Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Elsa sentia o medo em cada um dos seus ossos, o medo de perde Asle, sua família, seu reino, medo que Hans acabasse com tudo que era bom. Ela estava paralisada, impotente. Contudo, não podia deixar Asle morre, não podia perde quem ela mais precisava no mundo.

Com uma coragem que desconhecia, a Rainha se ergueu do chão quebrando as algemas e antes que Hans pudesse se dar conta, o atingiu com uma rajada de gelo ao mesmo tempo que atingia a outra metade do botão.

— Não! - Hans gritou sentido seu corpo queimar de ambos os lados.

A névoa que enforcava Asle se dissipou, a fumaça negra e densa começou a sair de Hans em direção a urna, que acolia as trevas até que todo ela abandonou Hans e voltou ao seu lugar de origem. Asle e Elsa ao verem a urna ser selada, livrando o mundo de toda magia das trevas, cessaram o ataque e Hans caiu de costas no chão com os olhos abertos e sem vida.

— Hans! - Elsa chamou se abaixando até o seu corpo imóvel. - Hans! - chamou mais uma vez, tocando o seu pulso frio e sem pulsação.

— Ele morreu? - Asle perguntou se abaixando junto a Elsa.

— Sim. - respondeu sem alegria fechando os olhos do morto.

— Já foi tarde. - comentou sem pesar.

— Asle! Eu sei que ele foi terrível, mas não podemos nos alegrar com um fim tão trágico. - a Rainha o recriminou, se permitindo sentir pena do 13º filho, rejeitado, invisível e sozinho.

— Ele mereceu, Elsa. - rebateu ainda com raiva.

— Eu sei. Mas mesmo assim daremos um funeral digno a ele.

— Como você preferir. - respondeu sabendo que ela estava certa.

xxx

O céu já estava escuro e as ruas de Arendelle completamente vazias quando Elsa e Asle chegaram ao castelo. Asle havia carregado o corpo de Hans pelo o caminho de volta, o que fez com que ele se torna-se ainda mais longo.

— Finalmente! - falou aliviado, colocando o morto no chão do pátio.

— Pensei que você fosse mais forte. - Elsa implicou.

— Você viu o quanto a gente andou? Depois de ter lutado com esse maluco, que você inventou de trazer para dar um enterro digno. - respondeu irritado.

— Ele pode ter sido a pior pessoa do mundo, mas ainda é uma pessoa e filho da realeza. Não podíamos deixá-lo sem um enterro! E você concordou que o melhor a fazer era trazer o corpo e proibir qualquer pessoa de se aproximar da caverna. - rebateu.

— É claro! Não queremos outro maluco pagando de “Rei das Trevas”. - revirou os olhos ao falar o nome que Hans havia se dado. - Não sei porque ter pena desse idiota. - resmungou.

— Não é pena. É humanidade. E não ache que eu não estou com raiva dele, porque eu estou morrendo de raiva. Raiva por esse imbecil ter voltado ao meu reino para ameaçá-lo, raiva por ele ter colocado minha irmã em risco mais uma vez, raiva por ele ter ameaçado você, por ele ter me ameaçado e principalmente por te me beijado. - desabafou fazendo cara de nojo e ódio.

— Ele fez o que?! - os olhos de Asle flamejaram de ódio.

— Mas nada disso importa agora. Ele já morreu. Acabou. - a Rainha concluiu tomando a mão de Asle.

— Acabou. - concordou tocando o rosto de Elsa e a beijando rapidamente.

— Agora vamos incumbir um soldado da tarefa de cuidar dele e vamos entrar. - falou cansada.

xxx

Após ordenar que todos do reino se recolhessem em suas casas e evitassem ao máximo circular pelas ruas até segunda ordem, Anna e Kristoff foram para a sala de jantar e permaneceram lá depois do jantar intocado, apreensivos e desesperados por alguma notícia.

— Kristoff, eu quero a minha irmã. - Anna choramingou colocando a cabeça no ombro do marido.

— Ela vai voltar. - respondeu a abraçando de lado.

— Se ela e o Asle voltarem sãos e salvos, eu prometo que não como chocolate por um mês. - prometeu tentando controlar a ansiedade.

— Voltamos! - Elsa exclamou ao entrar na sala estendendo os braços para a irmã.

— Ainda dá tempo de voltar atrás com a promessa? - perguntou ao marido levantando a cabeça.

— Acho que não. - respondeu sorrindo.

— Droga! Mas vale apena. - falou antes de levantar e abraçar a irmã com toda as suas forças.

— Ai! Anna, eu sobrevivi, mas se você continuar a me apertar assim eu não sei se duro muito tempo. - a loira falou sorrindo tentando afrouxar o aperto da irmã.

— Eu fiquei com medo de ficar sem você. - confidenciou a ruiva, deixando as lágrimas de felicidade rolarem.

— Eu prometi para você que nunca mais ficaria sem mim. - respondeu com carinho, secando as lágrimas da mais nova.

— Que bonito! Eu também quero um abraço. - Asle falou com o seu sorriso gigante.

— Claro! - Anna respondeu soltando a irmã e abraçando o cunhado com carinho.

— Ah! Só esqueci de avisar que eu estava segurando um defunto. - informou fazendo Anna soltá-lo rápido.

— Que nojo! - exclamou morrendo de vontade de se livrar daquele vestido.

— Acho que vou esperar vocês tomarem um banho. - Kristoff comentou se aproximando.

— Eu não carreguei defunto nenhum. - informou Elsa.

— Mas encostou nele e a gente vai ter tempo o suficiente de se abraçar depois. E isso vale para você também, Anna. - respondeu fazendo a esposa o olhar de cara feia.

— Esse defunto seria? - Anna questionou.

— Hans. - Asle respondeu sem emoção.

— Já foi tarde. - comentou Kristoff sem culpa.

— Concordo. - apoio Asle.

— Não vamos falar disso agora. O que eu preciso nesse momento é um bom banho. - comentou a Rainha encerrando o assunto.

— Posso ir com você? - perguntou o estrangeiro com um sorriso brincalhão.

— Você é muito cara de pau. - comentou Elsa com um olhar de reprovação.

— Eu só estou brincando. - se defendeu.

— Claro que está. - Anna ironizou rindo da irmã que começava a corar.

xxx

Após o banho Elsa se sentiu um pouco mais confortável, porém os recentes acontecimentos ainda não saim da sua cabeça. Mesmo que Elsa tivesse desejado muito aquilo, ela não conseguia ficar feliz com a morte de Hans, sua morte e tudo o que havia acontecido, ainda rodava pela cabeça da Rainha sem trégua e isso deixava claro que não teria uma boa noite de sono.

Depois de comer o jantar que Gerda havia levado até o seu quarto, Elsa tentou dormir. Porém, sua cama não parecia confortável o suficiente, tudo tinha sido intenso e cruel demais e ela nunca tinha sentindo tanto medo em toda a sua vida. A imagem de Asle sendo enforcado por Hans, com os olhos desfocados e a evidente falta de ar era fixa na mente da Rainha e isso não permitiria com que conseguisse dormir. Elsa tinha certeza de uma coisa, mesmo que isso a deixasse desconfortável, precisava de Asle como nunca havia precisado de ninguém e ela o amava.

Desistindo do esforço de tentar dormir em seu quarto, Elsa se levantou se recriminando mentalmente pela decisão que tinha tomado. Com cuidado para não fazer barulho e não ser vista, a Rainha se esgueirou até o quarto de Asle e bateu a porta com cautela sendo logo atendida.

— Elsa! - falou Asle surpreso e sorridente.

— Posso entrar? - perguntou um pouco tímida, ainda se recriminando por estar ali.

— Claro! - respondeu rápido abrindo mais a porta e a puxando pela mão.

— Eu não deveria estar aqui. - falou se sentando na cama junto com Asle.

— Se você esta aqui é porque deveria. - rebateu acariciando o rosto da loira, ao mesmo tempo que a observa iluminada pela luz fraca da lua.

— Eu não conseguia dormir. - informou o olhando nos olhos.

— Eu também não, mas algo me diz que agora eu vou. - sorriu se deitando na cama e indicando que Elsa fizesse o mesmo.

— Eu não deveria. - a necessidade de manter uma imagem impecável falou mais alto.

— Eu não conto para ninguém. - sorriu mais abertamente, a puxando com delicadeza para que se deitasse com a cabeça em seu peito e a Rainha aceitou, se rendendo ao desejo de estar próxima a ele.

— Eu te amo. - as palavras saíram com uma naturalidade que Elsa não pensava ser possível.

Asle sentiu seu peito ser preenchido pela melhor sensação do mundo e abraçou sua Rainha com força, tendo a certeza de que tudo que ele precisava no mundo estava ali, em seus braços. Elsa tirou a cabeça do peito do namorado para olhar seu rosto, que parecia mais bonito do que nunca.

— Eu te amo. - Elsa repetiu com mais consciência da naturalidade de suas palavras.

— Eu também te amo, você não faz ideia do quanto. - respondeu segurando o rosto de sua amada entre suas mãos antes de beijá-la com devoção.

Elsa prendeu seus dedos aos cabelos da nuca de Asle o beijando com intensidade e amor, um amor que ela desconhecia. O seu corpo colado ao dele naquela cama pequena, enquanto sua língua buscava cada canto de sua boca, parecia a coisa mais certa do mundo, fazendo com que qualquer sentimento de auto-repreensão fosse silenciado.

— Eu tive medo de te perde. - Elsa confessou após se afastar, escondendo seu rosto na curva do pescoço de Asle.

— Eu tive medo também. Quando eu vi você sendo levada por aquele maluco quase morri. - respondeu a apertando mais contra o seu corpo.

— Eu só fui com ele, porque não suportei vê-lo mais uma vez fazendo mal a minha irmã.

— Eu sei. E o mais importante é que agora todos estamos bem. Eu, você e Anna, todos seguros.

— Foi muito bom poder abraçá-la depois de tudo isso. - comentou, começando a acariciar os cabelos do namorado.

— É tão bonita a relação de vocês duas, eu queria poder ser assim com o meu irmão. - comentou com pesar.

— Você não fala muito do seu irmão ou dos seus pais. Vocês não se dão bem, não é? - a perguntou causou um desconforto em Asle.

— É complicado. E eu não quero falar deles, não agora. - pediu.

— Como quiser. - respondeu sentido o sono chegar.

— Esse cafuné esta me apagando. - comentou bocejando.

— Essa é a ideia. - respondeu se ajeitando pronta para dormir em paz.

xxx

Elsa acordou no dia seguinte sentido um pequeno desconforto no pescoço, antes de abrir os olhos ela pode sentir que sua cabeça não repousava em seu travesseiro macio, a superfície onde sua cabeça estava apoiada era muito mais firme e muito mais quente. E o cheiro de roupa limpa misturada a fragrância forte e acolhedora, logo a fez identificar onde estava. Abriu os olhos e levantou a cabeça para observa o rosto sereno e bonito de Asle que ainda dormia, a Rainha sorriu olhando para a imagem do namorado, mas logo foi atingida pela culpa de estar ali.

Com cuidado Elsa começou a se soltar do braço de Asle que envolvia sua cintura, para sair dali sem acordá-lo, mas Asle acordou com o movimento e apertou mais o braço contra sua cintura.

— Estava tentando fugir? - falou ainda sonolento.

— Já é de manhã. E ninguém pode me ver aqui. - respondeu tentado se soltar sem sucesso.

— Fica tranquila, a porta esta fechada.

— Eu sei, mas eu tenho que ir antes que as pessoas comecem a andar pelo castelo. - falou conseguindo se soltar e levantar.

— Se fossemos casados não precisaríamos passar por isso. - falou aproveitando a brecha.

— Para nós nos casarmos... a gente precisa se conhecer melhor. - explicou.

— Já nos conhecemos o suficiente. - respondeu convicto.

— Tem certeza? - a pergunta de Elsa não tinha pretensões de atingi-lo, mas Asle sentiu um nó se forma em sua garganta na hora.

— Vai lá, eu não quero que fiquem pensando besteiras da minha namorada. - o estrangeiro desconversou fazendo uma pequena desconfiança brotar no peito de Elsa, mas ela não ia se preocupar com isso agora.

— Até mais. - se despediu dando um selinho rápido em Asle.

— Até. - falou, por fim, sentido sua consciência pesar.


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Notas finais do capítulo

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