Guren escrita por wingsofoneboy


Capítulo 9
Capítulo 9 - Onde está...


Notas iniciais do capítulo

Onde está... o arco-íris depois da chuva?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66184/chapter/9

O Tempo seguiu da mesma forma de sempre, mas furtivo agiu silenciosamente, voando, seguindo seu curso sem que eu pudesse notar, sem que eu pudesse notar que já tinha passado um bom tempo, e quando digo bom tempo é simplesmente porque esse é o modo mais simples de descrever os momentos especiais que segui amando uma pessoa só.

Cada dia mais eu descobria algo novo sobre mim mesmo, era engraçado, que depois de 18 anos eu desconhecesse certas coisas sobre mim, mas definitivamente eu não conhecia esse meu eu que tremia e dificilmente conseguia manter minha concentração em qualquer coisa apenas por olhar pro lado e ver quem eu gostaria.

Eu era um perfeito desastre longe dela

Dois meses. 14 dias. 3 horas. 37 minutos. 22, 23, 24 segundos que eu a tinha conhecido. Não tenho muitas palavras mais pra tentar explicar esse tempo, não sei direito o que pensar sobre isso tudo, na verdade sinto que aprendi a não pensar, eu sei o velho Ethan que conhecemos nunca conseguiria abdicar de seu titulo de ser humano mais ‘encanado’ do mundo, eu ainda era esse Ethan mas de que me adiantavam as preocupações afinal? Se elas desapareciam toda vez que eu te encontrava, de que adiantavam meus planos se sempre conseguia encontrar uma forma de me surpreender e furtivamente arrancar meus beijos, você sempre me ensinando coisas sem querer, semana passada me ensinou que contos de fadas existem.

  Era tarde, o clima era confortável, bom para mim estava confortável, a maioria das pessoas parecem não gostar de se esconder em três camadas de tecido importado, já eu não me importava, e por sorte eu não necessitava disso, eu não sentia frio, vivi muito tempo como um homem das neves, o frio daqui não era nada se comparado ao do Canadá. ( Oh querido Canadá... ) Aqui minha pele fervia coberta por uma camada colorida de algodão, logo estava tudo certo, quase certo, eu tinha um encontro com ela e ainda não havia chegado lá, e eu não ia me perdoar se chegasse atrasado. ( UHUL! No fundo no fundo eu ainda era eu)

Ao chegar notei belas fêmeas desinteressantes rondando nosso ponto de encontro, tive de me sentar num banco logo a frente meio envergonhado, afinal eu tinha ido direto em direção aquele lugar, parecia até que eu tinha ido em direção as garotas, era o campeão em fazer essas coisas, mas afinal onde estava a minha musa inspiradora? não havia chegado ainda?

Com as garotas não estava. Atrás das garotas não estava, ao lado delas também não, fechei os olhos mas as garotas a minha frente não trocaram de lugar com ela como nos truques de mágica da TV. Ao invés disso continuaram ali no lugar dela, olhando para o garoto dela e tentando imitá-la até no olhar arrebatador, mas eu não as trataria de forma igual, não, não ia, pensei então em me fingir de gay, bem dita hora em que eu ri, e as garotas pensaram que fossem delas. Ufa.

O relógio deu uma volta e meia, ela ainda não tinha chegado, estranho, estranho mesmo era o meu pé que repetidas vezes batia no chão mas não seguia um ritmo assim como não podia ser impedido, eu estava tenso e o nosso lugar agora estava ocupado por um casal pré-adolescente que também tentavam nos imitar, muito mal-sucedidos eu diria, não consegui enxergar amor entre seus beijos e os olhares muito rápidos que voltavam a ser somente beijos do tipo desentupidor de pia –como diria minha mãe- eu estava uma pilha de nervos e aquilo não estava ajudando, desviei o olhar quando percebi que estava os encarando, eu era louco, mas não queria que todos soubessem.

O ponteiro girou mais duas vezes, suando frio eu bufava a cada 5 segundos, onde estava ela? ONDE? Eu movia meus olhos entre os extremos do salão como quem observava tudo e a todos, mas eu não via nada na verdade, não enxergava ela, era horrível, angustiante. Pelo menos agora no nosso lugar estava um simpático velhinho em repouso que bem não nos imitava em absolutamente nada.

Foi então que o relógio enlouqueceu, da mesma forma que eu, sozinho... o que tinha acontecido? eu não entendia a situação, eu estava confuso, era a primeira vez que acontecia, o problema era não ter nenhuma noticia... assim eu me perdi e pude ver todas as luzes se acenderem da mesma forma que vi todas elas se preparem para apagar anunciando então minha hora de ir embora.

Fui para casa trêmulo, não conseguia me concentrar em absolutamente nada, quando cheguei em casa e não me lembrava de um centímetro sequer da rua. Deitei-me no escuro, e na escuridão total passei a noite em claro. Tão absurdo quanto essa sentença eram os meus pensamentos naquele momento. Eu havia chegado tarde? Ela havia passado mal? Será que algo aconteceu no caminho dela? Será que... Então ela... aconteceu que...

. . .

25 chamadas não atendidas, algumas pílulas para dormir regadas por meia dose de uma bebida qualquer depois, eu consegui! Consegui uma dor de cabeça e um tremendo mal estar, minha única vitoria foi dormir logo que o cansaço me venceu. Foi assim que perdi metade do dia, sem nenhuma notícia, preocupado como um cão que espera seu dono na sala de estar, eu era um cão dramático...

Ali estava eu em casa, em pleno sábado derrotado na cama vestindo apenas uma simpática cueca samba-canção do Patolino. Ergui um pouco a cabeça olhei para as minha mãos e me dei conta do meu estado, respirei fundo, eu precisava me controlar, o que, ela tinha sumido por um dia? não era o fim do mundo, eu a amava e ela também, foi só um dia ruim, depois disso pude realmente dormir.

Quando acordei, estava vendo as coisas de forma diferente, eu ri de mim mesmo como de costume, só eu mesmo... e sabe? não era tão ruim, ser sábado, o dia seguinte era domingo, quando me dei contar fiquei feliz, domingo era dia de ir vê-la no karaokê, ela sempre estava lá cantando Come and Go ( Beeshop ), foi então que isso tudo me fez mudar meu modo de ver as coisas e ai eu passei para a segunda fase do efeito-de-ausência-de-namorada-em-pessoas-paranóicas-e-apaixonadas-e-e-bonitas sim! Eu fiquei bravo! Amanhã eu iria exigir explicações para ela, puxa vida, como ela tinha me deixado assim? esperando sozinho? eu não estava mais tão preocupado, novamente, só de pensar em vê-la todos os problemas desapareciam!

Sonhei com ela e isso me deixou otimista para o dia seguinte,

foi um sonho estranho ela me dava confetes e eu dizia a ela 'o confete é seu!' -rs


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guren" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.