Lara espreguiçou-se assim que as cortinas foram abertas, impedindo que continuasse a dormir.

— Me deixa em paz – diz a pequena entre bocejos.

Lizzie na cama ao lado, cobriu os olhos com o lençol, na tentativa de estender um pouco seu momento de descanso.

— Lamento Larinha, mas vocês têm que acordar.

Ao ouvir a voz, a pequena abre os olhos com cuidado.

— Dave? O que você está fazendo aqui? Pensei que era a Sarah.

— Vocês precisam acordar para a gente poder voltar para casa – diz Dave.

— Mas você disse que a gente poderia ficar aqui até de noite e só depois voltar para casa. – reclamou a pequena, sentando-se na cama e colocando os braços na cintura.

— Sinto muito, mas tive noticias do papai e temos que voltar logo.

Ao ouvir sobre o pai, Lizzie pula para fora da cama.

— Ele está bem, não está Dave?

***

—Será que ainda tem café da manhã? Eu estou famin... — De volta ao palácio, Alice interrompeu-se ao abrir a porta do salão e deparar-se com duas pessoas se beijando na ponta da mesa.

A primeira coisa que pensou era que Dave estava beijando outra garota, mas logo se recuperou do susto percebeu que era o rei e a rainha.

Ana e Hyuna que acompanhavam Alice fizeram uma reverência sem graça e Alice achou melhor fazer o mesmo.

— Vejo que vocês voltaram mais cedo — disse o rei afastando-se da Rainha como se nada tivesse acontecido. Por fim levantou-se e aproximou-se das Selecionadas. — Ainda não tive o prazer de conhecê-las.

— Hum... Sim, Dave quis ir embora assim que soube que o senhor havia melhorado, aliás sou Alice, prazer — a Selecionada estendeu a mão para o rei. Se ele ia fingir que nada aconteceu era melhor que ela entrasse no jogo.

Hyuna e Ana também se apresentaram.

— Philip, você não tinha uma reunião com o governador de Hondurágua? — lembrou a rainha.

—Ah sim — o rei estendeu o braço para rainha. —Mais tarde eu vou ter a oportunidade de conhecer todas vocês direito. Tenham um bom dia senhoritas.

Assim que os monarcas afastaram-se, as Selecionadas começaram a conversar sobre o ocorrido.

— Você viu? A Rainha nem nos deu uma bronca. Quando eu percebi o que a gente tinha feito achei que ela ia nos matar ou coisa do tipo — disse Ana

— Ela deve estar feliz porque o rei está melhor. Também temos que ver pelo lado dela, talvez eu também ficasse mal humorada se meu marido estivesse doente. — analisou Hyuna.

Ana concordou com a cabeça.

— Deve ser difícil...

— O príncipe deve estar feliz agora que o pai dele está melhor. E as gêmeas também — disse Alice — Até a Rainha parece estar de bom humor.

***

Dave acomodou-se melhor na cadeira, não era tão confortável como a de seu pai, mas estava feliz por estar de volta naquela posição. A reunião começara a apenas 5 minutos e Dave já sentia vontade de ir embora, mas suas obrigações falavam mais alto.

— A situação no sul encontra-se cada vez mais difícil. – informa um conselheiro – Os movimentos separatistas encontram-se cada vez mais forte e grupos rebeldes vem promovendo diversos ataques.

— Quais são os motivos de descontentamento? – o príncipe pergunta.

— Bem, a qualidade de vida no sul sempre foi inferior a do restante de Illéa, a água e o ar são muito poluídos, no nível de causar diversas doenças e os sulistas afirmam sofrer grande preconceito. No sul também concentram-se os maiores níveis de pobresa  – explica o conselheiro.

O rei bate a mão de leve na mesa.

— Então, vamos tentar diminuir essa insatisfações. Podemos começar projetos para melhorar a qualidade da água e do ar e... – Philip para um pouco para pensar – podemos construir parques, que ajudam a melhor o nível de oxigênio no ar e também servem de lazer para o povo. Podemos também oferecer empregos a população de castas inferiores, além de uma melhor educação.

— Majestade, isso exigira uma grande verba, acredito que não temos tudo isso disponível no orçamento.

O ressinto todo permaneceu em silêncio. Dave acha honrável as tentativas do pai para ajudar a população, mas na maioria das vezes as soluções encontravam-se fora do alcance financeiro do país.

— Vamos começar aos poucos. Podemos repassar um pouco da verba dos estados do norte ao sul, além de conseguir patrocínio das fábricas. Por instante podemos amenizar os movimentos separatistas por meio de propagandas populares.  – sugere o rei. – Bom, veremos as possibilidades orçamentárias e faremos o melhor possível para que a situação não saia do controle. Se for preciso, cortaremos gastos aqui mesmo no palácio.

Dave levantou-se aliviado por terem chegado a uma solução. Agora precisava checar os orçamentos e verificar todas as possibilidades.

— Pai, você não quer descansar um pouco? Eu contínuo a reunião.

— Não se preocupe, eu dou conta.  É melhor tratarmos dessa situação antes que ela piore. Acredite, se esse tipo de movimento não for reprimido as coisas vão ficar feias para o nosso lado.

Os assuntos mudaram na sala, mas logo foram interrompidos por uma batida na porta.

— Desculpem a interrupção, mas eu preciso conversar com meu marido e meu filho. — Diz a Rainha puxando os dois pra fora da sala – Temos um problema.

— O que aconteceu? Algum acordo foi anulado?

— Não queria atormentar vocês com isso, mas Jackson está vindo nos visitar. — A rainha estende um papel para que os dois possam ver. — Ele, Serena e o bebê.

— E porque isso é preocupante? Ele deve querer ver o meu pai. — Pergunta Dave.

— As Selecionadas vão vê-lo e vão se fazer perguntas — responde a rainha.

— Pensei que tivéssemos combinado que não esconderíamos... – intervém o rei

— Olha amor, eu ouvi dizer das revoltas no sul do país, se a imprensa descobrir sobre o que aconteceu.... Não podemos demonstrar fraqueza em um momento como esse. – Conclui Eleonor.

— Você está certa, mas o que podemos fazer? Impedir que ele venha? – Pergunta o rei.

— Eu pensei nisso, mas ele já está a caminho. Precisamos arrumar um jeito de esconder a situação ou se não...

A rainha é interrompida por um beijo do marido.

— Você tem andado muito estressada. Por que não passa o dia descansando no salão das mulheres que eu cuido disso?