Não sabemos se é só vingança escrita por toVictory


Capítulo 1
Centro de Treinamento




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Eram as palavras que surgiam em cima de duas grandes portas que levavam a um enorme... centro. Era lá que treinava-se luta, armamentos, criava-se poções, desenvolvia outras habilidades além de aprimorar os poderes.

Era parecido com um shopping, havia salas e suas especialidades, e bem no centro do lugar, havia uma enorme arena.

Este santuário fazia parte da casa das poderosas bruxas que se encontravam lá agora. Ravena, com auxílio de óculos redondos, lia um livro sobre a história dos vampiros. Estava confortavelmente posicionada numa poltrona, ao lado de uma alongada estante, e outra alongada luminária.

Usava um simples shorts jeans e uma blusa de lã verde-escura, larga e despojada. Seus cabelos negros estavam jogados para um lado só.

Estava em paz, cada vez mais interessada pelo livro, mas começou a ouvir barulhos gritantes, estrondos, quase amedrontadores e os mesmos atrapalhavam sua leitura.

– Fúxia!

– Não sou eu, mãe!

Revirou os olhos, já adivinhando quem estava a perturbando.

– Sky, dá para fazer menos barulho, eu estou tentando ler!

Uma bola de destruição voou em direção a um vampiro de mentira. Na sala em que Sky se encontrava, o clima estava totalmente diferente de ‘apreciar um livro’. Ela treinava sua mira, voracidade, velocidade e força.

Deu um grito triunfante. Pegava bolas com correntes e espinhos, cada vez mais pesadas e com elas fazia um estrago.

– Sky, para de fazer barulho! – insistia Ravena.

Enquanto isso, Fúxia, pequenininha, apenas 900 anos, se encontrava ajoelhada numa sala tão pequena quanto ela. Um silêncio profundo... Deu um sorriso e um olhar daqueles de sabedoria infantil. À sua frente, uma fogueira, sem fogo. Apenas a lenha. Fúxia, sem desmanchar o sorriso, levantou as duas mãos, criou uma faísca e acendeu uma fogueira ardente. Abaixou as mãos, satisfeita.

Vênus. Coitada, nunca desenvolvia seus poderes no centro de treinamento, era obrigada a fazer isso em situações reais. Por isso, desenvolvia seu desempenho com luta, armas, entre outras habilidades. Mas ela não tinha a necessidade de ler. Qualquer coisa, era só absorver o que estava na mente de outra pessoa que leu.

Decidiu treinar seu desempenho com armas. Havia uma fileira de silhuetas humanas (ou vampiras) que a cada segundo surgia mais um buraco. Estavam repletos deles. Vênus, com os cabelos louros e enrolados à solta, estava muito focada no que fazia, por isso percebia que estava melhorando na mira. Depois de treinar com uma pistola, pegou uma metralhadora e começou a treinar não só a mira, mas também a rapidez e agilidade.

– Sky, é sério, você tá me atrapalhando! – insistia Ravena.

– Tô nem aí! – finalmente respondeu Sky, enquanto jogava uma bola de 15kg em um homem de mentira. Estava cheia de braveza, raiva e resumidamente empolgação pela atividade.

Ravena se surpreendeu. – Como é que é?

Andava com passos pesados em direção à Sky, que estava a quase 10 metros da sua agora abandonada poltrona.

– Vai se arrepender, moçinha!

Abriu a porta da sala com uma veemência preocupante e esquivou de uma bolada de Sky, que não foi atirada intencionalmente. Sky teme a raiva nos olhos de Ravena e começa a usar os seus poderes para detê-la.

Levantou sua mão direita e com admirável facilidade, fez Ravena flutuar aos poucos.

– Sem poderes, agora, covarde! Vamos treinar, você está precisando!

Sky engoliu em seco, mas sabia que Ravena tinha razão. A soltou, então, sem o mínimo de delicadeza. Sua irmã mais velha estava caída no chão.

– Tem que aprender uma coisa! – gritou Ravena, enquanto levantava-se.

Levantou sua irmã mais nova pelo pescoço e a jogou para fora da sala, mais especificamente, para a arena de luta.

O silêncio que jazia calmamente na sala em que Fúxia se encontrava foi interrompido por grunhidos e gemidos intensos de sua tia Sky.

Cerrou o cenho, preocupada, e logo sua paz interior também acabou-se subitamente. Saiu de sua sala, correu até a arena e viu sua mãe apanhando de verdade de Sky.

– Ei! – ela gritou, brava, antes de entrar na arena e participar da batalha.

Ravena, que encontrava-se no chão, se levantou e revidou Sky, com auxílio de Fúxia.

Enquanto isso, Vênus decidiu dar uma pausa no seu treino, balançou seus selvagens cabelos e dirigiu-se para o bebedouro.

No caminho, ajustava sua jaqueta de couro cor vinho, e praticamente desfilava com uma calça jeans e uma coturno preta. Foi quando ouviu os grunhidos. Os gritos de dor. Já sabia o que estava acontecendo. E ficou consideravelmente empolgada.

Começou a correr, até esqueceu que estava morrendo de cede, e finalmente chegou na arena.

A primeira coisa que viu foi Ravena batendo em Sky e Fúxia. Estavam todas de pé, mas apenas Ravena sob controle.

– E se eu fosse um vampiro e fosse capturar vocês agora?! Hein? O que iriam fazer?! – e depois continuava com uma sequência de chutes.

Vênus apareceu sem a percepção de Ravena, e a deu uma banda por trás. Ravena caiu no chão.

– O que você vai fazer? – provocou Vênus.

A deu uma sequencia de socos no chão mesmo, mas foi interrompida por um chute poderoso vindo do chão, que a levou longe. Ravena se levantou rapidamente e correu para dar em sua melhor amiga uma voadora. Mas não contava com uma esquiva veemente. Caiu no chão.

Neste treino, não era permitido o uso de poderes nem de armas, para se caso algum dia estivessem com escassez dos mesmos e precisassem sobreviver. Nesse caso, Vênus era especializada em capoeira. Já Ravena, sabia o básico de artes marciais, mas desfrutava de pura brutalidade na maioria das vezes.

Enquanto Fúxia e Sky lutavam desajeitadamente, Ravena e Vênus levavam a luta ‘a sério’.

Elas chutavam, esquivavam, davam golpes lindos - Vênus chegava a floreiar* repetidas vezes -, limpavam o sangue do rosto e dos membros, e tudo isso de forma rápida e estonteante. Treinavam quase todos os dias... estavam ficando muito ágeis.

Terminaram a luta com uma voadora de cada lado, vindo das duas ao mesmo tempo, e causou um impacto tenebroso que as levou para de onde vieram novamente. Sky e Fúxia lutavam levemente, mas foram interrompidas com a queda das duas.

Vênus debruçou-se pelo chão, com um sorriso amigável, demonstrando cansaço. Ravena não sorria. As duas respiravam ofegantemente, mas não na mesma sincronia. Estavam quebradas.

Fúxia não pensou duas vezes e ajoelhou-se ao lado de sua mãe, passou sua mão pelo seu corpo e pelo seu rosto, e como mágica suas feridas e dores desapareceram. Esse era seu poder secundário.

– Obrigada, Fúxia. Agora cure Vênus... – A única coisa que Fúxia não curava era cansaço.

Ela obedeceu sua mãe, e assim também recebeu a gratidão de Vênus.

– Nossa, que treino foi o de hoje! – comentou ela, para todas as outras.

– Preciso de um descanso agora mesmo; Foi muito intenso... – respondeu Ravena.

– Você quase quebrou minha costela! – Vênus riu.

– Você literalmente quebrou o meu nariz, sorte que a Fúxia curou!

– Ah, não exagere...

Sky* e Fúxia se olharam, sorriram, e se abraçaram, para ajudar a esquecer os golpes que se deram também.

Não sabiam exatamente para quê treinavam, já que era fácil demais deter os vampiros ainda mais com os seus poderes. Talvez para proteger Fúxia, que era apenas uma criança... ? Ou para se prevenir, vai que... Parece até que elas esperavam algo...

...

Ah, esquece, próximo capítulo!


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Notas finais do capítulo

*Floreiar: 'gíria' usada por capoeiristas para denominar o ato de fazer um movimento bonito e admirável em roda ou num jogo.*Sky: pronuncia-se 'scai'.



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