As coisas não tinham saído como Regina esperava, mas no fundo ela sabia que a filha reagiria de forma brusca e rebelde, afinal Anna tinha o seu temperamento. Com Ben as coisas tinham sido mais fáceis e tranquilas, pois ele era pequeno e não entendia muito bem tudo, a não ser que a mãe estava doente.

— Regina se acalme tudo vai ficar bem. Sabe como Anna é. – Killian abraçou a morena querendo consola-la.

— Eu não queria ter mentido ou magoado ela, só não estava preparada para contar. – Regina murmurou nos braços de Killian.

— Eu sei disso querida, e ela também. Nossa filha só esta com medo e por isso reagiu assim.

Eles ficaram desatentos do que acontecia ao seu redor, e não perceberam que Emma descia as escadas e presenciava aquele abraço. A fotógrafa sentiu um ciúme louco dentro de si, e definitivamente não era de Killian.

— Emma. – Ben gritou assim que viu a loira e correu em sua direção. E Emma loira o pegou no colo.

 – Ei garoto vai com calma ou caímos os dois.

— Mamãe está doente.

 – Eu sei Ben, mas ela vai se cuidar e ficara boa logo.

— Sim ela vai, ainda mais com você sempre cuidando dela. – Garoto cochichou a ultima parte, apenas para que Emma ouvisse.

A loira sorriu para menino e depois o colocou de volta no chão. Killian percebeu a presença da noiva e se afastou de Regina, logo um clima estranho se instalou na sala. Ben deixou os adultos para trás e correu subindo as escadas indo em direção ao seu quarto.

 – Amor eu não sabia que ainda estava aqui. – Jones disse assim que viu Emma.

 – Eu resolvi ficar para ajudar caso fosse necessário. – Emma respondeu de forma seca.

— Eu acho melhor irmos para casa agora, Regina precisa descansar e a conversa com as crianças foi difícil.

— Eu tenho alguns trabalhos dependentes no meu estúdio Killian, não irei para casa essa noite. E passarei a noite editando algumas fotos para uma campanha que preciso entregar pela manhã, você pode ir sem mim. – A fotografa mentia descaradamente.

— Eu te levo então. – Killian insistia.

— Não precisa Kill. Você deve estar cansado da viagem vá para casa e nos vemos pela manhã. Regina percebendo que aquilo iria virar uma discussão resolveu se retirar da sala.

— Boa noite para vocês! Eu estou esgotada e amanhã preciso acordar cedo. Batam a porta quando saírem. – Disse de forma brusca e saiu indo para cozinha. Killian resolveu não importunar mais a ex-mulher afinal o dia não tinha sido fácil para ela, mas o advogado ainda estava intrigado pela insistência de Emma em não querer sua carona.

Depois de ficar sem opções Emma pegou suas coisas e foi em direção à porta, Killian a seguiu e puxou pelo braço.

 – Emma tem algo errado?

— Não Killian eu só estou atarefada com meu trabalho. Vá para casa conversamos amanhã. – Emma disse e por fim lhe deu um selinho se despedindo dele.

 O moreno se tranquilizou com o gesto e ficou olhando enquanto a noiva ia em direção a seu carro e partia. Depois de alguns minutos ele fez o mesmo e foi para casa, esperando ter uma noite de descanso depois de tanto estresse.

Já Emma deu a volta no quarteirão e escondeu seu carro em beco, depois desceu trancando o veiculo e voltou a pé para casa de Regina, ela não iria deixar a morena sozinha não naquele momento. Quando chegou a porta Emma sabia que estaria trancada e não teria como entra.

— Ótimo Swan, como fará para entrar agora? – Emma questionou a si mesmo se achando uma completa idiota por esta no meio da noite na porta de Regina falando sozinha.

Ate que a fotografa teve uma ideia, tirou seu celular do bolso e discou o numero de Regina e esperou ansiosamente que a morena atendesse.

(...)

Regina ainda estava acordada na cozinha digerindo seu dia ate que seu celular começou a vibra em cima do balcão, a morena pensou ser alguma emergência para seu telefone estar tocando tão tarde. Preocupada ela foi ate aparelho e atendeu sem olhar o visor.

 – Alô. – Regina disse assim que atendeu o aparelho.

 – Regina é Emma.

— Emma porque está me ligando essa hora Swan? Devia estar em casa dormindo com seu noivinho – Regina respondeu de forma irônica.

— Eu senti uma pontada de ciúmes e ironia nessa sua afirmação rainha do gelo.

 – Não tem ciúmes nenhum Swan, vai me responder por que está me ligando essa hora? – Regina insistiu.

— Vou fingir que acredito Mills. E respondendo a sua pergunta eu queria saber como você está meu amor. – Ao ouvir as palavras meu amor, a morena se derreteu e suspirou no telefone.

— Eu estou bem Emma, eu não esperava que Anna explodisse daquela forma, mas eu entendo, ela esta com medo e assustada.

 – Ela só precisa de tempo Regina, ela se parece com você e demora a aceitar as coisas. Mas depois quando se acalma e enxerga à verdade, tudo fica bem. Você é a mãe dela e ela te idolatra Mills precisa ver como ela fala de você. Anna só esta com medo de te perder.

— Eu sei e me sinto péssima por ela se sentir assim, eu amo minha pequena pestinha.

— Esse é o problema Mills ela esta crescendo e algumas coisas são difíceis ainda para ela entender. Emma ouviu Regina suspirar, sua voz parecia cansada.

— Regina você ainda esta ai? – A loira perguntou meio nervosa.

— Estou Emma, só estou cansada. E você não devia estar terminando seus trabalhos Swan?

— Eu não consigo pensar em mais nada a não ser saber se você estava bem Mills.

— É muito gentil da sua parte se preocupar comigo, mas melhor seria se você estivesse aqui comigo Emma. – Emma sorriu ao ouvir aquela confissão de Regina.

— Então que tal você descer e vir abrir a porta e me deixar entrar e realizar a sua vontade, e para falar a verdade já estou congelando aqui fora.

 – Emma onde você esta? – Regina respondeu não acreditando que Emma estivesse mesmo na porta de sua casa.

Para ter certeza ela se levantou e olhou pela janela. Swan estava tremendo de frio em pé na frente a sua porta, ela sorriu e pensando que Emma era mesmo doida. Regina desceu as escadas apressada para poder abrir a porta.

— Você é louca Emma Swan. – Regina disse assim que abriu a porta ainda com celular no ouvido.

— Sim eu sou louca Regina Mills, mas louca por você. – Emma disse e foi ate Regina abraçando e a beijando de forma apaixonada. Regina sorriu em meio ao beijo e Emma a levantou no colo a rodopiando em frente à porta da morena.

— Emma me coloca no chão, as crianças podem acordar.

— É bom que conto logo que amo a mãe deles.

Elas entraram em seguida mais não perceberam que um carro estava estacionado na esquina e dentro dele estava Killian Jones vendo sua noiva beijar sua ex-mulher na boca de forma apaixonada logo depois de entrarem na casa que um dia fora sua.

(...)

Anna não conseguiu dormir aquela noite o medo e a confusão que sentia dentro de si a faziam pensar e tantas coisas ruins. A garota não queria perder sua mãe não estava pronta para isso.

— Posso entrar? Emma falava enquanto entrava no quarto da garota. A fotógrafa decidiu tentar conversar com Anna, para amenizar as coisas entre ela e a mãe.

— Emma o que você esta fazendo aqui? –Anna respondeu surpresa por ver Emma ali aquele horário.

— Vim ver como as coisas estão com você e Ben.

—E minha mãe né. – Anna completou com sorriso sapeca.

— Garota você não perde uma chance de tirar uma comigo.

 – É claro que não. E vocês disfarçam que se odeia muito mal, porque basta minha mãe virar de costa que você fica olhando para bunda dela, e ela baba quando você ficasó de regata na cozinha mostrando os braços. Vocês duas são péssimas mentirosas.

— Esta bem eu admito que você esta certa sobre algumas coisas. – Emma se defendeu. – Mas eu vim para falar sobre sua mãe Anna.

— Eu não quero falar sobre isso Emma.

— Anna sua mãe precisa de você mais que nunca, ela está com tanto medo quanto você. E você pode questionar tudo menos que ela ama você e seu irmão, porque vocês são tudo para ela. Não seja injusta se ela mentiu foi apenas para te proteger e por estar tão, assustada que não sabia como contar. Até as mães não estão imunes ao fato de errar Anna. Todos nós somos humanos e assim que aprendemos a ser melhores, e sua mãe errou tentando acertar. Eu só espero que não se arrependa depois quando for tarde demais. – Emma terminou de falar e quando olhou para a garota ela estava com olhos cheios de lagrimas.

 Regina estava de pé na porta ouvindo tudo desesperada querendo apenas consolar sua filha, e dizer que tudo ficaria bem mesmo sem ter a menor certeza disso. Emma olhou em direção a porta e Anna acompanhou o olhar da loira. Ao ver sua mãe ali parada na porta de seu quarto, todas às palavras de Emma fizeram sentido para garota e ela apenas correu em direção à mãe, Anna abraçou Regina com toda força que tinha e a morena retribuiu ao abraço da mesma forma.

 – Mãe eu não quero perder você. – Anna dizia em meio ao mar de lagrimas que desciam pelo seu rosto.

— Você não vai me perder meu amor, mamãe vai lutar e eu vou ficar boa.

 – Me desculpa mamãe.

 – Está tudo bem, o importante é que estamos juntas. – Regina respondeu beijando a testa da filha e limpando suas lagrimas.

 Emma assistia a cena feliz, era um momento único e bonito. O amor de mãe e filha era algo notável, mesmo que ainda tivessem que enfrentar tantas coisas dolosas o importante é que estariam juntas.