O Espelho Amaldiçoado escrita por LoKs22


Capítulo 1
A Ultima Que Me Viu


Notas iniciais do capítulo

Yooo, Espero que gostem da Fic. Não precisam comentar se não acharem nescessario, mas eu iria gostar muito se fizessem. Vejo vocês no final da Fic.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662084/chapter/1

Era uma noite de sexta. Eu era uma nova modelo no mundo e tinha acabado de terminar a primeira sessão de fotos, que demorou mais do que o imaginado.

Já estava de noite e muito nublado quando saí. Tinha que chegar em casa cedo, parecia que ia chover e não queria arriscar molhar o meu cabelo novinho em folha, demoraria horas para arrumá-lo, mas isso não importa agora. O que importava no momento era que eu chegasse em casa o mais cedo possível.

Para chegar mais cedo decide cortar caminho pelo parque da cidade, era arriscado passar lá no meio da noite, mas eu era jovem e idiota. Achava que nada aconteceria comigo, não me achava burra como nos filmes de terror adolescentes dos anos 90.

Atravessar aquele parque foi um erro. Eu não só não consegui passar dele a tempo, ou seja, antes de chover, como também tive que me abrigar em uma cabana velha no meio do bosque.

A cabana era do tipo de dar arrepios: teias para todos os lados, móveis de madeira velha e alguns buracos no teto onde pingava chuva levemente. Tinha apenas dois quartos, a sala principal e um quarto pequeno.

Nada além disso.

Pensei em pegar uma cadeira e esperar até a chuva passar, porém, algo me chamou a atenção. Tinha uma coisa pendurada na parede e que estava coberta com um pano branco. No começo pensei que seria um quadro ou algo do tipo, então eu me aproximei dele. No caminho, tropecei em um pedaço de madeira fina no chão, por sorte não cai, mas depois cheguei mais perto do pano e tirei ele. Esse foi o maior erro da minha vida. O que estava atrás do pano era, na verdade, um espelho bem antigo, mas inteiro. Tinha uns ornamentos de madeira em volta e o vidro do espelho era bem fino.

Comecei a me olhar, arrumando o cabelo, olhando como estava a minha maquiagem e dizendo para mim mesma que era linda e que meu futuro ia ser perfeito, mas quando eu me aproximei do espelho, o suficiente para ele ser a única coisa no meu campo de visão, paralisei. Meu corpo no geral não se movia, porém eu ainda conseguia piscar, minha boca de lábios cheios estava travada mesmo quando eu tentando falar, mas ainda conseguia fazer barulhos com a voz.

Olhei bem para o espelho e o meu reflexo começou a mudar. Começando pelo meu reflexo sumindo e pelo reflexo do cenário que ficou se desmontando. Bem depois, o cenário se refez, mas dessa vez sendo muito diferente, era uma casa de pedra com uma aparência medieval. E a sala que o reflexo mostrava parecia mais um quarto de casal: uma cama grade, uma estante bem abaixo do espelho, um guarda roupa, uma janela e uma porta bem à frente do espelho.

Pela porta de madeira surgiu uma moça jovem, mais ou menos da minha idade, vestindo algo parecido com uma roupa de camponês. Não sei especificar porque nunca fui boa em história, mas ela não parecia ser do tipo muito chique. Essa moça adorava se olhar no espelho, mas não dava para escutar o que ela falava. O espelho não reproduzia o som, só a imagem.

A moça parecia ser muito vaidosa, sempre arrumando cada parte de si para ficar perfeita, mesmo com os poucos materiais de beleza disponíveis, mas ela se esforçava muito para isso. De repente o espelho começou a acelerar a cena e a mostrou vendendo cada parte do seu quarto pouco a pouco para alguns homens que pareciam ser da realeza. Primeiro o que estava dentro do guarda-roupa, depois o guarda roupa em si. Ficou uns segundos sem nada mudar, provavelmente ela estava vendendo as outras coisas da casa.

Conforme o tempo passou, dia após dia, noite após noite, tudo na casa sumiu e só sobrou o espelho. Quando a cena voltou ao movimento normal, a moça estava completamente acabada: seus cabelos desarrumados, sua pele toda suja de terra e suas roupas estavam igualmente sujas.

Naquele momento ela trouxe um livro negro junto e iniciou uma série de palavras estranhas. Nada mudou, mas a moça se via no espelho como se estivesse linda de novo, com a mesma expressão de como de antes de vender tudo. Se ver linda e perfeita era a única coisa que ela queria, não parecia se importar com o que os outros achavam dela.

Pouco depois um flash aconteceu e a cena mudou.

Apareceram dois homens bem vestidos e armados com espadas e a moça estava implorando de joelhos, apontando para o espelho e fazendo não com a cabeça durante a conversa. Os homens não ligaram, mostraram um papel com um carimbo estranho e empurraram a moça para fora do caminho.

Ela ficou com raiva e combateu os homens, ficando à frente do espelho. Os homens já estavam cansados e simplesmente cortaram sua garganta com uma espada. Ela tentou prender o sangramento, mas já sabendo que não ia funcionar, se virou para o espelho e desenhou um símbolo estranho antes de morrer.

O símbolo fez um leve brilho negro, que não foi visto pelos homens. Quando eles pegaram o espelho, foi lavado e coberto por um pano branco. Outros flashes ocorreram e apareceu no momento em que o pano foi tirado.

O quarto mostrado depois era totalmente diferente: parecia de princesa. Uma cama grande e chique, um guarda-roupa com detalhes esculpidos na madeira e cheio de vestidos com cores variadas, uma estante chique e cheia de joias, várias decorações, uma porta grande e duas janelas no mesmo lado da parede.

Quem tirou o pano foi um tipo de garota nobre, parecia ter 18 ou algo perto disso. Usava um vestido rosa e comprido, o cabelo era enrolado e com uma tiara junto. Entre outros detalhes esnobes. Falando em esnobe, ela era cheia de si bem parecido com a moça camponesa.

Ela agia como se fosse superiora todos, basicamente, ela era o clichê da riquinha metida das histórias de colegial.

Enfim, um tempo acelerou e ficou de noite rapidamente. Ela se preparava para dormir, quando decidiu dar uma última olhada em si mesma no espelho. De repente travou a meio caminho, da mesma forma que aconteceu comigo: paralisada, podendo apenas piscar e com uma expressão de confusa e medo ao mesmo tempo.

A imagem mostrada pelo espelho começou a se aproximar dela, um flash aconteceu e mostrou outra pessoa de outro tempo com a mesma expressão, outro flash aconteceu e mostrou outra pessoa, e ficou assim de novo e de novo. Isso conforme a imagem se aproximava do rosto delas. Depois de vários flashes e vários rostos de mulheres assustadas, o espelho saiu da parede e começou a flutuar. Eu escutei vários gritos de mulheres sofrendo. Com muito medo e pensando que não ia me mexer, tentei gritar, pedir socorro qualquer coisa, mas nada saia da minha boca.

O espelho se aproximou do meu rosto e uma mão espelhada saiu dele. De repente eu senti me corpo se movendo aos poucos. Acho que ele não conseguia me paralisar e me pegar ao mesmo tempo, porém, mesmo com meus movimentos de volta, eu não ia conseguir evitar de ser pega.

Se não fosse por aquele pedaço de madeira que eu tinha tropeçado antes. Bem, eu tropecei nele novamente, mas dessa vez eu tinha caído no chão. O meu pé, quando tropeçou no pedaço de madeira, o empurrou para um lugar onde eu poderia pega-lo com a minha mão direita. No desespero eu peguei o pedaço de madeira e bati no espelho sem pensar duas vezes.

O espelho se quebrou em vários estilhaços bem pequenos, do tamanho de gotas de chuva. O espelho estava tão perto do meu rosto que não deu para evitar que esses estilhaços caíssem nos meus olhos e furassem eles quase por completo, Além de atingirem o meu rosto também, mas não foi nada grave.

Eu me levantei, tentei correr desesperadamente. Foi difícil encontrar a saída, mas quando eu fugi a chuva já tinha acabado. Fiquei correndo pisando nas poças d’água e sujeira do parque. Ainda conseguia ver muito pouco, isso só me impedia de bater com uma árvore no caminho. A dor era horrível, meus olhos começaram a chorar sangue sem parar.

Sem notar no que eu estava pisando, escorreguei e caí em um barranco, fiquei rolando naquele monte de terra, sentindo uma dor insuportável.

Quando, finalmente me choquei com uma estrada lisa de concreto usada para caminhada no parque, não conseguia me mover, mas consegui escutar a voz de alguém e essa voz ficava mais alta com o tempo.

Na minha última tentativa de abrir os olhos eu vi um rosto de um homem. Jovem, bonito e preocupado comigo. Ele foi a última coisa que eu vi antes de desmaiar de dor e acordar cega no hospital.

E essa é a história de como eu fiquei cega, filha. Acredite ou não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yooo, o que acharam do final? Espero que tenham gostado e fiquem a vontade para comentar se nescessario. Uma curiosidade para acabar. Eu escrevi essa história quando estava no 8° ano (eu agora estou no inicio do Ensino Medio) e demorei 5 aulas para terminar (era tecnicamente um trabalho onde só se podia fazer na aula). Eu guardei essa história mas nunca tive a vontade de escreve-la. Até que veio o desafio de Drabble e esse texto me inspirou a criar Os Contos do Espelho. Então é isso, espero ver vocês por ai. Bye Bye ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Espelho Amaldiçoado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.