O destino escrita por Imagine


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Algumas emoções nesse capítulo, espero que gostem! *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661641/chapter/7

Entrei no banheiro já de toalha e coque no cabelo, tomei um banho gelado, o primeiro toque da água fria fez com que eu me arrepiasse.

Assim que terminei, coloquei meu roupão preto e abri meu guarda roupa para escolher uma roupa.

Peguei um shorts jeans, um tênis preto com pequenos detalhes brancos e uma camiseta branca sem estampa, minha mãe entrou no quarto sem ao menos anunciar. Tomei um susto, odeio quando ela faz isso, depois reclama quando eu tranco a porta.

– Você me assustou sabia?! Quantas vezes tenho que falar para bater na porta? - Falei enquanto passava o rímel enfrente ao espelho.

– Desculpa, vim ver se está pronta.

O sol batia em seu cabelo deixando-o ainda mais dourado e vou dizer...como minha mãe é linda.

– Tá bonitinha! - Falei de forma debochada.

– Você também não está feia não! - Brincou - Que milagre é esse que você está me elogiando? Quer dinheiro né?!

– É muito raro, quase impossível eu elogiar alguém então aproveite.

– Como é besta - Disse dando risada - Vou te esperar lá embaixo, vê se não demora!

Assim que terminei de me arrumar, peguei meu celular e desci.

– Vamos - Disse nos últimos degraus da escada.

– Bora! - Pegou a bolsa e as chaves.

Entrei no carro e abri a janela toda, adoro sentir aquele vento batendo no rosto me dá uma sensação de liberdade. Aumentei o rádio no último volume, o pôr do sol estava alaranjado "beijando" o horizonte.

– Adoro essa música - Gritou minha mãe jogando o cabelo de um lado para o outro.

Olhei para ela com uma cara de espanto e gargalhei em seguida.

– Que foi está achando que sou velha? Conheço todas essas músicas da sua geração.

– Não disse nada.

Poucos minutos depois chegamos na sorveteria, costumava vir sempre aqui quando era criança.

Um garçom simpático se aproximou e disse:

– Senhora Ana Johnson?! Sua mesa está reservada no piso superior. Me acompanhem por favor.

Essa sorveteria é muito famosa em toda Seattle, referência em sorvetes de todos os sabores, nas férias atrai pessoas de todos os lugares, principalmente crianças, elas ficam encantadas com os brinquedos, as cadeiras com formato de casca sorvete e várias outras atrações.

Estava cheio como sempre, a maioria era família e casais, tocava uma música ao fundo e tinha garçons por toda parte equilibrando enormes taças de sorvetes nas bandejas.

Vi Hanna e Cameron sentados em uma mesa "até aqui essa coisa me persegue", depois minha mãe andou em direção a eles pensei: "calma aí, tem alguma coisa errada".

– Olá - Disse minha mãe animada cumprimentando os dois e sentando em seguida.

"Puta que pariu, não acredito que você fez isso comigo mãe", só conseguia pensar nisso, minha cara fechou imediatamente.

– Filha cumprimenta o Cameron.

Acho que ele também foi enganado, vi a surpresa e a incomodo em seus olhosr.

Ele estava com o cabelo bagunçado (como sempre) e uma camisa branca com uns detalhes azuis de manga curta.

Fiquei muda e sentei irritada com os braços cruzados.

– Oi Alexia - Exclamou Hanna.

– Oi - Disse dando um sorrisinho super falso.

Que saco, eu estava me sentindo uma criança com minha mãe me tratando desse jeito, ela não tinha o direito de me enganar.

Eu senti meu rosto corar de raiva, eu estava visivelmente incomodada, não conseguia parar de balançar os pés.

Fizemos nossos pedidos, Cameron e eu não falamos absolutamente nada durante toda a noite. Enquanto minha mãe e Hanna não calavam a boca um só minuto.

Não estava mais aguentando ouvir a voz delas, me levantei para andar um pouco.

– Aonde você vai?

– Dar uma volta.

Tinha uma escadinha no fundo da sorveteria, fui até lá sem que ninguém me visse e subi até a laje, meu pai sempre me levava lá dizia que era uma porta secreta e ficávamos lá um bom tempo "contando estrelas" eu ficava irritada porque sempre perdia a conta, como eu era iludida.

Tinha várias caixas de madeira jogadas e um gerador de energia que fazia um baita barulho.

Fiquei lá sentada observando as estrelas e a lua cheia que por sinal estava linda, as lembranças vieram à tona e foi impossível segurar as lágrimas.

Até que ouvi uns passo, olhei para trás assustada, meu coração foi a mil.

– Você... - Disse Cameron com desgosto.

– Porra garoto, até aqui você me persegue! - Falei me levantando, secando as lágrimas com a mão para que ele não percebesse.

– Pra que você acha que eu ia querer te perseguir Alexia? Se enxerga né!

Bufei e andei em direção a escada para voltar para o interior da sorveteria.

– Espera...

Olhei em sua direção, esperando ele dizer algo.

– Você estava chorando?!!

– Não - Estávamos longe um do outro.

– Sim, você estava. Não sou idiota.

– Como se você se importasse né! - Disse grosseiramente e me virei novamente.

– Ou você fala, ou eu te jogo daqui de cima - Falou com um sorriso sarcástico, analisando a altura - Se eu fosse você não duvidaria - Completou.

Ele sentou e eu me aproximei receosa.

– Belas pernas! - Comentou malicioso assim que me sentei ao seu lado.

– Cala a boca idiota.

– Pode falar... Não sou tão ogro quanto pensa.

– Você é sim, e saiba que eu continuo te odiando. Você acabou de me ameaçar como não é ogro?!

– Caralho, não dá para conversar numa boa?! Fica tranquila, eu te odeio também só estou curioso mesmo. Claro que não ia te jogar daqui. Mas é sempre bom ficar esperta - Brincou.

Sorri.

Nós dois estávamos conversando, porém olhávamos para frente, a visão da cidade toda iluminada era linda.

– Para de enrolar e conta logo.

Revirei os olhos e respirei fundo.

– Tá bom.... São lembranças, elas machucam, porque são apenas lembranças e não vão acontecer de novo! É a primeira vez que venho aqui depois que meu pai morreu, costumávamos vir aqui pelo menos uma vez por semana depois do colégio e quando vínhamos a noite ficávamos exatamente aqui... - Falei dando algumas pausas, e as lágrimas foram inevitáveis.

Odeio chorar na frente dos outros, naquele momento queria correr dali.

– Seu pai era muito legal... Sinto muito - Disse me encarando nos olhos.

Bateu uma leve brisa, que fez com que meu cabelo balançasse.

Abaixei a cabeça, fico extremamente tímida quando as pessoas me encaram.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e secou minhas lágrimas de forma delicada. Não conhecia esse Cameron. Estávamos cada vez mais próximos, ele fixou seus olhos nos meus, e por fim me beijou. Sua língua percorria a minha lentamente.

Assim que terminamos.

– Não posso! - Falei e saí correndo.

"Caralho Alexia, de novo?!" pensei.

Adentrei a sorveteria correndo, esbarrei em alguns garçons que quase derrubaram as taças de sorvete.

– Mãe, vamos embora! - Disse ofegante.

– O que aconteceu? - Perguntou preocupada, Hanna também me analisava.

– Não estou me sentindo bem. (Eu estava mentindo, só queria sair dali rápido).

– Vou pedir a conta, senta um pouco. Vou pegar um copo d'água para você.

Assim que se afastou, Hanna me perguntou:

– Viu Cameron? Ele sumiu faz um tempo.

– Não, não o vi.

– Olha ele ali - Anunciou uns minutos depois.

Minha vontade era entrar debaixo da mesa, mas apenas me afundei na cadeira.

– Toma a água - Falou esticando o copo.

Assim que pagaram a conta entrei rapidamente no carro, enquanto eles se despediam.

Fiquei calada o caminho todo, quando chegamos em casa, ela percebeu algo diferente, eu já estava subindo para o meu quarto quando me perguntou:

– Espera! O que aconteceu na sorveteria Alexia? Você está estanha.

– Nada, não aconteceu nada! Deve ser impressão sua.

– Sei... - Disse desconfiada.

Coloquei uma roupa de dormir e me deitei, eu estava agitada, percebi que a noite ia ser longa. Tirei a conclusão: como sou complicada!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A opinião de vocês é importante!