Alec

Ela estava linda, a imortalidade lhe caira muito bem, a pele já branca estava ainda mais destacada entre o longo cabelo preto, os olhos mesmo estando vermelhos transmitiam amor.

É assim que eu imaginei a Bia

Ela me avisou dos planos do Aro e como eu não a ouviria?

_Vamos. Falei baixo pro Emmett, Paul e o Quil.

_Mas Alec... Emmett quis protestar, mas meu olhar o convenceu. Ignorando tudo o que Aro estava dizendo, me virei e sai, a urgência na voz da Bia me deu a certeza de que algo estava errado, onde ela poderia estar? Saímos do castelo e parei no beco ao lado.

_O que está acontecendo? Paul perguntou assim que voltou a forma humana.

_Eu vi a Bia.

_Então vamos pega-la. Ele falou se virando para voltar para o castelo.

_Não. Eles me olharam. _Não era ela... Ou melhor, era ela, porem era como se ela não estivesse ali... Eu não sei explicar.

_Uma visão? Emmett perguntou com um pequeno tom de sarcasmo na voz, mas eu não o culpava, se eu não a tivesse visto, também duvidaria.

_Sim, ela me disse que era uma armadilha, e que ela não estava lá.

_E o que vamos fazer agora? Quil perguntou.

_Vocês vão voltar para Forks.

_Não sem ela. Emmett decretou com firmeza.

_Entendam, eu sou imensamente grato por vocês estarem aqui, por vir me ajudar a encontrá-la, e eu não quero ser mal agradecido... Porem se nós quatro ficarmos aqui, eles perceberam e viram atrás de nós. Eles pensaram e o que eu disse pareceu fazer sentido para eles.

_Você não deve ficar sozinho. Quil falou, ao mesmo tempo que Emmett perguntou.

_O que você pretende fazer.

_Não se preocupe Quil, eu estou acostumado com os volturi. O nome queimou em minha boca e eu continuei. _E eu pretendo esperar. Os três me olharam espantados.

_Esperar? Havia descrença e até mesmo desilusão na voz do Paul.

_Sim, uma hora um deles terão que ir até onde ela esta, e ai eu a encontro.

_Vamos ficar...

_Não, será mais fácil se ficar só eu, e também todos devem estar preocupados. Eles acabaram entendendo, imediatamente eles foram para o aeroporto, a viajem seria longa e os lobos não iriam se transformar em Volterra. Fui mais pro fundo do beco e fiquei esperando. O dia estava terminando quando vi a Renata sair do castelo, eu poderia me aproximar dela, porem alguém poderia estar a vigiando e também eu lhe traria problemas se Aro soubesse que ela me ajudou. Como eu imaginava logo após ela sair Felix a seguiu. Deixei que eles tomassem distancia e fui seguindo o rastro do cheiro que eles deixaram, passamos pela floresta e entramos em outra parte da cidade, quando entrei no subsolo ficou um pouco mais complicado de segui-los, pois a água diminuía o cheiro, mas não o suficiente para apagá-lo. Senti somente o cheiro da Renata, com certeza Felix percebeu que ela não estava sendo seguida, e não estava de complô comigo e foi pra cidade caçar.

Quando cheguei à sala subterrânea ouvi sua voz, juro que senti meu coração vibrar no meu peito, sua voz tão doce tinha agora um tom melodioso.

_Mas ele está bem Renata? A ouvi perguntar.

_Sim, foi estranho. Ele ficou estático e depois se virou e saiu.

_Ele me ouviu. Bia exclamou sorrindo.

_Como assim?

_Pelo visto Rê o dom dela é melhor do que Aro pensava. Jane falou e de onde eu estava notei a troca de olhar dos três, eu sabia o motivo daqueles olhares, se Aro já a desejava antes imagina agora. Senti o ódio percorrer cada parte do meu corpo. Ódio esse que passou no minuto seguinte.

_Eu queria vê-lo. Bia falou baixo, abaixando também a cabeça. Jane a abraçou e eu entrei no salão.

Bia

Enquanto recebia o abraço da Jane senti o seu cheiro, será se estava tendo outra visão do futuro? Porem todos ficaram rígidos e percebi que não, ele estava aqui. Virei-me e quando o vi, dei graças a Deus por Jane está me abraçando, por que senti minha pernas falharem, ele era ainda mais lindo do que eu lembrava, um sorriso brincou nos meus lábios e ele retribuiu com um sorriso que iluminou o aposento escuro.

_Alec o que você... Ele interrompeu a pergunta do Marcus com um sussurro, que eu percebi que eu pudi ouvi muito bem.

_Bia.

Alivio, alegria, amor, derretiam em sua voz. Ele atravessou a sala como um borrão e em menos de um segundo eu senti seus braços de ferro, porem delicados me envolverem e seus lábios macios tomarem os meus com urgência. Ouvi um risinho baixo antes de me deixar envolver pelo desejo e amor que eu sentia por ele, tão maior que antes. Não me lembro por quanto tempo nos beijamos, somente que ele separou nossos lábios com um suspiro baixo e olhou para os outros na sala.

_Jane... Marcos... Renata. Ele falou cada nome pausadamente e acenando a cabeça.

_Alec. O que você está fazendo? Jane o perguntou, a preocupação com o irmão falando mais alto.

_Vocês acharam mesmo que eu iria embora e deixaria a Bia aqui? Alec deu uma risada fraca ainda abraçado a mim. Enquanto ele falava notei uma nevoa branca se arrastando pelo chão preto do aposento e logo rodear os três, antes que eles pudessem dizer qualquer coisa Alec disse.

_Me desculpem, é para o bem de todos... Eu amo vocês, são minha família aqui.

E então os olhos de Jane, Marcus e Renata perderam o foco, eles não lutaram contra Alec, enquanto Alec entrelaçou nossas mãos e me conduziu pra saída, eu dei uma ultima olhada para a família dele, a qual nesses dias eu aprendi a amar.

***

Ainda estávamos em território italiano, havíamos decidido ir a pé, devido ao fato de que eu não suportaria ficar no avião com tantos humanos por perto, quando de repente senti a mão do Alec se desprender da minha, e mesmo sabendo o que estava acontecendo, eu me surpreendi com o que eu vi.