Era noite em Coudersport, a chuva caia fina como de costume no outono. O silencio era mortal no Mountains e isso preocupava cada vez mais o dono, Daniel Hamsworthm que deitado em seu quarto buscava uma solução para seus negócios que iam de mal a pior. De todas as suas idéias e ofertas, só a convenção de livros de terror no inverno parecia promissora. Foi feita uma promoção muito grande na rede sociais e o alcance tinha sido muito maior que o esperado. Ele já tinha pensado em tudo, o som ambiente, a decoração, as histórias sobre onde o hotel foi construído, o passeio nas montanhas congeladas atrás do hotel, tudo estava pronto só a espera dos ganhadores do concurso e seus visitantes.

Daniel se considerava um empreendedor de sorte, desistirá do exército à 3 anos quando soube que seus pais (que mal conhecia) tinham deixado para ele um terreno gigante e um bom montante em dinheiro para a construção de seu sonho: O próprio hotel.

O hotel ficara pronto a um ano, e os negócios iam muito mal, pois um lugar em Coudersport no de interior da Pensilvânia não tinha tanto a oferecer a não ser as montanhas congeladas no inverno.

Ele se levantou e caminhou até a porta com um sorriso de menino arteiro, o hotel seria um grande sucesso depois da convenção. E ele não imaginava como.

Quando abriu a porta se deparou com Jenny, gerente do hotel.

- Daniel, que susto! – Disse dando um passo atrás. – Ia te chamar agora mesmo.

- Desculpe Jenny – com sorriso no rosto que, claramente, embaraçou a jovem mulher. – e o que você queria comigo? – respondeu percebendo o embaraço da moça.

- Queria perguntar sobre o evento, sabe que isso irá lotar e precisarei de umas equipes maiores para a manutenção e limpeza....

- Eu sei Jenny – interrompeu Daniel – Já providenciei suas equipes. Não te deixarei na mão. – disse sorrindo.

- Bom – respondeu ela com um sorriso malicioso no rosto. – Então você não quer sair pra beber algo, já está tarde mesmo para se falar de trabalho. – se aproximando mais do bonito dono do hotel.

- Você sabe que não posso Jenny. – disse retirando as mãos dela de sua cintura.

-Dan, faz 2 anos que ela se foi, você tem que continuar sua vida – devolveu com leve irritação na voz.

- Eu não consigo. – abaixando a cabeça para as mãos com um olhar triste.

Jenny tinha 25 anos, alta e esbelta, com cabelos castanhos e um sorriso encantador. E esse era o problema. Ela, num todo, lembrava sua ex-esposa, que além de linda era uma escritora promissora e desde que sumiu, Daniel só se afundou em seu quarto.

- Tudo bem. – Disse Jenny com desanimo. – Boa noite, Dan.

- Se cuide, Jenny. – respondeu, forçando seu melhor sorriso.

Helena, sua ex, foi a melhor coisa que aconteceu a Daniel, ajudou-o na construção do hotel, esteve com ele nas horas mais difíceis e de repente: Se foi. No meio da noite, sem dizer ou levar nada, sem dizer pra onde ou por que. Isso atraiu a polícia que não o perdoou e o aterrorizou por dias, o pressionando, o julgando, deixando-o mal visto pela população. Obviamente isso o mergulhou na obscuridade de seus aposentos, o transformou em alguém recluso, concentrando-se o máximo no seu hotel.

A única família que lhe sobrara era seu irmão mais novo, Christian Hamsworth, que exatamente um ano após o sumiço da mulher, foi brutalmente assassinado. Achado em seu quarto na pequena casa no centro da cidade, esquartejado com uma palavra escrita na parede com seu próprio sangue: “Amaldiçoado”. Logo que o caso repercutiu o estado e o principal suspeito como no caso de sua mulher, era Daniel, por mais que não tivessem nenhuma pista ou prova conclusiva sobre o caso, Daniel e seu hotel ficaram conhecidos como amaldiçoados.

Agora, um ano depois disso tudo, Daniel parecia uma pessoa nova, feliz, com esperanças renovadas e o espírito necessário para fazer seu negócio acontecer.