Aku Cinta Kamu escrita por Giovana Cobe


Capítulo 1
It means "I love you"


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, por favor, dê sua opinião!!!

PS: A capa da fic é uma arte minha, se salvar: avisa! Assim eu saberei que alguém gostou do meu desenho :3



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Cada passo doía. Eu estava fisicamente bem, em perfeitas condições, mas doía como se me acertassem uma faca no peito a cada metro mais próximo da entrada. Era tudo tão familiar, cada detalhe... Caso eu fechasse os olhos e entrasse, poderia me orientar pelo apartamento sem esbarrar uma única vez.

Vinte metros, minha respiração estava pesada. Dez metros, tropecei numa falha da calçada, o que não é comum para alguém com treinamento para matar demônios, porém as últimas horas do dia tinham deixado minha mente entorpecida, coberta com um tecido translúcido: acompanhava tudo ao meu redor, mas, ainda assim, havia algo me impedindo de focar. Entrei no prédio, apenas dois lances de escadas me separavam da grande porta de madeira com todos os seus detalhes, ranhuras e ornamentos. Subi os degraus tropeçando, da mesma forma que fiz em nosso primeiro encontro, quase caindo, como na saída daquele mesmo dia.

Após o que pareceu uma eternidade, havia chegado. Todo esse pesadelo era real.

Peguei as chaves no bolso do sobretudo preto que, por acaso ou grande ironia do destino, Magnus havia me dado quando estávamos na Itália. Olhei para a chave e hesitei antes de levá-la à fechadura. Como havíamos chegado a este ponto? Fechei os olhos e abri a porta como sempre fiz nos últimos meses que passei com o feiticeiro. Abri os olhos, havia uma luz fraca vindo da cozinha, — Era um costume de Magnus, ele não gostava de apagar todas as luzes, dizia que daria mais trabalho caso precisasse encontrar algo numa urgência — tudo estava como conhecia. Apesar do meu namora... De ele sempre redecorar o loft, já havia me acostumado com seus gostos.

Adentrei fechando a porta atrás de mim com o calcanhar e notando que Presidente Miau dormia na mesinha de apoio ao lado do sofá. O sofá onde Magnus o havia beijado diversas vezes, marcando a pele de seu pescoço com hematomas que implicavam diversas horas de piadinhas feitas por Jace.

Não lembro bem como andei até o nosso quarto, digo, o quarto de Magnus. Era algo tão automático. Quando percebi, já estava rodeado pelo aroma de canela e perfume masculino. Cheiro dele. Estava em todo lugar como uma névoa inebriante que invadia meus pulmões e me fazia querer beijá-lo como se não houvesse amanhã. Mas hoje era o amanhã e a despedida havia acontecido mais cedo, naquela maldita estação de metrô abandonada.

Suspirei numa tentativa falha de expulsar todo aquele "Magnus" de dentro de mim. Concentrei-me no que havia de fazer, tentando não parar para olhar pra cada detalhe tão singular do quarto dele.

Peguei minha mochila que estava pendurada num cabideiro perto da cama, e então... Falhei.

Olhei para cama, no momento bagunçada, coberta com lençóis púrpura e travesseiros espalhados. Sentei-me na ponta e me deixei devagar sobre tudo.

Quando percebi, estava com a cabeça afundada nas mãos, costas curvadas, lágrimas caindo. "Eu te amo, não que isso mude algo". As palavras dele cortavam minha alma como uma lamina de gelo, acertando o meio do meu peito e espalhando um frio lacerante para o resto do corpo.

Gritei. Um grito de dor e frustração.

Soquei o colchão onde havíamos dividido diversas noites. Noites essas que passamos abraçados, conversando, dormindo, discutindo, fazendo pazes... Quase podia sentir os braços dele me envolvendo, a boca contra minha, às vezes calma, outras vezes ardente e desesperada. A sensação de ter a pele despida dele na minha era, ironicamente, como ser tocado por um anjo.

Levantei-me sentindo um calor que derreteu todo o gelo que antes me havia atingido. Estava com raiva?

Fui até o guarda-roupa e abri as portas bruscamente, peguei tudo que vi que era meu e soquei dentro da bolsa. Calças, uniformes de combate, camisetas... Tudo já havia adquiro o aroma do quarto de Magnus, o que me trouxe mais uma onda de raiva.

Fechei uma das portas com mais força que o necessário e ia fechar a outra quando vi.

Caindo pra fora da segunda gaveta, lá estava: um cachecol azul.

Era azul claro, Magnus o havia comprado em Veneza e a princípio achei que era pra ele, mas o feiticeiro o havia amarrado em meu pescoço antes de me dar um beijo rápido em meus lábios frios, fazendo-os formigar com o calor de sua boca. "Combina com seus olhos, Alec", ele dissera passando os dedos pelo meu cabelo, na época com fios um pouco mais longos que agora.

Puxei o tecido macio e apertei-o em minhas mãos trazendo-as ao peito como se o cachecol fosse a única coisa que me mantivesse vivo naquele momento. Encostei-me na porta fechada do guarda-roupa e deixei meu corpo escorregar até estar sentado no chão, lembrando de todos os momentos que tive com Magnus.

Parecia que não haveria água suficiente para suprir o tanto que eu queria chorar, mas para minha surpresa, havia.

Eu senti minhas lágrimas caírem enquanto meu coração quebrava em pedaços e as palavras dele ecoavam na minha cabeça como um maldito pesadelo... "Aku cinta kamu. Significa eu te amo, não que isso mude algo".

A memória dele deixando aquele metrô era a pior que eu tinha.

O resto da noite se passou em borrões. Lembro-me de deixar as chaves onde ele pediu, em cima da mesa da sala. Lembro-me de ver Jace preocupado, mas não lembro como cheguei ao instituto. Lembro-me de Izzy ter tentado falar comigo diversas vezes, mas eu só a mandei sair do meu quarto e me deixar sozinho.

E a ultima coisa que eu lembro é de quebrar um porta-retratos com nossa foto.


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Notas finais do capítulo

Bem chorosinha :P Enfim, diferente do que é comum: eu primeiro pensei na arte da capa e depois escrevi a história... e isso foi só uma curiosidade inútil que eu quis compartilhar.Erm, obrigada por ler, espero que tenha gostado, pode criticar se quiser, me ajuda a crescer (mas tenha tato, POR FAVOR ;-;)