Anjo Mau escrita por annakarenina


Capítulo 16
Sonho


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é narrado por Emily Foster



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Havia muito mais que inúmeras folhas espalhadas em cima da minha cama que demonstravam meu esforço em realizar a pesquisa. Havia uma luta incessante entre concentrar-me na tarefa ou pensar em Philip. A ligação estava sendo extrema, dolorida e perigosa. Meus instintos não falhavam, e mais uma vez, eu estava sendo submissa da minha própria imaginação.
Irritei-me ao errar a tentativa de fazer uma linha reta buscando organizar os polos. Lancei o lápis à distância ao mesmo tempo que agitei a coberta da minha cama de forma a tirar todos os papéis que estavam por cima.
Em seguida, deitei-me e liguei a tv. A princípio a tela estava nítida, mas depois de algum tempo, as coisas começaram a embaçar.

"A vasta imensidão de um campo longo e indefinido tomou minha visão. Eu estava consciente, lúcida, mas havia mais que um vazio dentro de mim. A sensação era que meu verdadeiro eu estava aberto e desprotegido, longe da minha carapaça de carne que protegia minha alma. Eu estava desprotegida, porém não estava com medo, só surpresa.
Caminhei observando a natureza ao meu redor. As árvores eram altas e cheias de frutos, o mato era grosso mas não machucava, as borboletas e passarinhos pareciam alegres. No alto da minha cabeça, o sol queimava minhas raízes, mas era prazeroso o calor que me recebia, na verdade, era único e jamais presenciado antes.
De repente eu estava em uma floresta. Mas não era uma floresta assustadora e escura. Era uma floresta bonita e calma, quase como se algo sussurrasse que tudo ficaria bem.
Avancei mais alguns metros, e um vulto me chamou a atenção. Minha cabeça girou, e vi novamente outro vulto diferente do outro. Senti um frio passar por mim. Outro vulto. Era como uma brincadeira de pique pega de vultos.
— Olá? — Perguntei.
Ouvi vozes. Vozes melódicas.
— O que ela está fazendo aqui? — Não estava na minha língua, estava em uma língua diferente, esquisita, mas que de alguma forma eu conseguia entender o que diziam. O significado soava na minha mente como sinos.
Outra voz continuamente melódica mas, diferente da outra respondeu:
— Ela sempre vem aqui?
Outra voz:
— Nunca a vi antes, é a profecia?
Ouvi um ronronar e um chiado, como algo proibido de se falar.
— Então ela existe!
Outro vulto percorreu ao meu lado. Não conseguia ver seu rosto, era rápido de mais, ágil de mais.
— Tire-a daqui — uma voz mais grossa ordenou. A princípio a voz foi áspera e sumiu conforme a distancia aumentava.
— Como?
E de repente, algo forte e rude empurrou-me. Minhas costas estalaram nas pedras e no chão abaixo de mim. Eu arfei de dor."


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que gostem! Beijinhos!



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