A Darkland Tale escrita por DarrenShanLover


Capítulo 8
MAIS PRA LÁ DO QUE PRA CÁ


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo pequeno, mas, que, mais para frente terá muita importância. Não demorei TANTO para postar dessa vez, estou começando a realmente me animar com a fic XD
Boa Leitura!



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Tomei um susto e me virei rapidamente para encarar quem havia me dito aquilo.

         O dono da voz era um garoto de, no máximo, quatorze anos, com cabelos castanho-claros e olhos dourados penetrantes. Diferente de Mad Hatter, Dormouse e o garoto com orelhas de coelho, ele usava roupas modernas. Calças jeans rasgadas nos joelhos, um tênis de skatista e uma camiseta listrada, rosa e roxa, nas mãos, luvas sem dedo pretas. No seu rosto, estava estampado um sorrisinho irritante. Mas, o que mais me chamou a atenção era que, no alto de sua cabeça, despontavam duas orelhas de gato rosa.

         - Quem é você? – perguntei.

         Ele abriu um pouco mais o sorriso e, um menos de um segundo, já não estava mais parado á minha frente.

         Confusa, olhei para os lados, cima e baixo o procurando.

         - Onde você está? – perguntei para o, aparentemente, nada.

         - Bem... um pouco para lá – ouvi-o responder à minha direita. Olhei naquela direção, porém, não havia ninguém. – e um pouco para cá... – dessa vez, a voz se fez ouvir à minha esquerda, virei naquela direção e, novamente, não o encontrei.

         Então, de repente, ele apareceu na minha frente com um sorriso ainda mais largo.

         - Bem, para ser preciso, pode se dizer que eu estou mais pra lá do que pra cá.    

         - Muito precisa essa sua indicação. – comentei, sarcástica.

         - De fato.

         - Então, pode me responder quem você é?

            - Não. – ele respondeu simplesmente, sem desmanchar o sorriso. – Quer dizer, poder, eu posso... – ele disse, pensativo. Depois me encarou novamente. – Mas eu não quero. – depois deu uma leve piscadela.

         E, então, não estava mais na minha frente, ele havia sumido de novo. Caramba! Eu não podia encontrar ninguém normal aqui? Ou, pelo menos que me ajudasse ou que me desse algumas respostas?

         Reapareceu sentado, folgado, no galho da árvore que separava os dois caminhos do meio. Olhando-me com seus olhos grandes e curiosos, como uma criancinha travessa.

         - E o que traria alguém com... – ele riu. – eu iria dizer sã consciência, mas isso seria um belo trocadilho. O que faria alguém se aventurar na Floresta de Cheshire?

         - Eu... eu estou procurando um meio de voltar para casa. – eu disse. Vai saber ele não pode me ajudar? Se não puder, também, não tem problema nenhum ele ficar sabendo o que eu quero... não é?

         Ele me olhou intrigado e surpreso.

         - Bem, - começou. – É a primeira que alguém me diz isso.

         - Muitas pessoas passam por aqui?

         O garoto sorriu e, me encarando disse:

         - Não exatamente.

         Ah! Charadas e mais charadas! E conversas que não levavam à nada! Eu só estava perdendo tempo naquela floresta.

         - Se não pode me ajudar, então acho que vou embora. – resolvi.

         Escolhi rapidamente um dos caminhos e segui pela esquerda.

         - Hm... – ouvi-o resmungar. – eu não iria por ai se fosse você... Mesmo com algo assim tão poderoso, e raro, e esquecido, e conhecido, enfim, todas essas palavras que terminam em “o”, você não conseguiria sobreviver se fosse por ai...

         Parei de caminhar, não havia dado nem dois passos direito. Voltei e encarei-o em cima da árvore. Ele... ele estava falando sobre o relógio, não era? Aquela não era a primeira vez que alguém o mencionava...

         - O que você sabe sobre o relógio? – se ele já sabia, não via mal nenhum em perguntar.

         - Mais do que você pensa. – aquele sorriso irritante não desgrudava de seu rosto.

         - Ninguém aqui consegue falar claramente o que quer dizer? – perguntei, irritada.

         Antes que o garoto pudesse sequer abrir a boca para responder, um vento sinistro e não natural bagunçou as folhas das àrvores e bagunçou nossos cabelos. O guizo preso em meu pescoço tilintou, o que tornou aquilo tudo ainda mais assustador.

         O vento cessou e voltei o olhar para o rapaz.

         Sua expressão mudara completamente. Não era mais aquela risada que invadia sua expressão, ele tinha ficado sério, até confuso. Seus olhos focavam o guizo e ele nem piscava.

         Em menos de uma batida de coração, o garoto estava à minha frente, encarando meus olhos com o sino apertado forte em suas mãos, que quase chegavam a arrancar a gargantilha.

         - Onde encontrou isso? – ele perguntou.

         Dei um tapa em suas mãos, as obrigando à soltar o guizo.

         - Quando cheguei aqui, ele estava preso ao meu pescoço. – expliquei, colocando menor emoção possível em minha voz.

         Na verdade, aquela mudança de atmosfera me provocava arrepios, um misto de angústia e solidão. Eu podia ver aqueles sentimentos retratados na face do garoto, que vasculhava meus olhos em busca de algum sinal de mentira.

         Antes mesmo de eu questionar o porque de tudo aquilo, ele apareceu em pé na frente da trilha ao lado daquela à ponta direita. Seu sorriso havia voltado, mostrando nenhum sinal da expressão quebrada que vi antes.

         - Bem, eu não estava muito a fim de ficar aqui boiando, mesmo. – ele explicou. – Este é o caminho para fora de Cheshire Forest e, como já disse, cansei de ficar aqui sem fazer nada, decidi seguí-la para ver no que vai dar.

         Ponderei por um instante se seguir seu conselho seria o melhor á fazer. Bem, aquilo não mudaria muito minha situação, não é mesmo? Eu não perderia nada seguindo sua indicação.

         - E... – resolvi perguntar. – qual é mesmo seu nome?

         Seu sorriso se abriu de orelha a orelha, e, enquanto piscava para mim, ele respondeu:

         - Gato de Cheshire, mas pode apenas me chamar de Cheshire.

         “Convencido”, pensei.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam??? MANDEM REVIEWS!!!