Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 22
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora e espero que gostem.



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O clima estava tornando-se mais frio em Arendelle com a chegada do outono. Louis andava pelas ruas do reino ao nascer do sol, observando as mudanças na paisagem, o jovem rapaz não estava nenhum um pouco contente de estar a essa hora da manhã indo em direção a casa dos seus pais, seu real desejo era permanecer no castelo ao lado de Elsa, tentando de alguma forma impossível fazer a Rainha desistir de Asle e decidir ficar com ele, porém isso nunca iria acontecer. Contudo, não era uma ideia tão ruim rever seus pais, as pessoas que lhe deram a vida e que sempre foram seu porto seguro.

— É bom que já estejam de pé. - Louis falou sorrindo ao entrar de surpresa na pequena cozinha onde seus pais e irmão tomavam café da manhã.

— Louis! Que surpresa. - a mãe do jovem comentou sem muita empolgação, mas com um sorriso sincero.

— Pegue uma cadeira na sala e senta conosco, meu filho. - o pai falou puxando para mais perto de si a cadeira de Liam o mais jovem da família.

Louis observou por um breve momento o pequeno Liam que parecia desproporcional a cadeira que um dia foi de sua. O pequeno gesto de proximidade do pai com o irmão causou um desconforto no guarda, aquele gesto era um recado subjetivo de que seu pai preferia estar ao lado de Liam do que ao lado dele. Os olhos atentos de sua mãe sobre a pequena criança, zelando por cada movimento, não ajudava Louis a se sentir melhor. Seus pais tinha um novo filho, um novo foco que não era ele. Louis agora não passava de um estranho no ninho.

xxx

— Eu senti falta desse uniforme. - Asle comentou ajeitando a parte superior da farda enquanto caminhava com Elsa até o último jardim do castelo.

— Eu senti falta de vê-lo dentro dele. - comentou a Rainha observando o namorado com uma admiração inconsciente.

— E fora dele? - soltou mais rápido do que pode pensar.

— Você é incorrigível. - respondeu rindo de como Asle continuava sendo o mesmo impulsivo, engraçadinho e convencido de sempre.

— Pode até ser. Mas sabe o que eu realmente sou? - disse ficando serio e de frente para Elsa fazendo ambos pararem.

— O que?

— Loucamente apaixonado por você. - suas palavras eram tão intensas quanto o seu olhar.

— Sorte a minha. - respondeu sorrindo boba.

— Realmente, muita sorte a sua. - seu jeito convencido ainda causava irritação a Elsa, mas em momentos como esse ela só conseguia sorri feliz, feliz por Asle estar com ela novamente.

— Mas mais sortuda do que eu só você. - revidou.

— Por que? Por ser eu? - brincou já sabendo a resposta.

— Não, por ter a mim.

— Eu tenho que concordar. E por isso mesmo, hoje você será só minha para o resto do dia.

— Está me raptando?

— Exatamente. - respondeu com seu sorriso gigante voltando a guiá-la até o jardim dos fundos.

xxx

Dias de folga costumam significar dias felizes, mas definitivamente esse não era o caso de Louis. Após sair da casa de seus pais, o jovem guarda real sentiu o lugar que anteriormente havia sido endereço do seu coração se torna um imenso vazio. O dia de Louis com os pais não tinha sido nada parecido com que ele tinha imaginado, era certo que ele não esperava que seus pais lhe dessem toda a atenção do mundo e o paparicasse, eles nunca fizeram isso para ele e não seria agora que fariam, mas o que Louis não esperava é que seus pais fizessem tudo isso para o seu irmão.

 O jovem guarda tinha sido criado por pais rigorosos, nem um pouco abusivos, mas intensamente rígidos e significativamente distantes, mas com Liam esses pais não existiam e Louis parecia não existir também. Todo carinho, atenção e mimos que Louis tinha secretamente desejados dos pais por todos os seus anos de vida, Liam tinha e em dobro.

Sem pais, sem amigos e com a mulher por quem era apaixonado comprometida com outro homem, tudo isso fez com que os olhos de Louis começassem a arder, fazendo as lágrimas brotarem e seu coração se contrair até sumir no peito. Ele só queria sumir, sair de Arendelle para nunca mais voltar, mas subitamente sentiu cada parte do seu ser ligado aquele lugar, como se uma força oculta o quisesse ali e chamasse por ele.

De uma forma inexplicável, Louis escutou um sussurro que chamava o seu nome, o rapaz sacudiu a cabeça afastando a estranha sensação e secou algumas lágrimas do rosto, pronto para voltar ao castelo, achar algum lugar escuro e escondido para terminar de chorar em paz e pensar que rumo tomar na sua vida.

xxx

Asle tocou os lábios de sua Rainha mais uma vez, enquanto as mãos dela passeavam por seus cabelos negros e bagunçados, o trazendo ainda mais perto do seu corpo magro e frio. Elsa entreabriu os lábios dando passagem para língua cálida do Príncipe, que se aproveitava de cada suspiro da amada para intensificar suas caricias, mas um barulho de soluços sufocados chegou aos ouvidas de Elsa a fazendo interromper o momento.

— Algum problema? - Asle questionou um pouco confuso com o gesto da loira.

— Não está ouvindo?

— O que?

— Tem alguém chorando.

— Deve ser coisa da sua cabeça. - o Príncipe falou tentado fazer Elsa voltar a beijá-lo.

— Não, eu tenho certeza que tem alguém chorando. - respondeu o afastando e se levantando do banco onde estavam sentados.

— Elsa, volta aqui! Não tem ninguém chorando. - Asle insistiu.

— Louis? - a Rainha conseguiu ver o jovem guarda através das sombras da noite do outro lado da ponte.

— Elsa! - o rapaz exclamou sentindo um leve refrigério em sua alma ferida, mas ao ver a Rainha próximo ao banco onde Asle estava sentando, seu alento se desfez. -Perdão Majestade e Alteza. Eu só estava buscando um lugar isolado para pensar em paz, eu já vou me retirar.

— Não! - Elsa o impediu de ir embora e caminhou a passos largos até Louis atravessando a ponte.

— Elsa! - Asle chamou irritado pela atitude da namorada.

— Asle, por favor. Eu só preciso me certificar de que Louis está bem. - pediu sem se virar para o namorado que não queria ceder nenhum segundo da atenção de Elsa, mas ele sabia que ela iria até Louis de qualquer maneira.

— Eu não quero arrumar problemas para você, Elsa. Volte para o seu namorado, eu vou arrumar outro lugar. - o guarda falou enxugando algumas lágrimas insistentes antes de virar as costa e começar a se afastar, mas Elsa era ainda mais insistente que as lágrimas.

— Você não quer ficar aqui, tudo bem, mas eu vou com você, preciso saber o que esta acontecendo. - a Rainha informou seguindo Louis e deixando Asle completamente para trás.

— Eu quero ficar sozinho. - pediu entre um soluço.

— Ficar sozinho não é a solução, eu sei melhor do que ninguém disso.

— Você não entende Elsa. Eu já estou sozinho! - falou alto em uma pequena explosão de raiva.

— Não. Não está. Você tem a mim. - disse firme, mas a reação de Louis não foi a que ela esperava.

O jovem rapaz sacudiu a cabeça de forma agressiva como se tentasse se livrar de algo e acelerou o passo.

— Louis! Você não vai fugir de mim, eu já disse que você tem a mim. - Elsa insistiu correndo atrás dele.

— Não! Eu não tenho! Asle tem, não eu. - respondeu ofegante entrando no castelo pela entrada de serviço e seguindo para seu quarto, mas antes que ele pudesse entrar Elsa criou uma parede de gelo entre ele e a porta.

— Você tem a mim sim, eu sou sua amiga! - a loira o reprendeu como uma mãe severa.

— Mas isso para mim não é o suficiente! Eu nunca tive amigos, você foi a única, mas isso não é o suficiente e eu não posso ficar perto de você sem querer mais, mais daquilo que eu nunca vou ter. - desabafou.

— Louis, eu… - Elsa não sabia o que dizer, ninguém saberia.

— Você não tem culpa, Elsa. Você não tem culpa de não me querer, nem meus próprios pais querem. - falou deixando o choro dominar sua garganta.

— Louis, você é adorável, o homem mais doce que eu já conheci. Eu tenho certeza de que você vai encontrar alguém que te ame. - disse o abraçando apertado por um longo tempo, até que os soluços do rapaz começassem a cessar.

— Atrapalho? - Asle questionou se aproximando com as feições duras.

— Não. - Louis respondeu simplesmente se afastando de Elsa e se virando para porta. - Você poderia? - falou apontando a parede de gelo.

— Claro! - respondeu prontamente derretendo a parede, permitindo que Louis entrasse em seu quarto.

— Eu não acredito que você me deixou sozinho no jardim para vir atrás desse cara. - Asle falou fazendo questão de demonstrar toda a sua irritação.

— A louca ciumenta sou eu, lembra? - falou sem muita paciência passando por ele e andando em direção ao seu quarto.

— Sem essa, Elsa. Ter ciúmes da própria sombra é uma coisa, agora ter ciúmes por causa de um cara “fantástico”, apaixonado por você e que tem todo o seu carinho e atenção é algo completamente diferente. - respondeu a seguindo.

— Ele precisa de um ombro amigo.

— Existe um exército inteiro que pode ser um ombro amigo para ele, não precisa ser você.

— Você esta sendo irracional.

— Não. Você que está sendo irracional, Elsa. O melhor para você e para ele é a distância, nem um cara apaixonado quer ter que assistir de perto o seu amor com outro, isso tudo só faz ele sofrer mais. - respondeu sincero.

— O que você esta querendo me dizer é que eu estou sendo egoísta em querer ter Louis por perto? - perguntou distorcendo as palavras do Príncipe.

— É claro que não! Você entendeu tudo errado.

— Claro! Porque talvez além de egoísta e cruel eu seja burra. - revidou irritada abrindo a porta do quarto.

— Elsa, por favor! - tentou chamá-la de volta a razão, mas isso não aconteceria agora.

— Eu não quero mais falar sobre isso, nós conversamos amanhã. - falou fria e cortante, antes de entrar no quarto e bater a porta na cara de Asle.


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Notas finais do capítulo

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