What I love most - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu com mais uma one USHFOQIUWHFIQWUHEF

Essa é uma das que eu comecei escrevendo no caderno da faculdade. Ta bem leve. Espero que gostem ^^

Boa leitura! ;)



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Já são pouco mais de quatro horas da manhã e ainda não consegui dormir. Olho para o teto como se esperasse que algo de extraordinário acontecesse, mas até agora nada. Seria mais inteligente fechar os olhos e esperar que o sono chegue, mas acredito que a essa altura ele não virá mais.

Apesar da sensação claustrofóbica que este lugar me causa, o frio é suportável. Mas à noite piora. O que me ajuda a amenizar é o casaco que Haymitch me emprestou. Como não consegui o meu próprio até agora, combinamos de revezá-lo quando fosse necessário.

Inconformada com a falta de sono, sento-me na cama e olho para o armário a minha frente. Encaro-o por alguns instantes e me levanto, rumando até a porta. Abro-a devagar e olho para o lado de fora, esperando um pouco até as minhas pupilas dilatarem pela falta de luz no ambiente, quando me deparo com uma figura sentada nos degraus do centro. Não demoro até reconhecê-lo e, cruzando os braços, ando a passos lentos até Haymitch.

- Sem sono também? - pergunto quando chego mais perto. Haymitch levanta a cabeça e franze o cenho.

- É - ele diz. - Parece que os velhos hábitos nunca mudam.

- Teve pesadelos de novo? - indago e ele balança a cabeça, confirmando.

Suspiro e sento-me ao lado dele.

- Teve pesadelos também? - ele pergunta.

- Na verdade estou sem sono - respondo, olhando para frente. - Nunca vou me acostumar com este lugar.

Haymitch abafa uma risada.

- Acho que nossa insônia vem nos mesmos dias - ele comenta e não consigo evitar um breve sorriso. - Deve ser o costume.

- É - digo. - Deve ser.

Há um longo momento que se segue em silêncio. Olho ao nosso redor e Haymitch parece compreender rapidamente a minha desconfiança.

- Não se preocupe – ele diz. - A essa hora já tem gente trabalhando em alguma coisa por aqui, então eles desativam os alarmes.

Arqueio as sobrancelhas em consentimento. É quando, de repente, sou tomada pelas gravações dos prontopops que estavam realizando mais cedo. Quando Finnick contou sobre o que aconteceu com ele depois que venceu os jogos.

- Haymitch... - começo a dizer, mas hesito, pensando se seria o melhor assunto a tratar agora. Mas prossigo quando percebo que ele está com seu olhar sobre mim. - O que aconteceu com você depois dos jogos?

Perguntei ainda com receio de saber a resposta. Esperando apenas que não tenha sido o mesmo que aconteceu com Finnick. Haymitch, apesar de ser esperto, talvez, em algum momento, não tivesse escolha que não fosse simplesmente ceder.

- Está perguntando por causa do Finnick? - ele indaga e eu meneio a cabeça em confirmação. - Não, não aconteceu o mesmo comigo – ele explica e me sinto um pouco mais aliviada. - Apesar de ter recebido uma proposta parecida. O problema foi que eu recusei e Snow não admite recusas a sua proposta, a não ser que a contra proposta seja tão boa quanto, o que nunca é o caso.

As palavras saem da sua boca com facilidade, como se ele já estivesse acostumado a contar essa história, mesmo eu tenho certeza de que ele esconde isso de todo mundo, assim como Finnick escondeu até gravar o prontopop.

- Eles me viram como um "rebelde" naquela época, esperto demais vencendo os jogos usando um "erro do sistema" para vencer. Eles aproveitaram a deixa e... - vejo-o engolir em seco. - Mataram a minha família, minha namorada e a família dela também... É por isso que eu comecei a beber daquela forma. Para esquecer.

Apesar da hesitação antes de terminar de falar, Haymitch parece firme, mas seu olhar continua preso ao chão. Hesitantemente, levo uma mão até a sua e a seguro de leve.

- Eu sinto muito, Haymitch - é só o que consigo dizer. Minha garganta está fechada enquanto tenho reprimir o choro. - Eu não sabia.

- Não é o tipo de coisa que eu saio contando para todo mundo.

- E você tinha uma namorada... Você nunca me contou isso.

- Você nunca me perguntou também - ele diz e deixo escapar um riso breve.

- Você gostava muito dela, não é?

Haymitch suspira.

- Gostava, mas... Não sei se era o suficiente para que a morte dela me causasse tanto sofrimento quanto Snow pretendia – responde. A mão que está sob a minha se move e ele entrelaça seus dedos nos meus, causando-me um breve congelamento no estômago. - A morte da minha família me doeu mais. Por ela eu senti mais culpa do que qualquer outra coisa. Não sei se conseguiria evitar.

- Não pode se culpar por isso – digo, tentando consolá-lo. - Você não pôde evitar.

- O problema é que eu não fiz nada. Eu sequer tentei... - ele suspira e aperta um pouco a minha mão. Tento acariciar seu braço com a mão livre para acalmá-lo um pouco.

- Como você sabe?

- Porque é isso que eu estou fazendo agora – ele diz. - Estou protegendo quem eu amo antes que ele tente tirar de mim.

- Os garotos vão ficar bem. Você vai ver.

Haymitch balança a cabeça e olha para mim.

- Não são os garotos – ele diz. - É você.

Meu estômago, antes congelado, agora revira. Não consigo sustentar o olhar e desvio-o, concentrando-me nas nossas mãos.

- Eu? - indago, ainda com o olhar baixo.

- Eu sei que não sou bom em demonstrar isso, mas... Eu gosto de você, Effie. De verdade.

Seguem-se alguns segundos em silêncio e sei que ele está prendendo a respiração.

- Haymitch, eu não vou mentir para você - digo e umedeço os lábios com a língua. - Eu gosto de você. Mas não sei se seria uma boa ideia levar isso adiante, sabe? Quando tudo isso acabar, eu voltarei para a minha rotina na Capital e você, para o Doze.

Haymitch ri rapidamente.

- Nunca parou para pensar que poderíamos dar um jeito nisso?

- Talvez...

Ele larga a minha mão e passa o braço ao meu redor, pousando no meu ombro. Nossos olhares se encontram novamente.

- E se eu te pedisse um beijo agora? Você me daria?

Mordo o lábio, sentindo-me um pouco sem graça, mas não consigo tirar meus olhos dos dele.

- Você não precisa pedir – respondo.

Vejo Haymitch abrir um pequeno sorriso antes de aproximar o seu rosto do meu. Até que meus olhos se fecham e sinto os seus lábios encostarem levemente nos meus, roçando-os. Sua mão que antes apoiava-se em meu ombro, move-se até a minha nuca, induzindo-me a inclinar a cabeça. Nossos lábios se abrem e sinto sua língua, ansiosa, explorar cada canto da minha boca, e faço o mesmo. Ponho minha mão no seu rosto, sentindo sua barba.

Finalmente sinto uma ponta de segurança aqui neste fim de mundo subterrâneo. É como se finalmente algo fizesse sentido em estar aqui, como se realmente valesse a pena todo esse sacrifício em estar tão longe de casa, sem saber ao certo quando voltarei.

Com a mão livre, Haymitch segura as minhas pernas e as puxa para o seu colo. Ele me beija lentamente, porém com certa necessidade. Seu toque me dá uma sensação de segurança e algo mais que não havia sentido com ninguém.

Nos afastamos um pouco e sinto-o descer uma mão até as minhas costas, afagando-me. Sorrio e encosto minha cabeça no seu ombro enquanto, com a outra mão, ele entrelaça nossos dedos.

Passamos mais alguns minutos ali, parados. Volta e meia ele me roubava um beijo e me fazia rir. Chega a ser um pouco estranho a facilidade com que ele o faz, mas ele conseguiu. Talvez tenhamos demorado muito para descobrirmos esse sentimento, mas não tanto a ponto de desistirmos.


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEE é isso aí, gente. Espero que tenham gostado ♥

Comentem pra deixar a Lovett felizona :D