This Isn't an Happy Ending escrita por Charlie
Notas iniciais do capítulo
Já perdi a conta de quantas vezes apaguei e postei essa fanfic, mas aqui estamos nós mais uma vez.
Boa leitura, lindinhos de titia.
- Então, é hoje ou é hoje, Lise – Scott, meu melhor amigo disse.
Ajustei o telefone na orelha e respondi:
- O que tem hoje, Scott?
- É hoje que você perde sua maldita virgindade! – Ele exclamou, todo animado.
- Não sei se você sabe, Scottie querido, mas para uma pessoa perder a virgindade, precisam de duas pessoas. Quer se voluntariar? – Perguntei, me divertindo e prevendo sua resposta.
- Ugh! Por deus, não. Já te disse que vagina não é o meu forte.
Eu ri.
- Então, por que você me acordou às 6H da manhã do meu último dia de férias? Se for pra falar sobre o assunto com V, por favor, ligue-me às 16H da tarde.
- Ah não, não foi só por isso. Mas o assunto com V é a parte importante, Lise. Ele não vai mais te incomodar.
- E como isso aconteceria, Scott?
- Na festa de despedida da Nat, hoje à noite.
Quase caí da cama.
- Ok, Scott. Vamos esquecer o fato de que eu odeio Nat desde o jardim de infância por um momento. Se por um milagre, eu fosse na festa dela, como eu trataria do assunto com V?
- Isso é fácil. Uns contatos meus vão estar lá, a casa de Nat tem muitos quartos.
- Trabalho apenas com nomes, Sr. Clives.
- Zac. Alto, loiro, olhos verdes, esportista. Super hot se quer minha opinião, e pelo que eu sei, faz seu tipo.
Considerei um pouco a ideia, mas ele me interrompeu.
- A parte difícil...
- É me fazer entrar de penetra na festa da minha arquiinimiga de livre e espontânea vontade.
- Penetra? Quem disse penetra?
- Sua ideia fica mais e mais ridícula. Você acha que ela vai nos convidar, Scott Clives Schreave?
Ele riu.
- Me esqueci de contar essa parte? Então... ela nos convidou. Avise Amberly. Passo pegar vocês às 19H. Não aceito um não como resposta. Não tente pintar seu cabelo de rosa, e vá decente.
E desligou na minha cara. Eu estava tão paralisada que não consegui tirar o telefone da orelha.
Que porra Scott começou a fumar agora? Estava encarando o teto furiosamente quando Amberly entrou no quarto enrolada numa toalha e começou a vasculhar minha mala que eu tinha arrumado impecavelmente.
- AMBERLY LANDRY BRISTOW, TIRE AS PATAS DA MINHA MALA IMEDIATAMENTE – gritei. Provavelmente acordei Hell’s Kitchen inteiro.
Ela se virou pra mim.
- Ops – disse baixinho e foi até sua mala. Sua voz se parece o tilintar de sinos. Combine isso com um sotaque britânico e uma beleza inigualável e você têm a menina perfeita em mãos.
Me sentei na cama e a olhei.
- Você não vai acreditar no que Scott me disse.
- Ah, já ia perguntar quem diabos te ligaria essa hora da madrugada. Devia ter imaginado que a única pessoa louca o bastante pra fazer isso com você seria ele.
- Louca define a situação. Sabe a Natalie? Então. Ela vai dar uma festa de despedida antes de voltarmos. Scott disse que fomos convidados.
- Natalie nos odeia – ela disse, me olhando como se eu fosse a louca.
- Sim! Mas Scott vai nos arrastar pra lá.
Ela se sentou na minha cama, parecendo cansada.
- Eu não tenho mesmo nenhuma folga com vocês? Pelo amor de Jesus Cristo, vocês não pararam de me levar pra lá e pra cá as férias inteiras e agora isso?
Arqueei as sobrancelhas.
- Qual é? Ninguém mandou você morar na puta que pariu. Você tinha que conhecer NY. Quem sabe quando você vai passar as férias aqui de novo?
Ela me olhou, pensando.
- Hm... daqui a seis meses?
- Bem, mais ou menos.
- E Londres não é a puta que pariu, beleza? Se você gosta de NY, é porque não tem noção de como Londres é.
- Então me convide para passar as férias na sua casa, caralho.
- Com minha mãe lá? Nem morta! Ela vai começar a orar na sua cabeça.
- E na de Scott não? – perguntei, injustiçada.
Ela me olhou, travessa.
- Scott é gay. Ele nem entraria na minha casa.
- Olha quem fala! É a pessoa mais indecisa do mundo, ficou com metade dos garotos da escola, metade das garotas, e ainda não sabe o que é.
- Me dê um tempo, ta? Você tem uma amiga confusa, aceite isso. Mas minha mãe não precisa saber.
Quando ia responder, minha mãe colocou a cabeça pra dentro da porta.
- Meninas? Tão cedo acordadas?
Falei enquanto Amberly bocejava.
- Agradeça ao Scott por isso, mãe.
- Bem, mas já que estão acordadas, desçam tomar café – começamos a nos levantar, mas minha mãe nos parou. – Amberly, ninguém quer tomar café perto de uma menina pelada.
As bochechas quase transparentes de tão brancas de Amber ficaram escarlate.
- Desculpe, sra. Zekklos. – Ela disse, com seu sotaque perfeito.
- Ah, pare com isso! Me chame de Jessica, menina. – minha mãe riu e saiu do meu quarto.
Desabei de novo na minha cama e olhei educadamente pela janela ao lado da cama enquanto Amberly se vestia.
___X___
Natalie e eu morávamos em Hell’s Kitchen, um bairro bem ajeitado em New York, enquanto Scott morava em Lenox Hill, não muito longe. Às 19H em ponto, ouvi Scott buzinando. Amberly e eu estávamos sentadas no chão, ignorando nossas roupas e jogando cartas. Me recostei na cama e soltei um gemido.
- Ugh. Isso vai ser terrível.
Ela apertou meus ombros, depois se levantou e me ajudou.
- Está tudo certo com meu vestido? – Ela perguntou. Ela estava adorável num vestidinho branco de algodão e sapatos de salto pretos, seu cabelo está solto, perfeitamente branco. Ela estavalindamente fantasmagórica. A única cor são seus sapatos e seus olhos verdes brilhantes e gigantes, envoltos numa camada generosa de delineador preto.
- Você está perfeita, Amber. Como estou? – dei uma rodadinha, para que ela pudesse ver de todos os ângulos. Enquanto ela estava toda de branco, eu estava de preto dos pés à cabeça. Meu vestido é super-curto, soltinho e rendado da cintura para baixo. O melhor desse vestido é que ele fazia parecer que tenho peitos, sapatos altíssimos e assassinos, meia calça bem grossa, meu cabelo preto azulado está preso num coque meio desleixado. A única cor além de preto em mim era meu batom rosa - chiclete. Sim, eu uso batom rosa - chiclete. Me julgue.
- Você está incrível, Lise – Ela me estudou mais um pouco e acrescentou: - E peituda.
Soltei uma risada nervosa enquanto Scott buzinava novamente lá de baixo. Revirei os olhos.
- Vamos logo, ou a senhorita Clives vai fazer o bairro todo vir aqui reclamar.
Seguimos escada abaixo e nos deparamos com minha mãe e Jeferson, mais conhecido como meu pai, se pegando no sofá.
- Argh. Arrumem um quarto. Parecem dois adolescentes – falei enquanto sigo até a porta.
Eles só riram e continuaram.
Quando entramos no carro, Scott estava bufando.
- Hey Scottie querido – Amberly disse do banco de trás.
Ele bufou mais uma vez antes de falar.
- Isso é ridículo. Eu falo SETE EM PONTO. Vocês me saem SETE E MEIA.
- Ah, qual é? Ainda são sete e cinco, Scott Clives – eu disse, apontando para o relógio do painel. Ele só balançou a cabeça e ligou o carro. – Por que vamos de carro se a casa dela é na rua de trás, e provavelmente teremos que estacionar bem longe?
- Porque eu quero ir de carro. Se você quiser ir a pé, pode ir – ele disse duramente enquanto acelerava pela W 51th St. Me recostei no banco, decidindo não discutir. Quando Scott está desse jeito, é praticamente impossível discutir com ele.
Quando chegamos à W 50th St, a rua de Natalie, não encontramos nenhuma maldita vaga para estacionar. A única que achamos já era quase na esquina da minha casa. Saí do carro triunfante.
- Viu, Sr. Clives?
Ele só revirou os olhos, enquanto Amberly dava risadinhas. Quando estamos quase chegando na casa de Nat, me lembrei de perguntar algo a Scott.
- Enfim, você não me explicou por que Natalie nos convidou por vontade própria para a festa dela.
Scott, que estava com os olhos colados no chão o caminho todo finalmente me olha. Seus olhos pareciam anéis de chocolate ao leite.
- Ela só está oferecendo uma oferta de paz, Elise. Seja simpática uma vez na vida. – e então colou os olhos no chão outra vez. Encontrei os olhos de Amberly, e nos fizemos a mesma pergunta silenciosa.
Que bicho mordeu Scott Clives?
Eu abri a boca para verbalizar minha pergunta, mas fui interrompida pela voz agudíssima de Natalie.
- Scottie! – ela disse, e o abraçou. Eu tinha me esquecido de como eu odeio sua voz.
Se soltou e correu até Amberly.
- Amber! – mais um abraço.
- Hey, só eu posso chamá-la assim – eu falei ofendida. É verdade, a única pessoa que podia chamar Amberly de Amber é esta que vos fala.
Fui ignorada por todos.
- Elise! – ela disse radiante. Quando ela veio se jogar em mim, dei um passo atrás e estendo minha mão. Ela apertou claramente magoada, mas não diz nada. Scott me olha com desaprovação. Depois ela acrescentou: - Pensei que você não viria.
Eu solto uma risada.
- Se eu não tivesse vindo, Scott me esfolaria no asfalto. Minha cara é muito linda pra ser esfolada no asfalto.
Ela riu também.
- Isso é verdade – o que ela queria dizer com isso? – Bem, vamos entrar galera.
E nos puxou pra dentro. Quando entramos, nós três ofegamos.
A casa de Natalie tinha sido devidamente decorada para ser uma boate.
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Quem deixar um oi primeiro leva uma coxinha c:
Até mais!