Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Hoje era o aniversário de Elsa. Asle, Anna e Kristoff haviam planejado um dia livre de preocupações para a Rainha, um dia em que ela pudesse esquecer todas as obrigações que a cercava e tivesse a oportunidade de ser apenas uma pessoa normal curtindo os pequenos prazeres da vida.

Anna entrou sem fazer barulho no quarto da irmã que ainda dormia, carregando uma farta bandeja de café da manhã, uma tarefa que parecia impossível para a ruiva, mas que ela conseguiu realizar bem. Colocando a bandeja sobre uma mesinha, Anna se preparou para realizar aquilo que ela fazia para acorda Elsa quando eram crianças, subiu em cima da irmã.

— Elsa, acorda! - a ruiva começou a falar sacudindo a irmã.

— Sai de cima de mim. - Elsa resmungou sem se mexer.

— Não. E você não pode me empurra. Lembre-se que eu estou grávida!

— Não seja por isso. - falou empurrando a ruiva para o lado do colchão e não para o chão como costumava fazer.

— Vamos! Pare de preguiça. Hoje é seu aniversário e você irá se divertir. - Elsa abriu melhor os olhos, observando a irmã sorridente ao seu lado.

— Eu agradeço suas intenções, Anna. Mas eu não tenho cabeça para comemorar aniversário nenhum. - a Rainha se sentou na cama sem animação.

— Eu sei bem o perigo que estamos correndo, mas isso não pode nos impedir de sermos felizes, por isso, você não tem escolhas. No dia de hoje, você vai ser feliz e ponto final. - a ruiva falou decidida e Elsa sabia que não teria como questionar, mas ela podia tentar.

— Você não pode me obrigar. - rebateu erguendo uma sobrancelha.

— Você esta negando o desejo de uma grávida? Você sabe as consequências terríveis que você pode sofrer? - Anna falou da forma mais ameaçadora possível.

— Ok. Eu faço o que você quer. E como pretende me fazer feliz hoje? -questionou rendida.

— Primeiro vamos tomar café da manhã. - falou se levantando e pegando a bandeja.

— E depois? - perguntou escolhendo por onde começar seu café da manhã.

— Vamos discutir a decoração do quarto do bebê, eu sei que você adora isso. E eu deixo você criar os mobiles de gelo que você quiser para o berço. - falou como se o último fosse um favor para Elsa.

— E depois? - repetiu começando a se animar com o planejamento da irmã.

— Vamos patinar, depois disso Olaf e os outros bonecos de neve vão se apresentar para você, teremos um bolo e de noite eu passo a tarefa de te fazer feliz para o Asle. Eu não faço ideia do que ele tem planejado, mas posso suspeitar. - respondeu com um sorriso malicioso.

— Não tente me matar de vergonha logo de manhã.

— Para de palhaçada. Até quando você vai ficar toda vermelha ao falar do seu namoro com Asle?

— Não é o assunto do meu relacionamento com o Asle que me deixa envergonhada, é o seu jeito insinuador.

— Insinuador? Eu não falei nada de mais, você que deve estar devendo pra ficar toda envergonhada assim.

— Anna! É óbvio que não fazemos nada de mais,eu sou uma rainha e tenho que manter a moral e os bons costumes.

— Claro! Eu só duvido muito que você lembre que é uma rainha quando está com ele. E sabe o que dizem, as mais reservadas, exemplares e modelos de bons costumes se revelam as mais… - Anna sorria zombando da irmã, que começava torna sua pele alva em puro rubor.

— Anna! Eu não sou assim. - interrompeu a irmã.

— Eu sei. Só estou brincando. - respondeu rindo. - Eu acho.

— Vamos mudar de assunto? - Anna concordou ainda rindo da loira.

xxx

O dia seguiu como Anna havia planejado e Elsa estava adorando cada momento, por vezes a Rainha lembrava de suas obrigações e do perigo que não só Arendelle, como todo o mundo estava exposto, mas a ruiva logo tratava de fazer a irmã esquecer esses problemas, comentando sobre roupas para o novo integrante da família que estava a caminho, ou pedindo para Elsa usar seus poderes para deixar o tempo destinado a patinação mais divertido e ainda comentando sobre Asle que até então não havia aparecido.

Os pequenos bonecos de neve juntos com algumas crianças, todos liderados por Olaf, cantaram canções de aniversário para a Rainha. O povo se fez presente na comemoração, levando presentes até o castelo e desejando todas aquelas coisas bonitas típicas de aniversários. O bolo foi partido e tudo parecia perfeito, a única coisa que faltava era o calor constante com que Elsa já havia se acostumado, Asle.

Mesmo que a Rainha ainda não admitisse de forma consciente, com exceção da situação do seu gabinete, onde ela se encontrava desesperada com o novo problema que enfrentaria, Elsa não conseguia mais se ver longe de Asle. Os dois dias em que ela o mantivera longe após seu primeiro beijo, tinham sido uma tortura. E ainda não ter tido a oportunidade de vê-lo e tocá-lo, em seu aniversário, impedia que tudo estivesse perfeito.

— Onde Asle se meteu? - Elsa perguntou para Anna que comia um enorme pedaço de bolo.

— Eu disse que ele assumiria a missão de te fazer feliz de noite. - respondeu a ruiva sem perde o foco do bolo.

— Mas já é de noite. - rebateu esperando mais informações.

— Nossa! Que dependência. Ele já vai aparecer.

— Não é dependência. Eu só achei estranho. - se defendeu.

— Faz assim, vá até o seu quarto se arrumar e descansar, que eu prometo que ele logo aparece.

— Tudo bem.

Elsa foi para seu quarto obedecendo o que a irmã havia recomendado, enquanto imaginava o que Asle podia estar aprontando.

xxx

O barulho de batidas vindo da porta tiraram Elsa de seus pensamentos e ajeitando o vestido ela foi atender a porta.

— Feliz aniversário! - Asle a parabenizou com o seu melhor sorriso, assim que Elsa abriu a porta.

— Onde você estava? - questionou com a mão na cintura.

— Calma. Eu sei que você morreu de saudades, eu também morri. Mas! Foi por um bom motivo, eu preparei algo especial para você.

— O que? - falou curiosa.

— Você vai ver, é só vir comigo. - respondeu oferecendo a mão.

— Eu vou. - sorriu a pegando.

Era impressionante como um simples gesto como segurar a mão um do outro, podia causar reações tão extremas em Asle e Elsa. A Rainha sentia seu corpo aquecer toda vez que Asle a tocava, era uma sensação agradável e única, algo que só o estrangeiro podia causar. Ela também se sentia mais livre, mais corajosa e capaz, como se lados desconhecidos da sua personalidade fossem acordados na presença de Asle. Já ele sentia a paz, a tranquilidade, o conforto e a sensação de pertencimento com a qual ele não estava acostumado, estar na presença de Elsa e tocá-la era para Asle como mergulha de cabeça em um rio de águas frescas em um dia de extremo calor.

xxx

Asle levou Elsa até o último jardim do castelo, ele ficava quase nos fundos da construção gigantesca e a Rainha nem lembrava de sua existência, há muito tempo ela não ia até lá. A última vez que o havia visto, tinha sido por uma das janelas do castelo a mais de um ano atrás, se lembrava apenas de um jardim simples com pouca diversidade de flores, mas muito havia sido mudado ali.

Chegando ao jardim, Elsa teve uma agradável surpresa. O jardim havia se tornado o mais lindo que ela tinha visto na vida, a variedade de flores e cores havia aumentado, o pequeno lago agora tinha peixes e uma ponte de madeira cuidadosamente talhada o atravessava, do outro lado do lago entre flores azuis e vermelhas, estendida no gramado de um verde intenso, havia uma toalha com uma grande variedade de comidas e ao lado da toalha estavam duas tochas ainda apagadas.

— O que achou? - Asle questionou ansioso.

— Lindo, mas está escuro, não consigo ver tudo muito bem. - Asle estalou os dedos fazendo as tochas acenderem.

— Melhor?

— Exibido. - Elsa provocou, fazendo Asle ri e puxá-la pela mão para atravessar a ponte.

Eles se sentaram um de frente para o outro sobre a toalha, com sorrisos largos que mostravam toda a felicidade que sentiam quando estavam juntos. Elsa não lembrava mais do perigo que seu reino corria, naquele momento a única coisa que ela conseguia pensar era em como o destino havia a agraciado com a presença daquele estrangeiro exibido, alegre e impulsivo. 

Querendo aproveitar cada momento Elsa o beijou, com as mãos em seu rosto, colou seus lábios nos dele com intensidade. A Rainha sempre tinha sido fria e controlada, mas com Asle ela não respondia mais por si, ela só queria mostrar para ele o quanto o queria. E Asle não podia querer demonstração melhor, com o mesmo empenho retribuiu o beijo a segurando pela cintura. Eles eram os Opostos Perfeitos, a cada toque eles podiam sentir como eram o complemento ideal um do outro.

xxx

— Como o jardim ficou desse jeito? - Elsa estava curiosa para saber como havia se dado tal mudança.

— Eu precisava de um espaço especial e Anna me falou desse jardim abandonado. As flores tinham crescido por conta própria, eu só precisei realocá-las e plantar mais algumas, limpei o lago e coloquei alguns peixes, também consertei a ponte. Gerda e Anna me ajudaram com o piquenique.

— Foi você quem fez tudo isso sozinho? - perguntou surpresa.

— O Kristoff ajudou, mas eu fiz a maior parte. - respondeu orgulhoso.

— Ficou tudo perfeito.

— E ainda não acabou, temos chocolate quente e.. - os olhos de Elsa brilharam de antecipação.

— Eu quero. - o interrompeu.

— Aqui. - riu entregando uma caneca cheia, que Elsa tomou de suas mãos e bebericou.

— Está gostoso, mas não esta quente.

— Isso não é um problema. - respondeu encostando o dedo no fundo da caneca.

— É claro que você queria uma oportunidade para se exibir. - implicou antes de tomar mais um gole. - Agora está perfeito.

— Tudo que eu faço pra você, eu faço para que seja perfeito. E eu queria entender como eu sou o exibido, se não sou eu quem tem um castelo de gelo gigante. - revidou.

— Ele foi uma reação e não um exposição. - se defendeu antes de beber mais do seu chocolate.

— Claro, como o boneco de neve falante. - ironizou.

— Fazer o que se o meu poder é bem mais legal do que o de certas pessoas? - provocou erguendo a sobrancelha.

— É mesmo? Mas sem o meu poder você ficaria sem o seu chocolate quente. - respondeu tirando a caneca dela e a colocando longe para irritar.

— Não tem problema. Eu ainda teria os seus lábios. - após escutar isso Asle não pensou duas vezes antes de beijá-la.

Tudo estava perfeito, perfeito até demais. O medo de que tudo aquilo acabasse começou a rodar pela mente de Elsa. O medo, seu maior inimigo sempre reaparecia e saber que o perigo iminente se alimentava dele, não podia melhorar a situação. Elsa não queria pensar em nada disso, mas todo aquele momento perfeito a fez temer pelo fim e Asle percebeu isso.

— Algum problema? - perguntou acariciando os fios de cabelo de Elsa, que tinha a cabeça deitada em seu colo.

— Eu não quero que isso acabe. - ele sabia ao que ela estava se referindo.

— E não vai.

— Como você pode saber? - ela questionou se sentando novamente.

— Eu sei, porque eu te amo. - respondeu seguro.

— Ama? - questionou um pouco assustada.

— Isso. Amo e eu sei que você também me ama. - falou olhando em seus olhos sem medo que ela negasse.

— Asle, eu… - Elsa não sabia o que falar.

— Não precisa falar nada, Elsa. Quando você estiver pronta, você vai dizer e eu tenho um presente pra você. - informou buscando algo em seu bolso. - Abra. - concluiu entregando a ela um saquinho de veludo.

— O que é?

— Abra e verá. - Elsa abriu o saquinho com cuidado e retirou de lá um cordão delicado, com um pingente formado por duas pedras que se encaixavam uma na outra, como o selo dos Opostos Perfeitos, uma pedra era laranja representando o fogo e a outra acinzentada representando o gelo.

— É lindo. - sorriu vendo o que tinha se tornado a marca deles.

— Eu quero que você se case comigo após vencermos o Dono das Trevas. - Elsa abriu a boca em um perfeito “O” ao escutar a afirmação direta de Asle.

— Casar? - seu espanto era tanto que ela chegou a engasgar com aquela pequena palavra.

— Exatamente. Eu tenho toda certeza do mundo que você é a mulher da minha vida. - Elsa não conseguia entender como ele podia ter tantas certezas.

— A gente só se conhece a um mês e eu nunca pensei em casar. - Elsa sempre pensou que passaria a vida sem se casar, até mesmo sem namorar, mas o furacão Asle apareceu na sua vida, derretendo todas as suas paredes de gelo.

— Isso é um não? - aqueles olhos tristes não combinavam com Asle.

— Não. - Elsa se desesperou e os olhos de Asle voltaram a brilhar, mas aquela não era a resposta real. - Que dizer, sim.

— É sim ou não? - Asle forçou tentando mudar a resposta de Elsa.

— Asle, agora mesmo você foi todo compreensivo por eu não ter respondido o seu “eu te amo” e depois me pede em casamento. Qual é o seu problema?

— Eu entendi você não falar que me amava, porque eu sei que você me ama, dá para ver em seus olhos, mas eu não entendo você não querer casar comigo já que me ama. - a lógica dele não fazia sentido nenhum para Elsa.

— Asle, eu não estou dizendo “não” para sempre, é só por agora. Vamos esperar mais um pouco, ok? - falou de forma doce tocando sua mão.

— Eu tenho escolha? - falou contrariado como uma criança que não consegue o que quer.

— Não fica chateado. - falou distribuindo beijos pelo seu rosto.

— Vou tentar. - respondeu fazendo bico como um bebê, o que fez Elsa sorri contra sua bochecha.

— Eu prometo que se eu casar um dia será com você. Mas por enquanto lembre-se, é o meu aniversário e você tem que me fazer feliz. - falou com a testa contra a dele sorrindo de lado.

— Eu acho que posso fazer isso. - respondeu por fim, abandonando a magoa e a beijando.


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Notas finais do capítulo

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