I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 45
A história do Tommy.


Notas iniciais do capítulo

Olá, só digo para prepararem os corações e os lenços de papel!
Desculpe se houver erros, boa leitura! ♥



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Narrado por Charlie.

Me desculpe, eu estraguei tudo Charlie, só queria que soubesse que sinto muito. Você não tem que responder a mensagem” – Tommy.

Acordei com essa mensagem no visor do meu celular – suspirei cansada, isso já estava indo longe demais.

Decidi que conversaria com Molly, não poderia mais fugir dos meus problemas.

Peguei o celular mais uma vez e disquei o número dela. – ela atendeu no segundo toque.

 Bom dia, querida. Está tudo bem? – perguntou.

— Bom dia, sim está tudo bem! – falei – é que eu gostaria de saber… Se aquela proposta de conversar ainda está de pé? – perguntei receosa.

— Claro! Sempre que você quiser! – Molly disse alegre.

— Onde eu poderia encontrá-la? – indaguei ansiosa.

— Pode vim aqui em casa querida… – ela fez uma pausa – Tommy não estará aqui, lá pelas três da tarde.

— Então está combinado! – falei – muito obrigada! 

— Não precisa agradecer – falou compreensiva.

(…)

As horas demoraram a passar – e espera estava ficando tedioso demais.

Olhei pela milésima vez a mensagem dele – eu deveria responder? 

Não, assim era melhor – eu sabia que não estava pronta para perdoa-lo. E também eu precisava conversar com Molly primeiro.

E por enquanto, a melhor opção ainda era ir embora.

Eram exatamente uma e quarenta e cinco – e a ansiedade estava tomando conta de mim, não dava pra ficar mais tempo aqui olhando pro teto.

Tomei um banho demorado e decidi dar uma volta pela praça antes de ir até a casa dele.

— Posso saber a onde a mocinha vai? – minha mãe perguntou, ela parecia cansada, eu sabia que ela tinha chegado de um plantão não fazia muito tempo.

— Vou dar uma volta, o tédio está me matando – falei bufando frustrada.

— Então você faz bem.. – caminhei até a porta mas ela ainda não tinha terminado de falar – vou comprar sua passagem para Nova York, para daqui dois dias, tudo bem? – fechei a porta atrás de mim sem respondê-la, eu ainda não tinha a plena certeza, só teria essa resposta depois do que acontecesse hoje.

Caminhei devagar até o parque, não tinha muito o que fazer até as horas se passarem. Me sentei em um dos bancos que tinham por ali, observei algumas crianças brincando por ali, tinha também alguns casais.

Mas outra coisa me chamou atenção – olhei para pista de skate e vi alguns garotos ali, entre eles estava Tommy. – Meu coração disparou, ele não havia me visto, então isso me deixou mais tranquila – apesar de continuar muito bonito, notei que ele parecia mais magro, e que tinha agora algumas olheiras bem aparentes em baixo dos olhos. Observei ele por alguns minutos, até me dar conta de que ele poderia me ver, e que isso não era o que eu queria.

Olhei no meu celular as horas e vi que já eram duas e trinta e sete, decidi ir caminhando até a casa dele – onde eu me encontraria com a mãe dele.

Cheguei até o lugar e bati na porta uma vez – meu coração estava acelerado contra meu peito, eu estava nervosa.

— Olá querida! – Molly abriu a porta me recebendo com um sorriso sincero.

— Oi… – falei meio tímida, mas retribui seu sorriso.

— Você é realmente pontual – falou, ela me cumprimentou com um beijo na bochecha e fez sinal para que eu entrasse. – Você aceita um chá? Café? – neguei que não com a cabeça – e um suco de laranja… Que tal? 

— Eu aceito sim – sorri em agradecimento.

— Vamos até a cozinha.. – eu a segui e nós duas nos sentamos em uma mesa. 

— Obrigada – agradeci quando ela me serviu, e logo depois serviu a si mesma.

— Então…? – Molly falou depois de dar um pequeno gole em seu chá.

— Confesso que não sei por onde começar… – falei sentindo meu rosto corar.

— O que exatamente a Katie te falou? – ela perguntou de forma direta.

— Nada demais… Quer dizer.. – eu estava com medo de comprometer minha amiga.

— Tudo bem, Charlie. Acho que ela fez bem de contar algumas coisas para você, não concordo com a ideia do meu filho de esconder tantas coisas dos amigos. – falou seria.

— Que coisas? – perguntei depois de beber um pouco mais do meu suco.

— Pra você entender o Tommy, primeiro eu preciso te contar a minha história… Quer dizer, parte dela! – Molly falou, e eu fiquei ainda mais atenta as suas palavras – Toda história tem um começo, e essa aqui começa a muitas anos atrás, mas especificamente quando eu conheci o Pai dele, nós éramos um casal feliz no começo de tudo, e eu sentia que ele realmente me amava – ela sorriu perdida em seus pensamentos – mas as coisas começaram a ficar difíceis quando eu engravidei pela primeira vez, nós ficamos muito felizes, até em uma noite eu ter um aborto espontâneo – seus olhos estavam tristes, ela parecia presa em lembranças – mas pensamos que ficaria tudo bem, o médico disse que depois de um tempo eu poderia engravidar novamente, e aconteceu, eu engravidei mais uma vez, mas perdi a criança antes do segundo mês de gestação – Molly falou, e eu já estava me contendo para não deixar as lágrimas escaparam – Fomos no médico novamente e ele disse que seria muito difícil eu conseguir levar uma gestação até o fim, com dois abortos seria muito difícil eu conseguir ter um filho – Ela limpou a garganta e continuou a falar – eu perdi o chão naquele momento, eu sentia que meu coração tinha se partido. E ali, não foi a única coisa a se partir, meu relacionamento com o meu marido foi ficando cada vez mais difícil, nós sempre brigávamos e para piorar, a depressão me atingiu. Mas um tempo se passou e eu comecei a melhorar, nosso relacionamento estava um pouco melhor e depois de seis meses eu descobri que estava grávida. Aquilo me deixou com medo, e se eu perdesse mais um bebê? Mas as coisas pareciam diferentes dessa vez, eu consegui completar toda minha gestação – ela sorriu nostalgica – era um menino, meu marido estava muito feliz, nós até já tínhamos decorado o quarto dele na casa de praia…

— O quarto com a janela de vidro…?! – falei surpresa.

— Exatamente – ela me respondeu, mas ainda estava imersa a lembranças – E chegou o grande dia, meu filho ia nascer, e nós fomos para o hospital, mas não imaginei que eu ia ter tantas complicações na hora do parto. O parto seria normal, mas não tive forças para conseguir ter a criança, então de última hora, os médicos fizeram uma cesariana. Eu achei que esse era o único problema, até que recebi a pior notícia, aquilo foi pior do que o aborto – lágrimas começaram a descer por seu rosto – a criança tinha nascido morta.

— Eu sinto muito! – falei tocando em sua mão.

— Ele estava perfeito, completamente formado, mas morreu de asfixia pelo cordão umbilical – ela prosseguiu em meio a lágrimas – aquilo pra mim foi o fim. Eu não consegui seguir em frente, meu casamento era um fiasco, nós nem nos falávamos mais, e eu mal levantava da cama pra poder comer. A tristeza havia me dominado completamente. – ela fez uma pausa para enxugar as lágrimas – tudo parecia ruim, mas algo aconteceu, em uma noite, eu estava sozinha em casa, meu marido ainda não havia chegado do trabalho, ouvi o barulho de alguém batendo na porta, e fui ver quem era, e ali estava o maior presente que recebi, meu filho, deixado na minha porta, por até então uma desconhecida. E aqui começa a história do Tommy.

— O Tommy? – indaguei surpresa tentando conter as lágrimas.

— Sim, ele foi deixado na minha porta, Tommy não é meu filho de sangue – falou – Mas a história é muito mais complexa, eu descobri que Tommy era filho do meu marido, ele havia me traído com a empregada.

— Céus! – falei em choque.

— Ele deu dinheiro para que ela fosse embora, já que a mesma se recusou a abortar a criança, e ela foi embora, mas deixou o Tommy pra trás. – Molly falou – mas se eu pudesse agradecê-la, eu o faria, pois ele foi a melhor coisa que eu poderia ter ganhado! Eu sei que isso é difícil de entender, que ele é “fruto” da traição do meu marido, e que a primeira coisa que eu deveria ter feito é rejeita-lo, mas eu o amei desde a primeira vez que o vi, pequeno e indefeso na minha porta. Tommy é meu filho! – ela falou enxugando mais uma vez as lágrimas.

— Eu não sei o que dizer! – falei ainda absorvendo tudo o que tinha ouvido.

— Por isso o relacionamento dele com o pai não é bom, ele nunca quis o Tommy, sempre o rejeitou! Mas eu o amo, eu amo o meu filho! 

— Eu entendo agora… – falei sobre ele e o pai.

— Eu sei que tudo isso é muito confuso! Mas pra entender meu filho, você precisava saber da história dele! – Molly tocou minha mão com carinho – Pra ele sempre foi difícil de lidar com os sentimentos, no começo ele não entendia porque o pai o rejeitava, até eu contar a verdade pra ele – ela soltou um longo suspiro – aquilo foi horrível pra ele, e desde então Tommy não consegue confiar em outras pessoas, não consegue entregar seu coração a alguém! Ele não sabe lidar com o que sente, por ter sido rejeitado pela “mãe”. Eu sei que talvez isso não justifique o que ele te fez, mas eu sei que isso influenciou em muitas coisas, e que todo esse medo de rejeição o fez fazer muitas besteiras! Mas minha querida, eu te digo de todo meu coração, ele te ama! – ela olhava em meus olhos com sinceridade – eu nunca mais tinha visto ele chorar desde que contei que ele não era meu filho, e isso só aconteceu de novo quando vocês romperam! – olhei ainda mais surpresa para ela – ele a ama, Charlie.

— São tantas coisas… Eu nem posso imaginar como deve ter sido horrível pra ele… – falei enxugando as lágrimas que desciam.

— Foi muito difícil! Tommy nunca permitiu-se sentir o amor por alguma garota, além de você – Molly falou sorrindo – acho que ele sempre te amou… Só não sabia lidar com isso.

— Eu estou tão confusa! – falei sincera.

— Eu entendo, confesso que te dei muita coisa para pensar! – ela falou – querida só um minuto, preciso atender esse telefonema. – Molly se levantou e saiu da cozinha quando seu celular tocou.

Eu estava tão confusa, não poderia nem medir o tamanho da dor dele, de ter sido abandonado! Ele tinha errado comigo, mas isso tudo parecia menor agora.

Enxuguei as últimas lágrimas que desciam com o dorso da mão – e aproveitei para ir no banheiro lavar o rosto.

Eu não posso nem imaginar o tamanho da ferida que está em seu coração” – pensei sobre ele enquanto olhava meu reflexo no espelho.

— Eu sinto muito, Tommy – falei baixinho pra mim mesma.

Sai do banheiro e caminhei de cabeça baixa até a cozinha – mas o barulho da porta me chamou atenção.

— O que você está fazendo aqui? – Tommy me olhou surpreso enquanto entrava em sua casa.


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Notas finais do capítulo

Seu comentário é importante pra mim! ♥

Ps: faltam só cinco capítulos para o fim, então peço de todo o coração que vocês comentem o que estão achando dessa reta final!

Ps²: Peço gentilmente para que a leitora Lorena fanistory, entre em contato comigo, pois estou tentando responder a msg e está dando que você me bloqueou! Grata.

@riverdaleszz

Beijos no core! ♥



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