O Regresso a Hogwarts escrita por Luiza Corado


Capítulo 1
Os primeiros




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Ela havia acabado de chegar a estação King’s Cross. Estava cansada. Mal dormira na noite anterior. Preocupações demais, ansiedade demais. Pensava em como conseguia não chorar. Não saberia se poderia se fingir forte por tanto tempo.

Foi andando lentamente até a plataforma Nove e Meia. Deveria estar com Harry e Rony, mas seus pais fizeram questão de pega-la perto da sede da ordem e leva-la até a estação. Como eles não possuíam magia despediu-se deles ali mesmo, enfrente ao portal. Olhou para aquele pilar pelo qual havia passado quatro vezes, com um certo desânimo, embora não tivesse motivos. Passou correndo por lá, e então estava novamente em frente ao Expresso de Hogwarts. Embarcara no trem, cedo demais. Praticamente nenhum dos alunos havia chegado ainda. Apenas ele. A pior pessoa que poderia encontrar nessa hora. Estava desolada demais para aturar desaforos. Cansada demais para revidar. Magoada demais para suportar.

-Sangue-Ruim! O que faz aqui tão cedo? Decidiu andar sozinha? Sem seus guarda-costas de plantão?

Hermione não conseguiu suportar. Aquela verdade a dilacerava toda vez que lembrava daquele maldito dia. Lembrou-se dos tios. Lembrou-se das risadas, das conversas. Lembrou-se da prima. Nada podia fazer. Sua prima havia assasinado seus tios. E Hermione sentia-se culpada por ter se afastado tanto de sua família. Lembrou-se do dia em que recebera o telefonema, no dia em que chegara na ordem.

“-Hermione, como você está minha filha?

-Oi mãe! estou muito bem, obrigado. E você, como anda? E o Papai?

-Filha, tenho uma coisa muito triste para falar. - disse sua mãe com a voz de quem chorou muito. - Os seus padrinhos morreram. 

-O quê? Como!?

-Sua prima, ela, os matou. - disse ela quase chorando novamente.

Hermione ficou olhando perplexa para o céu. Não podia acreditar que sua prima poderia fazer algo assim. Percebeu as lágrimas brotando em sues olhos.”

  Hermione começou a chorar desesperadamente. Não havia ninguém que pudesse ajudá-la. Naquele trem só haviam Malfoy e ela.

Draco, vendo o desespero da menina começou a se questionar o motivo. Não poderia ter sido ele, afinal ele sempre a chamara por aquele nome e ela sempre revidava com desprezo. “Mas o que faço agora?” pensou Draco, sem nenhuma ideia de como resolver essa situação. E então um flash veio a sua cabeça. 

“ -Draquinho, por que chora? Está doendo? Já vai passar! - Belatriz diz rindo da cara do bebê a sua frente. Queria se divertir. Pegara a varinha novamente. Não sentia pena. - Cruccio! - E mais uma vez torturava-o”

Já estava cansado de ser humilhado e usado em sua família. Sabia da importância que seu sobrenome carregava. As vezes gostaria de nunca ter nascido. Ou ter nascido Peter Pan, para poder ser feliz longe de tudo e de todos em uma terra onde não poderia crescer, nem ser infeliz. Mas não. Não era essa a realidade. Ele havia nascido em uma família bruxa, que se aliou ao Lord das Trevas. Mas ele não havia escolhido essa vida. Era obrigado a vive-la.

Então, em um estranho impulso sentou-se ao lado de Hermione e fez algo que nunca havia feito. Chorou. Como se ninguém estivesse lá. Chorou como uma criança carente, como alguém que necessita urgentemente de um pouco de carinho.

Hermione, surpresa e comovida com a atitude de Malfoy, parou de chorar. Ficou olhando aquele menino que estava em sua frente. Captou dele um pouco do cansaço, um pouco da dor que sentia. E então, em um segundo de insanidade abraçou-o.

Draco nunca havia sentido aquela sensação. Nunca ninguém havia te dado um abraço como aquele. Era uma abraço cheio de compaixão e carinho. E nunca pensou que alguém trouxa pudesse ter esse nível de afeto. Mas estava gostando. E aos poucos foi se acalmando, relaxando.

Fora um momento um tanto quão especial para os dois.

E então Hermione soltou-se dele. E ficou de pé. Deu a mão para ajuda-lo a levantar-se mas ele levantou-se sozinho. E então cada um seguiu seu rumo no trem. Cada um foi para um vagão, já que todos estavam vazios. E cada um ficou pensando naquele momento, naquele abraço.

E então os alunos foram chagando, aos montes. Harry e Rony chegaram atrasados, como sempre. E começaram a falar, falar, falar, falar. Só que Hermione estava longe, pensando em como e se contaria para seus amigos sobre a morte de seus tios e sobre o dia em que descobrira o verdadeiro Draco Malfoy.

Pansy, Crabble e Goyle chegaram quietos, como de costume, esperando a ordem de Malfoy para poderem começar a conversar. Ficaram esperando, mas Malfoy não exatamente estava lá. Estava muito longe, pensando na sua vida. Pensava no dia que havia se tornado um comensal da morte, e pensava naquele momento em que pela primeira vez sentiu-se seguro.

 


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Notas finais do capítulo

Geeeente, mandem review, por favor! Preciso muito saber se está bom ou não.
 



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