The Last Seduction escrita por lotusflower


Capítulo 1
Capítulo 1




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The Last Seduction - part. 2

Castle e Beckett haviam matado as saudades durante a noite toda, mas ambos sabiam que ao clarear do dia, o “tempo” no relacionamento deles estaria de volta. Beckett era a que menos queria que o dia amanhecesse.

Porém, independentemente de sua vontade, o sol raiou e o quarto de Castle foi iluminado naturalmente, dourando o corpo despido do casal.

- Castle, eu tenho que ir...

Castle suspirou, demonstrando sua contra vontade.

Beckett tentou até sorrir, mas falhou, então pegou suas coisas e partiu ao banheiro. Enquanto a esposa estava no banheiro terminando de se arrumar, seu telefone vibrou e Castle não resistiu: foi olhar a tela. Tudo o que viu era um alerta “Me encontre num lugar afastado, onde ninguém possa nos ver”.

Foi o suficiente. Ele voltou para a cama rápido e fingiu que nada havia acontecido.

- Seu telefone vibrou. – Ele avisou-a, quando esta saiu.

- Ah, obrigada. – Ela correu para o celular e leu a mensagem. Vestiu-se, pegou a bolsa e olhou para Castle.

- A gente... se vê. – Cada palavra proferida doía e queimava a língua da detetive e embora nada disso fizesse sentido, não podia deixar de tentar deixar o homem que amava em paz, vivo, são e salvo, afinal, ele era o motivo para que ela conseguisse tudo o que havia conseguido até ali, e se algo acontecesse à ele, nada valeria a pena, nada teria valor.

Ela saiu e foi diretamente para o local combinado na mensagem subliminar.

Enquanto isso, Castle trocou-se numa velocidade quase impossível e saiu logo atrás de Beckett. Nada do que ela falasse de novo o faria desistir dela e de seu casamento. Esse “tempo” estava sufocando-o. E se ela precisasse de sua ajuda, mesmo quando não admitisse? E se algo acontecesse a ela e ninguém ficasse sabendo? Ele não tinha a mesma formação e técnica que ela, mas juntos já haviam desvendado muitos crimes, sabia que no que Beckett estava metida não era algo bom. E também sabia que não podia mais ficar sem ela, sem seus sorrisos matinais, seus ceticismos, sua testa enrugada ao analisar uma lousa de informações, a mancha de batom claro em sua caneca de café, o perfume dela em seu travesseiro, a presença dela na casa. Desaprendera a ser só Richard Castle. Ele era Richard Castle e Kate Beckett. Ela era Kate Beckett e Richard Castle.

Beckett ficou esperando Vikram no último andar de um prédio abandonado na esquina com a 12ª avenida. Estava ventando bastante, mas bastante sol. Apesar de saber que Vikram traria o próximo passo para a sua investigação oculta, só conseguia pensar na noite passada.

Castle viu o carro de Beckett estacionado e entrou no prédio abandonado que ele nunca reparara, mesmo passando sempre por ali. Subiu devagar cada andar, certificando-se de que não seria atacado e que não perdera Beckett de vista pelos andares. Chegou no último andar e viu-a de costas, fitando a cidade ainda acordando.

- Beckett.

Ela se assustou e virou-se.

- Castle! O que você está fazendo aqui? Como me achou?

- Eu não....

- Castle, vai embora. Agora.

- Beckett, depois dessa noite, eu nunca mais vou ficar longe de você.

- Vai e vai agora. Castle, eu tenho coisa mais importante para fazer do que ouvir suas ladainhas. Vai pra casa. – Ela falou exasperada, sabendo que suas palavras iam arder nele, mas mesmo assim, ele a tomou nos braços e a beijou. Ela não resistiu num primeiro momento, mas impediu-o assim que retomou a consciência.

- Castle, vai embora.

- Kate...

- Vai. Agora.

Ele tentou se aproximar, mas ela recuou, o que o fez descer e ir embora. Beckett agradecia a qualquer entidade que sua fé cobria que Vikram não tivesse aparecido ainda e continuou a aguardar.

Castle em seu carro, liga o celular e abre o aplicativo do microfone minúsculo que colocou em Kate no momento me que a beijou. Claro que não ia embora. Claro que não ia deixa-la sozinha.

- Vikram.

- Captain. Consegui hackear o sistema de comunicação adjacente da organização deles. Estarão ao meio-dia na estrada rota 48, com o que pegaram na embarcação. Estarão em 12. Vamos precisar de reforços.

- Não. Não vamos. É a mim que eles querem. Então é a mim que terão.

Richard não terminou de ouvir o que iam dizer, já tinha informação suficiente e partiu para a rota 48, encontrando um galpão velho, com entrada fechada por homens encapuzados e cara de pouquíssimos amigos segurando fuzis. O único momento que a guarda baixou foi quando o caminhão com a tal carga chegou e precisaram de ajuda para descarregar, porém ele teria pouquíssimo tempo para entrar, sem que Beckett e Vikram o vissem. Rick saiu de seu carro escondido no meio do matagal à frente do galpão e correu abaixado até próximo à malha férrica e elétrica que separava propriedade privada de propriedade pública. Quando foi passar pela cancela, percebeu Kate e Vikram aproximando-se mais e se avançasse seria visto, então recuou. Esperou que eles entrassem e quando foi procura-los, já os tinha perdido. Sumiram. E a guarda voltou.

Castle não chegara até ali para desistir, mas não podia por tudo a perder também, então ele parou onde estava e ficou por longos minutos até ouvir um grande barulho.

Algo tinha acontecido. E era algo bem inquietante, porque isso removeu novamente os guardas da entrada do galpão. Foi ali que ele viu sua chance de entrar e assim o fez. Ao entrar no galpão, encontros diversos conteiners espalhados e gigantescos montes de cocaína agrupados, onde foi se esconder.

Tiros começaram a ricochetear nas paredes e teto, disparos de um lado e de outro. Beckett se escondeu no mesmo local em que Rick estava e se assustou.

- Castle! O que você.. Como você...?

- Baby, acho que esse não é o momento pra falarmos disso. – Castle comentou enquanto olhava para todos os lados. – Eu não podia te deixar de novo. E eu sabia que estava escondendo alguma coisa de mim. Você poder... – Kate deixou Castle falando sozinho e saiu do esconderijo, acertando tiros em vários do homens dali que a procuravam. Quando ela se virou para dizimar o que estava vindo por trás, não notou que um dos homens feridos estava se recompondo e preparava para atirar nela. O som do disparo encheu os ouvidos de Castle e ele não pensou duas vezes: pulou na frente Kate, derrubando-a, mas protegendo-a do tiro.

Com a atenção desviada, Vikram acertou os restantes e Beckett pode apagar aquele que tinha atirado contra ela, mas logo voltou a sua atenção ao seu marido no chão. Vikram percebeu que teria que cuidar do resto.

- Rick! – Ela se abaixou do lado dele e percebeu que uma poça de sangue começou a aumentar na camisa do escritor. – Rick, por favor, fique de olhos abertos! Fale comigo!

- Baby, eu te amo.

- Eu também te amo! Muito! Fique comigo! Vik, chame uma ambulância agora! Castle, por favor! Abre os olhos! Aqui, comigo!

Castle tentou deixar as pálpebras abertas, mas elas estavam pesadas demais e ele não pode mais aguentar o peso e se entregou para um sono. A detetive chacoalhava-o com uma mão, enquanto estancava o sangue com a outra, enquanto seu rosto era tomado por lágrimas grandes e quentes de inconformidade.

No hospital, Beckett foi impedida de entrar com Castle e não conseguia olhar para suas mãos com o sangue do marido ainda sujando-as.

- Vikram. Acabou. Pra mim, acabou. Eu estou fora. Vou te transferir pra outra subdivisão, mas pra mim, chega. – A capitã determinou de uma vez por todas. Ela nunca parava suas investigações no meio, mas, depois de muito tempo, aprendeu que em algumas batalhas se ganha, em outras, o passo mais sábio é recuar. O detetive indiano soube que nada do que fizesse a faria mudar de ideia novamente e assentiu, saindo. Enquanto isso, Ryan, Esposito e Lanie passavam pelo corredor até Beckett.

- Girl! O que aconteceu? – Lanie mal terminou de falar e Kate já estava embrenhada em seus braços, soltando todas as lágrimas que tinha mantido guardadas.

- Castle levou um tiro por minha causa, Lanie. E eu nem sei como ele está!

Ficaram de vigília no hospital os dois detetives e a médica legista para companhia de Beckett. Já passava da 1:30 da manhã quando um enfermeiro chamou Beckett e levou-a para a sala em que a doutora esperava por ela.

- Capitã. – A doutora e Beckett bateram continência. Questão de cargo na polícia federal de ambos os lados, não que Beckett estivesse em situação de aceitar ou pedir respeito para alguém naquele momento. – sou a Drª Sarah Jordan. Eu acompanhei a chegada do seu marido. Sente-se.

Naquele momento, Beckett ficou sabendo que não teria notícias tão agradáveis.

- Bem, o sr. Castle teve sorte, digamos assim. A situação dele não é nada boa, ele está instável, mas vivo, e tem grandes chances de ficar totalmente recuperado. A bala era grande, raspou no coração dele e se alojou em seu esterno, perfurou o pulmão. Por sorte, ela não explodiu. Inclusive, foi isso que impediu que a aorta jorrasse sangue e que ele falecesse na hora. Por outro lado, isso trouxe complicações na hora da cirurgia para a retirada da bala. O pulmão ficou bastante machucado e foi preciso retirar uma parte dele. O choque da bala no coração também o colocou na situação em que ele se encontra.... Seu marido está em coma, srta. Beckett. – Enquanto a médica falava demonstrando suas condolências à capitã, Kate podia sentir todas as células de seu corpo gemerem de dor à cada palavra proferida. Coma? Castle, o homem agitado e cheio de piadinhas o tempo todo agora calado e imobilizado por tempo indeterminado, com possíveis sequelas e por causa dela? Ela não conseguia digerir tudo aquilo. Toda e qualquer informação fizeram seu estômago embrulhar. – Se quiser, pode vê-lo. Calculamos que pode demorar de 6 à 8 meses para que ele acorde. Eu sinto muito e farei o que estiver ao meu alcance para que seu marido continue vivo e saudável.

Seis à oito meses?

Era absurdamente demais para Beckett. Ela nada disse, apenas seguiu a doutora até o quarto da UTI em que Castle jazia e foi deixada a sós com ele e com o barulho abominável dos aparelhos respiratórios.

- Richard! O que deu em você? Porque você foi me procurar? Como você me achou? Olha só o que você fez! – Ela brigou com ele querendo estapear a si mesma. – Castle, baby, por favor.... Dei um tempo com você porque achei que poderia ajudar Vikram, mas estava errada, de novo. Me perdoa? Nada vale mais do que você pra mim. Por favor, Rick?

Alguns dias de passaram e Beckett ainda estava tentando se adaptar à situação de encontrar Castle imóvel num leito de hospital, mas, por ordem dos amigos e de Martha, frequentava a delegacia, fazia seu trabalho e à noite, passava no hospital, até amanhecer e começar tudo de novo. Alexis havia trancado a faculdade para revezar com Beckett e Martha no hospital e ficar próxima ao pai. No distrito de polícia, passou a visitar bastante Lanie, logo quando suspeitou de depressão.

- Lanie, tem algo errado comigo, não tem? – Ela perguntou, olhando o corpo que estava morto na mesa metálica, já lavado e aberto.

- Girl, errado não... – Lanie apareceu de sua sala segurando algo. – Olha, eu disse que existem coisas boas no meio de tantas ruins... Você está esperando um bebê de Castle.- ela sorriu para a amiga.

- Lanie. Eu não consigo sem o Castle. – Foi tudo o que a capitã pode falar.

A cada mês que ia embora na folhinha do calendário, a preocupação e a angústia de Kate aumentavam. Tanto para a chegada de seu primeiro filho, quanto para a recuperação de Castle, que era incerta. Ela o visitava todos os dias no hospital, sem falta, com casos ou sem casos pra trabalhar, com cansaço ou sem cansaço, pés inchados ou não. Alexis e Martha insistiam sempre para que ela fosse para casa descansar, mas ela não dava ouvidos. Sentia que a culpa era dela por seu marido ter ficado daquele jeito e o remorso a comia viva. Ao sexto mês, como a médica dissera, ela esperou que Castle acordasse, mas não aconteceu. Nem ao sétimo e muito menos ao oitavo.

Os médicos, Martha e Kate fizeram uma reunião para decidir se desligariam os aparelhos ou não. Por Beckett, não. Mas Martha convenceu-a de que Castle jamais suportaria saber que ficou deitado em uma cama, sem utilidade, sem vida, logo, decidiram que desligariam. A mulher não tinha mais lágrimas para chorar e não sabia o que expressar. Era muito acontecimento para pouco tempo. Seguiu os doutores até a sala que desligaram o aparelho respiratório, esperando que o monitor do coração bipasse indicando que ele estava morto. Porém, o bip não tocou. E não tocou durante bastante tempo. A dra. Jordan chamou duas enfermeiras e elas monitoraram Castle, dando o parecer de que ele respirava sozinho, ou seja, estava se recuperando e não acordara ainda por efeito de sedativos.

No quarto, foi só comemoração. Mesmo assim, Castle ainda deveria ficar me observação e monitoramento por algumas semanas e Kate ainda continuaria indo vê-lo. Logo na semana seguinte, a capitã entrou em trabalho de parto e deu à luz a uma garotinha de olhos azuis, 3,500 kg, 35 cm a quem chamou de Eliza. Como correra tudo bem, Kate não demorou muito para levar a filha para conhecer o pai.

- Rick... Olha quem veio te visitar... – Ela não escondeu o sorriso e a falta de prática ao segurar a bebê.

- Hey... – Ele sorriu fracamente e estendeu a mão para tocá-la. – Bem-vinda, querida! Eu nem consigo acreditar o quão parecida com você ela é... – Ele riu.

- Bem, ela tem seu sorriso e infelizmente, sua personalidade... – Kate brincou.

- Eu acho que fizemos um bom trabalho, Mrs. Castle.

- Também acho.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Fazia tempo que eu não postava nenhuma história por aqui, mas aqui está minha mais nova produção...
Comentem, dêem dicas, conversem comigo!
Obrigada, beijas!



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