You Are My Destiny escrita por Karasuma Rose


Capítulo 1
Chapter 01: The Call




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Kagome... Kagome... kagome... IKARISHITE! *

Dor. Minha primeira sensação completa depois de tanto tempo em inércia e sonhos abstratos. Mas o que realmente me despertou foi um calor abrasador se espalhando pelo meu corpo. Ainda permaneço algum tempo tentando me lembrar sobre o que eu sonhava, mas essa não é a pergunta a ser feita a esse momento. Mais importante é saber onde estou, porque não consigo me mover e porque continuo a sentir essa estranha sensação de paz. Não seria mais óbvio se desesperar diante do desconhecido?

Acho mais fácil começar pela primeira pergunta, onde eu estou?

Abro lentamente meus olhos, apreciando novamente aquela sensação familiar e aconchegante a me envolver. Sinto o vento passar e acariciar meu cabelo, como que me incentivando a despertar. Espero alguns minutos enquanto meus olhos se acostumam á claridade e já posso observar ao meu redor com mais atenção. Eu me encontrava em um pátio cercado de uma grande casa tradicional que parecia ter décadas de existência, e que logo identifiquei como um templo, pois após a entrada havia um altar Haiden, dedicado a oferendas e pedidos dos fiéis. Apesar de estar em um templo, não me sinto muito esclarecida por estar vestida, e só agora notando esse detalhe, em roupas de sacerdotisa. E eu ainda não sei como cheguei em um templo, o porque de estar aqui e nem por quanto tempo.

Tempo. O que essa palavra significa?

Minha série de questões internas foi interrompida ao me tocar de que eu ainda sentia aquele calor, agora um pouco mais suave, e que ele começava pelas minhas costas e se espalhava por todos os membros do meu corpo, semelhante a uma reconfortante carícia materna. Viro minha cabeça para descobrir qual era a fonte de tal sensação e me deparo com uma gigantesca Sakura (provavelmente centenária pelo tamanho) a qual estava recostada. Curioso é que a árvore passava uma presença espiritual muito forte, como se fosse uma espécie de... Divindade.

Ainda estranhando toda aquela situação, me levantei já com nenhuma dificuldade de me mover (parece que aquela energia vinda da árvore tem alguma coisa a ver com isso, mas preferi não formar mais dúvidas na minha cabeça naquele momento) e comecei a vagar aleatoriamente pelo templo, até que vi uma claridade muito forte vinda da entrada do templo. Percebi que ela não se comportava de forma comum, como de uma lanterna. Não, era dourada e pulsava, chamava alguém.

Chamava-me. E então me vi correndo.

Não sei a razão, mas o apelo se fazia urgente. E eu não questionei o porque sabia disso, ou o porque acatei ao chamado. Simplesmente corri como se a minha vida dependesse de alcançar aquela fonte luminescente, e somente mais tarde eu pude ver o quanto estava certa.

Chegando na entrada do templo pude ver que ela provinha de uma pequena casinha, e ainda ofegante pelo exercício, abri a porta de correr que dava acesso ao que eu tanto almejava. Um antigo poço, a muito seco pela falta de uso, emanava uma resplandecente luz áurea que me convidava sedutora.

Me aproximei lentamente, encantada com o que acontecia, quando ouvi uma gentil voz dizer de dentro do poço:

-Kagome. Entre no poço, o tempo se esgota!

-Quem é você? – Perguntei para a misteriosa voz.

-Sou a escolha, a decisão. A justiça é a minha mãe e a minha irmã é a impulsividade. Sou aquele que tece o teu futuro e trago o equilíbrio entre a felicidade e a dor. E para que haja equilíbrio, tu deves entrar no poço e cumprir o que lhe foi escrito. – Foi nesse momento em que entrar nesse poço não era simplesmente um ato sem proposito. Significava aceitar ou não o meu destino.

-Por que eu deveria? -Perguntei mais confusa do que se não tivesse ouvido resposta alguma.

-Porque cabe a ti purificar a ilha de gelo que se encontra no Oeste. Agora vá depressa, que o tempo é cruel para com os mortais.

-Como posso saber que isso é o certo a se fazer?

-Não percebes? É inevitável. Desde a formação de teus ossos este dia te aguarda. Aceite-o ou ele desprezará a felicidade aguardada para o teu caminho.

E se nesse momento eu ainda tinha duvidas sobre pular no poço, elas foram sanadas. Eu tinha uma missão, era necessária. Se eu fosse ser infeliz por conta dessa decisão, aceitaria mesmo assim. Sentia que correr pelo meu próprio bem estar seria injusto demais, e se eu pudesse por meio da minha escolha fazer outros felizes, aceitaria de bom grado.

E enquanto aquela ofuscante luz me envolvia, pude ter as minhas primeiras duas certezas em muito tempo. Primeiro, eu tinha feito a escolha certa. E segundo, ela era indubitavelmente inevitável.


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Notas finais do capítulo



*Shikarishite! : Aguente Firme! ou Não desista!

Muito obrigada por ler! Me faz muito feliz! :)



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