Nós estávamos os quatro parados em frente a uma grande porta de uma casa –  Mansão pra ser mais específica. –  O som podia ser ouvido do lado de fora, esperamos um pouco até a porta ser aberta por Noah o “anfitrião da festa”.

Ele estava acompanhado de duas garotas, ou popularmente mais conhecidas como vadias. Seus braços estavam por cima do ombro das duas e elas “abraçavam” ele pela cintura.

— E ai gente! – Noah olhou para Katie comendo-a com os olhos, passou seus olhos por Jas e por mim fazendo a mesma coisa e por último olhou para Jeff com cara de incredulidade. – Você disse que não viria. – Noah parecia bêbado e ainda não era nem dez da noite.

— Mudei de ideia. – meu amigo respondeu, logo depois o “anfitrião” deu espaço para que nós passássemos pela porta.

A casa estava amontoada de pessoas. – Os moveis estavam afastados dando espaço para uma “pista de dança” onde haviam algumas garotas se insinuando ou se esfregando em algum menino. Entre elas, vi Lucy com um garoto qualquer que já vi andando com Cody, revirei os olhos ao ver ele enfiando a mão por de baixo do vestido dela. – Perto das escadas havia sido montado um “bar”. Tinha até alguns bancos e um balcão grande.

Barmans serviam algumas pessoas enquanto outras já estavam totalmente chapadas.

A pouca luminosidade não me impediu de ver em um canto afastado –  Especificamente ao fundo da sala – Tommy estava sentado em um dos sofás que tinham sido colocados ali. – Uma garota que eu desconhecia estava “conversando” animadamente com ele. Ela estava com uma das pernas em cima do seu colo. Vi Cody ao lado de Tommy com uma cara horrível, uma outra garota parecia tentar puxar assunto com ele mas meu irmão mantinha uma expressão de irritação com um misto até de tristeza. E eu já sabia o motivo, Jas estava ao meu lado e parecia ter visto a cena. Escutei ela bufar mesmo com a música alta e todo o falatório.

— Vem, vamos beber! – Katie me pegou pela mão, me arrastando até o bar. Puxei Jas junto fazendo-a vim junto comigo.

— O que as gatinhas querem? – um barman com cara de tarado, olhava fixamente para o decote de Katie, que fez uma cara de nojo.

— Eu quero uma vodka pura... – Katie parecia pensar em mais alguma coisa – E duas tequilas.

— Eu só queria um copo d'água. – o barman riu da cara de Jas que ficou emburrada.

— E você? – voltou sua atenção para mim.

Eu olhava em direção a Tommy, ele passava sua mão pela coxa da garota que agora estava quase sentada em seu colo. Respirei fundo e olhei para o barman tarado.

— O mesmo que ela. – acenei com a cabeça para Katie, que abriu um sorriso vitorioso.

Jas me olhava incrédula até voltar sua atenção para Cody, a garota que antes estava tentando puxar assunto estava com os peitos quase na cara do meu irmão, que tentava desviar sua atenção dos mesmos.

— Não quero mais a água! – Jas surpreendeu o barman que lhe deu um sorriso malicioso. – Me vê uma vodka com energético.

— É assim que se fala meninas! – Katie deu um tapinha no meu ombro e no da Jas.

Esperamos o barman voltar com nossas bebidas. – Eu e Katie viramos de uma vez o primeiro copo de tequila. Senti a bebida descendo rasgando por minha garganta. Assim que bati o pequeno copo no balcão, vi Katie virando o segundo. Peguei o meu segundo copo de tequila e virei-o, mais uma vez o liquido desceu rasgando minha garganta. –  Eu nunca havia bebido, mas eu queria mais. Assim que bati o segundo copo no balcão, olhei em volta e vi Jas bebericando seu copo de vodka com energético. Katie virava seu copo de vodka pura na boca. Eu bebi o meu virando-o sem dó, meus olhos lagrimejaram na hora em que a última gota rasgou minha garganta.

— Barman...! – chamei o tarado que havia nós atendido antes, ele voltou sua atenção para mim com um sorriso malicioso. – Mas dois copos de tequila e uma vodka com energético.

— Pra mim também! – Katie gritou.

Jas nos observava bebericando sua bebida.

— Vai com calma Charlie. – minha amiga encostou no meu ombro.

— Você vai? – perguntei apontado para Cody e a garota que agora conseguia puxar algum tipo de assunto com ele. Jas virou sua bebida na boca rapidamente.

— E ai cara! – ela gritou o barman tarado. – Eu quero mais um deste aqui.

— É isso ai garotas! – Katie gritou por cima de toda a falação e música ensurdecedora. – Hoje eu quero me divertir!

O barman voltou trazendo nossos “pedidos”. Eu e Katie viramos juntas os copos de tequila.

— Vem, vamos dançar! – Katie pegou em meu braço e eu puxei Jas junto.

Eu estava animadinha e comecei a me movimentar antes mesmo de chegarmos a “pista de dança”.

A música “Cayendo - Deorro” começou a tocar. Katie foi a primeira a começar a dançar pra valer. Ela colocou suas mãos na minha cintura me puxando para perto de si. – Olhei em minha volta e vi Jas mexendo os quadris. – Resolvi me soltar, deixei Katie me guiar e comecei a mexer os quadris, me virei de costas para ela que continuava próxima e com as mãos em minha cintura, passei a mão por meus cabelos, Jas se aproximou de nós com um copo de sua vodka ainda na mão. Eu tomei um pouco e devolvi a ela que continuava a mexer os quadris e rebolava próxima de mim e Katie. – Comecei a rebolar, jogava meus braços para cima e alternava em passar minhas mãos por meus cabelos. Fechei os olhos curtindo a música. Eu e Katie começamos a descer rebolando até o chão e abri os olhos vendo Jas na minha frente fazendo o mesmo. Ela estava tão perto de mim quanto Katie.

Formávamos um trio.

Olhei em volta da pista que antes estava cheia e vi uma roda de pessoas em volta de nós três, entre essas pessoas vi Cody e Tommy vindo em nossa direção.

Droga!

Narrado por Jas

— Que merda é essa Jas? – Cody gritou para mim. Eu não estava tão bêbada quanto Charlie e Katie.

— A gente só estava... – eu ia tentar me explicar.

— Dançando Cody! – Katie gritou de volta. – Vai falar que você nunca viu garotas dançando?!

— Katie não se intromete! – Cody gritou de volta. – Você acha que eu gosto de ver um bando de tarado olhando pra minha irmã e pra minha... – ele parecia procurar algum adjetivo pra mim.

— Pra sua o que? – elevei meu tom de voz. – Nós não temos porcaria nenhuma não é? Não foi você quem disse? – sai correndo antes que começasse a chorar.

Escutei ele chamando por mim, mas não parei. Eu me embrenhava no meio daquelas pessoas, procurava uma saída. Senti meu rosto molhado, certamente estava chorando.

Vi uma grande porta de vidro, abri a mesma e dei de cara com um jardim e uma piscina grande. Essa área estava mais vazia, tinha alguns casais e bêbados jogados no gramado.

Me sentei na borda da piscina,  estava de costas para a porta de vidro. –  Passei a mão pelos meus cabelos, amarrei-o em um coque. – As lágrimas ainda caiam, eu limpava as teimosas com o dorso da mão. Minha respiração era alta e falha, meu coração parecia um tambor.

Fechei os olhos tentando me acalmar.

Senti alguém se sentar ao meu lado na borda da piscina.

Abri os olhos lentamente e vi Cody me fitando.

Abaixei a cabeça, não queria que ele me visse chorando. Cody pegou em meu queixo e levantou meu rosto, fazendo com que eu olhasse-o nos olhos.

— Eu não gosto de ver você chorando... – ele levou sua mão até minha bochecha fazendo carinho na mesma. Uma lagrima chata insistia em cair. Senti Cody limpando-a com seu polegar.

— Volte para sua amiga, ela deve está te procurando. – ele suspirou.

— Ciúmes? – perguntou com uma sobrancelha arqueada

— Do que não é meu? – revidei fazendo ele rir.

— Jas para! – Cody bufou – Esse tempo que a gente tá junto e você ainda acha que eu ficaria com outra?

— Eu não sei, até porque você é solteiro… – fui interrompida…

— Eu gosto de você...! Gosto muito Jas! – sorriu, eu me perdi naquele sorriso.

— Cody… – suspirei. – Eu também gosto de você… muito mesmo. – desviei meus olhos do seus. – É que eu não aguentei ver aquela garota quase em cima de você…

— Então você confessa que está com ciúmes? – escutei sua risada.

— Não, eu só queria quebrar a cara daquele desgraçada… – Cody me pegou de surpresa me calando com um beijo. Ele só havia encostado seus lábios aos meus, mas pra mim aquilo era maravilhoso. Desgrudamos nossas bocas depois do demorado “selinho”. Nossas testas estavam coladas, eu abri os olhos encontrando aquela imensidão azul na minha frente. Seus olhos me fitavam intensamente.

— Quer namorar comigo? – Cody sussurrou perto da minha boca.

Um sorriso bobo apareceu em meus lábios.

— Quero! – falei sem hesitar.

Meus lábios logo foram tomados pelos seus. Eu entreabri minha boca dando espaço para sua língua explorar-me. Nosso beijo era calmo, mas urgente ao mesmo tempo. Levei minhas mãos até sua nuca, fazia carinho com as pontas dos meus dedos e as vezes puxava levemente alguns fios do seus cabelos macios. – Cody colocou suas mãos em minha cintura e me trazia pra mais perto do seu corpo. Ele apertava mais meus quadris quando o beijo foi ficando intenso. –  O ar começava a faltar quando fomos parando aos poucos. Mordi seu lábio inferior antes de nos afastarmos um pouco. Ainda ofegantes nós nos olhavamos e sorriamos feito dois bobos.

— Minha Jas! – Cody disse perto dos meu lábios, antes de toma-los para mais um dos nossos beijos.

Continua...