I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 24
Eu posso, não é?!


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Desculpe se houver erros de ortografia.

Boa leitura! ❤



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Meus pensamentos foram inundados pelos beijos de ontem. Tommy não saía da minha cabeça nem durante o sono.

Acordei com o costumeiro barulho do despertador, era uma manhã um tanto quente de segunda-feira.

Tomei um banho gelado para refrescar meu corpo e minha mente.

Eu não conseguia acreditar que eu havia pedido o maldito beijo… Mas o que há de tão errado nisso Charlie?!

Coloquei uma calça jeans clara e a blusa da escola, deixei meu cabelo solto.  – Peguei minha mochila e sai do meu quarto fazendo o caminho do corredor até a escada descendo os degraus.

— Bom dia! – minha mãe disse ao me ver entrar na cozinha.

— Bom dia. – respondi dando-lhe um sorriso. – A senhora em casa, numa segunda-feira de manhã?! – questionei.

— Me deram um dia de descanso. – respondeu colocando uma xícara para mim em cima da mesa.

— Te deram um dia de descanso ou te obrigaram a ficar em casa? – perguntei rindo.

— Eu gosto de trabalhar! – ela falou sorrindo. – Mas agora toma logo o seu café, não quero que você se atrase…

Eu e minha mãe tomamos café juntas e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios. – Sentia falta dela, assim só pra conversar. Ela sempre foi uma mulher ocupada, trabalhou muito para sustentar eu e meu irmão.

Levantei da cadeira e coloquei minha xícara e o prato que havia usado pra comer um pedaço de bolo dentro da pia.

Escutei passos e vozes, já sabia quem era.

Meu coração disparou e eu me mantive estática em frente a pia e de costa para a mesa.

— Bom dia, garotos! – escutei minha mãe dizer.

— Bom dia, mãe! – Cody respondeu.

— Bom dia, Melissa. – escutei a voz grave do Tommy cumprimentar minha mãe, apertei o mármore da pia ainda de costas.

Não tive coragem de virar, sabia que uma hora teria que encara-lo, mas mesmo assim permaneci parada ali.

— Não vai dar bom dia pra gente não? – Cody falou. – Charlie! –  eu abri a boca para responder, mas não deu tempo.

— Ela deve estar com o humor maravilhoso... – Tommy respondeu antes de mim, seu tom de provocação estava ali, o que me deu um alivia por saber que as coisas não haviam mudado.

— Cala boca, garoto! – me virei para eles – Ninguém te perguntou absolutamente nada!

— Ei, já vão começar? Logo de manhã? – minha mãe nos repreendeu.

Bufei recebendo um olhar feio dela.

— Como foi a festa ontem? – ela voltou a pergunta depois de alguns minutos. Eu permaneci de pé, observando-os tomar café.

— Tumultuada. – meu irmão falou olhando para Tommy, certamente lembrando da briga.

— Surpreendente. – respondi dando de ombros.

— E você Tommy, o que achou? – minha mãe perguntava enquanto Tommy comia seu pão tranquilamente.

— Divertida. – ele respondeu.

Divertida? Ele havia brigado com um cara, praticamente espancou alguém e tinha achado a festa divertida?

— Super divertida! Tirando o fato que você brigou com alguém, não é?! – falei olhando-o.

O olhar que ele lançou pra mim não havia sido nada bom.

— Brigou? Por que você brigou com alguém? – minha mãe pareceu preocupada.

— Charlie você tem a língua maior que a boca! – Cody falou e eu revirei os olhos.

— O garoto me provocou! – ele levantou os ombros e fez uma carinha de inocente. – A senhora sabe, eu não sei lidar com a raiva, é difícil pra mim… – ele estava se fazendo de vítima.

— Tudo bem querido… – ela lhe deu um sorriso compreensivo. – Mas que não se repita de novo, tudo bem?

— Claro…! – eu não estava acreditando nisso.

Ele estava se fazendo de inocente, bem ali na minha frente! Eu não sabia o que realmente havia acontecido pra ele bater no Noah, mas eu não engolia essa histórinha mal contada dele…

— Se fosse eu ou o Cody, não seria tão fácil assim! – falei.

— Charlie! – minha mãe me repreendeu – Para de falar besteiras.

— Eu não posso nem mais me expressar! – resmunguei.

— Será possível que você vai continuar com essa desobediência?! – vi Cody prendendo um risinho enquanto ela falava.

Resolvi ficar quieta, porque mesmo que eu tivesse razão, minha mãe estaria certa.

— É melhor vocês irem para escola, não quero ninguém chegando atrasado. – ela avisou para nós.

Olhei para o meu irmão e depois para o Tommy.

— Qual dos dois vai me levar? – perguntei com cara de tédio.

— Eu te levo. – Cody falou. – Mas ainda vou passar na casa da Jas…

— Prefiro ir com o Tommy! – os três olhavam-me surpresos, pude ver a boca do meu irmão se abri em um “o”.

— Sério? – minha mãe perguntou se levantando e começando a tirar a mesa.

— Sim, por que? – perguntei.

— Porque todo mundo sabe que você prefere ir no porta malas do meu carro do que ir com o Tommy! – Cody respondeu fazendo minha mãe rir.

— É, só que eu prefiro suporta as gracinhas dele do que… – fui interrompida.

— “Gracinhas” não! – Tommy fez aspas com a mão – Senso de humor!

— Que seja! – respondi impaciente. – Enfim, prefiro suportar o “senso de humor” dele... – o imitei fazendo aspas. – Do que você e a Jas se agarrando logo de manhã.

— Olha aqui Charlie, a gente não fica se agarrando… – Cody começou a falar me fazendo revirar os olhos.

— Chega! Pra escola, agora! – minha mãe mandou.

— Vamos? – Tommy perguntou olhando pra mim.

Respondi “sim” balançando a cabeça. – Peguei minha mochila que estava em cima de uma das cadeiras vazias.

— Tchau mãe – me despedi dando um beijo na bochecha dela e fui indo em direção a porta da cozinha, quando eu girei a maçaneta da porta de entrada da sala escutei passos atrás de mim.

Me virei dando de cara com Tommy. Ficamos nos olhando durante alguns segundos.

— Não vai abrir a porta? – ele perguntou desviando seu olhar para a mesma.

— Vou… – me virei de costas e abri a porta, saindo de casa.

Entramos no carro e fomos em silêncio durante parte do percurso até a escola.

— Por que brigou com o Noah ontem na festa? – disparei a pergunta que eu queria fazer quebrando o silêncio entre nós.

Escutei um suspiro sair por sua boca. – Seu olhar continuava no transito a frente.

— Eu já disse que foi porque ele me provocou! – respondeu seco.

— Eu não acredito nisso! Minha mãe pode acreditar, mas eu não! – dessa vez ele virou pra mim e pude ver seus olhos.

— Eu já disse que foi por que ele me provocou! O que quer que eu diga?! Se você acredita ou não, o problema é seu. – seu tom grosso me fez bufar. Havia raiva no seu olhar, não sei se era de mim ou de se lembrar do Noah.

— Você é um idiota! Eu só estou te fazendo uma pergunta e o que custa me responder direito?! Não ao invés disso você é um estúpido! – falei encostando minha cabeça no banco.

— Quer saber por que eu briguei com ele? – falou meio alterado. – Foi por sua causa! Foi por que ele chegou falando de você sem o menor respeito e eu não iria admitir que ele fizesse de novo, então calei a boca dele!

Fiquei surpresa com a sua resposta, e também confusa. – Ele estava com algum tipo de ciúmes de mim? Eu havia sido o motivo? Eram perguntas que eu não conseguia responder, mas um sorriso bobo escapou por meus lábios por saber que ele havia me defendido.

Tommy havia voltado seu olhar para o trânsito, mas eu sabia que ele estava com raiva porque sua mão apertava o coitado do volante com força demais.

O resto do trajeto até a escola foi silencioso, mas não constrangedor.  – Hora ou outra eu olhava Tommy dirigir, agora ele parecia mais calmo.

Tirei o sinto e fiz menção de abrir a porta quando ele estacionou o carro.

— Espera... – escutei sua voz e me virei para olha-ló.

— O que? – indaguei.

— Não está esquecendo nada? – ele perguntou com um olhar travesso.

— Obrigado por me trazer?! – olhei-o confusa.

— Não. – ele balançou a cabeça. – Você ainda não me deu bom dia hoje.

— Fala sério! – sorri irônica.

— Estou falando.

— Bom dia, Tommy! – sorri e fiz menção de mais uma vez abrir a porta do carro, mas ele me impediu.

— Esse bom dia foi muito sem graça... – ele sorriu com deboche.

— O que? – bufei.

— Não acha que pode melhorar? – ele deu um sorriso que eu conhecia muito bem, seu sorriso malicioso que me deixava um pouco desconcertada.

— Como? – mordi os lábios olhando-o.

— Assim... – ele levou uma de suas mãos até meus cabelos e entrelaçou seus dedos ali. Aproximou meu rosto do seu e me beijou.

Nossos lábios se tocaram e não demorou muito para que nossas línguas se entrelaçarem. Tommy mordeu meu lábio inferior me fazendo arfar. – Eu estava entregue a ele. – O beijo ia ficando mais intenso nos deixando sem ar, fomos parando devagar até nos separarmos.

— Isso sim foi um bom dia! – ele disse malicioso me fazendo rir.

— Nós temos que ir… – falei olhando-o.

— Eu sei, mas antes vem cá... – nós ainda estávamos próximos, então ele depositou um selinho demorado em meus lábios.

(…)

O resto da manhã foi quase um borrão. Eu fiquei aérea nas primeiras aulas, meus pensamentos estavam nos beijos de Tommy. – Vez ou outra Jas reclamava que eu não estava lhe dando atenção.

Quando o sinal para o intervalo tocou eu me assustei e quase cai da cadeira, escutei Jas soltar uma gargalhada.

— Não tem a menor graça! – falei irritada.

— Tem sim! – ela falou enquanto saíamos da sala e caminhávamos em direção ao refeitório.

— Garotas! – Katie vinha em nossa direção, assim que chegou perto de nós, ela deu um beijo em minha bochecha e depois na de Jas. – Os outros já foram para o refeitório e eu vim encontrar vocês!

— Ah sim. – Jas respondeu.

— O que ela tem? – Katie perguntou se referindo a mim.

— Não sei... – Jas deu de ombros. – Ela tá no mundo da lua desde que entrou na escola.

— Eu estou aqui! Parem de falar de mim na terceira pessoa. – revirei os olhos.

— Mas tá no mundo da lua! – Jas reclamou.

— No mundo da lua é?! – Katie sorriu maliciosa me fazendo bufar.

Assim que entramos no refeitório vi que “nossa” mesa tinha um número maior de pessoas.

Jeff que sempre sentava comigo e Jas estava lá, Cody e Tommy também.

Tommy sentava ao lado de Cody e Jeff se sentava de frente para eles.

— Olá garotos! – Katie cumprimentou Tommy e Cody com um sorriso, mas quando se virou para Jeff seu sorriso se tornou um tanto tímido. O que vindo da parte dela, era um milagre.

— E ai. – Tommy e Cody responderam em uníssono.

— Oi. – Jeff respondeu e a olhava sorrindo feito um idiota.

— Ei Jeff... – sentei-me do seu lado, enquanto Jas sentava ao lado do meu irmão, sobrando somente um lugar do outro lado de Jeff, Katie se sentou ali ainda sorrindo. – Fiquei esse final de semana todo sem te ver, já estava com saudades! – falei abraçando-o.

— Estava nada! – ele falou fazendo-nos rir.

— Está duvidando dos meus sentimentos? – perguntei indignada.

— Estou! – ele respondeu e eu rir novamente.

Ficamos todos ali conversando e lanchando. – Katie começou a falar algumas besteiras e eu notei que ela e Jeff ficavam se olhando.

— Charlie, vamos no banheiro comigo? – Katie se pronunciou.

— Aham. – levantamos da mesa e começamos a fazer o caminho até o banheiro. Olhei por todo o refeitório e notei que a mesa em que Tommy ficava junto com o meu irmão estava Lucy, sua irmã Victória e alguns outros garotos. Lucy me fuzilava sem disfarçar.

Quando entramos no banheiro Katie foi de cabine em cabine checando para ver se tinha alguém.

— Pode me contar! Tudinho! – ela falou com um sorriso malicioso. – Vocês se beijaram?

— Sim. – respondi envergonhada.

— AI MEU DEUS! – ela gritou colocando a mão no peito, como se estivesse tendo um “treco”. – Então você seguiu meu conselho?

— É… eu pedi para ele me beijar... – mordi os lábios tentando conter a vergonha.

— EU NÃO ESTOU ACREDITANDO! – ela parecia mais feliz até do que eu. – Foi bom? Me conta garota!

— Foi, Katie! – comecei a rir da sua reação. – E aconteceu hoje de novo…

— SÉRIO? – ela gritou mais uma vez.

— Fala baixo! – eu a repreendi – Sim sério.

— Eu sabia! Eu sabia que vocês tinham uma ligação, eu disse! – seu tom de voz era convencido.

— Ai, cala a boca Katherine! – revirei os olhos.

— Só porque eu estou certa… – ela disse indignada.

— Eu acho que você e o Jeff também tem uma ligação. – falei para irrita-lá.

— Haha, muito engraçado! – ela fingiu uma risada falsa.

— Eu acho que vocês se gostam! – falei logo de uma vez.

— Eu não sei se ele gosta de mim… Mas que eu sinto algo por ele, eu sinto! – Katie falou meio triste.

— Ele gosta, eu sei que gosta! – falei com convicção.

— Você não sabe o que aconteceu ontem… – Katie falou. – Na festa, o Ed, lembra dele, não é?!

— Sim. – confirmei.

— Ele tentou me beijar... – ela falou desviando seu olhar do meu. – E teve uma hora que eu vi o Jeff ao invés dele, sabe quando você olha pra uma pessoa e vê outra?

— Não, eu não sei! – falei começando a rir.

— Para de rir! – ela ficou emburrada. – Ou eu não te falo o que aconteceu.

— Ta bom. – tentei me controlar, obtendo sucesso.

— Então, quando ele estava quase me beijando eu vi o Jeff e sem querer chamei o nome dele, nem preciso dizer que o Ed ficou puto, né?! – soltei uma gargalhada fazendo ela me olhar feio. – Não tem graça.

— Tem sim! – falei ainda rindo. –Desculpa.

Katie bufou.

— Vamos logo, vai. – o sinal acabará de bater anunciando o termino do intervalo.

Nós andamos pelo refeitório a procura dos outros, mas eles não estavam mais lá, claramente deveriam ter ido para suas salas.

— Me acompanha até a minha sala? – Katie pediu.

— E quem vai me acompanhar até a minha? – perguntei arqueando a sobrancelha.

— Você pode ir sozinha! – ela deu de ombros. – Vamos logo. – e me puxou pela mão.

Nós conversávamos animadamente, e por onde passávamos os meninos olhavam para Katie, acredito eu.

Estávamos chegando perto de sua sala, quando algo me chamou atenção.

Tommy estava parado perto da porta e conversava bem animadamente com a garota da festa. Revirei os olhos ao ver ela sorrindo pra ele.

— Vadia. – murmurei.

— Segura esse ciúmes! – olhei incrédula para Katie. – Mas a Alicia é uma vadia mesmo.

— Esse é o nome dela? – perguntei encarando eles.

— Sim. – Katie deu de ombros. – Você vai ficar aqui olhando pra eles ou vai lá mostrar quem manda?

— Nenhum dos dois! Eu vou pra minha sala. – me virei de costas para pegar o caminho e ir para minha sala quando dei de cara com alguém. – Scott?!

— Oi… É, quanto tempo! – ele sorriu alegremente. – Você sumiu.

Isso era verdade. –  Desde o beijo desastrado que havia acontecido entre mim e ele, as coisas ficaram confusas e eu fugia quando o via.

— É… – respondi meio sem graça. – Mas agora eu estou aqui! – sorri.

— E isso é bom… – Scott era um fofo! Eu até tive uma “quedinha” por ele, mas as coisas estão diferentes agora.

— Eu achei que a sua sala era no outro corredor! – escutei a voz rouca do Tommy atrás de mim, virei meu rosto para poder olha-lo. Ele estava com os braços cruzados e uma expressão nada amigável.

Que não era de hoje que esses dois não se gostavam, eu já sabia. Mas quando eu estava por perto as coisas ficavam um pouco pior.

— Sabia que é falta de educação se intrometer na conversa dos outros? – Scott questionou ele, sua expressão de felicidade havia desaparecido.

— Eu não estou falando com você! – Tommy olhava de uma forma raivosa para Scott, que devolvia o olhar a altura.

Fiquei no meio dos dois, para garantir que eles não começassem a brigar no corredor.

— Já chega! – interrompi o que seria um começo de discussão. – Eu vou pra minha sala, tchau Scott! – dei um beijo no rosto dele. Mesmo estando de costas tinha certeza que o olhar de Tommy estava sobre mim.

Eu não conseguia entende-lo. Primeiro ele bateu em Noah e disse que foi por minha causa e agora eu não posso trocar algumas palavras com Scott que ele já vem arrumar briga.

As outras aulas passaram normalmente. Quando o sinal bateu anunciando o fim de todas as aulas eu arrumei minhas coisas rapidamente.

— Você vai embora comigo e com o Cody? – Jas perguntava quando nós passávamos pelo portão.

— Sim! – respondi.

Vi de longe meu irmão e Tommy conversando, eu e Jas andávamos na direção deles.

O olhar de Tommy se direcionou para mim, ele não estava com uma cara muito boa. Percebi que estava com raiva.

— Droga! – murmurei.

— O que? – Jas perguntou confusa.

— Nada – sorri forçado.

— Nada? Eu vou fingi que acredito! – Jas deu de ombros. – Você está estranha e não é de hoje.

— Jas, não é nada! – falei sem olha-lá.

— O que não é nada? – Cody perguntou, nós já estávamos perto deles.

— Nada! – revirei os olhos.

— Eu já vou indo! – Tommy falou olhando diretamente para o meu irmão.

— Ta bom, a gente se vê em casa então… – eles fizeram um toque com as mãos.

— Eu vou demorar um pouco pra chegar hoje. – Tommy avisou.

— E pra onde você vai? – deixei minha curiosidade tomar conta de mim.

Jas e Cody me olhavam confusos.

— Eu acho que isso não é da sua conta! – ele respondeu em tom de grosseria.

—Grosso! – o xinguei e a única coisa que ele fez foi me dar as costas.

— Pra que você queria saber? – Cody indagou desconfiado.

— Eu só perguntei por educação! – bufei. – Mas educação é uma coisa que seu amigo não tem!

Entramos no carro e eu fui o trajeto todo segurando vela. Cody e Jas eram um saco!

Assim que cheguei em casa fui direto para a cozinha, encontrei um bilhete da minha mãe na porta da geladeira.

Teve uma emergência no hospital e eu tive que ir. Tem comida pronta na geladeira, beijos.

Joguei o pequeno bilhete no lixo.

— Cade a mãe? – Cody perguntou entrando no comodo.

—Emergência no hospital. – falei. – Tem comida na geladeira. – sai da cozinha e fui em direção as escadas, eu precisava de um banho.

Narrado por Tommy

A Charlie definitivamente me deixava louco! Quando eu vi ela conversando com aquele panaca do Scott não me aguentei, deixei a Alicia falando sozinha e fui até eles, ela ainda deu um beijo na bochecha daquele idiota, que me olhou com um olhar vitorioso. Eu tive vontade de bater nele.

Quando eu estava com Cody conversando na frente da escola, lá vinha ela com a sua amiga Jas. Eu ainda estava com raiva por ela ter beijado aquele idiota, mas não resistir em olha-lá.

— Eu já vou indo! – falei olhando para Cody e ignorando totalmente ela.

— Ta bom, a gente se vê em casa então… – eu e meu amigo fizemos um toque com as mãos.

— Eu vou demorar um pouco pra chegar hoje. – avisei.

— E pra onde você vai? – Charlie perguntou curiosa. Eu poderia responder, mas preferi provoca-lá.

— Eu acho que isso não é da sua conta! – respondi fazendo-a me olhar com raiva.

— Grosso! – me xingou. Me virei dando as costas para ela. Sorri imaginado que ela não sabia o quanto eu era “grosso”.

Fui caminhando sem pressa até meu carro, abri o porta-malas e de lá tirei meu skate. Fechei o mesmo e fui andando até a pista de skate que ficava perto da escola.

Precisava me acalmar e tirar ela da minha cabeça, pelo menos por alguns minutos.

Assim que cheguei, vi que tinha muitos garotos ali, como sempre.

Havia também umas meninas que ficavam rondando o lugar pra ver se conseguiam algum macho.

Dylan veio até mim, nós fizemos um toque com as mãos.

— E ai, cara! – ele falou. – Você que é amigo do Cody… Eu estava querendo saber se a irmã dele tem namorado?

Já havia percebido os olhares dele para a Charlie na festa da Katie. Mas agora eu tinha certeza que ele queria algo com ela.

— Não. – respondi baixo. Vi um sorriso brotar nos lábios de Dylan, mas eu não ia deixar ele se aproximar da minha Charlie. – Mas pelo o que eu sei, ela é lésbica.

Sua boca se abriu em um “o” e sua expressão era de chocado.

— Sério? – perguntou, tive que segurar o riso olhando pra sua cara de idiota.

— Sim! – dei de ombros. – Eu não vim aqui pra ficar fazendo fofoca, então, vamos ou não andar?

— Vamos. – e nós ficamos andando por um bom tempo. Consegui tirar Charlie da minha cabeça, mas toda vez que olhava para o Dylan e lembrava da sua cara, tinha que segurar o riso.

Eu ia saindo da pista de Skate, minha camisa estava sobre meu ombro e eu segurava o skate com uma mão.

— Tom, oi! – Alicia surgiu em minha frente.

Ela era a garota nova da sala. E assim que chegou começou a dar em cima de mim. Alicia era morena e tinha um belo corpo, mas eu não estava interessado.

— Oi. – respondi, continuei andando.

— Você podia me ensinar, não é?! – ela perguntou apontando para o skate.

— Alicia, eu não estou afim! – parei de andar para encara-lá.

— O que? Eu não entendi… – a interrompi.

— Eu não vou ficar com você! Então pode parar de dar em cima de mim! – ela me olhou indignada.

— É por causa daquela ruiva pirralha, eu sei! – ela me olhava com raiva.

— Pense o que quiser. – dei de ombros e comecei a andar, mas logo depois virei para olha-lá. – Ela pode ser pirralha, mas pra mim, ela é melhor que você! — ela abriu a boca para falar, mas logo depois fechou. – Ah, e bem mais gostosa! – dei um sorriso debochado pra ela, que estava espumando de raiva.

Fui até meu carro guardando o skate. Entrei e dei partida não demorando muito para chegar em “casa”.

Assim que entrei em casa, dei de cara com a Charlie descendo as escadas.

Nossos olhares se encontraram, mas o olhar dela logo desceu para o meu corpo, eu estava sem camisa. Charlie mordeu o lábio inferior me fazendo rir.

— Olha, eu poderia te processar por assédio! – falei.

Ela desviou os olhos de mim enquanto eu me aproximava mais dela.

— Cala boca! –  falou indo até a cozinha, eu a segui.

— Eu adoraria se você viesse calar… – falei malicioso enquanto observava ela abri a geladeira e tirar uma garrafa d'água de lá.

— Pena que querer não é poder! – ela respondeu indo pegar um copo no armário.

Fui até ela, que ainda estava de costas e a puxei pela cintura. Colei seu corpo ao meu. — Apertei sua cintura contra meu corpo sem delicadeza.

Levei minha boca até seu pescoço e depositei um beijo molhado no mesmo. Escutei ela arfar baixinho, e percebi que Charlie estava arrepiada.

— Mas eu e você sabemos que eu posso, não é?! – sussurrei rouco em seu ouvido. Apertei mais sua cintura contra o meu corpo enquanto voltava a beijar seu delicado pescoço.

Adorava ver a forma como eu deixava ela.

Narrado por Charlie

Logo depois de tomar um banho demorado e relaxante eu fui comer. Almocei com Cody e ele saiu dizendo que ia na casa da Jas.

Fiquei o resto do dia sozinha, vez ou outra eu ia até a sala ver se o insuportável já havia chegado, não que eu me importe com isso, é claro.

Resolvi ir até a cozinha beber um pouco d'água.

Eu ia descendo os degraus das escadas quando Tommy entrou pela porta.

Ele estava sem camisa. Olhei para o seus olhos, mas não por muito tempo, meu olhar foi descendo por seu corpo. Era difícil não olhar, acabei mordendo os lábios. Escutei o som da sua risada e sai do transe que eu estava.

— Olha, eu poderia te processar por assédio! – falou me deixando sem graça. Desviei os meus olhos dele, Tommy se aproximava de mim.

— Cala boca! –  mandei. Fui até a cozinha, mas ele me seguiu

— Eu adoraria se você viesse calar… – escutei ele dizer malicioso enquanto eu abria a geladeira e retirava uma garrafa d'água dali, eu iria precisar de um pouco de água…

— Pena que querer não é poder! – respondi tentando parecer indiferente. Fui até o armário pegar um copo.

Senti suas mãos fortes agarrarem minha cintura, meu corpo foi de encontro ao seu. — Tommy apertava mais minha cintura contra ele.

Sua boca beijou meu pescoço, me deixando totalmente arrepiada.

Arfei. — Não tento controle de mim. Ou das reações que ele causava no meu corpo.

— Mas eu e você sabemos que eu posso, não é?! – Ele sussurrou rouco no meu ouvido, sua voz estava sexy. Apertou mais minha cintura contra seu corpo beijando meu pescoço.

Seus beijos estavam me deixando fora mim. — Ele chupou de leve meu pescoço, me fazendo gemer baixo, quase inaudível.

Escutei sua risada, ele estava rindo da minha reação? Ele se divertia em me deixar assim?

Me afastei bruscamente dele,  virei de frente olhando-o, ele me olhava confuso.

— Não você não pode! – falei decidida.

Qual era o problema dele? Uma hora ele era um grosso comigo e depois vinha e me tratava assim?

— Você não pode chegar aqui, me agarrar dessa forma! Hoje mais cedo você me beijou e depois foi um grosso, ogro, idiota, estúpido, comigo! – falei com raiva.

— Eu sou tudo isso? – ele perguntou com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho debochado.

— É! – falei alto.

— Se eu te tratei mal, a culpa é sua! – ele deu de ombros.

Como assim, culpa minha?!

Ele era um idiota, eu tinha certeza!

— Culpa minha?  O que eu fiz? – perguntei irônica.

— Estava conversando com aquele idiota! – ele respondeu com raiva. – Ainda deu um beijo nele, pra que? Pra me provocar?

— Você está falando do Scott? – perguntei confusa.

— Sim, só poderia ser dele! – respondeu cruzando os braços.

— Foi só um beijo na bochecha… – falei pensativa.

Ele estava com ciúmes? Era isso?

— Que seja. – Tommy bufou.

— Eu não beijei ele da forma que eu beijei você! – respondi desviando meu olhar do seu.

— E nem vai fazer isso, não é?! – Tommy se aproximou de mim – Charlie… – ele pegou no meu queixo para me fazer olhar para ele.

Ele me olhou de forma intensa e eu sustentei seu olhar com a mesma intensidade.

— Não! – sussurrei – Eu não vou.

Ele abriu um sorriso.

Tommy se aproximou de mim mais uma vez. — Seu rosto estava muito perto do meu, fechei os olhos quanto senti sua boca roçar de leve na minha. Seus lábios tocaram os meus com calma antes de realmente começarmos a nos beijar. — Não demorou para que nossas bocas se devoracem em um beijo quente e intenso.

O beijo foi se intensificando e ficando ainda mais quente, uma de suas mãos mais atrevida ia deslizando até minha bunda, pude sentir ele acariciar de leve primeiro antes de seus dedos apertarem com mais força. — Gemi entre o beijo interrompendo-o.

— Descobri mais um ponto fraco seu... – Tommy sussurrou contra os meus lábios.

— E qual é o outro? – perguntei com os olhos fechados.

— Esse.

Ele desceu sua boca até meu pescoço e começou a distribuir beijos por toda a extensão do mesmo.— Minhas mãos apertavam seus ombros a cada beijo.

Escutei a porta sendo batida e logo depois passos. Nós nos afastamos bruscamente.

— Tem alguém em casa?! – escutei a voz da minha mãe.

Eu ainda estava um pouco ofegante quando minha mãe entrou na cozinha.

— O que está acontecendo aqui? – indagou entrando no cômodo.

— Eu vim pegar um copo d'água. – mostrei a garrafa que estava em cima da mesa.

— E porque você está ofegando? Está tudo bem? – ela perguntou com uma cara de desconfiada.

— Eu vim correndo lá do meu quarto – respondi tentando parecer natural.

— Hum. – respondeu – E você? – sua pergunta tinha sido direcionada para Tommy.

— Eu acabei de chegar. – ele respondeu naturalmente. – Vou indo para o meu quarto, se vocês me dão licença…

— Toda. – minha mãe respondeu e ele saiu do comodo.

Fui até a geladeira e guardei a garrafa.

— Eu vou subindo também mãe… – avisei.

— Juízo, Charlie! – ela falou quando eu passei pela porta da cozinha.


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Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz, deixe seu comentário! ❤

Beijos, até o próximo capítulo.