festa da ONG – Cascão concluiu chegando de mochila.

– Bem que ele me disse que estava levando a serio tudo isso, acham que ele pega? – Ricardo perguntou coçando a cabeça.

– Não... Acho que não – Xaveco concluiu.

– Tomara né – Cascão respondeu entrando no vestiário - Senão tamo lascado.

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Chegaram na ONG, ela estava agitada, várias musicas se fundiam, formando uma massa uníssona. Monica desceu da moto animada, era a primeira ONG em que entraria.

Cebola entrou já a apresentando para recepcionista, logo após mostrou algumas salas que tinham aulas de dança, e por fim adentrou uma que ficava ao fundo, estava totalmente silenciosa, e com as luzes apagadas, dentro dela encontrava se apenas barras de apoio na parede, espelhos e um som suspenso.

– Aqui é minha sala de aula – Cebola apresentou.

– Nossa, que demais aqui, você da aula de que? – Monica perguntou curiosa.

– De Street, vai fazer um ano já – Cebola respondeu fechando a porta e tirando o seu note da mochila.

– Que legal, também dou aula para as criancinhas da minha escola de dança – Monica comentou sorrindo enquanto o observava conectar as caixas de som no note.

– Olhai que interessante, então temos dois professores aqui – Cebola falou terminando de instalar.

Monica sorriu e logo após começou a se arrumar para o ensaio, tirou a camisetinha que estava, revelando a parte de cima do seu collant, desabotoou a calça jeans e começou a tira-lá sem descaso, estava acostumada a trocas de roupas assim, seu colant já fazia parte de seu guarda roupa e não via problema algum em ficar só com ele na frente dos outros.

Porém Cebola ficou um pouco sem reação, viu a menina desabotoando a calça e coçou a cabeça sem jeito.

Monica continuou e por fim se sentou para tira lá por completo, pegou sua sainha branca, e a colocou por cima, colocou a sapatilha, amarrou o cabelo e estava pronta, olhou para o Cebola que a olhava boquiaberto.

– Ei, está tudo bem? – Monica perguntou rindo.

– Oi?! Ah, está sim, eu só estava pensando em uma coisa – Cebola respondeu virando seu boné para trás.

– Estou pronta – Monica falou o olhando sorridente.

– É, percebi – Ele respondeu rindo, e tirando a jaqueta.

Monica olhou de canto de olho e continuou na postura mantendo a concentração.

– Bom vamos repassar então os dois juntos – Cebola falou dando play na musica.

Monica começou a dançar de acordo com o que ensaiaram via web, por vezes tinham que parar para encaixar alguma falha que não tinham percebido devido a distancia, e até que estava bom, rodopiou todas as vezes em que o Cebola a conduziu com firmeza, arriscou até alguns passos de street que o Cebola tentou encaixar em sua parte também, e finalmente chegou a hora em que temia, teria que pular para ele a suspender.

Passou dias pensando nisso, ela sabia que ele não deveria entender muito de saltos e suspensões, e também sabia que um tombo de uma altura dessa poderia machucar feio.

– Vamos... Pula – Cebola falou reparando que a menina tinha travado naquele momento da coreografia.

– É... É que, Cebola, você tem certeza que vai me segurar? Eu... Eu não posso me machucar, tenho várias coisas pra fazer sabe – Monica falou passando as mãos sobre o cabelo.

– Vai, pula logo Monica – Cebola pediu novamente esperando.

– Ok.

Monica respirou fundo e correu em direção a ele, deu o impulso para o salto torcendo para ser pega, sentiu com alivio duas mãos agarrarem forte a sua cintura e só então abriu os braços sorrindo, ele tinha conseguido.

A musica acabou e Cebola a soltou para ela cair sob seucolo, Monica o abraçou no pescoço, abismada pela técnica dele, quando levantou a cabeça novamente para olha ló se viu de rosto colado, sentia sua respiração ofegante e por alguns segundos perdeu a noção de onde estava.