Won't you spare me over til' another year escrita por Louise Martins


Capítulo 2
A Volta - Emily


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de um pouco mais de duas semanas, olha só quem está de volta! Desculpa demorar tanto ;-; Eu estava um pouco ocupada e bastante cansada. Além do cansaço, também tinha a preguiça ç-ç Socorro! Desculpa, seus lindos, titia vai tentar não fazer mais isso.
Aproveitem o capítulo!



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– Vocês provavelmente têm pelo menos algumas ideias do por quê de estarem aqui - A policial rodeava a sala, com pés fortes, fazendo altos ruídos na sala silenciosa e parecendo ameaçadora. Nós um a um ficávamos mais tensos até descobrir do que ela realmente tratava. - Afinal, com um acontecimento como o de vocês ano passado, é bem difícil não ter noção de estarem na delegacia em um dia comum, sabendo que não fizeram nada de errado. - Ela vai chegando perto de cada rostinho assustado, soltando seu bafo matinal na cara de todos. - Ou fizeram? - Ela tenta quebrar o gelo, fazendo uma gracinha, que pelo visto, hahaha, é tão engraçado que me deu sono.

Então me fizeram acordar cedo e ir para uma delegacia por causa dos eventos de Blackwood Pines? Ah, por favor, não acho que tenhamos mais o que fazer. Depois de um ano, o que iríamos fazer aqui? Dar queixa? Se humilhar para policiais que sequer acreditam em algumas palavras do que dizemos? Se não acreditaram um ano atrás, não será hoje que acreditarão.

A porta se abre e dois jovens adultos entram na sala. Se sentam em duas cadeiras do lado contrário em que estamos e abrem algumas pastas cheias de papeladas e mais papeladas. Me pergunto de que são elas. Devem estar brincando que é do nosso caso, afinal, ninguém deu bola quando realmente precisaram.

– Hoje é o trigésimo dia do mês de Janeiro. Alguém sabe o que isso significa? - Ela aponta para todos nós. - Ninguém arrisca um palpite? - A sala fica totalmente silenciosa por alguns segundos, momento em que podemos ouvir nossas respirações.

– Faltam três dias para o Aniversário dos Eventos de Blackwood Pines - Ashley sussurra, com medo do que diz.

– Exatamente - A policial conclui. - Um ano do desaparecimento de Joshua Washington, dois anos do desaparecimento de Hannah e Beth Washington. O desaparecimento das gêmeas Washington. - Ela suspira.

– Estão mortas - Ashley fala para si, e seus olhos se enchem d'água.

– Que Deus as tenha - Sam abraça a amiga, consolando-a.

A policial, como todos os outros que dissemos isso, ignorou o comentário.

– Ano passado, após a volta de vocês, enviamos uma equipe policial para Blackwood Pines - Que surpresa! - Porém, não retornaram - Ela lamenta. - Não temos provas concretas nem ao menos ideias do que aconteceu. E então retornaremos, esse ano, para finalmente podemos encerrar o caso.

– Talvez tivessem ideias se nos escutassem - Comento para mim mesma.

– Talvez se fosse menos mesquinha, prestaríamos atenção.

Quem ela pensa que é para me chamar de mesquinha?

– E para retornarmos... Eu sei que é bastante arriscado, porém... Gostaríamos da ajuda de vocês. A equipe inteira concordou que se levássemos as testemunhas, no caso, vocês, o caso ficaria mais fácil de ser concluído. Vocês sabem onde a maioria das pistas estão, pelo o que disseram. Quem se voluntaria?

Silêncio.

– Vamos lá. Precisamos da ajuda de vocês. Mesmo sendo tão arriscado assim.

– Eu - Sam se levanta. - O Josh ainda não foi encontrado. É meu dever de amiga procurá-lo e achá-lo - Ela suspira levemente, o medo a consumindo. Porém, sua lealdade é maior que seu egoísmo. - Seria uma péssima amiga se não o fizesse.

Chris se levanta e se junta a Sam.

– Também é meu dever de amigo.

– Chris? Está louco? - Ashley retruca. - Isso é... Suicídio!

Christopher se aproxima de Ashley, e segura seus ombros.

– Se você fosse o Josh... Não gostaria que tivéssemos consideração por você e fossemos te buscar? - Ele comenta, com um olhar sábio e triste.

– Por que você sempre tem que estar certo? - Ela se junta aos dois. - Sendo assim... Acho que tenho que ir. Não só por ele, mas em consideração também à Hannah e Beth.

Silêncio.

Eu definitivamente não quero voltar para aquele lugar horrendo. Afinal, as únicas pessoas que tenho consideração que estão por lá são Hannah e Beth, que por acaso, estão mortas. Não devo satisfação a alguém como o Josh, não depois de tudo o que ele fez.

– Vocês precisam de alguém que saiba usar uma escopeta e um lança-chamas - Mike se levanta, voluntariando-se e indo em direção aos amigos leais da família Washington.

Jessica engoliu em seco.

– Eu só vou porque sei que Mike não aguentaria meia hora sem mim para protegê-lo - Ela diz sarcasticamente, fazendo todos soltarem umas gargalhadas, inclusive eu, por mais que não goste daquela baranga. Ciúmes? Claro, mas prefiro viver do que amar Mike e arranjar confusão com loiras burras e sem noção de princípios.

Matt preparava-se para encontrar o grupo, porém seguro seu braço.

– Por favor, me diga que não vai voltar para o chalé amaldiçoado.

– Eu preciso - Ele larga minha mão friamente e segue seu caminho até os amigos. Estou me sentindo uma forever alone, e também na friendzone.

Porém eu amo viver.

– Em? - Mike pergunta.

– Tenho amor à minha vida.

– Nós também. Mas também amamos nossos amigos. Não se sente nem um pouco culpada por deixar o Josh morrendo com aqueles monstros?

O pior é que ele tem razão.

– Já que não tenho escolha... - Me dirijo até o grupo. - Felizes? - Digo, um tanto emburrada.

– Lembrem-se: eu, policial Scott, vou com vocês, junto também com o sargento Smith - Ela aponta para um homem que aparenta estar na casa dos cinquenta que acaba de entrar no cômodo. - Esses dois repórteres aqui também vão conosco - Ela se refere aos dois jovens adultos com as papeladas. Então é isso que eles são, apenas suicidas, digo, repórteres.

– Vamos todos partir no primeiro dia de fevereiro, para chegarmos ao anoitecer. Assim, passaremos a madrugada de dois de fevereiro, assim como vocês passaram, em Blackwood Pines. Boa sorte a todos.

Dia primeiro de fevereiro. Sim, o dia chegou. Pego minha mochila de costas e despeço-me de meus pais, enchendo meus olhos d'água e também os deles. Eles beijam minha testa e sussurram um "Boa Sorte" e um "Volte Inteira". Por favor, Deus, não me deixe morrer.

A viatura da polícia me busca em minha casa. Aceno para mais pais e os encontro em estado crítico emocional, aos prantos de desespero e saudade. Grito um "Eu amo vocês" e recebo o mesmo como resposta.

Ao chegar na delegacia, avisto um ônibus aparentemente confortável do exército. Poderia ser melhor, reflito. Poderia ser muito melhor.

Todos entramos no ônibus. Ao que parece, é bastante confortável. Poltronas acolchoadas e um pequeno ar-condicionado para cada passageiro. O teto está descascando e algumas poltronas estão rasgadas, fazendo com que procure a melhor delas. Sento-me no penúltimo banco à esquerda, aquele antes das quatro ou cinco poltronas no fundo do ônibus. Matt se senta comigo, enquanto Ash e Chris estão do lado direito e o resto no fundão. Os jovens repórteres se sentam na nossa frente e conversam sobre algumas notícias recentes, tentando deixar o assunto de morrer de lado. O ônibus começa a andar, e com isso todos ficamos um pouco tensos. A hora de nossa morte está chegando.

– Boa sorte, Em - Matt beija minha bochecha. - Eu te amo.

– Eu sei. Eu também te amo.

Coloco meus fones de ouvido no máximo e esqueço um pouco o mundo.

Adormeço.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?? Eu gostaria de agradecer o apoio do primeiro capítulo, vocês divaram mais que a Samantha no final do jogo! Até mais! Espero sempre ver vocês aqui!
Ah, para quebrar o gelo, eu sempre estarei fazendo uma perguntinha em cada capítulo!
P: Qual seu cantor/cantora/banda favorita?
R: Melanie Martinez



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