This Isn't an Happy Ending escrita por Charlie


Capítulo 14
Now He Hates Me


Notas iniciais do capítulo

Oulaaaaaaaaaaar



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— Elise. Levante logo, temos que nos arrumar! – Amberly disse, pela décima vez no último minuto. Era sábado à tarde e o baile começava daqui a exatas três horas, eu estava deitada em minha cama com a cabeça tapada, me negando a levantar. Depois de uma semana de merda, tudo que eu não queria era ter que desperdiçar minha noite de sábado em um baile idiota da escola, ainda mais com Mason como meu par.

Ah, Mason... eu o evitei a maior parte da semana. Esse é um dos motivos que fizeram da minha semana uma merda. Nas aulas, eu mal o olhava e a mesma coisa acontecia na detenção. No começo ele até tentou puxar assunto, mas acho que logo entendeu a situação. A coisa mais patética é que eu nem sabia por que estava com raiva dele. Só estava. Acho que esse é o fim da trégua, então ir ao baile com ele não seria legal. Ah, e também havia Natalie, que essa semana declarou guerra contra mim, justamente por eu ir ao baile com Mason. Ela ignorou o discurso da diretora sobre “seus parceiros de sala serão seus pares no baile”. Para Nat, eu tinha roubado o namorado dela.

— E-L-I-S-E! – Scott gritou assim que entrou no quarto. Seu perfume doce demais impregnou o ar. Eu só usava perfumes masculinos, já Scott amava os femininos. Que merda, não? – Levante daí agora! Ênfase no “agora”. Obrigada.

Em vez de me levantar, só tapei ainda mais a cabeça. Mas é claro que não adiantou, porque ele andou pelo quarto e arrancou a coberta de mim. O encarei sem conseguir acreditar nesse ato. Ele estava com os olhos fechados com força.

— Por favor, não esteja pelada – ele entoava em tom baixo. Me levantei enlouquecida e voei em seu pescoço.

—  Você não fez isso, Scott Clives Schreave! – eu rosnei furiosamente, com as mãos em volta do pescoço dele. Amberly tentava nos separar enquanto Scott se debatia em minhas mãos e gritava igual uma menininha.

Depois que Amberly conseguiu nos separar, tomei minha coberta da mão de Scott e me joguei na cama de novo. 

— Não quero ir – declarei.

— Mas vai – meus amigos falaram, em uníssono.

E então, três horas depois eu estava vestida vestido azul de frente única e curto demais para o meu gosto, porém era o único que Amber tinha que ficara “aceitável” em mim, um coque que Amber fez e meu sapato preto e meu braço entrelaçado ao de Mason enquanto o fotógrafo da escola fotografava nossa entrada. Amber e Scott estavam do nosso lado, ambos sorrindo abertamente. Avistei Natalie no meio da multidão, com uma expressão dura quando percebeu que eu e Mason estávamos juntos. Subitamente tive vontade de ir lá e dizer que não era culpa minha e que eu não estava tentando roubar o namorado dela. Mas será que não estava mesmo? Uma vozinha chata sussurrou em minha mente. Fiz uma careta involuntária. Talvez roubar Mason seja o que estou fazendo, mesmo sem intenção... pelo menos no começo.

— Só sorria, daqui a pouco vamos embora – Mason disse no meu ouvido. Sua mão se moveu perigosamente para minha cintura, me guiando para a pista de dança, para mais perto de onde Natalie estava. Uma música agitada começou a tocar e eu comecei a me mover no ritmo, pouco à vontade. Quando me virei de lado, vi Natalie e Bill dançando e nossos olhares se encontraram. Baixei meus olhos rapidamente e olhei para os meus pés na tentativa de não pisar nos sapatos brilhosos de Mason. Não tive muito sucesso.

— Dá pra descer do meu pé um pouco? – ele disse certa vez enquanto dançávamos uma música da Lady Gaga. Eu sorri e disse que não. E então a música acabou e o DJ se manifestou pela primeira vez.

— Essa vai para todos os casais! – ele disse em uma típica voz de DJ. E então I Know You Care começou a tocar. Mason me cutucou e disse em meu ouvido:

— Olha só! É a nossa música – sua voz estava rouca e evitei olhar seu rosto, só deixei ele me puxar para mais e mais perto, já não tinha escolha. De repente estávamos de volta ao terraço, dançando com nossos corpos colados, meu coração estava acelerado assim como o dele, ele estava respirando com dificuldade. Acho que esse era um momento perfeito para o primeiro beijo, não seria? Daqueles de filme, em que nos beijamos e então todas as pessoas à nossa volta desaparecem magicamente do salão e somos só eu e ele e um beijo de verdade, não um beijo na bochecha ou testa, depois que nos afastássemos, sorriríamos um para o outro, ofegantes, talvez emocionados por finalmente ter acontecido. E então voltaríamos a notar as pessoas ali, outra música começaria e dançaríamos sem que nada tivesse acontecido, mas eu ficaria repassando a cena o tempo todo para o resto da noite. Mas isso não acontece. A música acaba, dando lugar a outra, dessa vez agitada, porém não continuamos dançando do nosso jeito como aconteceu no terraço. Nos afastamos, ambos desconfortáveis. Olhei para ele para saber o que faríamos a seguir.

— Hm... Bill trouxe cerveja. Vou pegar para a gente, beleza? – ele começou, sua voz estava instável. Forcei a minha a sair corretamente.

— Combinado. Vou estar nos balanços. – e com isso o deixo ali, indo em direção à porta.

Por todo o caminho até os balanços, fiquei me repreendendo por ser idiota o bastante para ficar fantasiando a porra de um beijo que nunca vai acontecer.

Eu não acredito que você está se apaixonando por ele só para sofrer outra vez, sua retardada, eu me repreendi. Me balançava, o tempo todo bem distante do colégio, pensando em como seria uma vida sem Mason. Me parecia perfeita e ao mesmo tempo terrível. Também imaginava em como seria uma vida em que Mason também se apaixonasse por mim, e então eu finalmente poderia acabar com essa coisa de “trégua, somos só amigos, blá-blá-blá”, andar de mãos dadas com ele por aí... tenho nojo de mim mesma.

— Onde está o seu par? – Eu não tinha percebido Edward se aproximando, e dei um pulo quando ouvi sua voz.

Sorri, pouco à vontade, tentando disfarçar o susto que tinha levado.

— Foi pegar bebidas clandestinas, eu acho. Por que?

— Não é educado abandonar suas companheiras em um baile, não acha?

— Garanto que fico grata pela sua falta de educação, se é assim. Só vim com ele porque Kirova me obrigou. Lembra aquele lance do ódio? – dei uma olhadinha de canto de olho para Ed. Ele estava todo sorridente, já que nessa semana eu não o ignorei nem briguei com ele pelo barraco no restaurante. Me balancei levemente enquanto ficávamos em silencio. É mais fácil ficar em silencio perto de Edward do que de outras pessoas.

— Bom, acho que já vou indo. É melhor você não ficar aqui sozinha. Está escuro sabe, não sei você, mas eu odeio ficar abandonado no escuro. Sei lá, é horripilante. – ele disse, depois de uns cinco minutos em que nenhuma palavra foi dita. Sua voz tinha alguma coisa que lembrava decepção.

Eu ri enquanto ele se levantava e estendia uma mão pra mim.

— Então você tem medo de escuro, Edward? – perguntei, com um sorriso malicioso enquanto pegava sua mão. Estávamos ambos em pé, de frente para o outro, e então no segundo seguinte – não que eu saiba exatamente como isso aconteceu – estávamos nos beijando.

Era o meu primeiro beijo em uns três anos, e meu primeiro beijo de verdade, porque o mais longe que eu cheguei no quesito “beijos super quentes” foi beijar Eric Hubermann num jogo de verdade ou desafio no mesmo ano em que cheguei aqui. Mas o beijo de Edward era muito diferente, e fazia os outros beijos que eu tinha dado parecer brincadeirinha de criança. Não que eu fosse experiente e tudo mais, mas Ed sabia beijar. Mas também, com 26 anos, é meio que uma obrigação saber beijar bem, não é? Suas mãos sempre estavam nos lugares certos, ele me apertava contra ele e eu de repente o sentia em todos os lugares. Passei meus braços ao redor do seu pescoço, acariciando seu cabelo e fechando a porta de um quarto com minha sanidade lá dentro. Ele acariciava minhas pernas de um jeito que só alguém muito experiente conseguia, e um frio surgiu lá no fundo do meu estômago.

E então ele se foi, olhei para cima, olhando-o. Ele tinha um sorriso malicioso no rosto e parecia impecável. Já eu estava um regaço, ofegando como se tivesse corrido uma maratona. Edward sai sem nenhuma palavra, mas seus passos param depois de uns 30 segundos. Me viro para ver o que aconteceu e congelo, paralisada pelo horror.

Mason está parado à dez passos de distância dos balanços, com duas cervejas em suas mãos. Deixo escapar um suspiro, desejando com todas as minhas forças que ele não tenha visto isso, mas sei que ele viu, e meu coração se contorce. Sua expressão é de incredulidade, mas sei que não é só isso. Ele está sendo durão na frente de Edward. Sei disso por causa de sua voz.

— Elise? – só com meu nome, ouvi um misto de sentimentos. Traição. Desespero. Raiva... dor. E eu sabia que tudo isso era culpa minha.

Então eu saí correndo.


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Notas finais do capítulo

E então?



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