Finalmente, depois de dias entre brigas e bandeiras brancas, conseguimos finalizar o plano, que, pelo que achávamos, era perfeito. Nicky disse que já fizeram coisa parecida na unidade de John Connaly, uma prisão de segurança máxima no condado de Karnes no Texas e deu certo.

Tudo já estava muito bem planejado, agora, só precisávamos da ajuda de algumas pessoas para se dar bem.

Estava na hora do almoço, Nicky deu o sinal. Tossiu, fingindo estar engasgado, e vomitou tudo o que tinha comido no dia (usou um dos seus venenos para isso). Então eu também vomitei, pois também havia colocado o veneno na minha comida. Outros três garotos que nos ajudavam com o plano vomitaram também.

O segurança ficou enojado e mandou nós quatro ficarmos para limpar aquela bagunça toda depois do almoço. Tudo ocorria como havíamos planejado.

Quando os outros presos saíram, o guarda trouxe os produtos e as vassouras para nós limparmos tudo, e então ele foi almoçar, sem ligar muito para nós.

Limpamos, os garotos faziam cara de nojo, eu não parava de checar se havia trazido o objeto especial para começar a melhor parte do plano.

Assim que terminamos, Nicky chamou o segurança para ver se estava bom daquele jeito, mas quando ele se aproximou, foi pego de surpresa pela borrifada de desinfetante que Nicky deu em sua cara. Ele quase gritou, mas Judal Anui, um garoto árabe de 16 anos que foi preso por tráfico, foi mais rápido e pulou em suas costas, o derrubando no chão. Judal era forte, alto e principalmente pesado. Eu peguei a chave de fenda e sem esperar, enfiei na garganta do segurança.

Will Walker, o garoto mais alto e mais magro que estava na cadeia, de cabelos negros e que fugiria conosco, virou o cadáver do segurança e pegou seu cartão de identificação, um molho de chaves, um cassetete e sua carteira, distribuindo uma nota de 20 para cada um de nós.

Peter Craster, o esquisito de cabelos castanhos que era aparente namorado de Walker, disse que ele não havia tido tempo de chamar ninguém, então poderíamos ainda zoar um pouco por ali, com um sorriso sarcástico e estranho no rosto. Walker Apenas revirou os olhos e puxou a mão de Craster, enquanto Judal já começava a correr em direção a saída.

Corremos até o portão principal, derrubando todos os presos que ficavam no nosso caminho. Não matamos nenhum. Walker jogou o molho de chaves pra Judal e se armou com o cassetete, Nicky abriu o borrifador de desinfetante e colocou duas bolinhas azuis dentro do borrifador e sacudiu, eu peguei a chave de fenda e Craster segurava uma chave inglesa.

Chegaram dois seguranças falando no rádio, pedindo ajuda, Judal testava as chaves para abrir a grade, Nicky borrifou o seu novíssimo veneno no rosto de um, que caiu imediatamente, Craster  atacou o joelho do outro segurança e o fez cair de joelhos, bateu na parte de trás da cabeça do segurança e ele desmaiou, eu terminei o serviço, perfurando a garganta dos dois seguranças.

Judal conseguiu abrir a grade, mas quando ele passou pelo portão, o trancou de novo e saiu correndo.

Eu, Nicky, Craster e Walker ficamos sem reação por um momento, mas logo que percebemos o que havia acontecido, começamos a xinga-lo, Nicky ameaçava ele espremia seu rosto contra a grade, gritando como um louco, e eu não estava diferente.

Ouvimos as sirenes de alarme e nos demos conta do problema que havíamos nos metido, então, choramos de raiva de Judal, o traíra que nos usou.

Chegaram mais seguranças, que já chegaram nos espancando, tirando nossas armas, mas eu não lembro de muita coisa, parecia que havia sangue nos meus olhos de tanta raiva.

Acordei no dia seguinte em uma sala mais minúscula do que a que eu ficava com Nicky, e aquela só tinha uma porta de ferro gigante com um buraquinho para passar a comida, uma cama e outro daqueles vasos com uma pia incluída.

“Então isso é a solitária” pensei “É pior do que eu imaginei.”