Won't you spare me over til' another year escrita por Louise Martins
Notas iniciais do capítulo
Bom, depois de um pouco mais de duas semanas, olha só quem está de volta! Desculpa demorar tanto ;-; Eu estava um pouco ocupada e bastante cansada. Além do cansaço, também tinha a preguiça ç-ç Socorro! Desculpa, seus lindos, titia vai tentar não fazer mais isso.
Aproveitem o capítulo!
– Vocês provavelmente têm pelo menos algumas ideias do por quê de estarem aqui - A policial rodeava a sala, com pés fortes, fazendo altos ruídos na sala silenciosa e parecendo ameaçadora. Nós um a um ficávamos mais tensos até descobrir do que ela realmente tratava. - Afinal, com um acontecimento como o de vocês ano passado, é bem difícil não ter noção de estarem na delegacia em um dia comum, sabendo que não fizeram nada de errado. - Ela vai chegando perto de cada rostinho assustado, soltando seu bafo matinal na cara de todos. - Ou fizeram? - Ela tenta quebrar o gelo, fazendo uma gracinha, que pelo visto, hahaha, é tão engraçado que me deu sono.
Então me fizeram acordar cedo e ir para uma delegacia por causa dos eventos de Blackwood Pines? Ah, por favor, não acho que tenhamos mais o que fazer. Depois de um ano, o que iríamos fazer aqui? Dar queixa? Se humilhar para policiais que sequer acreditam em algumas palavras do que dizemos? Se não acreditaram um ano atrás, não será hoje que acreditarão.
A porta se abre e dois jovens adultos entram na sala. Se sentam em duas cadeiras do lado contrário em que estamos e abrem algumas pastas cheias de papeladas e mais papeladas. Me pergunto de que são elas. Devem estar brincando que é do nosso caso, afinal, ninguém deu bola quando realmente precisaram.
– Hoje é o trigésimo dia do mês de Janeiro. Alguém sabe o que isso significa? - Ela aponta para todos nós. - Ninguém arrisca um palpite? - A sala fica totalmente silenciosa por alguns segundos, momento em que podemos ouvir nossas respirações.
– Faltam três dias para o Aniversário dos Eventos de Blackwood Pines - Ashley sussurra, com medo do que diz.
– Exatamente - A policial conclui. - Um ano do desaparecimento de Joshua Washington, dois anos do desaparecimento de Hannah e Beth Washington. O desaparecimento das gêmeas Washington. - Ela suspira.
– Estão mortas - Ashley fala para si, e seus olhos se enchem d'água.
– Que Deus as tenha - Sam abraça a amiga, consolando-a.
A policial, como todos os outros que dissemos isso, ignorou o comentário.
– Ano passado, após a volta de vocês, enviamos uma equipe policial para Blackwood Pines - Que surpresa! - Porém, não retornaram - Ela lamenta. - Não temos provas concretas nem ao menos ideias do que aconteceu. E então retornaremos, esse ano, para finalmente podemos encerrar o caso.
– Talvez tivessem ideias se nos escutassem - Comento para mim mesma.
– Talvez se fosse menos mesquinha, prestaríamos atenção.
Quem ela pensa que é para me chamar de mesquinha?
– E para retornarmos... Eu sei que é bastante arriscado, porém... Gostaríamos da ajuda de vocês. A equipe inteira concordou que se levássemos as testemunhas, no caso, vocês, o caso ficaria mais fácil de ser concluído. Vocês sabem onde a maioria das pistas estão, pelo o que disseram. Quem se voluntaria?
Silêncio.
– Vamos lá. Precisamos da ajuda de vocês. Mesmo sendo tão arriscado assim.
– Eu - Sam se levanta. - O Josh ainda não foi encontrado. É meu dever de amiga procurá-lo e achá-lo - Ela suspira levemente, o medo a consumindo. Porém, sua lealdade é maior que seu egoísmo. - Seria uma péssima amiga se não o fizesse.
Chris se levanta e se junta a Sam.
– Também é meu dever de amigo.
– Chris? Está louco? - Ashley retruca. - Isso é... Suicídio!
Christopher se aproxima de Ashley, e segura seus ombros.
– Se você fosse o Josh... Não gostaria que tivéssemos consideração por você e fossemos te buscar? - Ele comenta, com um olhar sábio e triste.
– Por que você sempre tem que estar certo? - Ela se junta aos dois. - Sendo assim... Acho que tenho que ir. Não só por ele, mas em consideração também à Hannah e Beth.
Silêncio.
Eu definitivamente não quero voltar para aquele lugar horrendo. Afinal, as únicas pessoas que tenho consideração que estão por lá são Hannah e Beth, que por acaso, estão mortas. Não devo satisfação a alguém como o Josh, não depois de tudo o que ele fez.
– Vocês precisam de alguém que saiba usar uma escopeta e um lança-chamas - Mike se levanta, voluntariando-se e indo em direção aos amigos leais da família Washington.
Jessica engoliu em seco.
– Eu só vou porque sei que Mike não aguentaria meia hora sem mim para protegê-lo - Ela diz sarcasticamente, fazendo todos soltarem umas gargalhadas, inclusive eu, por mais que não goste daquela baranga. Ciúmes? Claro, mas prefiro viver do que amar Mike e arranjar confusão com loiras burras e sem noção de princípios.
Matt preparava-se para encontrar o grupo, porém seguro seu braço.
– Por favor, me diga que não vai voltar para o chalé amaldiçoado.
– Eu preciso - Ele larga minha mão friamente e segue seu caminho até os amigos. Estou me sentindo uma forever alone, e também na friendzone.
Porém eu amo viver.
– Em? - Mike pergunta.
– Tenho amor à minha vida.
– Nós também. Mas também amamos nossos amigos. Não se sente nem um pouco culpada por deixar o Josh morrendo com aqueles monstros?
O pior é que ele tem razão.
– Já que não tenho escolha... - Me dirijo até o grupo. - Felizes? - Digo, um tanto emburrada.
☠
– Lembrem-se: eu, policial Scott, vou com vocês, junto também com o sargento Smith - Ela aponta para um homem que aparenta estar na casa dos cinquenta que acaba de entrar no cômodo. - Esses dois repórteres aqui também vão conosco - Ela se refere aos dois jovens adultos com as papeladas. Então é isso que eles são, apenas suicidas, digo, repórteres.
– Vamos todos partir no primeiro dia de fevereiro, para chegarmos ao anoitecer. Assim, passaremos a madrugada de dois de fevereiro, assim como vocês passaram, em Blackwood Pines. Boa sorte a todos.
☠
Dia primeiro de fevereiro. Sim, o dia chegou. Pego minha mochila de costas e despeço-me de meus pais, enchendo meus olhos d'água e também os deles. Eles beijam minha testa e sussurram um "Boa Sorte" e um "Volte Inteira". Por favor, Deus, não me deixe morrer.
A viatura da polícia me busca em minha casa. Aceno para mais pais e os encontro em estado crítico emocional, aos prantos de desespero e saudade. Grito um "Eu amo vocês" e recebo o mesmo como resposta.
Ao chegar na delegacia, avisto um ônibus aparentemente confortável do exército. Poderia ser melhor, reflito. Poderia ser muito melhor.
Todos entramos no ônibus. Ao que parece, é bastante confortável. Poltronas acolchoadas e um pequeno ar-condicionado para cada passageiro. O teto está descascando e algumas poltronas estão rasgadas, fazendo com que procure a melhor delas. Sento-me no penúltimo banco à esquerda, aquele antes das quatro ou cinco poltronas no fundo do ônibus. Matt se senta comigo, enquanto Ash e Chris estão do lado direito e o resto no fundão. Os jovens repórteres se sentam na nossa frente e conversam sobre algumas notícias recentes, tentando deixar o assunto de morrer de lado. O ônibus começa a andar, e com isso todos ficamos um pouco tensos. A hora de nossa morte está chegando.
– Boa sorte, Em - Matt beija minha bochecha. - Eu te amo.
– Eu sei. Eu também te amo.
Coloco meus fones de ouvido no máximo e esqueço um pouco o mundo.
Adormeço.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí, o que acharam?? Eu gostaria de agradecer o apoio do primeiro capítulo, vocês divaram mais que a Samantha no final do jogo! Até mais! Espero sempre ver vocês aqui!
Ah, para quebrar o gelo, eu sempre estarei fazendo uma perguntinha em cada capítulo!
P: Qual seu cantor/cantora/banda favorita?
R: Melanie Martinez